Autor Tópico: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper  (Lida 84089 vezes)

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Suyndara

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #475 Online: 08 de Janeiro de 2008, 14:31:27 »
Coruja, ainda sou uma coruja :)

Ué, mas estou falando de taxa evolutiva...

Bom, mas o Adriano vai ficar bravo de qq jeito ::)

Offline Dr. Manhattan

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #476 Online: 08 de Janeiro de 2008, 14:54:49 »
Láaa da página 18:

Citação de: Dr Manhattan
um outro aspecto, enquanto a evoluçao atua sobre as espécies, a mente opera sobre indivíduos. A informaçao que garante
a sobreviência num ambiente é transmitida de um indivíduo para seus pares através da linguagem(...)

Mas a seleção natural também opera sobre os indivíduos.

Mas principalmente a sociobiologia tem demonstrado que as leis da seleção explicam muitos aspectos da sociedade humana (assim como de outras sociedades). Não sei como Adriano entende isso como um ponto a favor a sua abordagem, eu vejo como mais uma demosntração de que nossa superioridade é ilusória.

Rizk, nem ao menos conseguimos definir 'superioridade biológica', mas não foi por falta de pedidos de esclarecimento.

Não me expressei bem. Eu quis dizer que, no processo de evolução por seleção natural, em geral a informação é passada de um
organismo para seus descendentes, enquanto que no processo de adaptação inteligente, a informação é transmitida de um indivíduo para seus pares.

Aliás, existe uma discussão muito interessante sobre evolução entre Dawkins e ninguem menos que Freeman Dyson no site da
edge.org:

Ah, e para quem acha que o Dawkins é um ateu fundamentalista por causa de sua atitude confrontacional, veja só isso:
Citação de: Richard Dawkins
"By Darwinian evolution he [Woese] means evolution as Darwin understood it, based on the competition for survival of noninterbreeding species."

"With rare exceptions, Darwinian evolution requires established species to become extinct so that new species can replace them."

These two quotations from Dyson constitute a classic schoolboy howler, a catastrophic misunderstanding of Darwinian evolution.

seguida de

Citação de: Freeman Dyson
First response. What I wrote is not a howler and Dawkins is wrong. Species once established evolve very little, and the big steps in evolution mostly occur at speciation events when new species appear with new adaptations.
fonte: http://www.edge.org/discourse/dawkins_dyson.html

:)
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Offline Adriano

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #477 Online: 08 de Janeiro de 2008, 20:19:50 »
Você não tá vendo a imagem toda, risk, mas é a que chegou mais perto até agora.
O peso da idéia não aparece por medir-se a comunicação humana com as demais.

Popper trata as informações contidas nos genes da ameba que são questionadas pela evolução por soluções. Todos os seres são bancos de soluções. O ser humano é o único que desenvolveu um jeito de criar soluções que morrem(a seleção destrói né) por ele.

Estou tentando desenvolver a idéia aqui, da mesma forma que me explicaram computação evolucionária, mas acho que a abordagem não está sendo a correta. :P
Opa, parabéns pra mim que salvei o tópico! Ueba! :lol:

Entendo que cada espécie está no topo e essas coisas "por definição" que dizem na escola. Agora, se for pelo âmbito da adequação condicionar a sobrevivência da espécie... a linguagem desenvolvida a ponto de se poder descrever e argumentar e, daí, existir uma teoria do conhecimento, sendo que esse é obtido através da tentativa e erro, e daí a teoria morrer em vez de nós morrermos, daí que ela é superior aos outros tipos de comunicação sim. E a todas as outras ferramentas inventadas por nós e pelos outros.

Abraços da Rizk, que notoriamente é uma primata que pega no tranco. :D
Esse é o mote principal do tópico. Penso que pegaram bem a idéia, que acho simples.  :)

 A linguagem é vista como um atributo biológico, como fica bem claro na frase de Popper na minha assinatura.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #478 Online: 08 de Janeiro de 2008, 20:34:45 »
A visão que estava sendo defendida era então a de que o ser humano é o veículo biológico para a superioridade que seria a cultura humana?  Um avatar coletivo, por assim dizer?  Nesse caso não é a biologia humana que é superior, e sim algum vago princípio imaterial ou até mesmo destino que seria "exclusivamente" humano?

