Autor Tópico: Potência militar  (Lida 138587 vezes)

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Offline Spitfire

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Re: Potência militar
« Resposta #175 Online: 05 de Fevereiro de 2010, 21:10:43 »
http://www.aereo.jor.br/2010/01/27/uma-opiniao-sobre-o-fx-2/


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2- França (Rafale), EUA (F-18E/F), Suécia (Gripen NG)

Novamente falando, todos os comentários a seguir eu os faço irresponsavelmente a partir da experiência acumulada ao longo da carreira, uma vez que não tive acesso a qualquer informação pertinente à disputa, além daquelas que se tornaram públicas pelos meios da imprensa.

Minha experiência com os franceses é a pior possível, vem de longa data, desde o início da minha carreira como piloto de caça, e a não ser que de alguma forma nossos amigos gauleses tenham mudado radicalmente e expressado isso nos documentos apresentados (o que também não garante nada!), minha opinião é de nem levá-los em consideração ab initio!

Ela se inicia com a comparação das publicações técnicas vindas com o Mirage III com aquelas que trouxemos junto com os nossos F-5. Basta pegar as TO-1 de ambas as aeronaves e se verá a pobreza das informações contidas na TO do Mirage em comparação com aquelas existentes na do F-5. Tradicionalmente as publicações técnicas francesas pouco informam de importante, em comparação com o nível de informações contidas nas publicações americanas, por exemplo. Gráficos de desempenho, gráficos de combate… basta comparar e ver a diferença entre elas!

Além disso, minha experiência com eles passa pela definição do canhão que equiparia a série das nossas aeronaves AMX. Poucos sabem, mas nossos protótipos de A-1 foram ensaiados com o canhão DEFA 554, uma versão melhorada daqueles canhões que equipavam nossos Mirage III. Pois bem, depois de toda uma campanha de ensaios feita com o DEFA 554, na hora em que fomos colocar nosso pedido de compra para a série, nossos amigos franceses colocaram tanta dificuldade e tanto sobre preço que, a despeito de todo o gasto que teríamos para ensaiar um novo canhão, saiu mais barato e conveniente trocarmos de armamento e começarmos tudo de novo, com um novo canhão de um outro país que poderia, inclusive, ser produzido no Brasil!

Essa experiência ruim continua com a gestão do contrato da troca dos helicópteros “Puminha” pelo Super-Puma onde, a despeito de contratualmente constar a implantação de um banco de provas do motor, para evitar o tremendo gasto das revisões gerais feitas na França, tivemos que suar várias camisas para convencer nossos amigos gauleses a simplesmente cumprirem as cláusulas previstas contratualmente que eles haviam concordado e assinado! E saí da logística sem saber se eles efetivamente cumpriram o contrato ou se estamos até hoje mandando nossas turbinas para fazerem revisão geral na França!
E falando em logística, só quem trabalhou nessa área para saber o elevadíssimo custo de manutenção dos produtos franceses, quase que inviabilizando, economicamente, a operação desses equipamentos.

Quanto à transferência de tecnologia, bem, basta alguém procurar saber hoje, passadas algumas dezenas de anos, qual é o índice de nacionalização dos nossos helicópteros Esquilos montados em Itajubá para se ter uma idéia da filosofia francesa em relação ao assunto. Um companheiro antigo da Força costuma dizer que a diferença entre o americano e o francês é que o americano pouco ou nada entrega, mas aquilo que ele se comprometeu a entregar ele o faz; já o francês, promete que vai entregar mundos e fundos e, ao final, apesar de compromissado e assinado, pouco ou nada entrega!

Eliminados os franceses restam, portanto, dois competidores.

Offline Spitfire

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Re: Potência militar
« Resposta #176 Online: 05 de Fevereiro de 2010, 21:21:33 »
Mas o gripen já existe e já foi testado.
o NG seria um upgrade para carregar mais armamentos e aumentar autonomia, ou seja, melhorar o que já se sabe bom.

Diferente dos Rafale, que além de muiiiiiiiiiiiiito mais caro já provou que caem.

O Grippen também já caiu. Claro o NG não, também nunca voou. O F18 então já caiu uma porção.


Agora não me lembro aonde havia lido uma informação que já havia caído 4 Rafaeles contra 2 F-18... me parece que o russo era o que mais havia caído até hoje...

Offline Spitfire

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Re: Potência militar
« Resposta #177 Online: 05 de Fevereiro de 2010, 21:28:20 »
Um dado importante... Furtividade... ou seja, o eco de radar que um avião projeta quando "iluminado".

http://www.aereo.jor.br/2010/02/01/um-pouco-sobre-secao-reta-radar-rcs-e-tecnologia-stealth/


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Abaixo, algumas projeções de RCS de aviões de combate e mísseis:

    * B-52: 100 m2
    * F-4, A-10: 25 m2
    * B-1B: 1 m2
    * Tornado: 8 m2
    * MiG-21: 3 m2
    * MiG-29: 5 m2
    * F-16C/18C: com RCS reduzida, 1,2 m2
    * F-18E, Rafale 0,75 m2
    * Gripen: 0,1m2
    * Eurofighter 0,25-0,75 m2
    * Exocet, Harpoon 0,1 m2
    * JSF (‘RCS do tamanho de uma bola de golfe’) 0,005 m2
    * F-117, B-2, F-22: 0,01 a 0,001 m2
    * F-22: os requisitos de RCS eram de 1/1000 do F-15, o que foi provavelmente atingido. Se a RCS do F-15 for de 25 m2, o F-22 teria 0.025 m2 na pior projeção.

