Autor Tópico: Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?  (Lida 31313 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Jack Carver

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.198
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #225 Online: 14 de Novembro de 2015, 21:16:43 »
Deixando racionalmente claro minha posição:

1- Acredito que há diferença entre acolher imigrantes vindo do Oriente Médio e vindo de outros cantos do mundo. Motivo: Não há possibilidade(política) até o momento, de selecionar quem ou não, sendo muçulmano - geralmente homens adultos - é um potencial perigo para os anfitriões. O perigo que uma ampla maioria "leva" consigo é mais traumático que uma outra maioria "traz". Então todo o cuidado é pouco quando trata-se do imigrante muçulmano.

2- Ocorrendo tal inviabilidade na "seleção positiva" do refugiado muçulmano, penso que os governos deveriam ter planejado com antecedência a interrupção desse fluxo, seja pelo apoio militar maciço(e humanitário) aos combatentes nos países em guerra contra o terror, acelerando assim à estabilização local com apoio da ONU, seja pela disseminação da mensagem de que não entram no país jovens homens até certa idade juvenil; oferecendo transportes "guiados" como retorno. Ponto. Quem resistisse que fosse levado para uma prisão precária, até que decidisse voltar. Pode parecer desumano, assim como pode não parecer questão de vida ou morte, mas é.

3- Deve haver limites até para o imigrante não-muçulmano, senão viriam milhões e milhões de imigrantes do mundo todo a cada mês "invadindo" a Europa. Onde há garantias de qualidade de vida há de atrair mais e mais gente, sempre.


Trecho de discurso proferido por Vladimir Putin no Clube Valdai.

Algumas perguntas óbvias são feitas.

Os grifos são meus.

Colegas,
Senhoras e senhores,
Amigos,
[...]
O Putin falou umas duras verdades ali, mas a mensagem não será "captada" pela Casa Branca, nem tampouco pelo Pentágono.

O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #226 Online: 14 de Novembro de 2015, 21:38:49 »
Engraçado, até a pouco tempo parecia que o que se tentava evitar era que nativos saíssem dos países que se teme serem alvo de ataque para ir se juntar ao EI.

Ainda não soube de tentarem se infiltrar (ou voltar, no caso dos ocidentais que se juntam a causa) como refugiados. Não é impossível, só não sei se é o mais provável. E é no mínimo "improvável" no sentido de ser uma pequena fração do todo.

Então a política de fechar as portas aos refugiado me parece algo como sitiar uma favela numa guerra de gangues e/ou policial, e impedir, indiscriminadamente, que as pessoas saiam de lá. Talvez algo pior, já que em guerras entre gangues ou polícia e gangues, geralmente os alvos são "militares", e não justamente populações inocentes.


Provavelmente deve haver algo mais efetivo em termos de "inteligência" para lidar com isso, e que se aplica não só a refugiados, mas aos locais que desejam se aliar ao EI/etc. Estes provavelmente são a maior ameaça, por já estarem lá. Para o EI/etc deve ser mais conveniente continuarem mantendo o contingente por lá mesmo, em vez de tentar infiltrar um ou outro por essa rota, quando já haveria simpatizantes lá fora (e querendo ir para lá), tornando esse esforço algo desnecessário.

Offline Jack Carver

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.198
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #227 Online: 14 de Novembro de 2015, 22:35:03 »
Engraçado, até a pouco tempo parecia que o que se tentava evitar era que nativos saíssem dos países que se teme serem alvo de ataque para ir se juntar ao EI.

Ainda não soube de tentarem se infiltrar (ou voltar, no caso dos ocidentais que se juntam a causa) como refugiados. Não é impossível, só não sei se é o mais provável. E é no mínimo "improvável" no sentido de ser uma pequena fração do todo.

Então a política de fechar as portas aos refugiado me parece algo como sitiar uma favela numa guerra de gangues e/ou policial, e impedir, indiscriminadamente, que as pessoas saiam de lá. Talvez algo pior, já que em guerras entre gangues ou polícia e gangues, geralmente os alvos são "militares", e não justamente populações inocentes.
Seria inacreditável se governos europeus e americanos tolerassem a volta daqueles que foram lutar ao lado do ISIS.

