Autor Tópico: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos  (Lida 43488 vezes)

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Offline Lua

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #375 Online: 17 de Março de 2009, 17:23:05 »

Dei uma lida no tópico e estou estarrecida com a opinião de algumas pessoas ao atribuirem a culpa pelo ocorrido à mãe da criança. Já lidei com um núcleo de crianças estupradas/molestadas e o fato de a maioria dos casos se dar com parentes ou pessoas mais próximas explica que a relação de confiança é o que evita que suspeitas sejam despertadas pelas outras pessoas da casa. Fui aluna de dois grandes mestres em Direito Penal e Medicina Legal e, segundo eles (que convivem diariamente com esse tipo de crime), nem sempre é possível para a mãe descobrir que algo errado se passa com sua filha.

O fato de que geralmente molestadores/estupradores são pessoas ligadas à vítima faz com que a situação de opressão e abuso perdure durante anos sem que outras pessoas da família venham a ter conhecimento do fato. Relação de confiança que implica em abusos psicológicos por parte do agressor, que via de regra obriga a vítima a não expor o que ocorre quando estão sozinhos. Vale lembra que a própria vítima acaba por se sentir culpada (já explanei o âmbito psicológico do abuso em outro tópico) e oculta o abuso por medo ou culpa.

Sinceramente, existem mães desleixadas, é fato. Mas afirmar que a falta de cuidado da mãe é a causa da maior parte dos abusos é desprezar os inúmeros fatores que contribuem para a ocorrência desse tipo de crime. Se fosse tão simples, estudantes e mestres em direito penal não recorreriam a dados psicológicos e históricos para construir o perfil dos 'abusadores' e nem estabeleceriam a confiança como a base da maior parte das relações em que o abuso é cometido. De resto, essa é uma realidade que já me deparei e que tenho amigos (advogados, psicólogos, médicos) que me transmitem o mesmo. Se toda culpa fosse da mãe, as coisas seriam mais simples e menos crianças seriam abusadas todos os dias.

Um abraço. :ok:
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Offline Kmile

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #376 Online: 17 de Março de 2009, 19:32:34 »
Azumi, JCatino, vocês não cansaram dessa discussão? Vamos discutir outra coisa mais produtiva? Por favor? :wink:

Façamos o seguinte: O JCatino não me chama mais de cristã. Eu não falo mais que tu não sabe conversar. Tu, JCatino, não briga mais comigo e com a Azumi e nós não brigamos mais contigo. Vamos descobrir algum assunto que ainda renda discussão.


PS: Azumi, tu é dez!  :arrow::ok:
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Offline Nina

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #377 Online: 17 de Março de 2009, 23:12:00 »

Dei uma lida no tópico e estou estarrecida com a opinião de algumas pessoas ao atribuirem a culpa pelo ocorrido à mãe da criança. Já lidei com um núcleo de crianças estupradas/molestadas e o fato de a maioria dos casos se dar com parentes ou pessoas mais próximas explica que a relação de confiança é o que evita que suspeitas sejam despertadas pelas outras pessoas da casa. Fui aluna de dois grandes mestres em Direito Penal e Medicina Legal e, segundo eles (que convivem diariamente com esse tipo de crime), nem sempre é possível para a mãe descobrir que algo errado se passa com sua filha.

O fato de que geralmente molestadores/estupradores são pessoas ligadas à vítima faz com que a situação de opressão e abuso perdure durante anos sem que outras pessoas da família venham a ter conhecimento do fato. Relação de confiança que implica em abusos psicológicos por parte do agressor, que via de regra obriga a vítima a não expor o que ocorre quando estão sozinhos. Vale lembra que a própria vítima acaba por se sentir culpada (já explanei o âmbito psicológico do abuso em outro tópico) e oculta o abuso por medo ou culpa.

Sinceramente, existem mães desleixadas, é fato. Mas afirmar que a falta de cuidado da mãe é a causa da maior parte dos abusos é desprezar os inúmeros fatores que contribuem para a ocorrência desse tipo de crime. Se fosse tão simples, estudantes e mestres em direito penal não recorreriam a dados psicológicos e históricos para construir o perfil dos 'abusadores' e nem estabeleceriam a confiança como a base da maior parte das relações em que o abuso é cometido. De resto, essa é uma realidade que já me deparei e que tenho amigos (advogados, psicólogos, médicos) que me transmitem o mesmo. Se toda culpa fosse da mãe, as coisas seriam mais simples e menos crianças seriam abusadas todos os dias.

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 :clapping:
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Offline Flavia

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #378 Online: 22 de Março de 2009, 17:57:20 »
Ser cético não é duvidar da existência de deus por falta de provas.
Às vezes as pessoas esquecem de aplicar o ceticismo em outras áreas, como a Nina já disse. Ou será que foi o Jaf ou o Catino?
Bom, foi alguém.  :P
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Offline Lua

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #379 Online: 22 de Março de 2009, 19:35:10 »

Concordo com você, Flavinha. :ok:
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Offline FZapp

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #380 Online: 23 de Março de 2009, 20:21:51 »
Sem querer desenterrar mortos, é o que acontece nas discussões políticas aqui: por algum motivo os mais céticos se recusam a aplicar o ceticismo na política também.  E assim caimos nos mesmos problemas, tópico através de tópico.
--
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Offline Zeichner

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #381 Online: 23 de Março de 2009, 21:57:12 »
Sem querer desenterrar mortos, é o que acontece nas discussões políticas aqui: por algum motivo os mais céticos se recusam a aplicar o ceticismo na política também.  E assim caimos nos mesmos problemas, tópico através de tópico.