Seria algo do tipo, mas não isso. As idéias e as teorias que existem de certa forma que seriam as superiores, o veículo viria por consequência disso. Algo como o argumento da Imaculada Conceição, se o recipiente é superior (as idéias e teorias são superiores por serem únicas na natureza), o receptor teria que ser superior também.

Não é isso que eu tiro diretamente do texto, diga-se de passagem, eu vejo no fundo mais uma empolgação do Popper com o método científico e com o conhecimento em geral que extravasou para a biologia e a tal "superioridade"
Num certo ponto do tópico, cheguei a um consenso com o Dbohr sobre a premissa da linguagem que está na idéia central de Popper. E o desenvolvidentro dessa premisa deve se dar, na minha opinião, com outra teoria um pouco mais polêmica ainda, que é a teoria da linguagem de Chomsky. Essa coloca a linguagem humana como superior e com relação direta ao cérebro humano, o que gera a concepção de linguagem inata. Assim a linguagem só funciona como software através de um hardware desenvolvido, o cérebro.

Agora o que não entendo é essa de extravasar a biologia, já que nunca deixamos de ser animais, e qualquer avanço que damos necessita do acompanhamento do cérebro. Nossa evolução genética se dá no cérebro, que é a principal ferramenta da espécie.

Não dá para ver a gente como indivíduos, como formigas isoladas, temos que considerar o formigueiro humano todo, e o nosso é bem maior e mais trabalhado.

Enfim, isso já foi demonstrado, e suponho que pode ser mesmo difícil perceber quão arbitrária é essa escolha da cultura humana como princípio supremo.

Verdade, mas não é só isso, acho que a idéia que está sendo discutida aqui não é a cultura humana ser superior e ponto, mas sim o quão distinta e única (e não superior) a cultura humana é, mais no sentido de propagação. Uma coisa que talvez poderíamos discutir mais são as implicações que ela tem no mundo biológico, no sentido prático, e não no sentido de classificação do que é "superior" ou não pura e simples.
O sentido biológico é o que busco abordar, já que este é o mais real e empírico possível. E a propagação ocorre pela linguagem, assim a continuidade do tema tem que passar por essa relação cérebro e linguagem. A teoria generativa da linguagem de Chomsky é a que melhor aborda essa questão, do meu ponto de vista.

Assim veremos que a espécie humana é superior no uso da linguagem. E validar a teoria de Popper que traz a ciência como conseguência dessa linguagem mais sofisticada.
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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #479 Online: 08 de Janeiro de 2008, 21:13:39 »
Agora o que não entendo é essa de extravasar a biologia, já que nunca deixamos de ser animais, e qualquer avanço que damos necessita do acompanhamento do cérebro. Nossa evolução genética se dá no cérebro, que é a principal ferramenta da espécie.

Não dá para ver a gente como indivíduos, como formigas isoladas, temos que considerar o formigueiro humano todo, e o nosso é bem maior e mais trabalhado.

Mas é aí que está a sacada do Popper, as idéias estão em outro mundo além da biologia, não faz sentido usá-las para definir um critério de superioridade entre seres biológicos. Tanto que no texto ele nem chega à isso, ele simplesmente fala da linguagem humana, não da humanidade.

Assim veremos que a espécie humana é superior no uso da linguagem. E validar a teoria de Popper que traz a ciência como conseguência dessa linguagem mais sofisticada.

Então, é aí que eu discordo um pouco, a superioridade de uma certa característica de qualquer espécie é sempre com relação à um contexto específico. No caso da nossa linguagem, o contexto seria que a nossa linguagem é, ao que tudo indica, a melhor para descrever a ciência. Uma abelha tem uma linguagem muito mais eficiente para descrever um campo de flores do que a nossa, o que é um contexto totalmente diferente. Isso portanto tira o estigma de "superior"por si só.

