Amenemes
Agnóstico, não que você esteja agindo contra as regras, mas seu tom é bastante desrespeitoso. Certas acusações sobre preconceituoso, falásioso, etc etc, além de outros termos pejorativos em nada contribuem. De todas as suas supostas acusações eu não vi provas.
Ok, vou moderar o tom. Sobre as provas do que acho pre-conceito, é toda e qualquer post que associe o ato de utilizar droga a um defeito no caráter.
Para mim, se a pessoa é usuária não define seu caráter. Durante o curso da história, diversos critérios que enquadravam pessoas como criminosas cairam por terra, e dezenas de anos depois as mesmas pessoas seriam aceitas normalmente.
Então, por favor, esclareça a todos melhor a diferença, o que eu já tinha perguntado anteriormente. Quais bens e serviços que justificam assassinatos para obtê-los, e por que.
1- Nenhum bem e serviço justifica assassinatos.
2- Não é proibido ter um carro. O estado não está falando: Não tenha um carro. O cara que comprou um radio roubado porque quis, e não porque o estado mandou ele não comprar um radio. Situações completamente distintas.
3- Acho que aqui é ponto que realmente não concordamos. Já disse várias vezes e creio que não vou ser feliz agora.
Inicia-se uma sociedade hoje, em algum lugar, com seres humanos. Em quanto tempo vai existir:
A- Prostituição
B- Jogos
C- Vicios (alcool, tabaco, substancias alucinogenas vindo de frutas/plantas que são tratadas como drogas)
D- Religião
E- etc..
Isto é: No meu ponto de vista, essas questões são inerentes ao comportamento humano. São caracteristicas humanas. Ex:
Quantas pessoas apostam em jogos de azar com amigos em bares (truco, tranca, etc..)? Quantas pessoas utilizam drogas? O prefeito de SP fechou diversos bordeis (deve ser a maioria), apenas para jogar prostitutas na rua e aumentar a contratação através de sites, expondo-as a riscos maiores. A URSS, com toda o seu estado policial, conseguiu tirar a religião da URSS? Adiantou ela prender, quebrar, fechar... criminalizar as pessoas... A Igreja hortodoxa parou de existir? Os EUA acabaram com o Alcool ou com as drogas?
Então, vem o estado e proibe qualquer uma dessas questões que são, no final das contas, inerentes ao ser humano e acha que pode acabar com isso. Eu considero impossível. A experiencia de outros paises considera impossivel. E considero contraproducente. E a experiencia mostra isso.
Então, o estado toma uma decisão e a consequencia direta é o tráfico, já que certamente o ser humano não vai mudar o comportamento. Ser humano não uma pessoa específica, mas nós como espécie.
A proibição está fadada ao fracasso. E estamos gerando guerras e mortes, e sustentando um tráfico criminoso. E o consumo de drogas esta aumentando. E o consumo de cigarros, liberado nos EUA, caiu 40% em 20 anos, e estabilizou no Brasil mesmo sendo um pais em desenvolvimento (a maioria desses paises tem seu consumo aumentado)
Você está saindo do cerne da questão, e indo para outros aspectos apenas marginalmente relevantes. Há uma coisa chamada "medicina", que estuda a saúde do corpo humano, e de modo geral, o uso de drogas não é considerado saudável, isso é praticamente um consenso (não meu, mas da medicina).
Não quer dizer que não se possa fazer uso de qualquer droga sem se causar danos irreparáveis à saúde, de qualquer forma, mas não era isso que eu estava argumentando, e nem que o usuário não possa julgar ter qualquer outro ganho pessoal vindo do uso de drogas. Eu não neguei isso.
Ok, então não discutimos isso.
Obviamente. Uma pessoa que se apropria ilegalmente de um objeto qualquer só usa de violência porque o estado/sistema não lhe fornece/permite acesso a esse bem.
Isso não muda o fato de que na cadeia causal as pessoas que fazem uso da violência para obter o que querem estão muito mais próximas e diretamente relacionadas com as conseqüências dos próprios atos violentos que o estado ao não garantir o acesso ao que elas querem, e é isso que julgo ser o ponto principal aqui.
Se consideramos que as pessoas devem ser responsabilizadas por suas ações, não é o fato do estado/sistema não garantir o acesso a algo que queiram que justifica que se use a violência como meio para obtenção, ou que joga a responsabilidade dessa decisão individual para o estado/sistema e suas falhas.
Leia minha primeira resposta ao post.
Na verdade, não é que não tenha nada a conversar, na realidade não tem é como justificar o que defende senão por pesos e medidas diferentes e arbitrários, dependendo apenas do bem que se queira obter.
Não. Não tenho o que argumentar com uma opção: quer comprar drogas, vai para holanda.
Não, não esqueço não, e por alguns desses fatores que sou contra a produção em massa e venda liberada nos moldes das drogas lícitas, ainda que seja favorável à descriminalização.
Continuam sendo, de qualquer forma, fatores muito relevantes que o grosso do consumidor é de baixa renda e já julga que a qualidade oferecida pelo tráfico, tão baixo como possa ser, já é suficiente para ser aceitável, o que torna o fator de "melhor qualidade" da droga (que não existe sem algum custo) da produção industrial algo de importância questionável no papel da indústria em levar o tráfico à falência.
