Marina deixa em aberto se acatará decisão da convenção do PVA senadora repudiou oferta do PSDB de concessão de ministérios em um eventual governo SerraDepois de uma reunião com lideranças da sociedade civil e apoiadores de campanha, a senadora Marina Silva concedeu entrevista coletiva em São Paulo e deixou em aberto a decisão sobre se vai ou não apoiar o posicionamento que o Partido Verde tomará na convenção do próximo dia 17.
Segundo Marina, ela está ouvindo todas as pessoas e entidades que fizeram parte da sua candidatura à Presidência da República, num processo “à parte e independente” da decisão do partido.
Nessa quarta-feira ela teve uma primeira reunião com o que chama de “núcleos vivos da sociedade”, em que ouviu a opinião de mais de 80 pessoas ligadas ao seu projeto político, como o pensador Leonardo Boff, os arquitetos Nabil Bonduki e Raquel Rounik, o ambientalista Eduardo Jorge, o antropólogo Beto Ricardo, a socióloga Neca Setubal e Marcio Santini, ex-presidente da Funarte, entre outros.
Ao final do encontro, Marina disse que a decisão de apoiar ou não uma candidatura será “um processo” e, como tudo em sua vida, “exigirá amadurecimento e diálogo”.
“Obviamente que num processo democrático há sempre a possibilidade da convergência e da divergência. Se houver um acordo, será baseado em programas, mais em hipótese alguma em divisão de cargos”, disse Marina.
A senadora do PV repudiou a oferta feita pelo PSDB, que já teria deixado claro que concederia quatro ministérios em um eventual governo de José Serra. Por meio de conversas com a direção nacional do partido, o tucanos teriam oferecido a pasta das Cidades, Cultura, Meio Ambiente e Educação em troca de apoio.
“As pessoas que votaram em mim estão buscando a nova política. Não conheço essa linguagem de troca de cargos, que é a linguagem da velha política que eu tanto critiquei”, avaliou a senadora.
PTQuestionada sobre a influência que sua trajetória dentro do PT terá numa eventual decisão de segundo turno, Marina disse que o que vai pesar será uma nova agenda para o País.
“Sai do PT com muita dor. Mas foi em nome desses valores que eu defendia que agora, que, mesmo com o coração sangrando, eu vim para esse processo. O que vai pesar pra mim são os compromissos com a nova política, com a nova agenda, com uma nova postura, onde os valores não estão separados dos meios que nós vamos utilizar para chegar aos objetivos que temos”, afirmou.
CríticasMarina voltou a criticar a falta de plano de governo de Serra e Dilma no primeiro turno e disse que espera que eles apresentem uma plataforma política antes de o PV sinalizar com qualquer apoio. Ela lembrou que o partido pretende apresentar uma plataforma mínima para os adversários. O documento deve contemplar assuntos com o Código Florestal, a liberdade de imprensa e o compromisso com o que ela chama de “Revolução na Educação”.
“Lutei até o final pelo segundo turno, para que o Brasil tenha um debate a altura do que ele merece. Essa também é a oportunidade para que os candidatos mudem e apresentem, de fato, seus projetos e propostas para o Brasil”, avaliou Marina.
Ao final da coletiva, a candidata concedeu uma entrevista por telefone para a Rádio BandNews FM, onde que não levará apenas em conta a amizade que tem com petistas e tucanos para apoiar algum dos candidatos. “A gente não pode confundir amizade e respeito com o que é preciso fazer e o que é bom para o Brasil”.
A candidata também disse que sua decisão não se condicionará a uma eventual candidatura à presidência em 2014. Ela também deu a entender que, se houver apoio a um dos candidatos, não subirá a palanques de adversários. “Será um apoio pragmático e baseado apenas em propostas”, concluiu.
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