Mas isso não invalida o maravilhamento que muitas pessoas tem ao observar como a linguagem humana produziu teorias e idéias tão diversas, criando um campo totalmente novo. É nesse sentido que vai o discurso do Popper, e eu até compreendo o tom, é difícil não admitir que a linguagem humana é no mínimo notável. Porém ir para "superior" pura e simples, e pior, estender da linguagem para a espécie, é demais para aceitar.
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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #480 Online: 08 de Janeiro de 2008, 21:29:06 »
Agora o que não entendo é essa de extravasar a biologia, já que nunca deixamos de ser animais, e qualquer avanço que damos necessita do acompanhamento do cérebro. Nossa evolução genética se dá no cérebro, que é a principal ferramenta da espécie.

Não dá para ver a gente como indivíduos, como formigas isoladas, temos que considerar o formigueiro humano todo, e o nosso é bem maior e mais trabalhado.

Mas é aí que está a sacada do Popper, as idéias estão em outro mundo além da biologia, não faz sentido usá-las para definir um critério de superioridade entre seres biológicos. Tanto que no texto ele nem chega à isso, ele simplesmente fala da linguagem humana, não da humanidade.
Popper tem a teoria dos 3 mundos.

Citar
Juntamente com John Eccles (prêmio Nobel de neurofisiologia), Popper abordou um antigo problema
da filosofia: o problema corpo-mente ou cérebro-mente. Ambos escreveram a obra “The self and Its Brain”
(Popper e Eccles, 1977), na qual desenvolvem a sua teoria.

A existência de três mundos é o ponto de partida dessa teoria.

O Mundo 1 é constituído pelos objetos e estados físicos. Fazem parte deste mundo a matéria, a
energia, os seres vivos, todos os artefatos construídos pelo homem (ferramentas, máquinas, livros, obras de arte , etc.).

O Mundo 2 é constituído pelos estados mentais subjetivos ou pelas experiências subjetivas, pelo
conhecimento subjetivo. Fazem parte deste mundo os estados de consciência, percepções, emoções, sonhos, disposições psicológicas, crenças e os estados inconscientes.

O Mundo 3 é constituído pelos conteúdos de pensamento ou pelo conhecimento objetivo. Faz parte do
Mundo 3 toda a cultura humana (as histórias, os mitos, as teorias científicas ou não, os argumentos críticos, as matemáticas, etc.). Este mundo é um produto da mente humana que passa a ter existência independente dos seus
criadores.

No mundo 3 ele mescla a realidade mental com a física, através do conceito de cultura. Esta é algo real, natural na sua teoria e não algo além da biologia ou da física.

Assim veremos que a espécie humana é superior no uso da linguagem. E validar a teoria de Popper que traz a ciência como conseguência dessa linguagem mais sofisticada.

Então, é aí que eu discordo um pouco, a superioridade de uma certa característica de qualquer espécie é sempre com relação à um contexto específico. No caso da nossa linguagem, o contexto seria que a nossa linguagem é, ao que tudo indica, a melhor para descrever a ciência. Uma abelha tem uma linguagem muito mais eficiente para descrever um campo de flores do que a nossa, o que é um contexto totalmente diferente. Isso portanto tira o estigma de "superior"por si só.

Mas isso não invalida o maravilhamento que muitas pessoas tem ao observar como a linguagem humana produziu teorias e idéias tão diversas, criando um campo totalmente novo. É nesse sentido que vai o discurso do Popper, e eu até compreendo o tom, é difícil não admitir que a linguagem humana é no mínimo notável. Porém ir para "superior" pura e simples, e pior, estender da linguagem para a espécie, é demais para aceitar.
A discordância fica em torno disso mesmo. No tópico em geral, quem discorda é por esse motivo, por achar que a linguagem humana é algo aleatório, um critério que não deve ser usado como comparação. Na verdade muitos nem veêm a possibilidade de comparação.

O meu entendimento é de que a humanidade só conseguiu se articular socialmente e economicamente (sobrevivência externa) através da comunicação entre si. Não haveria tecnologia sem a possibilidade de acumular informação, principalmente escrita.

