Não vejo por que. Os usuários podem ter a droga, até cultivar, não precisando mais comprar dos traficantes, mas não tem a estrutura industrial para aumentar o número de usuários.
Banzai, qual o seu problema contra empresas?
De modo geral, nenhum. Apenas aceito o fato de que o melhor para elas não é necessariamente o melhor para sociedade. Se o consumo de drogas, com sua parcela correspondente de abuso (talvez estando aí a principal fatia do mercado)é o seu negócio, o melhor para a empresa é aumentar o o consumo de drogas (e, colateralmente, o abuso), e isso não é o melhor para a sociedade.
Ao ter um monte de droga circulando pelo país, em escala industrial, pronta para ser obtida (roubada) e transportada de forma mais fácil.
Não, Banzai, Não.
Isso é roubo de carga. Com a legilização o tráfico acaba. Toubo de carga é outra coisa.
Por esse sentido estrito, nem o tráfico é um problema; o problema maior são os homicídios e outros crimes cometidos pelos traficantes. Se tudo que os traficantes fizesse fosse comprar a droga lá fora e trazer ilegalmente para cá e vender, praticamente não haveria problema algum, só sonegação.
Os números de guerra das mortes em decorrência do abuso com álcool não parecem estar sendo um problema significativo para os produtores por si só; só passou a ser um problema com a recente ameaça da proibição da publicidade, medida concebida para amenizar o problema que não estava diminuindo, contrariamente à hipótese de que o fato desses problemas não serem bons para as empresas já seria suficiente para reduzí-los a níveis não preocupantes.
Banzai, não está sendo para os produtores? Campanha de beba com moderação, financiando campanhas do estado sobre o perigo de beber antes de dirigir, outros produres como MacDonalds abalados com reportagens agora são obrigados a se preocupar com os efeitos de seu cardápio na dieta das pessoas, e colocar saladas, etc...
Vc está equivocado.
Essas campanhas são
imposições legais, tanto quanto sei, não algo que surgiu espontaneamente do mercado. E mesmo que tenha sido, está tendo efeito? Está realmente ajudando a combater os males do álcool, ou apenas servindo para as empresas poderem se colocar como responsáveis?
Nos EUA, aproximadamente 60% da população é obesa. Uma pesquisa descobriu que crianças preferem comer cenouras do MacDonalds à "cenouras genéricas" (e o MacDonalds não vende cenouras, eram cenouras com a embalagem do MacDonalds).
Drug addicts, though a minority of a minority among drug users, constitute the bulk of the drug problem due to the frequency of their misbehavior
...
Users with substance abuse disorders account for around 80 percent of the volume in the market for an addictive drug.
Isso, apesar de ajudar minha argumentação, está provavelmente errado.
Claro, se vai contra a sua opinião, deve estar errado, como a noção de que a indústria tem o poder de popularizar um protudo e tem nisso a medida do seu sucesso.
Se estivesse correto, é como falar que uma RECONHECIDA pequena minoria de usuários responde por 80% do consumo. Tem que ver a metodologia. Não bate com o observado.
Se for verdade, menos mal. Os viciados, que são poucos, vão consumir 80% do volume... basicamente uma questão de tratamento concentrado, da maneira como deveria ser realizado hoje, já que estas pessoas acabam sendo tratadas de alguma forma.
Então, se é tão simples, seria interessante que os impostos do álcool e cigarro financiassem essa solução da qual está falando quanto ao abuso dessas drogas, e isso então serviria de modelo para outras drogas, seria exemplo de como a industrialização do vício não é algo ruim para a sociedade, mas melhor.
Enquanto não for posto em prática com as drogas já industrializadas e comprovada sua viabilidade, e enquanto sabemos que o tráfico também representa graves problemas, a descriminalização sem industrialização me parece ser o meio termo que evita da melhor maneira os problemas dos dois extremos.
O que funciona? A situação do álcool não é exatamente a melhor possível, que se possa dizer estar "funcionando". Funciona para as empresas, mas o que é melhor para elas não é necessariamente o melhor para a sociedade.
