Tenho uma teoria sobre o antropocentrismo e sua larga aceitação, inclusive já falei sobre ela aqui no fórum:
Uma entidade qualquer que desenvolva consciência deve necessariamente encontrar motivos para achar-se superior, alguma forma de auto-ilusão defensiva, sob pena de não utilizar outros seres como ferramenta de sobrevivência se necessário ou de submeter-se a estes. Uma das características de um ser pensante é a capacidade de atribuir valores objetivos ou subjetivos a tudo, logo devendo atribuir um valor também a si mesmo, pesando quando o seu sacrifício vale mais do que por exemplo o sacrifício de um porco.
Logicamente, os seres que sobrevivem são aqueles que se dão uma maior importância em relação a todos os de outras espécies, mas que faz alguns sacrifícios em favor da própria, pois se por exemplo, acreditássemos que os animais fossem mais importantes e nos preocupássemos mais com o bem-estar deles do que com o nosso, correríamos um grande risco de não prosperar. Um subproduto interessante disto, devido a cognição humana, é justamente a faculdade de localizar e superestimar as áreas mais atraentes que demonstrem nossa superioridade, é claro, em detrimento de todas as outras, nada mais humano, e portanto antropocêntrico.
Qual a utilidade de definir-se como a espécie superior? Controle sem culpa e sem barreiras; no momento em que se é superior pode-se tudo com todos os que são inferiores, mesmo que se tenha um bom sentido ético e se declare responsável pelos inferiores, estes sempre serão utilizados de acordo com a vontade e principalmente necessidade de quem controla.