A relação entre a humanidade e o meio ambiente se já através da tecnologia, que se originou do conhecimento acumulado, que só foi possível através da comunicação escrita. Daí que caímos na linguagem e no cérebro humano como decodificador desse mundo inacessível a outros seres vivos.

Nós conseguimos nos interagir com eles, temos informações, conhecimento acumulado sobre o funcionamento dos demais seres vivos. Tudo o que dissermos sobre eles é resultado dessa conquista nossa, que possibilita a interação positiva com o meio.
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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #481 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:17:14 »
No mundo 3 ele mescla a realidade mental com a física, através do conceito de cultura. Esta é algo real, natural na sua teoria e não algo além da biologia ou da física.

Bom, não tava falando de além da física, mas sim além da biologia. E se a idéia existe independente dos seus criadores, ela está além deles, no sentido de independência. Não confunda continente com conteúdo, daí que vem a minha objeção desse argumento da "superioridade" ser parecido com o da imaculada conceição.

O meu entendimento é de que a humanidade só conseguiu se articular socialmente e economicamente (sobrevivência externa) através da comunicação entre si. Não haveria tecnologia sem a possibilidade de acumular informação, principalmente escrita.

A relação entre a humanidade e o meio ambiente se já através da tecnologia, que se originou do conhecimento acumulado, que só foi possível através da comunicação escrita. Daí que caímos na linguagem e no cérebro humano como decodificador desse mundo inacessível a outros seres vivos.

Nós conseguimos nos interagir com eles, temos informações, conhecimento acumulado sobre o funcionamento dos demais seres vivos. Tudo o que dissermos sobre eles é resultado dessa conquista nossa, que possibilita a interação positiva com o meio.

Tá, interagimos com o mundo e pensamos. lógico que a comunicação é importante, ninguém aqui nega isso, mas a importância para um nicho específico, que o raciocínio, é meio que chover no molhado. Já analisar que as idéias muitas vezes vão contra a própria sobrevivência, e criaram um novo campo de seleção e propagação, que é o campo mais interessante disso tudo.

"Superioridade" parece aquele tópico de quem era o mutante mais poderoso no universo Marvel... :lol:
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Offline Dbohr

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #482 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:20:05 »
Os últimos comentários da Suyndara deixam ainda mais claro para mim como é arbitrária a tentativa de estabelecer critérios antropocêntricos para valorar espécies.

E de novo, não é que seja impossível estabelecer a linguagem como critério de superioridade. É apenas arbitrário :roll:

Offline Herf

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #483 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:24:45 »
Algo como perguntar "qual veículo é o melhor? Carro ou barco?"

Offline Dbohr

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #484 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:26:30 »
Procedure, é você? Deve ser, pela sig e pela contagem de posts :-)

Na verdade, acho que é como perguntar que maçã é mais gostosa - maçã ou uva. As cartas estão marcadas.

Offline Herf

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #485 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:32:50 »
Sim, hehe.

É, enfim, é como disseram. Não faz sentido falar em superioridade sem especificar bem o contexto.

Offline Adriano

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #486 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:41:15 »
No mundo 3 ele mescla a realidade mental com a física, através do conceito de cultura. Esta é algo real, natural na sua teoria e não algo além da biologia ou da física.

Bom, não tava falando de além da física, mas sim além da biologia. E se a idéia existe independente dos seus criadores, ela está além deles, no sentido de independência. Não confunda continente com conteúdo, daí que vem a minha objeção desse argumento da "superioridade" ser parecido com o da imaculada conceição.
A continuidade está ligada ao conteúdo. Não tem como dissociar uma coisa da outra. O conteúdo da humanidade é o biológico, o homo sapiens. O parâmetro é o planeta, o meio em comum. E não tem nada a ver com religião.

O meu entendimento é de que a humanidade só conseguiu se articular socialmente e economicamente (sobrevivência externa) através da comunicação entre si. Não haveria tecnologia sem a possibilidade de acumular informação, principalmente escrita.