Duas coisas: A situação do alcool está funcionando sim. Tem viciados, tem. Mas isso VAI TER. Se vc começar a sociedade hoje do zero, com uma bomba atomica, e os caras evoluirem do barbarismo de novo vão inventar alcool, drogas, jogos e prostituição de novo, e a minoria vai se viciar de novo. Então, a situação da bebida é a melhor POSSÏVEL. Porque está sob controle da LEI, que pode até utilizar o dinheiro deles para fazer campanha contra eles, além de subsidiar com altos impostos tratamento médico.
Sim, sempre haverão viciados, mas a industrialização, a produção em massa, permite que um maior número de pessoas seja viciado/abuse da droga, e não me parece argumentável que os impostos pagos pela indústria e comércio estejam realmente sendo suficientes para evitar as alarmantes proporções dos problemas decorrentes do abuso.
Bem, se você está dizendo, então está bem. A indústria não tem o poder de produzir e popularizar massivamente um produto ou bem de consumo, sendo essa a medida do seu sucesso. Indústria é uma outra coisa qualquer, não sei bem o que.
Full commercial legalization of cannabis, on the model now applied to alcohol, would vastly increase the cannabis-abuse problem by giving the marketing geniuses who have done such a fine job persuading children to smoke tobacco
Ja famos sobre isso. Premissa inválida. Falácia.
"Falácia" é um erro lógico, não só um argumento que você quer varrer para debaixo do tapete por não ter como refutar.
Não sei o que você está tanto repetindo que "funciona".
Banzai. Afirmação de que usuários pesados de maconha vão mal na escola, FUNCIONA para qualquer grupo de viciados em qualquer coisa. Troque maconha por alcool, videogame, sexo, religião, e vc vai ver que essa afirmação funciona para todas elas. Pense.
O ponto não era nem o caso de irem mal na escola - como disse, isso é, ainda um problema, está mais dentro da esfera dos problemas individuais (ainda que fosse melhor para a sociedade ter indivíduos mais produtivos), meio como a questão dos danos à saúde praticamente intrínsicos ao uso de drogas. Se afeta a você, mas não a outros, faça o que quiser.
O problema era que o grosso dos consumidores de maconha, sendo de baixa renda, não vai parar de comprar do tráfico se esse puder fornecer um preço mais barato, diferentemente da sua argumentação sobre o preço ser praticamente irrelevante. Nem isso, nem os escrúpulos pessoais vão impedir, porque eles sempre podem racionalizar o fato de financiarem um crime violento, lavando as mãos para isso, como você mesmo disse que faria.
Não vejo um papel significativo na fiscalização, impostos e etc. Não me parece que no caso das drogas lícitas, a arrecadação dos impostos estejam dando conta dos problemas causados à sociedade.
Cara, a arrecadação sob os remédios não pagam suplanta o custo dos tratamentos dos relativamente poucos viciados neles????? Sabe quanto as essas empresas pagam de impostos???
Não sei. Tem dados sobre isso? Ao menos parece que quanto ao álcool e ao cigarro, é diferente, talvez por diferentemente de remédios, a sua industrialização e comercialização visar a aplicação como entretenimento, não como medicação.
Talvez se as empresas tivessem uma obrigação maior do que atualmente tem. Meio como fornecer/financiar uma espécie de "garantia" ou "seguro". Em vez de pagarem os impostos como um produto qualquer (mas artificialmente elevados até com essa justificativa, se não me engano), e a partir de então estado assume, não haveriam esses impostos meio "adicionais" (só os "normais"), mas o estado passa a conta das questões de saúde (e outras) relacionadas.
Duvide-o-dó que aceitariam algo assim.
Não entendi-o-dó nada.
Os impostos sobre o cigarro, se não me engano, são cerca de 80% do preço de venda. Isso não é "normal", tem impostos elevados com o pretexto de financiar o saneamento dos problemas de saúde decorrentes. Só que isso é feito de maneira mais ou menos arbitrária, e depois disso, as empresas estão isentas da responsabilidade sobre o usuário. O estado já captou os recursos de acordo com a lei e é a função dele garantir a saúde.