Eu continuo pensando que o Rafaele é a pior escolha... nem tanto pelo custo bruto, mas sim na relação custo benefício. Neste aspecto o Grippen é o melhor, até por ser um caça multi-funções/multi-plataforma, podendo inclusive operar tranquilamente em porta-aviões (podendo ser usado até pela nossa Marinha, que se aproveitaria da logística preparada da FAB).

Offline Felius

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Re: Potência militar
« Resposta #178 Online: 05 de Fevereiro de 2010, 21:37:13 »
Um dado importante... Furtividade... ou seja, o eco de radar que um avião projeta quando "iluminado".

http://www.aereo.jor.br/2010/02/01/um-pouco-sobre-secao-reta-radar-rcs-e-tecnologia-stealth/

Eu continuo pensando que o Rafaele é a pior escolha... nem tanto pelo custo bruto, mas sim na relação custo benefício. Neste aspecto o Grippen é o melhor, até por ser um caça multi-funções/multi-plataforma, podendo inclusive operar tranquilamente em porta-aviões (podendo ser usado até pela nossa Marinha, que se aproveitaria da logística preparada da FAB).

O problema é que o caça oferecido, o Gripen NG, ainda não existe. Concordo que seria o melhor dos três, se for completo como esperado, mas não sei se é um risco que o brasil deva correr. Se o mesmo der problema, ou não sair adequado, ficariamos com as calças na mão basicamente...

E considerando os potenciais adversários que a FAB poderia enfrentar, não sei se a furtividade do caça é especialmente problemática.
"The patient refused an autopsy."

Offline Derfel

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Re: Potência militar
« Resposta #179 Online: 06 de Fevereiro de 2010, 00:00:33 »
A FAB não opera mais com a Marinha. Agora a Marinha possui sua própria aviação com o A4 Skyhawk

Offline Spitfire

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Re: Potência militar
« Resposta #180 Online: 06 de Fevereiro de 2010, 02:53:22 »
Um dado importante... Furtividade... ou seja, o eco de radar que um avião projeta quando "iluminado".

http://www.aereo.jor.br/2010/02/01/um-pouco-sobre-secao-reta-radar-rcs-e-tecnologia-stealth/

Eu continuo pensando que o Rafaele é a pior escolha... nem tanto pelo custo bruto, mas sim na relação custo benefício. Neste aspecto o Grippen é o melhor, até por ser um caça multi-funções/multi-plataforma, podendo inclusive operar tranquilamente em porta-aviões (podendo ser usado até pela nossa Marinha, que se aproveitaria da logística preparada da FAB).

O problema é que o caça oferecido, o Gripen NG, ainda não existe. Concordo que seria o melhor dos três, se for completo como esperado, mas não sei se é um risco que o brasil deva correr. Se o mesmo der problema, ou não sair adequado, ficariamos com as calças na mão basicamente...

O Grippen NG existe em protótipo, já voou, e no caso trata-se de um upgrade de um avião já conhecido JAS39, que é um avião já consagrado pela sua altíssima confiabilidade.

Penso que se existe um projeto de transferência de tecnologia o mais sensato pegar um projeto no início e não comprar "na prateleira", já pronto.

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E considerando os potenciais adversários que a FAB poderia enfrentar, não sei se a furtividade do caça é especialmente problemática.

Errrr... quem são nossos potenciais adversários, podes lista-los? Quais são os armamentos dos nossos "potenciais adversários", poderias cita-los? Por que furtividade é um item secundário em um caça de combate de alta performace?

Skorpios

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Re: Potência militar
« Resposta #181 Online: 06 de Fevereiro de 2010, 07:00:44 »
Existe um avião demo, do que poderia ser o Grippen NG. O mesmo como um avião acabado não existe, tanto que a intenção da Saab é que o Brasil compartilhe do seu desenvolvimento. Portanto o preço final e até o valor da manutenção é estimado. É um orçamento. E quem já construiu ou reformou ou até quem acompanha os gastos dos governos, sabe que orçamento é uma peça ficcional.
Mas o mais importante não é o caça que for escolhido. Mais importante é que seja escolhido um,  que acabe essa novela e que a FAB trate de usar o que vier com a competência que lhe é caracteristica.
Nunca escondi que sou flankeiro desde o FX1, mas depois que o mesmo foi eliminado, minhas simpatias vão para o Rafale. Mas se o escolhido for o Grippen NG ou o Super Hornet F18 eu vou ser Grippen NG ou Super Hornet F18 desde criancinha.

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Agora não me lembro aonde havia lido uma informação que já havia caído 4 Rafaeles contra 2 F-18... me parece que o russo era o que mais havia caído até hoje...

Não tenho essa informação, mas se cairam só 2 F18, de um avião que está em uso a muito tempo e que já atingiu o limite de seu desenvolvimento seria um feito formidável. Só de memória tem os dois F18 espanhois que cairam e os 2 que se chocaram no ar na Califórnia.

Skorpios

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Re: Potência militar
« Resposta #182 Online: 07 de Fevereiro de 2010, 07:21:55 »
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Lula nega ter escolhido o Rafale para equipar FAB
Projeto F-X2

Sáb, 06 de Fevereiro de 2010 11:24
"Não há qualquer decisão tomada", afirma presidente.

