Crec, crec (barulho de mãos estralando). Como faz tempo que não participo de debate...
Bom, vou resumida e grosseiramente explicar uma hipótese para a origem da vida, porque ao que parece, muuuuuuuuuuita gente por aqui não entende.
Terra, ~4 bilhões de anos atrás. Raios UV pra lá e pra cá, atmosfera principalmente composta de CO2/CH4 + N2/NH3 + H2O...
Como a maioria aqui deve saber, raios UV promovem reações químicas. Aliás, não é à toa que eles são cancerígenos. Junta molécula aqui, outra ali, tudo acaba sendo "lavado" pela chuva aos mares. E lá, continua reagindo.
Quando as moléculas reagem umas com as outras, algumas vezes surgem moléculas um pouco maiores. A maioria é besteira, mas é interessante que metano+dióxido de carbono resultam em formaldeído. Formaldeído, quando polimeriza, gera o que a gente chama de carboidratos. Como a ribose, por exemplo.
Ribose é mais ou menos reativa, fosfato tem às pencas na natureza, e enquanto isso, vão sendo formados uns compostos cretinos de nitrogênio, oxigênio, carbono e hidrogênio, chamados bases hidrogenadas. Não somente as quatro que a gente tem no corpo, mas pencas delas, sendo que a maioria foi pro passado-sem-fundo.
Ribose, fosfato, e umas bases se ligam. Até aí, nada demais. E esses grupinhos se ligam uns aos outros, formando cadeias. E vão sendo destruídos, por causa dos raios UV.
Alguns desses grupinhos têm a capacidade de mudar o ambiente à sua volta; funcionam como catalisadores, mas a maioria vai pro saco mesmo.
Até que um deles era um catalisador interessante, que juntando as bases espalhadas por aí, montava uma molécula igual à dele mesmo. Leia-se, uma molécula auto-replicante. Isso é vida? Sei lá, depende do que se chama de vida.
Gerando cópias de si mesma. Qualquer um que já estudou PG sabe que se uma molécula dá origem a duas, essas duas a quatro, essas 4 a 8 e por aí vai, você termina com um número gigantesco rapidinho.
Mas, seguindo Lavosier, essas moléculas não podem estar simplesmente se dividindo e continuando do mesmo tamanho, elas precisam estar obtendo átomos de alguma outra coisa.
Talvez, do fosfato+carboidratos+bases nitrogenadas que tavam boiando às pencas, devido às reações promovidas pelo UV? É o mais provável. Só que isso acaba mais hora, menos hora, certo? Se você pensar nessas moléculas auto-replicantes como sendo vivas, a comida acabou. Malthus puro e simples: vida cresce em PG, mas as reações que fornecem alimento continuam na mesma taxa (ou, talvez, aritmética).
Só que aí entra evolução: as cópias das moléculas não são sempre perfeitas.
Que, de boa, já tem trocentos tópicos pra falar dela, até uma área em específico. Procurem no Google ou aqui mesmo, no CC.
Ah, peço aos biólogos de plantão pra me avisar se falei besteira (viu Nina? rs).