Bem, gente, estou chegando mais ou menos onde queria, ainda que este não seja exatamente o melhor tópico para comentar o que pretendo.(fica a critério dos moderadores se quiserem mudar para outro mais apropriado).
Mas o lance é o seguinte: vejo que vocês estão exigindo que eu saia do conforto dos textos publicados por espíritas ou simpatizantes e vá ver os textos publicados por céticos ou assemelhados. É como dizia Carlos Imbassahy, o autor que me fez descobrir o lado científico do Espiritismo, que àqueles que queriam saber dos fenômenos mediúnicos, deviam ler o Genon, o Grasset, o Janet. Ou no caso de nacionais, ler o Oliveira, o Leonídio, etc.
Tá. Já li alguns textos de autores céticos e não fiquei nada satisfeito com eles. E assim eu gostaria de saber se os senhores céticos que me criticam por acaso leram os trabalhos originais, aqueles escritos por Hare, Crookes, Richet, Delanne, Lombroso, Bozzano, Flamarion, Geley... Leram? Sim ou não? O Alquimista me pediu fontes e eu lhe indiquei um link, mas já me disse que não ia lê-lo.
A minha pergunta se deve ao fato de eu haver lido mais de 50 obras cristãs anti espíritas e pude ver que seus autores também não tinham o costume de ler os originais. Citavam uns aos outros. O Imbassahy comenta a respeito do livro Espiritismo à Luz da Razão, escrito por dois clérigos católicos, que muitas das citações não foram feitas com base nos originais. De Geley, por exemplo, que era francês e só escreveu textos em francês, deparava-se com coisas que pelo, que sabia daquele notável psiquista, ele jamais dissera e as fontes estavam em obras escritas por autores alemães.
Já disse que Massimo Polidoro é o meu cético favorito, pois o peguei mentindo para defender a fé cética e ao que parece vocês nem perceberam. Bem, vou colocar de novo uma parte do texto que ele publicou no Skeptical Inquirer de janeiro de 2000:
"As experiências mais importantes de todas feitas sobre a “mediunidade” de Annie foram, sem dúvida, os “testes elétricos de Crookes”, feitos em sua própria casa em fevereiro de 1875 (Crookes 1875).
.
Para estas sessões, Cromwell F. Varley, outro membro da Royal Society, forneceu um circuito de controle elétrico, uma versão ligeiramente modificada do que foi usado por Crookes com a médium Florence Cook. Para ter certeza que a médium, sentada em um gabinete cortinado, não pudesse livrar-se das amarras, Crookes pediu-lhe que apertasse as duas manivelas de uma bateria, construída de forma a interromper a corrente se ela soltasse qualquer uma delas, e nesse caso o marcador cairia a 0. Fay conseguiu, de alguma maneira, produzir suas manifestações, apesar de o contato ter permanecido constante.
.
Para uma sessão adicional, dois dos convidados eram mais céticos que o anfitrião. Quando eles inspecionaram o controle elétrico do sistema, antes de a sessão começar, descobriram que um lenço úmido estirado entre as manivelas manteria o circuito aberto (o certo seria dizer: fechado - nota minha). Por sugestão de um destes homens, Crookes afastou as manivelas até a distância na qual um lenço não pudesse ser colocado entre elas. Aparentemente ninguém considerou a possibilidade de que poderiam ser usados uma tira de pano maior ou algum outro tipo de resistor.
.
O sucesso nestas experiências deu alento à excursão de Annie das províncias inglesas; porém, quando ela se apresentou em Birmingham, em maio, era novamente apresentada como o “Fenômeno Indescritível” e seu espetáculo era visto como um entretenimento (Dingwall 1966). Aparentemente, no fim de sua excursão, seu gerente, insatisfeito com o fato que as investigações dos cientistas não terem produzido qualquer ganho adicional a seus bolsos, escreveu para J. N. Maskelyne sugerindo organizar uma exposição pública da sua ex-cliente. Ele se ofereceu, por uma soma significativa de dinheiro, se fosse capaz de revelar como os experimentos de Crookes haviam sido burlados. Maskelyne recusou a oferta, então o empresário escreveu a ele novamente, apresentando-lhe a Srta Lottie Fowler, outra excelente mística, que podia reproduzir os truques de Fay e excursionou, seguindo a mesma rotina de Annie quando esta deixou a Inglaterra."
O que vocês entenderam deste trecho? O que eu deduzi é o seguinte:
Muito embora os sacanas dos espíritas queiram vender a ideia de o galvanômetro permitia um controle absolutamente seguro de que o médium submetido ao seu controle estaria impossibilitado de fraudar, a verdade é que este controle é TÃO PRECÁRIO que bastaria que o dito médium usasse uma tira de pano molhada ou um resistor qualquer e aí o galvanômetro não notaria a quebra do circuito e o médium ficaria livre para fazer suas fraudes sem nenhuma dificuldade.
Alguém aí entendeu algo diferente?