Acho possível e até provável que pessoas tenham mentido para desacreditar o Espiritismo.
No Brasil sabemos que tanto a Umbanda como o Espiritismo sofreram resistência por parte da Igreja Católica. Assim como até os evangélicos tradicionais.
Outros podem também ter sido pouco rigorosos na hora de analisar este ou aquele relato por muitos motivos, motivos às vezes até fúteis. É assim que as pessoas são: tendenciosas. E mentem ( um pouquinho e às vezes muito ) para parecer que estão com a razão.
Mas se algum assim chamado "cético" ( se é que isso existe como uma classe de pessoas que compartilhem de certos mesmos princípios e valores, como nas religiões ) mentiu sobre este ou aquele evento - ou relato -, isso não significa que o próprio relato seja confiável. Que da mesma forma que muitos de seus críticos, alguns espíritas e simpatizantes dessa doutrina sejam estes mesmos capazes de distorcer um pouquinho as coisas também.
Ou muito.
Essa é apenas a natureza nada confiável dos seres humanos.
Ou será que os proselitistas do Espiritismo possuem qualidades especiais?
A Ciência não ignora que as pessoas são como são, sujeitas a todo tipo de enganos. Voluntários e involuntários. É por isso que o método científico desconsidera relatos como evidências, ao contrário do que sustenta o Botânico até com uma certa cara de pau.
Daí a exigência de reprodutibilidade independente em experimentos.
O argumento de que se todo trabalho científico produz um RELATÓRIO então é equivalente a um RELATO é ridículo demais até para merecer comentário.
O caso é que, diante da extraordinariedade das postulações do Espiritismo, nós temos muito pouca razão para aceita-las se sustentadas somente por testemunhos.
Se o tal do Zé Ninguém do Polidoro não é 100% confiável, que dizer então desse Sr. Chico Xavier que posou para essa foto, participando sem o menor constrangimento de uma encenação bisonha como essa?
1 - Sabe Pedro, considerando a época em que viveu e o que o público pensava de Crookes e do seu prestígio (dizia a imprensa: se um homem como Crookes investiga essa coisa de espiritualismo, logo saberemos no que podemos acreditar), é muito para a minha cabeça acreditar que ele fosse jogar tudo isso fora endossando farsantes. Apelam para os seus sentimentos apaixonados pelas médiuns, mas ele também validou homens. Estaria apaixonado por eles também?
2 - O método científico exige reprodutibilidade, certo? Pena que essa exigência é muito pouco cobrada. As publicações científicas querem coisas novas. Só que no caso dos médiuns, eles foram testados por DIFERENTES PESQUISADORES, em VÁRIAS OCASIÕES, e os resultados foram parecidos. Então faltou o que nesta questão de reprodutibilidade?
3 - Mantenho o que disse. Sim, o trabalho científico é descrito na forma de um relato. Esse relato será a base para que outros reproduzam o que foi feito. Mas isso só acontece quando a coisa tem valor econômico ou é interessantemente revolucionária. Senão ninguém reproduz o trabalho de outros. Agora os médiuns foram testados por diferentes pesquisadores de forma independente e chegaram a resultados parecidos. Por que agora a reprodutibilidade não vale?
4 - Estou apresentando aqui um trabalho do Crookes que não é meramente testemunho. E até agora não estou vendo retorno.
5 - Oh! Agora o cético militante Massimo Polidoro virou Zé Mané? Então concorda comigo que ele é mesmo um mentiroso, né?
6 - E o Chico? O Chico foi sempre essencialmente um religioso chorão. O caso aí ilustrado começou quando o científico Waldo Vieira tomou conhecimento daquela médium Otília Diogo e montou uma equipe com outros médicos para estudar o fenômeno de materialização que ela produzia. Os fenômenos observados por eles eram autênticos, mas como um bando de amadores, não souberam fazer os registros com melhor qualidade. A médium não era uma pessoa séria (apresentava-se até em festinhas de aniversário), analfabeta, sem muitos dotes e muito ambiciosa. Seu negócio era ganhar dinheiro. O tonto e vaidoso do Waldo Vieira caiu na armadilha do repórter José Franco, da revista O Cruzeiro, insistiu com os colegas em dar acesso a eles. Os outros médicos não concordaram, mas Waldo ganhou no grito. Feita a sessão, os repórteres não acharam nada de fraude na ocasião, mas depois vieram várias edições com reportagens avacalhadoras.
O Waldo Vieira, autor da lambança, em vez de defender o seu peixe, fugiu apavorado junto com o Chico e se esconderam em algum sítio no interior de Minas. Coube a quatro membros da equipe, mais Jorge Rizzini e Luciano dos Anjos a tarefa de salvar o que fosse possível. E até conseguiram, ainda que de forma não muito honesta.
No fim todos saíram ganhando do seu jeito: os Diários Associados nunca venderam tanta revista O Cruzeiro, as livrarias espíritas nunca venderam tantos livros espíritas e a médium ficou conhecida em todo o Brasil. Aí deu um pé na bunda do choroso Chico e partiu para a sua carreira solo, fazendo seu pé de meia... até ser definitivamente desmascarada em 1971.
É isso.