Juca, você está bem equivocado e realmente me parece que está acreditando em propagandas ufanistas.
Trabalhei com alguns povos do mundo e é impressionante a produtividade de um belga, americano ou um holandes, por exemplo.
Quando um brasileiro fala precisamos ir de A para B (sendo A uma situação atual e B uma proposta), ele normalmente não traça planos condizentes com a necessidade a ser alcançada. Em contrapartida, esses que citei extressam ao máximo todos os passos de A para B, normalmente de uma maneira que chega a ser irritante para nós, mas que vemos os benefícios apenas quando estamos percorrendo o caminho.
Agora veja que interessante: Como não planejamos muito, o caminho de A para B é meio que aleatório, e a essa capacidade de lidar com o não planejado, chamamos de "jeitinho brasileiro".
Já os "gringos" montam um planejamento MUITO forte e ficam putos quando o plano sai do traçado, pois entendem exatamente o impacto disso para a tarefa. Colocamos o nome desse apego ao plano realizado de "inflexibilidade gringa"
Mas os fatos estão aí: A maneira deles trabalharem É melhor do que a nossa, e sim É mais produtiva, e eu senti isso algumas vezes na pele, mas não precisa acreditar em mim, pois os resultados estão aí.
Note que isso tem pouca correlação com o indivíduo: Eu não me sinto inferiorizado em trabalhar com nenhum desses em relação ao meu conhecimento, à minha capacidade de síntese ou criatividade, mas a cultura do planejamento e da eficiência, não faz parte do que temos de melhor.
Bem, você talvez você seja a melhor pessoa para dizer isso aqui no fórum, com certeza.
Mas, como nos baseamos em testemunhos pessoais e em subjetividades, fica difícil traçarmos um parâmetro de produtividade, que para mim está mais atrelada a treinamento e educação, do que questões culturais, por isso citei os casos de multinacionais, em que conheço algumas, e tenho parentes e amigos trabalhando em nelas. Nas multinacionais, fica mais fácil traçarmos um parâmetro de eficiência entre países, mas mesmo assim ainda acho impreciso.
É evidente que o Brasil não é o um país tão produtivo quanto o Japão, e que questões culturais podem diferir nas relações de trabalho, não está ai a questão. O que vejo em debate aqui é, "nossa cultura é inferior à deles, e isso é que justifica nosso atraso?".
As relações de costumes, para mim, não são imperativo para o atraso sócio-econômico, ninguém me evidenciou até hoje que o fosse, e correlacionar um país mais atrasado, com outro mais adiantado e dizer que isso é uma prova, não diz absolutamente nada, porque temos entre as mais diferentes culturas e costumes, países mais e menos desenvolvidos, e essa correlação também existe entre as regiões dos mesmos países, e também entre as subregiões das regiões, entre cidades vizinhas e até entre bairros, o que mostra que diferenças culturais não é impedimento para o desenvolvimento.
Quanto ao ufanismo, eu continuo a achar o brasileiro de um modo geral como um trabalhador muito dedicado, mas pouco educado, que ai sim mora a grande diferença entre os que são ricos e os pobres.
E ainda quero que o DDV me mostre onde o México precisa do equivalente a 5 vezes, ou 2 que seja, dos investimentos produzidos no Japão, para que se torne uma economia tão próspera quanto aquela.