E se não fossem os atos terroristas e de vandalismo, um movimento como o MST seria válido ou não?
Seria importante aqui o que quer dizer por "MST" sem os atos terroristas e de vandalismo.
Supondo que por isso queira dizer "defender a reforma agrária", a princípio sim, no sentido de que não estariam cometendo crime algum, e é uma manifestação legal então, portanto, válida num sentido. Assim como, passeatas contra ou a favor o aborto, e eventuais movimentos pró ou anti aborto que não cometessem atentados de qualquer tipo, só fizessem campanhas defendendo seu lado.
Contudo, se "válido" não tem esse significado mais amplo, se pergunta se realmente a reforma agrária, atualmente, nos moldes que eles propõem, é algo válido, que devesse ser feito, então a resposta é não, por diversos motivos explicados nas mensagens que recomendei ao Juca.
Resumidamente, eles em boa parte do tempo não são "trabalhadores rurais sem terra", mas pobres urbanos, desesperados e usados pelo MST com uma promessa de uma vida melhor. E não há indícios de que uma vida melhor pudesse vir por esse meio que supostamente pregam, tanto por despreparo e falta de estrutura para que aprendessem a ser agricultores, quanto por sabotagem do MST e até do INCRA, que dificultam que consigam começar e continuar a prosperar como agricultores.
Não menos importante, praticamente não há latifúndios no Brasil, no sentido de terras improdutivas. O que disputam agora são "latifúndios por extensão", propriedades que julgam arbitrariamente ser grandes demais, e que deveriam ser divididas. Esse critério não é exatamente novo, já foi feita divisão de terras por esses critérios, estabelecidos desde o regime militar, mas agora estão querendo diminuir ainda mais a extensão das terras permissíveis. O que vai na contramão do que mostrou ser o modelo mais eficaz de produção agrícola no mundo, e mesmo no Brasil (um dos países com mais forte agricultura), que estão tendendo a se concentrar cada vez mais.
E que mesmo assim, não deixam de cumprir a função social da terra, que não pode ser vista mais apenas como a geração de empregos para trabalhadores rurais, mas tem que se levar em conta a produção de alimentos acessíveis à população. Coisa que os assentados não foram capazes de fazer. São os assentamentos do MST os maiores verdadeiros latifundiários da atualidade, em boa parte do tempo não conseguindo produzir nem o suficiente para sustentarem a si mesmos, muito menos para vender e abastercer à população.