(Folha de São Paulo) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que o caça francês Rafale já tenha sido escolhido como o modelo a ser comprado para reequipar a FAB (força aérea Brasileira).

A Folha revelou anteontem que o Rafale foi escolhido em uma reunião do presidente com o ministro Nelson Jobim (Defesa) na terça, depois que a fabricante do avião, a Dassault, reduziu de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) o preço dos caças e do pacote.

"Não há qualquer decisão tomada em relação à compra dos caças. Trata-se de uma escolha muito importante para o governo e para o Brasil, considerando a nossa determinação de fazer da política nacional de defesa um eixo de desenvolvimento econômico e de autonomia tecnológica", disse Lula, em entrevista publicada ontem pelo "Jornal do Comércio", de Porto Alegre (RS).

O projeto FX-2, para renovação da frota da FAB, consiste na compra de 36 caças e é uma das maiores compras militares em curso no mundo. Além do Rafale, estão na disputa a americana Boeing, fabricante do F-18 Super Hornett, e a sueca Saab, que produz o Gripen NG.

Lula disse que só tomará a decisão após consultar o Conselho de Defesa Nacional e levando em conta a Estratégia Nacional de Defesa.

"Um dos pontos dos quais não vamos abrir mão é o compromisso da empresa de promover a transferência irrestrita de toda a tecnologia de ponta", disse.

Fonte: Folha de São Paulo

http://defesabrasil.com/site/noticias/projeto-f-x2/lula-nega-ter-escolhido-o-rafale-para-equipar-fab.php

Offline _tiago

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Re: Potência militar
« Resposta #183 Online: 07 de Fevereiro de 2010, 10:28:17 »
Esse disse que não disse...
Acreditei que já tivessem escolhido.

Offline Moro

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Re: Potência militar
« Resposta #184 Online: 07 de Fevereiro de 2010, 10:38:08 »
gostei da resposta do Lula.

"Não há qualquer decisão tomada em relação à compra dos caças. Trata-se de uma escolha muito importante para o governo e para o Brasil, considerando a nossa determinação de fazer da política nacional de defesa um eixo de desenvolvimento econômico e de autonomia tecnológica"

isto é, muito mais do que defender nosso território, a questão é ter uma industria e um produto para vender depois. Esperamos que seja bem executado. Nesse sentido, talvez o Gripen seja melhor.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Skorpios

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Re: Potência militar
« Resposta #185 Online: 07 de Fevereiro de 2010, 11:36:39 »
gostei da resposta do Lula.

"Não há qualquer decisão tomada em relação à compra dos caças. Trata-se de uma escolha muito importante para o governo e para o Brasil, considerando a nossa determinação de fazer da política nacional de defesa um eixo de desenvolvimento econômico e de autonomia tecnológica"

isto é, muito mais do que defender nosso território, a questão é ter uma industria e um produto para vender depois. Esperamos que seja bem executado. Nesse sentido, talvez o Gripen seja melhor.

Até um certo ponto concordo. No entanto não consigo esquecer o caso dp AMX que acabou custando, pelo que li por aí, quatro vezes o previsto e que só dois paises usam, portanto sem escala.
E, longe de mim defender o governo Lula, mas convenhamos, em termos de política de defesa e reaparelhamento das forças armadas, está dando um show.

Offline André Luiz

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Re: Potência militar
« Resposta #186 Online: 09 de Fevereiro de 2010, 11:59:42 »
A FAB não opera mais com a Marinha. Agora a Marinha possui sua própria aviação com o A4 Skyhawk

Que por sinal nao esta voando, a ideia do  A-4 era fazer a MB ir se adestrando até  ela conseguir comprar um vetor de qualidade


Offline Derfel

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Re: Potência militar
« Resposta #187 Online: 09 de Fevereiro de 2010, 17:33:09 »
Para os fãs do Grippen:

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‘Sea Gripen’ para Índia e Brasil

Gripen Naval

vinheta-destaqueA Saab está respondendo ao RfI (Request for Information) da Índia para o desenvolvimento de uma versão naval do Gripen NG, denominada Sea Gripen. O RfI da Índia foi enviado aos fabricantes buscando informações detalhadas de um projeto de aeronave para operações em navio-aeródromo STOBAR (”short take-off but arrested recovery”).

Além da entrada em serviço do INS Vikramaditya (ex-Admiral Gorshkov totalmente reformado), a Índia tem planos ambiciosos para construir três navios-aeródromo de projeto próprio (IAC). Caças MiG-29K foram adquiridos para equipar o Vikramaditya e o IAC 1. O RFI emitido busca uma aeronave para o IAC 2 e 3.

Segundo o Jane’s Information Group, o RfI foi emitido para a Boeing, Dassault, Eurofighter, Lockheed Martin, Sukhoi e Saab. Enquanto a Índia desenvolve uma versão naval do HAL Tejas, o RfI é um reconhecimento de que o programa do seu caça próprio não será entregue no tempo esperado. A Índia espera comissionar os navios-aeródromo IAC 2 e 3 na segunda metade da próxima década.

Ainda segundo o Jane’s, antes de receber o RfI a Saab completou estudos detalhados de projeto para o Sea Gripen em resposta ao interesse do Brasil. Na verdade, projetos de uma versão navalizada do Gripen começaram na década de 1980 na Suécia. Para a Saab o pedido da Índia é particularmente importante, por causa do potencial do F-X2 do Brasil. O Sea Gripen seria parte de um pacote de longo prazo para a Índia e Brasil, se ambos os países selecionarem o Gripen NG para suas forças aéreas. O RfI da Índia também especifica que a aeronave escolhida deve ser exportável.