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Offline A Mosca

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #382 Online: 23 de Março de 2009, 23:11:40 »
É como disse em outro tópico... De certo que não há nada de plausível em constatar o óbvio. Mas o que dirá em contestá-lo? É desespero.  :no:

E jamais fora dito que ela - a mãe - seria única e exclusivamente a culpada. Como sou do tipo que mata a cobra e mostra o pau, aqui vai a citação da minha primeira postagem, pertinente a questão da culpabilidade:

O que acho interessante, mesmo, é, diante de tamanha problemática, as pessoas não focalizarem na raiz do problema; nada é discutido no sentido de leis mais ríspidas, para os casos de crimes hediondos contra crianças, por exemplo. Tudo que se discute é uma forma de se ADMINISTRAR a problemática e também questões de responsabilidades.

Eu generalizo a culpa quanto para os adultos. Digo que de inocente, só as crianças, e que em minha opinião, a mãe tem a sua parcela de culpa, sim. Só não sei dizer ao certo a magnitude dessa culpa. Só digo que, no mínimo, ela foi falha.  :sim: 

« Última modificação: 23 de Março de 2009, 23:20:48 por Azumi »
Se alumia, então é lanterna...

Offline Lua

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #383 Online: 23 de Março de 2009, 23:30:06 »
O que acho interessante, mesmo, é, diante de tamanha problemática, as pessoas não focalizarem na raiz do problema; nada é discutido no sentido de leis mais ríspidas, para os casos de crimes hediondos contra crianças, por exemplo. Tudo que se discute é uma forma de se ADMINISTRAR a problemática e também questões de responsabilidades.

O estupro é crime hediondo em si mesmo,ou seja, pouco importa que tenha sido praticado contra crianças ou adultos. No caso dos menores de 14 anos, o CP é claro ao afirmar que o estupro é presumido mesmo que haja consentimento (existem variáveis a serem consideradas na hora de aplicar a punição, claro).

Responsabilidade estatal já existe, Azumi. O grande problema nos crimes como estupro, atentado violento ao pudor e suas variáveis com crianças é que as vítimas não se sentem à vontade para denunciar por inúmeras razões: quando crianças, predomina o medo e o sentimento de culpa; quando adultos, o sentimento de culpa e a vergonha.

Eu generalizo a culpa quanto para os adultos. Digo que de inocente, só as crianças, e que em minha opinião, a mãe tem a sua parcela de culpa, sim. Só não sei dizer ao certo, a magnitude dessa culpa. Só digo que no mínimo, ela foi falha.  :sim: 

Se culpa fosse algo generalizável, não existiriam excludentes de culpabilidade e de de ilicitude, minha cara. Existem inúmeras razões que fundamentam a idéia de culpa e o dolo é de suma importância para caracterizar um crime em sua acepção básica.

Nos crimes de índole sexual, é recorrente que as pessoas mais próximas não percebam que a criança ou adolescente está sendo vítima de algum tipo de abuso. É inegável que crianças e adolescentes ocultam o fato dos outros por se sentirem responsáveis pelo abuso e até mesmo pensarem que suas mães, parentes e amigos se portarão como algozes caso ela venha a contar o problema. Não sou eu que digo isso: é uma constatação de criminalistas, psicólogos e psicanalistas. A mente de alguém que sofre abuso desse tipo nem sempre é facilmente decifrável e nem sempre as mudanças de comportamento são facilmente notadas (quando ocorrem). Existem casos e casos e nem sempre as mães estão preparadas para notar quando os filhos sofrem algum tipo de abuso - ah, e isso é ainda mais grave nas classes mais baixas, em que a preocupação central nem sempre se volta para alterações repentinas do comportamento das crianças.

Cara Azumi, vou te falar como alguém que já experimentou sofrer investidas por parte de outras pessoas e que se viu encurralada, sozinha e se sentindo culpada pelo comportamento dos outros. Minha mãe? Nunca notaria porque não tive coragem de contar e tentei manter meu comportamento dentro dos padrões normais. E felizmente, nunca cheguei a sofrer abuso físico, embora isso só não tenha ocorrido porque eu ameacei contar a meus pais. Será que foi culpa de minha mãe? Ah, conheço pessoas que chegaram a ser vítimas de fato desse tipo de abuso e as mães nunca descobriram... E são as melhores mães que se pode encontrar por aí... Generalizar é fácil, mas atentar para a realidade é ainda melhor. :)
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Offline Nina

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #384 Online: 23 de Março de 2009, 23:58:48 »
Lua, parabéns pela sua lucidez!

:flor:
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Offline A Mosca

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #385 Online: 24 de Março de 2009, 01:25:24 »
O que acho interessante, mesmo, é, diante de tamanha problemática, as pessoas não focalizarem na raiz do problema; nada é discutido no sentido de leis mais ríspidas, para os casos de crimes hediondos contra crianças, por exemplo. Tudo que se discute é uma forma de se ADMINISTRAR a problemática e também questões de responsabilidades.

O estupro é crime hediondo em si mesmo,ou seja, pouco importa que tenha sido praticado contra crianças ou adultos. No caso dos menores de 14 anos, o CP é claro ao afirmar que o estupro é presumido mesmo que haja consentimento (existem variáveis a serem consideradas na hora de aplicar a punição, claro).

Responsabilidade estatal já existe, Azumi. O grande problema nos crimes como estupro, atentado violento ao pudor e suas variáveis com crianças é que as vítimas não se sentem à vontade para denunciar por inúmeras razões: quando crianças, predomina o medo e o sentimento de culpa; quando adultos, o sentimento de culpa e a vergonha.