`
Se não esquece disso, esqueceu do que dissemos a respeito de proibir o marketing, da mesma forma que se faz com o cigarro, que falamos da queda no consumo de alguns paises, etc...
E desculpe, mas continuo achando que esse raciocinio não bate. Creio, e muitos dos gurus de marketing acham o mesmo, que a decisão de compra é uma conjunção de fatores.
Mas já conversamos sobre esses dois pontos diversas vezes.
Repetindo mais uma vez, eu não estou defendendo que o estado deve proibir o consumo de drogas.
E o estado regular sobre a produção e comercialização, de qualquer forma, não vai além do seu papel, a menos que você considerasse que álcool, cigarros, cocaína, crack, maconha, devessem ter sua venda permitida até a crianças e ter propagandas que fizessem uso de personagens infantis. Dentre as possibilidades de regulação, está a permissão do consumo e produção doméstica, e a proibição de industrialização e comercialização em massa.
Bom, a boa noticia é que concordamos sobre isso faz tempo.
A má: para mim, a empresa que quer produzir tem que ter CNPJ, pagar 13 a seus funcionarios, ferias. Ter um cadastro junto a prefeitura para ser fiscalizada, ter uma qualidade do produto possivelmente definido pelo inmetro (ou correlato), e ser proibida de fazer marketing.
No meu ponto de vista: Se fizer isso continuo com o tráfico (por não gerar diferenciais relevantes em relação a este), não ganho impostos, não tenho como autuar uma empresa que lesa os consumidores ou faz propaganda para crianças, por exemplo.
Acho que mantem o tráfico, cria um mercado de trabalho ilegal...
Mas Bucaroo, ja discutimos sobre isso 1000x
Sim eu admito isso, é justamente o meu ponto. Não podemos contar com a consciência das pessoas que acham válido financiar o tráfico assassino para obterem a droga que querem usar como recreação.
Bucaroo, ja discutimos isso tambem. Não posso contar com a consciencia de ninguem, tenho que contar com uma lei viavel.
No final, estamos discutindo o que? A moral dos usuários de droga? Esse é o nosso ponto de discordia?
Voce acha que eu consigo falar aqui: Cara, usuarios de drogas sao uns FDP porque fazem isso e sustentam o tráfico? Não, ja disse que conheço pais de familia, sei que tem surfistas que estudam, malham o fisico e eventualmente fumam e podem ter uma carreira brilhante caso não sejam pegos em uma coisa inocente dessas (nao as consequencias... o tráfico. Falo do baseado).
Então, o que estamos discutindo?
Não é um preconceito, é uma constatação. Eles financiam assassinos para obterem suas drogas recreativas. Você não tem como negar isso, só pode ficar tentando relativizar, e desviar a atenção do fato, mas ele nunca deixa de ser fato. É sim, o que as pessoas fazem, não é mesmo um sonho, mas também não é preconceito, é apenas um triste fato. As pessoas estão dispostas a pagar para que pessoas morram para obter suas drogas, e fazem isso conscientemente.
Bucaroo, este definitivamente não é meu ponto de vista.
Quando o alcool era proibido nos EUA, as pessoas não queriam que o Al Capone matasse e subornasse metade dos EUA, não importa que a consequencia seja exatamente essa. É injusto.
Vc consegue adimitir que:
1- Pessoas cordias, bons pais, participantes da comunidade dos EUA à época, tomavam sua bebida alcoolica?
2- Politicos famosos, etc..
3- Aquelas pessoas citadas pelo Donatello logo no inicio dos posts... eles querem que aconteça isso que vc diz?
Não é justo. Para sair do estigma das drogas. O usuario de alcool se sentia no direito de beber... é um comportamento humano... numeros existiam que provavam que a bebida fazia mal... e o tempo deu razão a quem desobedeceu e ficou claro que o estado errou.
Veja: Se nós dois admitimos que o tráfico é um problema, e que (corporativamente ou não) poderiamos estingui-los com a legalização, fica faltando apenas UM ATO do estado para acabar com essas mortes Bucaroo. Apenas o Estado. Vc tem que entender isso.
Mais uma vez, eu não estou defendendo a proibição das drogas, ou das putas. Apenas não considero que industrialização/comercialização em massa seja uma solução viável para o caso das drogas, acho que traz problemas desnecessários, e um meio termo evita os problemas de ambos os lados, sendo a saída mais satisfatória. O caso das putas teria que ser analisado separadamente.
O exemplo das putas é exatamente o mesmo Bucaroo. E é bom porque sai do estigma que foi criado sobre o assunto droga.
Putas ilegais iriam causar dor e morte. E eu iria defender os usuários e as putas contra o estado, e não aceitaria alguem falar que eu não tenho moral porque estou alimentando um comércio ilegal.
E uma coisa para pensar:
Familias são destruidas hoje por causa das putas? Se um cara gasta sua grana com elas e não da mais valor a sua familia, as putas são as culpadas? Qual o desequilibrio deste eventual pai de familia que o fez associar-se de maneira tão obsessiva com elas que não faria com que ele mesmo destruisse sua vida sem elas?
Bucaroo, respeito vc. Por mais que fique realmente de saco cheio porque realmente não concordo com esses tipos de julgamentos que enquadram e julgam pessoas por uma determinada preferencia, consumo, etc..
Mas realmente acho que não temos mais nada a conversar sobre esse assunto.
[ ]s