O líder de projeto do Sea Gripen, ex-tenente-coronel da Força Aérea Sueca Peter Nilsson disse ao Jane’s que “existe o Rafale, o Super Hornet e algum dia, o JSF, mas nenhuma opção acessível para nações que querem um poder naval independente. O Gripen tem uma capacidade de operar em navios-aeródromo embutida no projeto original, que foi levada em consideração. Ele foi feito para fazer pousos de precisão em pistas curtas. A aerodinâmica, maneabilidade e qualidades de pouso estão todas presentes. Não é preciso mexer em nada.”

O Sea Gripen será possível pelas características inerentes ao Gripen e as mudanças estruturais introduzidas no Gripen NG. Ele foi projetado para operar em todas as especificações de navio-aeródromo convencional, com peso máximo de decolagem de 16.500kg e peso de pouso (com armas e combustível) de 13.500kg. Os mesmos parâmetros o tornam capaz de operar em navios STOBAR. Qualquer Gripen pode operar de uma pista padrão sueca de 800m x 17m, sem gancho ou paraquedas. Com os controles de voo existentes e a baixa velocidade de pouso, o Gripen é totalmente compatível com o ambiente naval.

Algumas mudanças que terão de ser feitas no Sea Gripen incluem um trem de pouso do nariz mais longo e mais forte, com pneus maiores e um novo sistema de absorção de choque. um novo trem de pouso principal para absorver choques com razão de descida de 6,3 m/seg; um gancho de parada reforçado, reposicionado; remoção de riscos de corrosão da estrutura com novos materiais; integração com o sistema de aproximação e pouso do navio-aeródromo.

O resultado será uma aeronave com peso vazio em torno de 8.000kg, com um total de combustível e armas de 8.500kg. O raio de combate está estimado em torno de 1.250km em configuração de ataque marítimo e 1.400km em configuração de caça de defesa da frota (CDF). A vida útil da célula da aeronave é estimada em torno de 8.000h com pousos embarcados e em terra.

Nilsson disse que o projeto de trabalho feito até agora tem sido um forte complemento para o Gripen NG e tem um pé na realidade. Questionado sobre as dificuldades inerentes em tornar um avião de combate “terrestres” em naval, Nilsson respondeu: “Se estivéssemos começando com um caça comum teríamos um problema muito maior.”

“Nós temos um motor (General Electric’s F414) aprovado para operações navais pela US Navy. O Gripen já é feito para altas razões de descida e pouso em rodovias. Então precisamos de um novo trem de pouso no nariz e principal e alguma mudanças na estrutura interna, mas isso foi analisado e é possível. Nós colocamos um gancho de parada no Gripen NG na proposta para a Noruega. Ele terá de ser reforçado para operações embarcadas e um novo ponto de fixação, mas o trabalho está feito. o Gripen NG tem uma melhor fixação da asa com carga mais distribuída que o atual Gripen.”

“O Gripen já tem equipamento de proteção contra a água salgada. Não é necessário mais estudos, pois a aeronave é projetada para operar entre -50°C e +50°C, do Ártico até locais altos e quentes, com umidade severa. Nós não projetamos caças para dias ensolarados”. A Saab espera fazer as apresentações iniciais para a Marinha da Índia em janeiro de 2010 e submeter a resposta ao RfI no mês seguinte.

FONTE: Jane’s Information Group

http://www.naval.com.br/blog/2009/12/22/sea-gripen-para-india-e-brasil/

Skorpios

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Re: Potência militar
« Resposta #188 Online: 19 de Março de 2010, 10:53:25 »
Acho que agora sai.

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Jobim recomendará caça francês a Lula
Projeto F-X2

Sex, 19 de Março de 2010 10:01
Dassault reduziu preço do pacote em 10%.
 
 

 
 
 
(O Estado de São Paulo) - Com a decisão política tomada, a Força Aérea pacificada e uma redução de 10% no preço do pacote, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai encaminhar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos próximos dias, uma exposição de motivos, acompanhada de um relatório assinado por ele, recomendando a compra de 36 caças franceses Rafale para equipar a FAB.

O impasse foi encerrado depois que uma comissão especial criada no Brasil pelo ministro Jobim, integrada pelos Ministérios da Defesa, da Fazenda e da própria Aeronáutica, foi à França e cobrou do governo francês a promessa feita pelo presidente Nicolas Sarkozy de redução de 10% do preço apresentado na última proposta, que não havia sido cumprida pela Dassault, fabricante do Rafale. Além disso, pediu novos esclarecimentos técnicos em relação a preço e transferência de tecnologia. Antes dessa fase de negociação, os franceses só tinham reduzido o preço do pacote, estimado em US$ 10 bilhões, em apenas 1,8%.

Do processo de seleção participam também o Gripen, da sueca Saab, e o F-18, fabricado pela norte-americana Boeing.

Acertados os ponteiros entre os dois países, Jobim dirá na exposição de motivos que o Rafale é mesmo o melhor produto para atender às demandas da Estratégia Nacional de Defesa (END).

E mais: agora, com o endosso dado pela Aeronáutica, o governo entende que todos os problemas estão superados. Na reunião de seu Alto Comando, na terça-feira, o assunto foi discutido e na ocasião foi preparada uma resposta ao questionamento do ministro se o Rafale atendia às premissas da Estratégia de Defesa, obtendo o aval da FAB.

