Substitui "maconheiros, alcoólatras, bebuns, tabagistas ou loucos" por "religiosos, esquerdistas ou loucos" e olha como fica...
Isso depende apenas de dados estatísticos que mostrem uma relação forte e indubitável entre determinada agremiação/doutrina/ideologia e danos sociais intoleráveis. Há muitas idéias e agremiações que são reprimidas. Klu Klux Klan, racismo e pedofilia são algumas. No Brasil, são também proibidos os jogos de azar (nesse caso, não sou favorável por não ver muita potencialização de ameaças a outras pessoas decorrentes disso).
Tudo se resume a uma questão de custo-benefício. Qualquer coisa que comprovadamente traga muitos danos intoleráveis a inocentes (pessoas não responsáveis pelo uso/funcionamente dessa coisa), frente a benefícios que não os justificam, deve ser reprimida/controlada.
Mas isso não seria só uma forma de preconceito? Aceito ou não aceito se dá mais por propaganda anti-drogas do governo, não porque as pessoas realmente tomaram uma decisão racional comparando a maconha com o tabaco.
Não existe decisões "racionais" em uso de drogas. As pessoas as usam pelas sensações que delas obtém, e esse uso é influenciado por MUITOS fatores pessoais, culturais e sócioeconômicos. Um desses fatores é a facilidade com que a droga é disponibilizada e a aceitação e até mesmo valorização da mesma pelos demais. Nada de "racional" entra aí. É tudo questão de emoções, sensações e necessidades psicológicas.
Por uma questão histórica, o álcool é considerado uma droga aceitável pela maioria das pessoas, enquanto a maconha não. Não se trata de algo "racional", é apenas uma contigência histórica. Mesmo que a maconha seja similar ou mesmo superior ao álcool com relação aos potenciais "hetero-danos" (danos a outras pessoas), continua sendo uma droga que só viria acrescentar mais problemas aos já existentes. Logo, a não-aceitação social da maconha é uma vantagem, uma "sorte" que deve ser racionalmente aproveitada no contexto do combate às drogas, cujos danos potenciais a inocentes são inegáveis.