A relação entre a humanidade e o meio ambiente se já através da tecnologia, que se originou do conhecimento acumulado, que só foi possível através da comunicação escrita. Daí que caímos na linguagem e no cérebro humano como decodificador desse mundo inacessível a outros seres vivos.

Nós conseguimos nos interagir com eles, temos informações, conhecimento acumulado sobre o funcionamento dos demais seres vivos. Tudo o que dissermos sobre eles é resultado dessa conquista nossa, que possibilita a interação positiva com o meio.

Tá, interagimos com o mundo e pensamos. lógico que a comunicação é importante, ninguém aqui nega isso, mas a importância para um nicho específico, que o raciocínio, é meio que chover no molhado. Já analisar que as idéias muitas vezes vão contra a própria sobrevivência, e criaram um novo campo de seleção e propagação, que é o campo mais interessante disso tudo.
Ver os erros da humanidade é o que mais fazemos por aqui, descatar os erros das religiões e apontar os erros em relação ao real através do ceticismo.

O mote é a superioridade do conhecimento que nos permite tranformar isso em tecnologia para nossa sobrevivência.

"Superioridade" parece aquele tópico de quem era o mutante mais poderoso no universo Marvel... :lol:
Só a palavra que não estão gostando muito, entra na discordância semântica. Mas isso que faz permitir a polêmica, já que até nazismo estão associando a essa frase, mesmo em relação a distinção entre espécies, que são claramente distintas biologicamente.
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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #487 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:41:29 »
Sim, hehe.

É, enfim, é como disseram. Não faz sentido falar em superioridade sem especificar bem o contexto.
Que tal o planeta?
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Offline Adriano

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #488 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:42:12 »
Procedure, é você? Deve ser, pela sig e pela contagem de posts :-)

Na verdade, acho que é como perguntar que maçã é mais gostosa - maçã ou uva. As cartas estão marcadas.
Não seria maçã e sim fruta. Existem diversas frutas, e o sabor é que as distingue.
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Offline Herf

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #489 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:45:12 »
Na verdade, sem especificar bem o critério.

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #490 Online: 08 de Janeiro de 2008, 22:48:02 »
Na verdade, sem especificar bem o critério.
Potencial de sobrevivência, que é válido para todas as espécies e possível de ser analizado através da maneira como se relacionam com o meio.

Para o homem a tecnologia é o nome que damos a sua interação com o meio ambiente para a sua sobrevivência e continuidade.
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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #491 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:10:12 »
Na verdade, sem especificar bem o critério.
Potencial de sobrevivência, que é válido para todas as espécies e possível de ser analizado através da maneira como se relacionam com o meio.

Para o homem a tecnologia é o nome que damos a sua interação com o meio ambiente para a sua sobrevivência e continuidade.

Assim como várias adaptações de outros organismos vivos... empatamos denovo.

Offline Adriano

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #492 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:22:04 »
Na verdade, sem especificar bem o critério.
Potencial de sobrevivência, que é válido para todas as espécies e possível de ser analizado através da maneira como se relacionam com o meio.

Para o homem a tecnologia é o nome que damos a sua interação com o meio ambiente para a sua sobrevivência e continuidade.

Assim como várias adaptações de outros organismos vivos... empatamos denovo.
Sim, cada organismo tem suas adaptações em relação ao seu meio. Esse é o ponto inicial e não o final. A comparação é possível, os meios são interrelacionados e cada um se estrutura de uma maneira específica. Na teoria de Popper isso é visto como a solução de problemas a que cada ser vivo é confrontado. Assim como a definição de vida de Humberto Maturano, da vida como sistema autopoíético, que tem autonomía.

Nesse contexto qual ser tem mais autonomia em relação ao meio? Qual dispõe de maiores recursos na resolução de problemas que a sobrevivência biológica nos confronta?

A ecologia trabalha muito com essas interrelações, tendo até na ONU estudos sobre a interação do ecossistema humano com os demais ecossistemas.
« Última modificação: 08 de Janeiro de 2008, 23:24:58 por Adriano »
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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #493 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:23:48 »
Na verdade, sem especificar bem o critério.
Potencial de sobrevivência, que é válido para todas as espécies e possível de ser analizado através da maneira como se relacionam com o meio.