Eu generalizo a culpa quanto para os adultos. Digo que de inocente, só as crianças, e que em minha opinião, a mãe tem a sua parcela de culpa, sim. Só não sei dizer ao certo, a magnitude dessa culpa. Só digo que no mínimo, ela foi falha.  :sim: 

Se culpa fosse algo generalizável, não existiriam excludentes de culpabilidade e de de ilicitude, minha cara. Existem inúmeras razões que fundamentam a idéia de culpa e o dolo é de suma importância para caracterizar um crime em sua acepção básica.

Nos crimes de índole sexual, é recorrente que as pessoas mais próximas não percebam que a criança ou adolescente está sendo vítima de algum tipo de abuso. É inegável que crianças e adolescentes ocultam o fato dos outros por se sentirem responsáveis pelo abuso e até mesmo pensarem que suas mães, parentes e amigos se portarão como algozes caso ela venha a contar o problema. Não sou eu que digo isso: é uma constatação de criminalistas, psicólogos e psicanalistas. A mente de alguém que sofre abuso desse tipo nem sempre é facilmente decifrável e nem sempre as mudanças de comportamento são facilmente notadas (quando ocorrem). Existem casos e casos e nem sempre as mães estão preparadas para notar quando os filhos sofrem algum tipo de abuso - ah, e isso é ainda mais grave nas classes mais baixas, em que a preocupação central nem sempre se volta para alterações repentinas do comportamento das crianças.

Cara Azumi, vou te falar como alguém que já experimentou sofrer investidas por parte de outras pessoas e que se viu encurralada, sozinha e se sentindo culpada pelo comportamento dos outros. Minha mãe? Nunca notaria porque não tive coragem de contar e tentei manter meu comportamento dentro dos padrões normais. E felizmente, nunca cheguei a sofrer abuso físico, embora isso só não tenha ocorrido porque eu ameacei contar a meus pais. Será que foi culpa de minha mãe? Ah, conheço pessoas que chegaram a ser vítimas de fato desse tipo de abuso e as mães nunca descobriram... E são as melhores mães que se pode encontrar por aí... Generalizar é fácil, mas atentar para a realidade é ainda melhor. :)

Lua,

Não consigo compreender como pode tratar de igual a questão da gravidade do estupro, em relação a ser contra a criança ou contra o adulto. Como pode dizer que pouco importa contra quem seja? Não só o estupro. Mas o abuso contra crianças, como um todo, gera conseqüências devastadoras para vida desta, vide a falta de suporte psicológico para superar tamanho dolo. A figura da criança deveria ser preservada, sempre... A lei deveria ser aplicada com maior vigor nesses casos. O adulto possui potencial físico e psicológico suficiente para se defender e até para superar o possível trauma. Agora a criança, ela é absolutamente indefesa e frágil. Você diz que existe a responsabilidade estatal. Claro que existe. Mas será que colocada em prática, ela é satisfatória? O que vejo, é um país que contempla a prostituição infantil, esse é o nosso Brasil. Um país no qual um certo político defere em frase do tipo: "Estupre. Mas não mate." E esse não é punido, nem mesmo pelo povo. Um país dominado pelas redes de prostituição, quais quase sempre encontramos parlamentares e empresários envolvidos de alguma forma, ás vezes até juristas. Por favor, não vejo o que discutir quanto a maleabilidade dos que fazem as leis, para com os crimes hediondos contra a criança. A única medida que se aplica com rigor sobre esses criminosos, é a do presídio e das ruas, que talvez não sejam corretas para a vista da justiça jurídica, e não são mesmo. Áaaaa! Mas é bem mais justa.

Como disse em uma das minhas postagens anteriores: “o problema é que muita gente vive a ilusão de “NeverLand”. 

A própria mãe da criança diz: "NUNCA ter desconfiado. Que confiava “DEMAIS” no sujeito." (Isso nas palavras dela).

 No entanto, ela saía de casa para trabalhar e deixava as duas filhas - a mais velha com necessidades especiais -, com o padrasto, um sujeito de 23 anos de idade, que ela mal conhecia e que passava o dia inteiro em casa, com as meninas. A violência era praticada com bastante frequência, isso num período de 3 longos anos. Era, no mínimo, sugestivo que ela tivesse o cuidado de sondar. Mas, então, a justificativa que me apresentam é que, comumente, em casos semelhantes, a maioria das mães não cogitam essa possibilidade. Francamente, vê se isso é justificativa? O que faltava para que ela se preocupasse um pouco mais, para com a segurança de suas filhas? Que a filha de 9 anos aparecesse grávida? Agora é tarde. As crianças sofrerão a pena pela irresponsabilidade da mãe, pelo resto da vida, que, muito provavelmente, se a mãe não tivesse colocado sua paixonite aguda acima do amor pelas filhas, talvez elas não tivessem de sofrê-la.   

Eu não generalizo quanto para as mães, especificamente. Eu defendo a criança, responsabilizando os adultos, num geral. É bem diferente. Em se tratando de mãe, eu julgo esta desse caso específico. Ela foi no mínimo falha, desleixada. Isso levando em consideração algumas das peculiaridades do caso, essas, já por diversas vezes citadas aqui no tópico. 

E ser mãe despreparada, não é e nem nunca foi justificativa. Levando-se em consideração a natureza da ferramenta fórum de discussão, vide que não temos como aplicar o método científico, aqui, desenvolvi uma abordagem antrompofilosófica, justamente para justificar a minha coclusão que: a despeito de todas as inovações, decorrentes da sociedade moderna e pós-moderna, as funções naturais, biopsicológicas, de mãe, não mudaram absolutamente nada.