Uma favela se encontra dentro da jurisdição formal de um Estado, onde todos, em tese, tem os mesmos direitos e deveres, falam a mesma língua, dividem os mesmos costumes... Este mesmo Estado tem o poder de investigar, prevenir e prender suspeitos que supostamente "tocam o terror" fora ou não da favela, mas na mesma cidade. E, este Estado também tem a responsabilidade sócio-econômica de minimizar/prevenir os efeitos que geram a violência na favela ou fora dela, novamente, em espaço delimitado. Uma Secretaria de Segurança de um estado não interfere no trabalho de outra em outro estado. O Ocidente tem interferido de forma negativa no Oriente Médio, nem construtiva foi.
Por fim, não há um pensamento das pessoas numa favela brasileira de querer dominar o país/mundo seguindo uma ideologia colocando em questão as Leis vigente. (Oh, wait.. christians!)
Postei mais atrás o exemplo de como certões figurões mesmo vivendo relativamente bem na Europa, ainda não estão satisfeitos.











Provavelmente deve haver algo mais efetivo em termos de "inteligência" para lidar com isso, e que se aplica não só a refugiados, mas aos locais que desejam se aliar ao EI/etc. Estes provavelmente são a maior ameaça, por já estarem lá. Para o EI/etc deve ser mais conveniente continuarem mantendo o contingente por lá mesmo, em vez de tentar infiltrar um ou outro por essa rota, quando já haveria simpatizantes lá fora (e querendo ir para lá), tornando esse esforço algo desnecessário.
Neste momento não há outra saída a não ser ampliar o 'Estado de Espionagem'. Que não será utilizado apenas para evitar o terrorismo.
« Última modificação: 14 de Novembro de 2015, 22:37:54 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #228 Online: 14 de Novembro de 2015, 23:01:21 »
Trecho de discurso proferido por Vladimir Putin no Clube Valdai.

Algumas perguntas óbvias são feitas.

Os grifos são meus.

Citar
Colegas,
Senhoras e senhores,
Amigos,
É um prazer recebê-lo para a XI reunião Internacional do Clube Valdai.

Foi já referido que o clube tem novos co-organizadores este ano. Eles incluem as organizações não-governamentais russas, grupos de peritos e as melhores universidades. A ideia também foi levantada de ampliar as discussões para incluir não apenas questões relacionadas com a própria Rússia, mas também a política mundial e da economia.

Espero que essas mudanças na organização e conteúdo reforcem a influência do clube como um fórum importante de discussão. Ao mesmo tempo, espero que o “espírito Valdai” permaneça – este ambiente livre e aberto e chance de expressar todos os tipos de diferentes e francas opiniões.

Deixe-me dizer a este respeito que eu também não vou deixar você para baixo e vou falar diretamente e com franqueza. Algumas das coisas que eu digo podem parecer um pouco duras demais, mas se não falararmos diretamente e honestamente sobre o que realmente pensamos, então não vale a pena, mesmo atendendo desta forma. Seria melhor, nesse caso, apenas para manter encontros diplomáticas, onde ninguém diz nada de verdadeiro sentido e, recordando as palavras de um diplomata famoso, você percebe que os diplomatas têm línguas de modo a não falar a verdade.

Nós nos reunimos por outras razões. Nós nos reunimos para falar francamente com o outro. Precisamos ser diretos e francos, hoje, não apenas para trocar farpas, mas de forma a tentar chegar ao fundo do que está realmente acontecendo no mundo, tentar entender por que o mundo está se tornando menos seguro e mais imprevisível, e por isso os riscos estão aumentando em todos os lugares à nossa volta.