Para o homem a tecnologia é o nome que damos a sua interação com o meio ambiente para a sua sobrevivência e continuidade.

Assim como várias adaptações de outros organismos vivos... empatamos denovo.
Sim, cada organismo tem suas adaptações em relação ao seu meio. Esse é o ponto inicial e não o final. A comparação é possível, os meios são interrelacionados e cada um se estrutura de uma maneira específica. Na teoria de Popper isso é visto como a solução de problemas a que cada ser vivo é confrontado. Assim como a definição de vida de Humberto Maturano, da vida como sistema autopoíético, que tem autonomía.

Nesse contexto qual ser tem mais autonomia em relação ao meio? Qual dispõe de maiores recursos na resolução de problemas que a sobrevivência biológica oferece?

A ecologia trabalha muito com essas interrelações, tendo até na ONU estudos sobre a interação do ecossistema humano com os demais ecossistemas.

O problema é que suas questões estão direcionadas. A pergunta é: como os organismos sobrevivem? Algum método de sobrevivência é superior ao outro?

A resposta desta última questão é não.

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #494 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:33:56 »
Na verdade, sem especificar bem o critério.
Potencial de sobrevivência, que é válido para todas as espécies e possível de ser analizado através da maneira como se relacionam com o meio.

Para o homem a tecnologia é o nome que damos a sua interação com o meio ambiente para a sua sobrevivência e continuidade.

Assim como várias adaptações de outros organismos vivos... empatamos denovo.
Sim, cada organismo tem suas adaptações em relação ao seu meio. Esse é o ponto inicial e não o final. A comparação é possível, os meios são interrelacionados e cada um se estrutura de uma maneira específica. Na teoria de Popper isso é visto como a solução de problemas a que cada ser vivo é confrontado. Assim como a definição de vida de Humberto Maturano, da vida como sistema autopoíético, que tem autonomía.

Nesse contexto qual ser tem mais autonomia em relação ao meio? Qual dispõe de maiores recursos na resolução de problemas que a sobrevivência biológica oferece?

A ecologia trabalha muito com essas interrelações, tendo até na ONU estudos sobre a interação do ecossistema humano com os demais ecossistemas.

O problema é que suas questões estão direcionadas. A pergunta é: como os organismos sobrevivem? Algum método de sobrevivência é superior ao outro?

A resposta desta última questão é não.
O direcionamento que estou dando é em relação a sobrevivência biológica. A espécie humana luta para sobreviver assim como qualquer outra. É através da atividade econômica que esta altera o meio em função da sua sobrevivência física. Alimento, segurança, habitação e outros recursos na busca da qualidade de vida humana. Essa é a maneira como os seres humanos sobrevivem e sabemos como os outros sobrevivem. É possível comparar qualitativamente, no meu entendimento.

O que não gostaria é perder o foco a nossa animalidade, que apesar de humana, tem como forte atuação as características e particulares do cérebro.

Estou só enfatizando novamente a minha opinião, mas não quero cair no é ou não é. Apesar de a minha resposta categórica para a questão ser a superioridade de sobrevivência humana relativamente a outras espécies, isso no planeta e considerando os dados presentes, todos com origem na pesquisa humana por sinal.
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« Resposta #495 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:41:13 »
A continuidade está ligada ao conteúdo. Não tem como dissociar uma coisa da outra. O conteúdo da humanidade é o biológico, o homo sapiens. O parâmetro é o planeta, o meio em comum. E não tem nada a ver com religião.

Cara, é justamente esse o seu problema nisso, você está confundindo as idéias e teorias, analisando elas num determinado universo, e extrapolando as conclusões para outro universo. Um contenier de garrafas de coca-cola não é molhado, nem gasoso, nem doce.