Detalhe: Você disse haver pessoas, aqui, atribuindo como a mãe sendo a única e exclusiva culpada. Mas não deu nome aos bois e nem apontou onde que é referido de tal forma. Fato.

Abraço.

Azumi. 
« Última modificação: 24 de Março de 2009, 07:14:25 por Azumi »
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Offline Lua

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #386 Online: 24 de Março de 2009, 10:34:01 »
Não consigo compreender como pode tratar de igual a questão da gravidade do estupro, em relação a ser contra a criança ou contra o adulto. Como pode dizer que pouco importa contra quem seja? Não só o estupro. Mas o abuso contra crianças, como um todo, gera conseqüências devastadoras para vida desta, vide a falta de suporte psicológico para superar tamanho dolo. A figura da criança deveria ser preservada, sempre... A lei deveria ser aplicada com maior vigor nesses casos. O adulto possui potencial físico e psicológico suficiente para se defender e até para superar o possível trauma. Agora a criança, ela é absolutamente indefesa e frágil. Você diz que existe a responsabilidade estatal. Claro que existe. Mas será que colocada em prática, ela é satisfatória? O que vejo, é um país que contempla a prostituição infantil, esse é o nosso Brasil. Um país no qual um certo político defere em frase do tipo: "Estupre. Mas não mate." E esse não é punido, nem mesmo pelo povo. Um país dominado pelas redes de prostituição, quais quase sempre encontramos parlamentares e empresários envolvidos de alguma forma, ás vezes até juristas. Por favor, não vejo o que discutir quanto a maleabilidade dos que fazem as leis, para com os crimes hediondos contra a criança. A única medida que se aplica com rigor sobre esses criminosos, é a do presídio e das ruas, que talvez não sejam corretas para a vista da justiça jurídica, e não são mesmo. Áaaaa! Mas é bem mais justa.

Azumi, em algum momento eu afirmei que o estupro de crianças é similar ao estupro de adultos? Você notou que eu afirmei que a conduta é criminalizada em ambos os casos? Se não, releia o que eu disse e não me atribua palavras. A criança e o adolescente são protegidas pelo Estado em caráter integral, para isso existe o Estatuto da Criança e do Adolescente. Aliás, quando eu mencionei que o Código Penal considera como estupro o ato sexual praticado contra menor de 14 anos (ainda que consentido), eu quis mostrar que a lei estabelece esse tipo de crime como qualificado, ou seja, uma forma mais grave do que quando praticado contra adulto. Agora fui clara? Ah, vale lembrar que o fato do crime ter sido praticado pelo padrasto também é causa de aumento de pena.

Traduzindo: não o estupro em sua forma simples, mas um crime qualificado (agravado) com causa de aumento de pena. Isso para você é tratar da mesma forma crianças e adultos? Se é, recomendo que dê uma lida no capítulo que trata dos crimes contra os costumes no Código Penal. Assim sua dúvida vai ser dirimida e até extinta.

A problemática da prostituição infantil existe em todos o estados, assim como outros tipos de crime existem. O fato de existir lei que tipifique esse tipo de conduta apenas mostra o quanto nossas estruturas morais são frágeis e carecem de sanção para que possamos agir como pessoas civilizadas e não monstros. Novamente: espero que tenha ficado claro pra você que o estupro de uma garota de 9 anos é punido com mais rigor que o de um adulto. E não sou eu quem digo isso: é a lei penal, a lei da criança e do adolescente, a Constituição Federal que determina que crianças e adolescentes são protegidas por se encontrarem em condição peculiar de desenvolvimento.

Citar
Como disse em uma das minhas postagens anteriores: “o problema é que muita gente vive a ilusão de “NeverLand”.

A própria mãe da criança diz: "NUNCA ter desconfiado. Que confiava “DEMAIS” no sujeito." (Isso nas palavras dela).

 No entanto, ela saía de casa para trabalhar e deixava as duas filhas - a mais velha com necessidades especiais -, com o padrasto, um sujeito de 23 anos de idade, que ela mal conhecia e que passava o dia inteiro em casa, com as meninas. A violência era praticada com bastante frequência, isso num período de 3 longos anos. Era, no mínimo, sugestivo que ela tivesse o cuidado de sondar. Mas, então, a justificativa que me apresentam é que, comumente, em casos semelhantes, a maioria das mães não cogitam essa possibilidade. Francamente, vê se isso é justificativa? O que faltava para que ela se preocupasse um pouco mais, para com a segurança de suas filhas? Que a filha de 9 anos aparecesse grávida? Agora é tarde. As crianças sofrerão a pena pela irresponsabilidade da mãe, pelo resto da vida, que, muito provavelmente, se a mãe não tivesse colocado sua paixonite aguda acima do amor pelas filhas, talvez elas não tivessem de sofrê-la.   

Eu não generalizo quanto para as mães, especificamente. Eu defendo a criança, responsabilizando os adultos, num geral. É bem diferente. Em se tratando de mãe, eu julgo esta desse caso específico. Ela foi no mínimo falha, desleixada. Isso levando em consideração algumas das peculiaridades do caso, essas, já por diversas vezes citadas aqui no tópico.