A discussão de hoje decorreu sob o tema: Novas Regras ou um jogo sem regras. Eu acho que essa fórmula descreve com precisão o ponto de viragem histórico a que chegámos hoje e a escolha que todos nós enfrentamos. Não há nada de novo, é claro na ideia de que o mundo está mudando muito rápido. Eu sei que isso é algo que você tem falado sobre as discussões de hoje. Certamente é difícil não notar as transformações dramáticas na política global e na economia, na vida pública e na indústria, informação e tecnologias sociais.

Deixe-me pedir-lhe agora que me perdoe se eu acabar repetindo o que alguns dos participantes do debate já disseram. É praticamente impossível evitar. Você já realizou discussões detalhadas, mas vou definir o meu ponto de vista. Ele vai coincidir com a opinião dos outros participantes sobre alguns pontos e diverge sobre outros.

Ao analisar a situação de hoje, não esqueçamos as lições da história. Primeiro de tudo, as mudanças na ordem mundial – e o que estamos vendo hoje são eventos nesta escala – geralmente têm sido acompanhadas se não pela guerra mundial e os conflitos, então por cadeias de conflitos intensivos em níveis locais. Em segundo lugar, a política global está acima de tudo sobre a liderança económica, questões de guerra e paz, e a dimensão humanitária, incluindo os direitos humanos.

O mundo está cheio de contradições hoje. Precisamos ser francos em pedir uns aos outros, se temos uma rede de segurança confiável no lugar. Infelizmente, não há nenhuma garantia e não há certeza de que o atual sistema de segurança global e regional seja capaz de nos proteger de convulsões. Este sistema tornou-se seriamente enfraquecido, fragmentado e deformado. As organizações de cooperação internacional e regional políticas, económicas e culturais também estão passando por momentos difíceis.

Sim, muitos dos mecanismos que temos para garantir a ordem mundial foram criados há muito tempo atrás, inclusive e, sobretudo, no período imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Deixe-me enfatizar que a solidez do sistema criado naquela época não descansou apenas no equilíbrio de poder e nos direitos dos países vencedores, mas no facto de que “pais fundadores” deste sistema tinham respeito um pelo outro, não tentaram colocar a pressão sobre os outros, mas tentaram chegar a acordos.

A principal coisa é que este sistema precisa para se desenvolver, e apesar de suas várias deficiências, precisa de, pelo menos, ser capaz de manter os problemas atuais do mundo dentro de certos limites e regulando a intensidade da concorrência natural entre os países.

É minha convicção de que não poderia tomar este mecanismo de freios e contrapesos que construímos ao longo das últimas décadas, às vezes com tal esforço e dificuldade, e simplesmente acabar com isso sem construir qualquer coisa em seu lugar. Caso contrário, ficaríamos sem nenhum outro instrumento do que a força bruta.

O que precisávamos fazer era realizar uma reconstrução racional e adaptá-lo às novas realidades no sistema das relações internacionais.

Mas os Estados Unidos, que se declarou-se vencedor da Guerra Fria, não vê necessidade para isso. Em vez de estabelecer um novo equilíbrio de poder, essencial para a manutenção da ordem e estabilidade, eles tomaram medidas que jogaram o sistema para um agudo e profundo desequilíbrio.

A Guerra Fria terminou, mas não terminou com a assinatura de um tratado de paz com acordos claros e transparentes a respeito das regras existentes ou a criação de novas regras e normas. Isso criou a impressão de que os chamados “vencedores” na Guerra Fria haviam decidido eventos de pressão e remodelar o mundo para atender às suas próprias necessidades e interesses. Se o actual sistema de relações internacionais, direito internacional e os pesos e contrapesos no lugar ficaram no caminho destes objectivos, este sistema foi declarado sem valor, desatualizado e precisa de demolição imediata.

Perdoe a analogia, mas esta é a maneira como os novos ricos se comportam quando de repente acabarmcom uma grande fortuna, neste caso, na forma de liderança mundial e dominação. Em vez de gerir a sua riqueza com sabedoria, para seu próprio benefício também, é claro, eu acho que eles cometeram muitos desatinos.