Similares. Os militares reiteraram que os três modelos em disputa eram considerados similares, que todos atendiam a Força Aérea e o Rafale era o mais consistente em relação à END, mas reiteravam que não cabia a eles a decisão política. Os militares têm interesse em que o assunto seja resolvido o mais rapidamente possível.

Depois de receber o relatório da Comissão Coordenadora do Programa de Aeronaves de Combate da FAB (Copac), que colocava o Gripen em primeiro lugar, o F-18 em segundo e Rafale em terceiro, o ministro da Defesa decidiu pedir um parecer de suas secretarias - de Logística e de Mobilização e de Política Estratégica e Assuntos Internacionais - sobre as propostas das três empresas concorrentes.

Jobim queria que fosse checado, em detalhes, se as propostas apresentadas correspondiam às afirmações feitas pelas empresas, principalmente no tocante à transferência de tecnologia, ponto fundamental para o governo, que queria cumprir a Estratégia Nacional de Defesa.

Argumentos. As secretarias concluíram que, embora o preço do Rafale fosse o mais alto, a transferência de tecnologia mais consistente é a dos franceses. O mesmo parecer reitera ainda argumentos que vêm sendo usados pelo governo para questionar a transferência de tecnologia proposta pelos norte-americanos, considerada falha. E, em relação aos suecos, o relatório fala da dependência na transferência que o Gripen tem em relação a outros países, já que muitos de seus componentes vêm de diferentes fornecedores.

 
Barganha

Dassault cumpre promessa do presidente Sarkozy; 10% foi o desconto no pacote do Rafale.
 
 
Fonte: O Estado de São Paulo


http://defesabrasil.com/site/noticias/projeto-f-x2/jobim-recomendara-caca-frances-a-lula.php

Offline Unknown

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Re: Potência militar
« Resposta #189 Online: 24 de Março de 2010, 17:23:35 »
Rei da Suécia reforça lobby para vender caças ao Brasil

O rei da Suécia Carl Gustaf aproveitou o brinde que fez hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em almoço no Palácio do Itamaraty, para reforçar o lobby da empresa sueca Saab, que tenta vender o caça Gripen à Força Aérea Brasileira. Em discurso lido, antes do almoço, o rei disse que Brasil e Suécia têm capacidade de parcerias em alta tecnologia e inovação, especialmente na área de aeronáutica.

Ele disse também que espera muito da visita que fará às instalações da Embraer, na sexta-feira, em São José dos Campos (SP), e da possibilidade de uma cooperação entre os dois países no campo aeronáutico. Sem citar a tentativa da Saab, Gustaf reiterou que espera a continuidade do diálogo e da cooperação entre os dois países.

Um pouco antes, em discurso, o presidente Lula destacou apenas o crescimento do comércio bilateral, que, segundo ele, passou de US$ 900 milhões para US$ 2,3 bilhões no período de 2003 a 2008. Ele elogiou a atuação das empresas suecas no Brasil; disse que essas empresas são conhecidas por aliar avanço tecnológico com forte compromisso social e destacou o trabalho do rei Gustaf na questão do meio ambiente.

Lula disse que conta com a Suécia como uma aliado para liberalizar o mercado de etanol na União Europeia. "Estou convencido de que a Suécia e o Brasil têm um papel decisivo a desempenhar na COP 16, no México, ainda neste ano", disse o presidente, referindo-se à conferência do clima que será realizada no país. "Com iniciativas inovadoras em energia renovável, limpa e eficiente, estamos apontando a direção a seguir", concluiu.

O presidente não fez qualquer menção sobre os caças que serão adquiridos pela FAB. A preferência do governo brasileiro é pelo modelo francês.

http://noticias.br.msn.com/brasil/artigo.aspx?cp-documentid=23718121

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Offline Geotecton

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Re: Potência militar
« Resposta #190 Online: 24 de Março de 2010, 21:26:50 »
Até que enfim saiu, o poder de dissuaçao deste país vai ficar bem interessante

36 caças é apenas o primeiro lote,  o planejado é 120,  com a transferencia de tecnologia a industria nacional vai se capacitar muito

Quanto aos submarinos, teremos um numero ideal e o sub nuclear é o pior pesadelo de um comandante de navio

Nao vejo isso como corrida armamentista e sim uma atualizaçao dos meios












A gente precisa é de um sistema de lançamento de misseis de longo alcance. Acho que teríamos todas as condições de desenvolver isso. Isso sim é algo que todos temem.


Sistema de lançamento de mísseis de longo alcance significa para você os ICBMs e MRBMs (terrestres) e SLBMs (marítimos)?

Se a resposta for sim, qual seria a finalidade deles: desenvolvimento e domínio tecnológico e ou como vetor espacial?

Espero que não seja uma proposta militar pois qual seria a finalidade de possuir um vetor deste tipo senão o de carrear uma (ou mais) ogiva(s) nuclear(es)?

E aí se ebarra em um problema legal, pois o Brasil é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear. Além disto não vejo como enquadrar estes equipamentos na atual doutrina militar deste país.
« Última modificação: 06 de Maio de 2016, 09:05:51 por Geotecton »
Foto USGS

Offline Geotecton

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Re: Potência militar
« Resposta #191 Online: 24 de Março de 2010, 22:13:02 »
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A maior compra bélica da história

O que está por trás da decisão do governo de comprar R$ 20 bilhões em submarinos e como a tecnologia nuclear mudará a lógica da defesa no pré-sal e nas fronteiras marítimas

Além disso, Jobim está prestes a fechar mais um acordo militar, de R$ 5 bilhões, para a compra de helicópteros. "Temos que proteger o pré-sal e, para isso, é preciso pensar grande", disse ele à DINHEIRO.