Verdade, muita gente vive a ilusão de "Neverland", Azumi. Muita gente acredita que famílias pobres via de regra são atentas ao comportamento dos filhos e não enxergam distúrbios comportamentais como 'frescuras' ou 'bobagem'. O que você parece desconsiderar é a forma como a vítima se porta - aliás, essa forma já foi estudada abundantemente e restou claro que a vítima geralmente não demonstra sofrer abuso, sofre calada e tenta ocultar de todos um crime que ela assume como culpa sua. Existem casos em que a mãe é conivente, existem casos em que ela simplesmente se cala por inúmeras razões. E existem os casos em que ela simplesmente não tinha conhecimento do fato porque sua filha/enteada/sobrinha/etc se portava dentro dos padrões considerados normais.

Sabe o que é engraçado? Você criou um cenário em que a mãe, irresponsável, se apaixona por um homem mais novo e por conta disso esquece das filhas. Eu não lembro de ter lido nada similar nas matérias que trataram do caso. Sim, essa é uma possibilidade, mas não a veiculada. É fruto da sua imaginação, não? Só porque o padrasto era mais novo a mãe tornou-se condenável (aliás, até li isso por aqui), irresponsável? Eu tento me ater ao estudo do comportamento das vítimas para chegar à uma conclusão a respeito da culpabilidade. Sim, existem casos em que padrastos estupram suas enteadas, mas não é a regra, Azumi. E também não é regra que as mães sejam desleixadas e não olhem para suas filhas somente por estarem apaixonadas, deslumbradas. Ao contrário de você, eu aprendi a não generalizar.

Citar
E ser mãe despreparada, não é e nem nunca foi justificativa. Levando-se em consideração a natureza da ferramenta fórum de discussão, vide que não temos como aplicar o método científico, aqui, desenvolvi uma abordagem antrompofilosófica, justamente para justificar a minha coclusão que: a despeito de todas as inovações, decorrentes da sociedade moderna e pós-moderna, as funções naturais, biopsicológicas, de mãe, não mudaram absolutamente nada.

Detalhe: Você disse haver pessoas, aqui, atribuindo como a mãe sendo a única e exclusiva culpada. Mas não deu nome aos bois e nem apontou onde que é referido de tal forma. Fato.

Hum... Abordagem antropofilosófica? Eu estou utilizando uma abordagem psico-criminológica, ou seja, estou me pautando na história da culpabilidade no caso dos crimes de abuso cometidos contra crianças. Ah, e essa história de função natural da mãe ainda existe? Eu penso nela como algo, a certo modo, cultural. Porque? Simples, porque existem mulheres que são incapazes de se portarem como mães ou terem qualquer tipo de apego a seus filhos. Você nega que elas existem e também generaliza que todas as mães tem a função natural de serem mães? Eu simplesmente discordo.

Azumi, eu li o tópico inteiro e vi pessoas atribuindo a culpa pelo ocorrido à mãe. Não sou do tipo que sai pelos tópicos em busca de justificativas para algo que ficou claro não apenas para mim, mas para outros foristas. Aliás, nossa discussão gira justamente em torno da culpabilidade da mãe, não? Não vi você apontar que a vítima pode ocultar seu sofrimento por medo, vergonha, culpa; não vi você considerar que o padrasto poderia ter se portado como um excelente pai para as duas meninas (sim, isso existe e em muitos casos de abuso é justamente o bom pai/padrasto que abusa das crianças); não vi você considerar quaisquer outras variáveis comportamentais que apontem quem é o real culpado na história.

Abraço.

"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Lua

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #387 Online: 24 de Março de 2009, 10:40:27 »
Sem querer desenterrar mortos, é o que acontece nas discussões políticas aqui: por algum motivo os mais céticos se recusam a aplicar o ceticismo na política também.  E assim caimos nos mesmos problemas, tópico através de tópico.

Concordo contigo, Catino. :flor:

Lua, parabéns pela sua lucidez!

:flor:

 :vergonha: Valeu, Nina...

:flor:
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Offline Nina

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #388 Online: 24 de Março de 2009, 13:01:50 »
:ok:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Flavia

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #389 Online: 24 de Março de 2009, 18:38:36 »
No entanto, ela saía de casa para trabalhar e deixava as duas filhas - a mais velha com necessidades especiais -, com o padrasto, um sujeito de 23 anos de idade, que ela mal conhecia e que passava o dia inteiro em casa, com as meninas. A violência era praticada com bastante frequência, isso num período de 3 longos anos. Era, no mínimo, sugestivo que ela tivesse o cuidado de sondar. Mas, então, a justificativa que me apresentam é que, comumente, em casos semelhantes, a maioria das mães não cogitam essa possibilidade. Francamente, vê se isso é justificativa? O que faltava para que ela se preocupasse um pouco mais, para com a segurança de suas filhas? Que a filha de 9 anos aparecesse grávida? Agora é tarde. As crianças sofrerão a pena pela irresponsabilidade da mãe, pelo resto da vida, que, muito provavelmente, se a mãe não tivesse colocado sua paixonite aguda acima do amor pelas filhas, talvez elas não tivessem de sofrê-la.   


Hmmm...Achismos não provam nada. Se você tiver alguma entrevista, depoimento ou declaração onde eu possa encontrar todas as informações desse seu post, agradeço. E "informações" significa: cotidiano da casa, que pelo visto, você deve conhecer ou achar que conhece muito bem.
Se puder, me indique que tipo de estudos sobre quais aspectos podem levar às suas conclusões, se não estiver apenas conjecturando em cima de informações soltas.  :ok:

Abordagem antropofilosófica? Bom, não sou especialista nessa área.
E também não devo ser a única indignada com sua posição nesse tópico, portanto, você faria um bem enorme ao Fórum CC se pudesse nos ajudar a entender seu ponto de vista com ceticismo, caso ele possa se incluir na tal "abordagem antropofilosófica". Seria legal da sua parte explicar como foi que você chegou às tais conclusões e com que tipo de leitura e processo de estudo.
Valeu!
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Offline A Mosca

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #390 Online: 24 de Março de 2009, 21:18:08 »
A Flavia, não pode está falando sério... É mesmo uma brincalhona. Tenho um cadernão do meu curso, aqui, mas, infelizmente, não dá para te enviar, Flavia. Mas procura, que tu achas alguma coisa sobre, tá?