Entramos num período de interpretações divergentes e silêncios deliberados na política mundial. O direito internacional foi forçado a recuar mais e mais pelo ataque do niilismo legal. Objetividade e justiça foram sacrificadas no altar da conveniência política. Interpretações arbitrárias e avaliações tendenciosas substituíram as normas legais. Ao mesmo tempo, o controle total da mídia de massa mundial tornou possível quando desejado para retratar branco como preto e preto como branco.

Numa situação onde você teve a dominação de um país e seus aliados, ou seus satélites em vez disso, a busca de soluções globais muitas vezes se transformou numa tentativa de impor as suas próprias receitas universais. As ambições deste grupo cresceram tanto que começaram a apresentar as políticas que juntos nos seus corredores do poder como a vista de toda a comunidade internacional. Mas isto não é o caso.

A própria noção de “soberania nacional” tornou-se um valor relativo para a maioria dos países. Em essência, o que estava sendo proposto era a fórmula: quanto maior a lealdade para com centro de poder único do mundo, maior era a legitimidade deste ou daquele governante do regime.

Vamos ter uma discussão livre depois e eu vou gostar de responder às suas perguntas e também gostaria de usar o meu direito de fazer-lhe perguntas. E durante a próxima discussão deixar alguém tentar refutar o argumento de que eu estabeleci.

As medidas tomadas contra aqueles que se recusam a submeter são bem conhecidas e têm sido experimentadas e testadas muitas vezes. Elas incluem o uso da força, a pressão económica e propaganda, ingerência nos assuntos internos, e apela a uma espécie de “supra-legal” legitimidade quando eles precisam para justificar a intervenção ilegal neste ou naquele conflito ou derrubar regimes inconvenientes. Recentemente, temos cada vez mais provas de que muita chantagem pura e simples tem sido usada em relação a um número de líderes. Não é à toa que “big brother” está gastando bilhões de dólares em manter o mundo todo, incluindo seus próprios aliados mais próximos, sob vigilância.

Vamos nos perguntar: como estamos confortáveis ​​com isso, o quão seguro estamos, quão felizes vivemos neste mundo, e como justo e racional ele se tornou? Talvez, não tenhamos motivos reais para nos preocupar, discutir e fazer perguntas embaraçosas? Talvez seja a posição excepcional dos Estados Unidos e da maneira como eles estão realizando a sua liderança realmente seja uma bênção para todos nós, e sua intromissão em eventos em todo o mundo está trazendo a paz, a prosperidade, o progresso, crescimento e democracia, e nós devemos talvez apenas relaxar e desfrutar de tudo isso?

Deixe-me dizer que este não é o caso, absolutamente não é o caso.

Um diktat unilateral e modelos próprios de um imponente produzem o resultado oposto. Em vez de resolver os conflitos, ele leva a sua escalada, em vez de Estados soberanos e estáveis ​​que vemos a crescente disseminação do caos e, em vez da democracia há suporte para um público muito duvidoso que vai desde neo-fascistas abertos a radicais islâmicos.

Porquê que eles apoiam essas pessoas? Eles fazem isso porque eles decidem usá-los como instrumentos ao longo do caminho para alcançar seus objetivos, mas, em seguida, queimam seus dedos e recuam. Eu nunca deixarei de se surpreender com a forma como os nossos parceiros apenas continuam pisando no mesmo ancinho, como dizemos aqui na Rússia, ou seja, cometer o mesmo erro várias vezes.

Eles patrocinaram movimentos extremistas islâmicos para lutar contra a União Soviética. Esses grupos têm a sua experiência de batalha no Afeganistão e mais tarde deu origem ao Talibã e a Al-Qaeda. O Ocidente se não apoiou, pelo menos, fechou os olhos, e, eu diria, deu informações, apoio político e financeiro à invasão da Rússia por “terroristas internacionais (não esquecemos isso) e os países da região da Ásia Central. Somente após os ataques terroristas terríveis foram cometidos em solo americano fez-se na esteira dos Estados Unidos até a ameaça comum do terrorismo. Deixe-me lembrá-lo que fomos o primeiro país a apoiar o povo americano na época, o primeiro a reagir como amigos e parceiros para a terrível tragédia de 11 de setembro.