"Pensar grande". Uau! :histeria:

Cenário hipotético:

2016. Atlântico Sul, em algum lugar da costa do Sudeste Brasileiro.

De um lado, a agora "ultrapoderosa" Marinha do Brasil desloca seu (único) "super navio aérodromo" (o Foch, desculpe o São Paulo) com seus "modernos aviões multi-funções A4", escoltado por 3 ou 4 fragatas e contratorpedeiros de segunda linha e com a proteção do único submarino nuclear da frota. :histeria:

Do outro lado, a US Navy, a marinha do Grande Satã, aloca dois grupos de navios aeródromos da classe Nimitz com 'apenas' 240 aviões de caça, ataque, contra-medidas eletrônicas; escoltados por quatro cruzadores da classe Ticonderoga e 16 contratorpedeiros da classe Arleigh Burcke e com a proteção de 4 submarinos da classe Los Angeles e 2 da classe Virgínia. :twisted:

Resultado do combate: ...  :chorao:


Afirmar que é para a proteção dos depósitos petrolíferos plataformais é uma piada de mau gosto, pois se uma marinha de primeira linha como a inglesa ou a francesa resolvesse destruir as plataformas de extração, a marinha brasileira pouco ou nada poderia fazer. Se o agressor fosse a marinha estadunidense ela simplesmente poderia "varrer" o Brasil do mapa.

Infelizmente deus não é brasileiro mas a estupidez é, pois gastar R$ 5 bilhões ao ano durante 10 ou 20 anos é uma afronta. Isto mais parece uma situação para satisfazer o ego e a 'mania de grandeza' de uma casta político-militar do que para dotar o país de uma política de defesa coerente e com uma infraestrutura de equipamentos adequada.

A tragicômica estória da aquisição dos aviões de superioridade aérea para a FAB é apenas o desfecho esperado da ausência de critérios militares e técnicos na estruturação de uma política de defesa nacional. Vejo isto desde os meados dos anos de 1970.

Sinceramente eu espero estar enganado em relação a quase tudo que escrevi acima. Mas a palavra 'esperança' não consta de meu dicionário.
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Offline Geotecton

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Re: Potência militar
« Resposta #192 Online: 24 de Março de 2010, 22:24:00 »
Ao menos a França tem uma história recente mais ou menos pacífica. A última guerra foi a 2ª GM e mesmo assim dá pra dizer que foi defensiva.

Mais ou menos, tiveram as guerras de descolonização na Indochina e na Argélia nas décadas de 50 e 60. A descolonização francesa foi uma das mais sangrentas, acho que só Portugal foi mais apegado às próprias colônias que a França.
Esqueci desse fato.

Bom, então "recente" significando "últimos 20 anos" já tá bom, rsrs.

Acho que a França não é pacífica e sim uma boa perdedora (covarde?) de guerras. Foram salvos pelos anglo-saxônicos na WWI e na WWII e levaram 'um pau' nas guerras da Alsácia-Lorena (1870), da Argélia (1950) e da Indochina (1960).

Mas pensando bem pode ser só a minha francofobia se manifestando. Hehehe  :histeria:
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Offline Moro

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Re: Potência militar
« Resposta #193 Online: 24 de Março de 2010, 23:10:48 »
Foi bem pacífica na independência do Marrocos...
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Offline _tiago

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Re: Potência militar
« Resposta #194 Online: 25 de Março de 2010, 08:53:04 »
Eu ainda acho uma piada esse negócio...

Offline Derfel

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« Resposta #195 Online: 25 de Março de 2010, 11:01:22 »
E em 1812 dominavam quase toda a Europa e em 1776 foi decisiva para a Revolução Americana (o que foi péssimo financeiramente para os franceses)... Na WWI a França conseguiu barrar a investida alemã (o que acabou levando às guerras de trincheira). Os ingleses lutaram no lado francês (por conta dos tratados da época e para impedir o aumento da influência alemã), mas ficaram também presos nas trincheiras. Foi a invenção do tanque e a exaustão de recursos da Alemanha por lutar em duas frentes que levou ao armistício. Os EUA fizeram pouca diferença na WWI, entrando já no final da guerra. Na WWII praticamente toda a Europa continental caiu sob fogo alemão. A França foi libertada no Dia D por forças inglesas, canadenses, americanas e francesas do exílio, mas a história poderia ser outra se, novamente, a Alemanha não lutasse em duas frentes e não houvesse tido uma série de erros (e azares) por parte dos alemães no Dia D. Na Indochina, lembre-se, depois os EUA que tomaram um pau. Na Guerra Franco-Prussiana os franceses não estavam preparados para uma guerra contra a Prússia, que possuiam um exército maior, mais bem preparado e com armamento melhor (como os canhões Krupp contra os franceses que eram carregados pela boca). Outra coisa a se considerar é a localização geográfica da França, em uma área de constantes conflitos na história até a segunda metade do século XX. Já a Inglaterra se encontra com uma proteção natural, já que se trata de uma ilha. A última invasão bem sucedida que a Inglaterra sofreu foi em 1066 pelo Duque Guilherme da Normandia. E antes disso só houve as invasôes dos romanos e de dinamarqueses. Em outras três ocasiões em que a Inglaterra esteve em risco de invasão, em uma (1588) só não ocorreu por um golpe de sorte, onde a Invencível Armada foi destruída por um temporal. Quanto aos EUA, da mesma forma estão isolados por uma defesa natural, no caso o oceano. Nas poucas vezes em que enfrentaram guerra em seu território em uma foram salvos pelos franceses (1776), em outra perderam para os canadenses (1812), em outra foi fraticida (1861-1865), e outras foi contra inimigos bem inferiores (guerras indígenas de 1778 a 1890 e a mexicano-americana de 1846).