Fonte: http://www.jornallivre.com.br/168982/o-que-e-antropologia-filosofica.html

A antropologia filosófica é a antropologia encarada metafisicamente; é antes aquela parte da filosofia que investiga a estrutura essencial do homem; contudo, este ocupa o centro da especulação filosófica, na medida em que tudo se deduz a partir dele, na medida em que ele torna acessíveis as realidades, que o transcendem, nos modos de seu existir relacionados com essas realidades. Ou seja, a antropologia filosófica é uma antropologia da essência e não das características humanas. Ela se distingue da antropologia mítica, poética, teológica, e científico natural ou evolucionista por dar uma interpretação basicamente ontológica do homem. É também uma disciplina filosófica ou movimento filosófico que tem relações com as intenções e os trabalhos de Scheler, mas não está unido ao conteúdo específico desse autor. A reflexão sobre nós próprios, reflexão sempre renovada que o homem faz para chegar a compreender-se” Bernar Groethuysen Explicação conceitual da idéia do homem a partir da concepção que este tem de si mesmo em determinada fase de sua existência. Landsberg Índice * 1 Objeto de estudo * 2 Método de estudo * 3 Origem * 4 Objetivo * 5 Teses * 6 Problematização * 7 Principal filósofo * 8 Evolução do pensamento do homem através dos séculos Objeto de estudo Concentra-se no estudo das estruturas fundamentais do homem. Converte-se numa ontologia, na medida em que nos conduz à questão do significado do “Ser”.

O homem torna-se para si mesmo o tema de toda a especulação filosófica: interessa estudar o homem e estudar tudo o mais apenas em relação a ele. O que é mais significativo é o conhecimento do homem, e não o de nós próprios enquanto individualidade. Estuda, também, o caráter biopsicológico do homem, verifica o que o homem faz com suas disposições bioquímicas dentro de seu ambiente biológico que possa diferenciá-lo de outros animais. Método de estudo Reflexão sobre a vida, a religião e a reflexão filosófica que parte do principio do cogito. A introspecção se revela como absolutamente necessária como fundamento e ponto de partida de qualquer outro recurso de natureza metodológica. Segundo Groethuysen, ela, de fato, constitui a base da antropologia filosófica. De acordo com Landsberg, a antropologia filosófica faz uso dos dados proporcionados pelas outras formas de antropologia, por exemplo, os fornecidos pela “antropologia das características humanas”, ou seja, dados proporcionados pela biologia, pela sociologia, pela psicologia, pela etnografia, pela arqueologia e pela história, mas interpreta esses dados à sua maneira, e procura unificá-los numa teoria abrangente. Origem O pensamento antropológico filosófico teve início quando o homem se sentiu jogado sobre si mesmo e (em oposição ao idealismo), precisamente sobre a concreticidade pessoal e histórica de sua vida que antecede e ultrapassa todo e qualquer conceito. O nome “Antropologia filosófica” é relativamente recente. Difundiu-se sobretudo a partir dos trabalhos de Scheler, que considera a antropologia filosófica a ponte estendida entre as ciências positivas e a metafísica. Objetivo Mostrar exatamente como a estrutura fundamental do ser humano, estendida na forma pela qual a descrevemos brevemente (espírito; homem), “explica todos os monopólios, todas as funções e obras específicas do homem: linguagem, consciência moral, as ferramentas, as armas, as idéias de justiça e de injustiça, o Estado, a administração, as funções representativas das artes, o mito, a religião e a ciência, a historicidade e a sociabilidade, a fim de ver se há algo nessas atividades, bem como em seus resultados, que seja especificamente humano. Seu objetivo é colocar no centro de sua reflexão a questão: que é o ser humano? Como problema, ela tem seus primórdios mais fecundos nos debates de Sócrates e dos Sofistas. Immanuel Kant definiu a antropologia como ‘a’ questão filosófica por excelência, uma vez que a filosofia enquanto tal tomaria ao seu encargo quatro grandes problemáticas: a metafísica, a ética, a religião e a antropologia, considerando que todas a três primeiras não seriam senão partes da última, pois todas elas remetem, em última análise, ao problema do humano. Teses Reconhecimento de uma grande continuidade entre o reino animal – em particular dos vertebrados superiores – e o reino humano, por um lado, e a afirmação de que as instituições humanas e a fabricação e uso de instrumentos são em princípios independentes de – no sentido de não ser exigidos por – necessidades biológicas (com opiniões intermediárias entre esses extremos, como a de que a institucionalização e a “instrumentalização” são propriedades ou caracteres emergentes, que têm uma base biológica, mas não são redutíveis a ela. Problematização Problemas de caráter metafísico e moral. Coloca o problema do homem no próprio homem, questiona o lugar ocupado pela função racional do homem em comparação com outras funções. Kant propôs quatro problemas filosóficos: “O que posso conhecer?” “O que devo fazer?” “A que posso aspirar?” “O que é o homem?” Principal filósofo Max Scheler (pioneiro).

