Oi Mimi. Fui eu que falei desse lance. Primeiro vamos deixar claro que o que está abaixo é apenas minha
opiniao.
Os organismos evoluem através da seleçao natural. Grosso modo, o que ocorre é que o ambiente lança desafios para
a sobrevivência e perpetuaçao de genes, o que causa a seleçao dos mais aptos a passar suas cópias adiante.
Dizer que a mente muda as regras do jogo, como eu falei antes, é só enfatizar que essa estratégia de sobrevivência
(a inteligência) permite que os organismos mudem
o ambiente, em vez de sere mudados por ele. Só que a
inteligência pode criar nos
indivíduos novas prioridades, que nao estao necessariamente relacionadas aa sobrevivência nem
aa reproduçao (artistas reclusos, monges celibatários, nerds obsessivos) e podem até ir contra ela (auto-castraçao, holocausto
nuclear). Por isso, do ponto de vista das espécies, é possível fazer uma analogia do homem como Fausto: seu sucesso em
se adaptar aos ambientes se deve ao desenvolvimento do demônio da inteligência. Mas ele cobra um preço caro: a escravidao,
ou seja, precisamos satisfazer os seus caprichos [1]. É por isso que me referi aa inteligência hipertrofiada do homem como uma
aberraçao.
Num outro aspecto, enquanto a evoluçao atua sobre as espécies, a mente opera sobre indivíduos. A informaçao que garante
a sobreviência num ambiente é transmitida de um indivíduo para seus pares através da linguagem, nao apenas para seus
descententes, através dos genes. É por isso que existem milhoes de indivíduos da espécie humana vivendo hoje em dia que, na lógica da seleçao natural, nao deveriam estar vivos, e que por isso seriam, ainda de acordo com essa lógica, "inferiores" mesmo, pois nao sobreviveriam para passar adiante seus genes. É o caso dos hemofílicos e, em menor grau, dos diabéticos.
Nao sei se ficou claro agora...
[1] Eu ia citar o filme Beetlejuice, mas talvez você nao o conheça

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