Lua, vamos lá, espero poder te ajudar. Você escreveu:
Pelo contrário, nós escolhemos nosso sistema ético e precisamos seguir leis sob pena de sermos expurgados do convívio social. Isso é ponto pacífico para mim. OK! Eu posso ser escravagista?
É complicado falar com você já que você não quota as minhas mensagens antes de comentar, mas vou fazer o esforço e tentar responder você.
Primeiro: eu disse a você que precisamos seguir leis. Quando digo isso, estou afirmando que existe um sistema legal superior à minha vontade, à sua vontade. Ou seja: eu e você precisamos segui-lo sob pena de sofrermos punições por descumpri-lo ou praticar fatos considerados como crime. No seu exemplo: você pode ser escravagista, embora vá tolerar olhares de repulsa do resto da sociedade e certamente será alvo de alguma ação por parte de um grupo que se sinta ofendido ou mesmo pelo MP. No entanto, sendo o ato de escravizar outrem um crime previsto em lei, voltamos ao que disse no começo: precisamos seguir leis sob pena de sermos expurgados do convívio social. Qual parte disso você não conseguiu compreender?
No entanto, o que achei problemático foi a postura de um suposto líder de uma entidade atéia proclamar que pessoas não-vegetarianas não são éticas. Posso sugerir para que você não fique falando sobre o Daniel, porque ele não cria leis. A ética está aí pra ser seguida. É crença pessoal dele que foi confundida com os ideais da ATEA? Não sei, mas quem não é vegetariano ou é amoral ou é antiético. Algumas opiniões pessoais devem ser vistas como simples opiniões pessoais e, se possível, evitadas quando se lidera um grupo cuja existência, em si, já é suficientemente polêmica. Eu posso ser um escravagista? Sexista?
Nunca disse que o Daniel cria leis. Afirmei que ele, enquanto líder de um grupo ateu, deve se abster de divulgar tendências pessoais quando elas são preconceituosas e excluem outras pessoas desse mesmo grupo. E o pior: como líder, há o risco de que seus posicionamentos pessoais sejam confundidos com ideais da ATEA - e foi o que houve, pelo visto.
Como dito antes: você pode ser o que quiser. A lei garante a liberdade de consciência mas ambos sabemos que exteriorizar determinados pensamentos pode gerar consequências no âmbito pessoal, patrimonial e criminal. Você quer se arriscar? Somos uma sociedade de hipócritas em que muitos pensam ou defendem correntes que são consideradas abjetas. Deixam de pensar dessa forma? Não, apenas não exteriorizam. Existem leis a serem cumpridas e a submeter nossas vontades e pensamentos. Nega isso?
Johnny... Não confunda o que digo: leia e vai entender que sigo sistemas éticos, pessoas precisam de sistemas éticos e valores. Quem não é vegetariano não é ético. Se você nega que as opiniões pessoais dele não influem na imagem que pessoas tem da entidade que ele lidera, então não temos porque discutir mais. Calma, calma, eu estou entendo as suas ideias, só não sei por quanto tempo vocês vão defender essas desinformações. Bem, nem sei porque estou discutindo as opiniões dele Eu sugeri isso desde o começo.
Como já dito zilhões de vezes: pouco me importa a opinião pessoal do Sottomaior, desde que ele se abstenha de divulga-la de forma que possa gerar uma imagem negativa para ateus. Como representante, é comum que suas idéias sejam confundidas com as do grupo que defende. Eu, como atéia, não quero mais um estereótipo associado à mim. Não sou vegetariana e dentro do sistema vegan, certamente sou considerada anti-ética por não seguir os ditames dessa filosofia. No entanto, não quer dizer que eu seja antiética: eu simplesmente não sigo o padrão de comportamento dos vegetarianos, por isso sou um ser antiético. Mas não me aflige: cristãos me acham antiética, conservadores anti-homossexuais me acham anti-ética; pró-vida me acham antiética. E?
Num universo de sistemas éticos, é natural que eu divirja de alguns ou muitos deles. Sendo assim, todos, em algum momento, são anti-éticos. E? Sem novidades até aqui...