As questões relativas à natureza da história e a seu sentido emergem da reflexão referente à conduta humana e ao seu valor moral, à essência espiritual do homem, à experiência humana da realidade e à evolução do espírito nesta relação, ao conhecimento e às formas de saber, assim como às relações do homem com Deus. Seu pensamento está vinculado à sua concepção da essência espiritual do homem e à sua teoria da religião. A produção filosófica de Scheler é dividida em três períodos 1º período: pré-fenomenológico: escritos produzidos a partir de 1899 e vai até o ano de 1905. 2º Período: fenomenológico: Obras produzidas de 1906 até 1920, sendo considerado como primeira fase de maturidade do filósofo. 3º período: período que vai de 1921 até 1928, ano em que Scheler faleceu, interrompendo-se, bruscamente, a fase de maturidade do pensador. Este período inclui uma etapa de transição, centrada na temática da antropologia e metafísica que, marca predominantemente o período. A fundamentação da ética, a conduta moral e a espiritualidade humana constituem o âmbito em que se move, primordialmente, a reflexão scheleriana dos dois primeiros períodos. No terceiro período, a posição que, nos primeiros períodos do pensamento do autor, ocupava a religião, passa a ser ocupada pela metafísica. A "esfera" do ser Absoluto, enquanto integrante da própria essência do homem, permanece intocada Ainda que haja mudado sua concepção sobre os actos e sobre os conteúdos materiais que a compõem, a esfera do ser Absoluto permanece como constitutiva da própria essência do homem. O conhecimento metafísico do absoluto deve passar, segundo Scheler, pela antropologia filosófica, ou seja, pelo conhecimento essencial do homem, já que não se pode esperar que, partindo do mundo objectivo, se consiga obter qualquer determinação do absoluto.

A metafísica, enquanto conhecimento da natureza do ser absoluto a partir da essência do homem, não é cosmologia, nem metafísica do objeto, é uma metafísica do ato e meta-antropologia. Somente a partir do homem, enquanto sujeito de atos, que se torna acessível à verdadeira natureza do princípio de todas as coisas. O engajamento ativo do homem na divindade possibilita o conhecimento dos dois atributos do fundamento de todas as coisas: o espírito infinito (de que procede a estrutura essencial do mundo e do homem) e o impulso irracional (origem da existência e do ser contingente).

* Principal obra A Posição do Homem no Cosmos – Max Scheler Evolução do pensamento: Schelling filosofia da vida – Nietzsche, Helmut Plessner, Arnold Gehlen Filosofia da cultura – Ernst Cassirer Fenomenologia Scheller (formula de modo explícito o tema antropológico como tal Filosofia da Existência - Evolução do pensamento do homem através dos séculos * Antiguidade: a Antiguidade centrava-se em torno do “cosmos” ou da natureza em si estática e encarava o homem em conexão com ela.

* Idade Média: o homem era membro da “ordem” emanada de Deus. * Idade Moderna: firma o homem sobre si mesmo, mas predominantemente como “sujeito” ou razão, de sorte que esta, como sujeito transcendental ou razão universal panteísticamente absoluta, acabou por subjugar e volatilizar o homem, convertendo-o em momento fugaz do curso evolutivo do absoluto.

* Pensamento contemporâneo: o homem tomou consciência da inanidade de tais construções e verificou haver perdido tudo, incluindo a própria personalidade e que principalmente, depois de haver sacrificado a vida do conceito abstrato ilusório, se encontrava agora perante o nada.

Referências * BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia - São Paulo: Editora Herder, 1962 * MORA, J. Ferrater. Dicionário de filosofia – tomo I (A-D) - São Paulo: Editora Ariel SA, 1994 * FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 1ª ed. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro * PRIETO, Silvia T.H. A natureza e o sentido da história em Max Scheler. Tese de Doutorado. PUC. Porto Alegre. 1991 Editado por Waldman Re-editado por CS



Alguns Links:


http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/nota.asp?materia=20090305173229&assunto=70&onde=VidaUrbana

http://www.safernet.org.br/site/noticias/falta-estrutura-para-apurar-crimes-contra-crian%C3%A7

http://www.youtube.com/results?search_type=&search_query=Antrofilos%C3%B3fico&aq=f




Quer mais? Pesquisa, oras. Quem quer muito, traz de casa.


Ué, Lua, acho justíssimo que se valha do conhecimento e linguagem da sua área de estudo ou trabalho. Agora, você me pede para que não coloque palavras? As palavras estão lá, você diz que pouco importa se o estupro é contra uma criança ou um adulto. Isso só demonstra a tênue diferenciação e a insignificância dos agravantes, aqui levados em consideração por você. Há uma maleabilidade para com os crimes contra a criança. A legislação brasileira é falha e, por muitas vezes, favorece a bandidagem, não é de hoje que se sabe disso.

Se alguém colocou palavras e intentos, aqui, foram vocês. Nunca afirmei que a culpa absoluta fosse da mãe, e nem a julguei por ser mulher de um homem mais jovem. Isso não é verdade. Digo que não é coerente deixar duas filhas sozinhas com um homem, todos os dias que saia para trabalhar. Ainda mais um garotão de 23 anos de idade; um homem dessa idade, tem de está na rua, à procura de trabalho, de algo para ocupar a mente, e não enfurnado dentro de casa, com a cabeça vazia, propícia a só pensar em coisas ruins.

Bom, mas na verdade, não estou aqui para discutir essas questões de culpabilidade. Isso, eu já havia discutido há muito tempo. Já havíamos combinado em cessar a discussão, pois estávamos andando em círculos. O fato é que vocês não leram nada do tópico, e vieram aqui, só para ficar com essa provocação boba. Sabe? Não costumo me expressar em nome de segundos e terceiros... Tudo que expresso aqui é em meu nome. Se juristas, psicólogos, sociólogos, antropólogos, etc. e tal... Quiserem expressar a sua opinião, que venham aqui e expressem. Senão, no máximo que posso fazer, como o fiz, é pescar alguma na rede, e citá-la. Outra, também ajo por conta própria. Não me junto a bandos, a patotinhas.