Talvez fosse melhor que, os impostos para as drogas fossem "normais", como seriam para produção de qualquer outra coisa que não é uma droga, sem essa elevação da tarifa para a saúde, mas o estado "passasse a conta" dos problemas de saúde decorrentes do uso dessas drogas às empresas, cada uma contribuindo com esses "impostos inteligentes" de acordo com a sua fatia no mercado.
Quanto menos problemas à sociedade trouxer o uso de drogas, menos "impostos inteligentes" essas empresas teriam que pagar. Assim talvez houvesse maior preocupação com os critérios de venda, bem como os reparos causados pelo abuso seriam financiados custassem o quanto custassem, e não de acordo com o que o estado presumisse que fosse custar.
O problema é que também tenderia à elevação dos preços e a mercados ilegais, talvez a ponto de valer a pena serem violentos como o tráfico das drogas ilegais.
Se você não se importa com os meios pelos quais essa bebida foi trazida até você, seria um irresponsável e teria sua parcela na culpa no que quer que tivesse sido necessário para ter a sua bebida em mãos, tal como eu seria, por exemplo, do assassinato da sua mulher, se encomendasse para roubarem um carro do modelo que ela tem e me venderem mais barato que o preço de mercado.
Então diferimos aqui.
Vou ignorar o espantalho do roubar, pegar algo que não me pertence.
Espere aí. Como assim, o que compro "não me pertence"? Se eu pago por um carro a um terceiro que o vende, ele é meu, me pertence, e eu não estou fazendo nada de errado.
É complicado dar uma definição absoluta, mas sendo que a maior parte das pessoas não é usuária de drogas recreativas e não se vê prejudicada com isso, drogas são argumentavelmente prescindíveis.
Puta critéio.. A maioria usa é necessário. Não.
Necessário para mim é o que eu quero, com as justificativas pertinentes para mim.
E assim não justifica-se apenas qualquer crime que tiver que ser feito para o fornecimento de drogas, mas até coisas como assassinatos por um par de tênis de marca. Talvez não se ele for roubado, mas tudo bem se for contrabandeado e os mortos não forem os proprietários, mas pessoas que atrapalhassem o contrabando.
mod* Pense em plena lei seca nos EUA o cara que parou de tomar seu whiskie pelo período determinado, e depois vem o estado e fala: Ok, agora pode, sorry, errei. E o cara se restringiu.
Sim, e daí? O fato de uma ilegalidade ser idiota não muda o fato de enquanto estavam comprando bebida ilegal de assassinos, estavam conscientemente financiando esses outros crimes, não apenas adquirindo bebida inocentemente e sem causar danos à ninguém.
Os usos e costumes alteram as leis. Essa atuação em situações limítrofes é exatamente um dos fatores que faz com que as leis sejam revistas. Pense em diversos ganhos da sociedade civil (discriminação mulhres/negros, etc..) e vc verá uma ilegalidade que foi transformada em uma situação legal por causa da mudança dos usos e costumes.
Já fez o teste do politicometro? Muito carolismo. Vc permite restriçõe demais a liberdade, no meu ponto de vista.
Mas isso já está ficando bizarro. Do jeito que fala, parece que até considera o tráfico violento como algo que devesse ser legalizado, que querer acabar com ele crimes é uma restrição de liberdade injustificável... quando na verdade, o que você mesmo defendia é que contra isso, que aparentemente admitia ser errado, inaceitável, se tivesse a legalização. Mas agora fica parecendo que o cerne da sua defesa é que tudo é válido para obter qualquer coisa que se queira ter, até financiar qualquer tipo de crime.
E como deveria ter ficado evidente o tempo todo, na verdade eu defendo o máximo de liberdade individual na medida em que ela não interfira com as liberdades (ou segurança) dos outros. Tanto a liberdade de produção em massa das drogas como de financiar um tráfico violento são reconhecidamente danosas à liberdade/segurança das demais pessoas, de forma que considero justo que sejam coisas proibidas ou severamente reguladas, até consideravelmente menos que o uso de drogas em si, se feito de forma a não prejudicar a outros.