Offline André Luiz

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Re: Potência militar
« Resposta #196 Online: 25 de Março de 2010, 13:44:00 »

Offline Geotecton

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Re: Potência militar
« Resposta #197 Online: 25 de Março de 2010, 14:39:50 »
Caros Agnóstico e Derfel

O meu comentário (aparentemente) "anti-França" foi feito essencialmente para discordar da afirmação de que ela é um pais mais pacífico que outros. O tom irônico, jocoso mesmo, inclusive com o uso de palavras mais contundentes ('covarde'), pode ser observado pela minha última frase. Acrescentem a isto o fato de que fiz menções a conflitos sem uma maior preocupação em especificar os intervalos que ocorreram, mas apenas com uma simples citação de um ano histórico como referência, e de memória, que em função da minha idade já não funciona tão bem. :biglol:


Mas a resposta do Derfel denota uma maior preocupação com a qualidade da informação nos seus comentários. Em respeito a isto, permita-me apresentar algumas considerações a respeito das duas postagens a mim dirigidas, ainda que de forma indireta.


Foi bem pacífica na independência do Marrocos...

Concordo com você, mas não acho que foi por benemérito intrínseco da França, e isto por dois motivos. O primeiro é que Sidi Muhammad, o verdadeiro "homem forte" marroquino, manteve e até aumentou as estreitas relações com a França, ou seja, não houve um afastamento da linha mestra da política externa francesa. O segundo motivo é que não havia (e pelo que sei, não há) depósitos petrolíferos conhecidos no Marrocos. Se não estiver enganado, o único bem mineral que este país africano produz em escala significativa é o fosfato.

O caso da Argélia é diametralmente oposto, pois esta contava com grandes reservas de petróleo.

E em 1812 dominavam quase toda a Europa e em 1776 foi decisiva para a Revolução Americana (o que foi péssimo financeiramente para os franceses)...

Concordo. Eles dominaram boa parte da Europa e seu expansionismo foi barrado por um conjunto de países, principalmente a Inglaterra. Aliás foi a última vez que os franceses levaram vantagem como principais atores em um cenário militar.

A Revolução Americana foi apoiada pelos franceses por causa de seu confronto com os ingleses e não por altruísmo. A situação financeira da França já vinha debilitada pelos péssimos reinados de então, de tal modo que o custo financeiro do apoio ao país americano foi apenas mais uma "gota".

Na WWI a França conseguiu barrar a investida alemã (o que acabou levando às guerras de trincheira). Os ingleses lutaram no lado francês (por conta dos tratados da época e para impedir o aumento da influência alemã), mas ficaram também presos nas trincheiras. Foi a invenção do tanque e a exaustão de recursos da Alemanha por lutar em duas frentes que levou ao armistício.Os EUA fizeram pouca diferença na WWI, entrando já no final da guerra.

Concordo. E nisto a WWI foi apenas o primeiro movimento da WWII. Mas ainda assim a França somente resistiu por causa do apoio inglês no flanco ocidental, do italiano no sul e do russo no leste.

Já os estadunidenses não foram decisivos em termos de combate e sim em termos financeiros e logísticos.

Na WWII praticamente toda a Europa continental caiu sob fogo alemão. A França foi libertada no Dia D por forças inglesas, canadenses, americanas e francesas do exílio, mas a história poderia ser outra se, novamente, a Alemanha não lutasse em duas frentes e não houvesse tido uma série de erros (e azares) por parte dos alemães no Dia D.

O principal "front" sempre foi o oriental, pois quem efetivamente segurou a Alemanha Hitlerista foi a URSS. Não houve no Ocidente nenhum combate que se aproximasse dos confrontos orientais, tais como as batalhas de Stalingrado e Kursk.

As causas históricas da derrota Nazista são várias, inclusive o péssimo planajemanto estratégico que dispersou as forças alemãs em 3 principais frentes: França/Inglaterra; Itália/Norte da África/Balcãs e a URSS.

Ainda assim a atuação francesa foi pífia e não são poucos os historiadores que consideraram a atitude dos franceses, particularmente os de Paris, excessivamente passiva frente aos Nazis. Claro que há de se reconhecer e contextualizar a situação então vivida, mas fica a observação.

Na Indochina, lembre-se, depois os EUA que tomaram um pau.

Sem dúvida. Mas para manter a coerência de análise, se deve ressaltar o fato que a França atuou e perdeu em um cenário militar de muito menor escala que os EUA, embora para este o resultado tenha sido o mesmo. Não houve o apoio soviético ou chinês aos vietnamitas contra os franceses na mesma medida que houve contra os estadunidenses, desde 1962 até 1973.