Agora vos pergunto: por que ao invés de ficarem com essa provocação dantesca, vocês não dão continuidade ao tópico, discutindo o assunto entre si?

Agora, se me permitem, tenho de marcar presença no fórum da faculdade...

Ademais, passar bem.       
« Última modificação: 24 de Março de 2009, 21:49:02 por Azumi »
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Offline Diegojaf

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #391 Online: 24 de Março de 2009, 21:31:19 »
Azumi. Colar textos que não são seus sem citar as fontes é proibido pelas normas do fórum. Se você não posta que retirou de algum lugar, dá a entender que foi você a autora intelectual do texto. Isso é plágio.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Flavia

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #392 Online: 24 de Março de 2009, 21:35:57 »
Ehrm, na verdade eu queria uma explicação sua, e não um CTRL+C, CTRL+V.
Não queria ler sobre a "abordagem antropofilosófica" e sim o que VOCÊ entende por ela e como a aplicou NESTE caso...
E, pelo que eu pude ler por cima, a palavra "metafísica" aparece muito. Os mais entendidos que me ajudem, mas, o ceticismo é aplicável à metafísica? :|
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Offline A Mosca

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #393 Online: 24 de Março de 2009, 21:37:22 »
Mas, Diego, as fontes estão todas aí. Basta verificar.  :ok:
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Offline A Mosca

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #394 Online: 24 de Março de 2009, 21:42:28 »
Ehrm, na verdade eu queria uma explicação sua, e não um CTRL+C, CTRL+V.
Não queria ler sobre a "abordagem antropofilosófica" e sim o que VOCÊ entende por ela e como a aplicou NESTE caso...
E, pelo que eu pude ler por cima, a palavra "metafísica" aparece muito. Os mais entendidos que me ajudem, mas, o ceticismo é aplicável à metafísica? :|

Putz... Isso é por você não ter lido o tópico, oras. Como bem disse. Se tivesse lido postagens anteriores, saberia que já o fiz e do que estou tratando.

Vai dormir, Flavia. Teu mal é sono.  :no:
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Offline Diegojaf

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #395 Online: 24 de Março de 2009, 21:45:06 »
Mas, Diego, as fontes estão todas aí. Basta verificar.  :ok:

Faltou essa: http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_filosófica

E quando der Ctrl+C Ctrl+V em uma página, formate corretamente o texto. :ok:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Diegojaf

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #396 Online: 24 de Março de 2009, 21:50:06 »
Vai dormir, Flavia. Teu mal é sono.  :no:

Isso não é forma de tratar os outros foristas, Azumi. A Flávia em momento algum foi desrespeitosa com você.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #397 Online: 24 de Março de 2009, 21:51:01 »
Tudo que expresso aqui é em meu nome. Se juristas, psicólogos, sociólogos, antropólogos, etc. e tal... Quiserem expressar a sua opinião, que venham aqui e expressem. Senão, no máximo que posso fazer, como o fiz, é pescar alguma na rede, e citá-la. Outra, também ajo por conta própria. Não me junto a bandos, a patotinhas.

Agora vos pergunto: por que ao invés de ficarem com essa provocação dantesca, vocês não dão continuidade ao tópico, discutindo o assunto entre si?


Patotinhas? Bandos? Você deve estar dizendo, possivelmente (às vezes fica impossível entender seus posts), que eu estou "me juntando" à Lua, Nina e Catino. Ahn? É, estou mesmo. Mas não é por puxa-saquismo nem tentativa de parecer a Miss Simpatia do CC, e sim porque concordo com as suas posições. Eu também ajo por conta própria, sem o intento de agradar os outros, mas tenho opiniões e posições semelhantes às de alguns foristas aqui, felizmente.

E isso não é uma provocação "dantesca". Não se desvie do assunto, eu não quero arranjar briguinhas com ninguém. Responda, por favor.
Como foi que você chegou às conclusões com as abordagens antropofilosóficas, e como pode unir a "metafísica" dela com o ceticismo?
Releia meu post com os questionamentos e responda-os de acordo, por favor. Talvez você tenha interpretado errado o que eu quis dizer com "Seria legal da sua parte explicar como foi que você chegou às tais conclusões e com que tipo de leitura e processo de estudo."
 :wink:

Por favor, foco.
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Offline Flavia

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #398 Online: 24 de Março de 2009, 21:54:39 »

Putz... Isso é por você não ter lido o tópico, oras. Como bem disse. Se tivesse lido postagens anteriores, saberia que já o fiz e do que estou tratando.

Vai dormir, Flavia. Teu mal é sono.  :no:

Eu li o tópico e suas postagens anteriores, e é só por isso que resolvi entrar na discussão.  :ok:
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Offline A Mosca

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Re: Igreja quer impedir na Justiça aborto de menina de 9 anos
« Resposta #399 Online: 24 de Março de 2009, 21:55:19 »
Não, Diego. O link de onde copiei o texto, foi esse aqui: http://www.jornallivre.com.br/168982/o-que-e-antropologia-filosofica.html

Não formatei nada. Apenas dei os espaços necessários, em prol de um melhor entendimento, pela Flavia.

Agora ela vai ter noções do conceito de "Antropofilosófico", não é uma maravilha? ;)
Se alumia, então é lanterna...

 

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