E a imaculada conceição tem tudo a ver com a idéia. Não sei se você sabe, mas é o dogma de que Maria foi concebida sem pecado. O argumento é que já que ela ia carregar Jesus, não podia ter pecado, ou seja, extrapolaram as supostas propriedades do conteúdo para o continente. É o mesmo argumento defendido aqui.
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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #496 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:47:54 »
A continuidade está ligada ao conteúdo. Não tem como dissociar uma coisa da outra. O conteúdo da humanidade é o biológico, o homo sapiens. O parâmetro é o planeta, o meio em comum. E não tem nada a ver com religião.

Cara, é justamente esse o seu problema nisso, você está confundindo as idéias e teorias, analisando elas num determinado universo, e extrapolando as conclusões para outro universo. Um contenier de garrafas de coca-cola não é molhado, nem gasoso, nem doce.

E a imaculada conceição tem tudo a ver com a idéia. Não sei se você sabe, mas é o dogma de que Maria foi concebida sem pecado. O argumento é que já que ela ia carregar Jesus, não podia ter pecado, ou seja, extrapolaram as supostas propriedades do conteúdo para o continente. É o mesmo argumento defendido aqui.

Discordo completamente. Vamos cair naquela espiral viciosa, de uma cobra engolindo a outra. Se fala que eu estou confundindo as coisas, eu já penso que seja você que está confundindo, e que está musturando coisas que não tem nada a ver para justificar o seu pensamento (analogia).

Esse é um grande motivo para que o tópico ficasse tão longo, o dos argumentos serem transferidos para as pessoas. Não é o caminho e só estraga o tópico isso. Mas pense como quiser, só estou mostrando o meu ponto de vista a você. Como já disse, não há a necessidade de consenso, é a ideía que deve morrer ou permanecer. Eu é que não quero me desgastar por isso, só voltei ao tópico para complementar um pouco as minhas idéias.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #497 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:49:28 »
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O direcionamento que estou dando é em relação a sobrevivência biológica. A espécie humana luta para sobreviver assim como qualquer outra. É através da atividade econômica que esta altera o meio em função da sua sobrevivência física. Alimento, segurança, habitação e outros recursos na busca da qualidade de vida humana. Essa é a maneira como os seres humanos sobrevivem e sabemos como os outros sobrevivem. É possível comparar qualitativamente, no meu entendimento.

Então? Os demais animais também sobrevivem com suas próprias adaptações. Qualidade de vida é uma exigência humana que não depende da capacidade de sobrevivência, embora contribua para tal. Por isso sua análise é imparcial.

Offline Oceanos

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Popper
« Resposta #498 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:54:23 »
Off: Rubens, acho que você quis dizer parcial, sim? Faz um tempo que vejo vocês dois confundindo as palavras parcial e imparcial...

Offline Adriano

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Re: Superioridade biológica do homem na filosofia da ciência de Karl Raimund Po
« Resposta #499 Online: 08 de Janeiro de 2008, 23:55:17 »
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O direcionamento que estou dando é em relação a sobrevivência biológica. A espécie humana luta para sobreviver assim como qualquer outra. É através da atividade econômica que esta altera o meio em função da sua sobrevivência física. Alimento, segurança, habitação e outros recursos na busca da qualidade de vida humana. Essa é a maneira como os seres humanos sobrevivem e sabemos como os outros sobrevivem. É possível comparar qualitativamente, no meu entendimento.

Então? Os demais animais também sobrevivem com suas próprias adaptações. Qualidade de vida é uma exigência humana que não depende da capacidade de sobrevivência, embora contribua para tal.
Exigência humana é uma exigência natural, da espécie humana. Não tem motivo para desqualificar a humanidade em sua própria análise. A qualidade de vida é voltada a saúde, nos padrões da ONU, uma instinuição humana e portanto natural.

Por isso sua análise é imparcial.
Por considerar a exigência humana? Quem está exigindo igualdade para os animais aqui no tópico também são humanos. Não tem como fugir disso, já que o domínio sobre o conhecimento linguístico superior está conosco. Mas de qualquer maneira não tem porquê fazer essas conclusões. Não há a nessecidade de se esgotar o tópico com isso. O melhor seria deixar em aberto, na minha opinião.  :?
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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