Na Guerra Franco-Prussiana os franceses não estavam preparados para uma guerra contra a Prússia, que possuiam um exército maior, mais bem preparado e com armamento melhor (como os canhões Krupp contra os franceses que eram carregados pela boca).

Outra atuação pífia da França contra um conjunto de estados em fase de agrupamento para o nascimento da Alemanha. Não é culpa desta se os seus adversários não se prepararam, em um tempo histórico (segunda metade do século XIX) em que guerras de grande escala entre Estados eram frequentes.

Outra coisa a se considerar é a localização geográfica da França, em uma área de constantes conflitos na história até a segunda metade do século XX. Já a Inglaterra se encontra com uma proteção natural, já que se trata de uma ilha. A última invasão bem sucedida que a Inglaterra sofreu foi em 1066 pelo Duque Guilherme da Normandia. E antes disso só houve as invasôes dos romanos e de dinamarqueses. Em outras três ocasiões em que a Inglaterra esteve em risco de invasão, em uma (1588) só não ocorreu por um golpe de sorte, onde a Invencível Armada foi destruída por um temporal.

Perfeito! Concordo. Mas você há de concordar comigo que seja o aproveitamento das vantagens naturais, seja a superação das mesmas desvantagens, ambas fazem parte do contingenciamento dos planos militares de cada nação.

Quanto aos EUA, da mesma forma estão isolados por uma defesa natural, no caso o oceano. Nas poucas vezes em que enfrentaram guerra em seu território em uma foram salvos pelos franceses (1776), em outra perderam para os canadenses (1812), em outra foi fraticida (1861-1865), e outras foi contra inimigos bem inferiores (guerras indígenas de 1778 a 1890 e a mexicano-americana de 1846).

Sim, os EUA tem hoje uma grande vantagem por estarem isolados por dois oceanos, a leste e a oeste, e mesmo por uma grande massa continental a norte. Mas quando da guerra pela independência eles mal passavam de um grupo de insurgentes milicianos. Assim não acho justo insinuar que eles tiveram um desempenho razoável apenas porque receberam a ajuda da França, mas antes tiveram um desempenho satisfatório tendo em vista o equipamento e o pessoal disponível.

Quanto à guerra expansionista contra o Canadá eu concordo, apenas acrescentando que neste conflito os canadenses foram amplamente apoiados tanto por britânicos como por franceses, que anteviram o despertar do imperialismo estadunidense já no alvorecer do século XIX.

Quanto aos confrontos internos; seja a guerra de Secessão, seja contra os povos nativos; ambos são lamentáveis, principalmente contra os nativos, pois neste caso as palavras que melhor definem o comportamento dos estadunidenses brancos e cristãos é "massacre" e "genocídio".

Por fim o conflito com os mexicanos, embora vitorioso, é uma vergonha pois foi feito visando essencialmente o expansionismo territorial.

Queria acrescentar apenas um conflito estadunidense, que certamente não foi citado por você porque não ocorreu no território deles, e que se desenvolveu no final do século XIX contra a Espanha. Com isto eles anexaram Porto Rico e as Filipinas e tornaram Cuba um protetorado. Esta guerra foi planejada e começou com um mero pretexto.

É isto.
« Última modificação: 22 de Abril de 2019, 15:56:45 por Geotecton »
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Offline Partiti

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Re: Potência militar
« Resposta #198 Online: 25 de Março de 2010, 22:21:57 »
A última invasão bem sucedida que a Inglaterra sofreu foi em 1066 pelo Duque Guilherme da Normandia. E antes disso só houve as invasôes dos romanos e de dinamarqueses. Em outras três ocasiões em que a Inglaterra esteve em risco de invasão, em uma (1588) só não ocorreu por um golpe de sorte, onde a Invencível Armada foi destruída por um temporal.

Então, mais ou menos isso, você pode considerar a "Revolução Gloriosa" de 1688 como uma invasão bem sucedida holandesa da Inglaterra que iniciou uma união das duas coroas, sob um contexto maior da guerra da Grande Aliança contra Luís XVI. E até mais ou menos a metade do século XVIII sempre houveram incursões dos Escoceses, algumas razoavelmente bem sucedidas, talvez a maior a invasão decisiva do exército presbiteriano escocês na primeira guerra civil inglesa.

Sim, os EUA tem hoje uma grande vantagem por estarem isolados por dois oceanos, a leste e a oeste, e mesmo por uma grande massa continental a norte. Mas quando da guerra pela independência eles mal passavam de um grupo de insurgentes milicianos. Assim não acho justo insinuar que eles tiveram um desempenho razoável apenas porque receberam a ajuda da França, mas antes tiveram um desempenho satisfatório tendo em vista o equipamento e o pessoal disponível.

Ah, eu discordo em parte. Houve sim um apoio logístico extremamente necessário francês, e a guerra foi ganha quando a marinha francesa ganhou da inglesa e retirou a habilidade dos ingleses suprirem o exército em Yorktown. Mas antes de 1777 era só os americanos, e eles souberam sim usar a principal vantagem deles: uma causa razoavelmente popular e milícias locais. Os ingleses além da incompetência pura e simples (como em Saratoga) também souberam alienar os colonos leais à coroa com uma série de medidas impopulares, como uso de índios, negros e mercenários hessianos no exército inglês.
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Offline Moro

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Re: Potência militar
« Resposta #199 Online: 25 de Março de 2010, 22:44:18 »
Mas eu fiz uma ironia Geo, a França não foi pacífica com o Marrocos.. e tem razão, ainda tem a Argélia
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