Eu gostaria de saber de você, com o que você concorda e com o que não concorda no texto???
Para ser franco, eu nunca entendi muito bem esse texto. Boa parte do motivo por que o tenho é para estudá-lo quando bater inspiração. Mas já percebi que a minha leitura do Budismo está mais para
Stephen Batchelor do que para Bhikkhu Bodhi (que aliás foi um forte crítico do livro de Batchelor).
Ainda assim, eu tenho boas referências sobre Bhikkhu Bodhi e tenho vontade de entender a perspectiva dele melhor. Provavelmente vou considerá-la um tanto crédula, mas isso não torna o exercício inútil.
Me fala aí, como é a sua religião.
Ateísta, agnóstica (de fato, considero a eventual existência de Deus irrelevante, e uma das questões mais supervalorizadas que conheço), humanista (na minha opinião a religião é uma criação exclusivamente humana e atende exclusivamente a necessidades dos seres sentientes), concreta (não se pode separar a religião dos atos cotidianos sem esvaziá-la).
Valoriza o ensinamento transmitido diretamente de pessoa a pessoa e não dá muita bola para escrituras de qualquer tipo (textos são textos e
nunca terão como fazer sombra a uma pessoa agindo com intenção e discernimento bem cuidados). De fato, eu considero que um bom religioso tem como obrigação
corrigir e completar as limitações de suas próprias doutrinas e principalmente de suas escrituras.
Entende que não temos livre-arbítrio (conceito que considero completamente artificial e contraditório), mas temos responsabilidades nascidas diretamente de nossa capacidade de discernimento e de ação (seja ela qual for).
Acredita em kamma (ação) e em renascimento, mas não no sentido de que "voltamos", nem propriamente de que "o que fazemos volta a nós". No meu entender
não existem realmente pessoas tão bem caracterizadas e estáveis a ponto de sequer serem realmente as mesmas entre o nascimento e a morte, que dirá "entre uma vida e outra". Nós não reencarnamos, mas nós
herdamos as consequências dos nossos próprios atos e escolhas, bem como as de muitas outras pessoas. Da mesma forma, nós
deixamos nosso próprio legado e não temos muita condição de escolher quem ou como será influenciado por ele. Por isso, porque tudo é tão interligado, nossa única verdadeira obrigação religiosa é evitar ser tolos se pudermos.