Durante minhas conversas com os líderes americanos e europeus, sempre falei da necessidade de combater o terrorismo em conjunto, como um desafio à escala global. Não podemos nos resignar e aceitar essa ameaça, não pode cortá-la em pedaços separados usando padrões duplos. Nossos parceiros manifestaram acordo, mas um pouco de tempo passou e acabamos de volta onde começamos. Primeiro foi a operação militar no Iraque, depois na Líbia, que foi empurrada para a beira de desmoronar. Por que a Líbia foi empurrada para esta situação? Hoje é um país em risco de rompimento e tornou-se um campo de treinamento para terroristas.

Apenas a determinação e sabedoria do líder egípcio atual salvou este país chave árabe a partir do caos e com extremistas de forma desenfreada. Na Síria, como no passado, os Estados Unidos e seus aliados começaram a financiar diretamente e armar os rebeldes o que lhes permite preencher as suas fileiras com mercenários de vários países. Deixe-me perguntar onde é que esses rebeldes recebem o seu dinheiro, armas e especialistas militares? De onde é que tudo isto vem? Como o ISIS  conseguiu tornar-se um grupo tão poderoso, essencialmente, uma força armada real?

Quanto a fontes de financiamento, hoje, o dinheiro está vindo não apenas de drogas, cuja produção não aumentou apenas por alguns pontos percentuais, mas muitos vezes, já que as forças da coalizão internacional estiveram presentes no Afeganistão. Você está ciente disso. Os terroristas estão recebendo dinheiro da venda de petróleo também. O petróleo é produzido em território controlado pelos terroristas, que vendem a preços de dumping, o produzem e transportam. Mas alguém compra este óleo, revende-o, e lucra com isso! Ora, eles não sabem que estão financiando assim terroristas que poderiam vir mais cedo ou mais tarde, para seu próprio solo e semear destruição em seus próprios países?

De onde eles tiram novos recrutas? No Iraque, depois de Saddam Hussein ter sido derrubado, instituições do Estado, incluindo o exército, ficaram em ruínas. Nós dissemos na época, tenham muito, muito cuidado. Você está dirigindo as pessoas para a rua, e que eles vão fazer lá? Não se esqueça (legitimamente ou não) que eles estavam na liderança de uma grande potência regional, e agora está a transformá-los no quê?

Qual foi o resultado? Dezenas de milhares de soldados, policiais e ex-militantes do Partido Baath estavam voltados para as ruas, e hoje aderiram fileiras dos rebeldes. Talvez isso seja o que explica por que o grupo Estado Islâmico se tornou tão eficaz? Em termos militares, ele está agindo de forma muito eficaz e tem algumas pessoas muito profissionais. A Rússia advertiu repetidamente sobre os perigos de ações militares unilaterais, intervindo nos assuntos internos de estados soberanos, e flertando com extremistas e radicais. Insistimos em ter os grupos de combate ao governo sírio central, acima de tudo, o Estado Islâmico, incluído nas listas de organizações terroristas. Mas vimos alguns resultados? Recorremos em vão.

Às vezes tenho a impressão de que os nossos colegas e amigos estão constantemente lutando contra as consequências de suas próprias políticas, jogar todo o seu esforço para enfrentar os riscos que eles mesmos criaram, e pagar um preço cada vez maior.

Colegas, este período de dominação unipolar demonstrou de forma convincente que ter apenas um centro de poder não faz processos globais mais gerenciáveis. Pelo contrário, esse tipo de construção instável mostrou a sua incapacidade de lutar contra as ameaças reais, como os conflitos regionais, terrorismo, tráfico de drogas, fanatismo religioso, chauvinismo e neo-nazismo. Ao mesmo tempo, ele abriu o caminho largo para o orgulho nacional inflado, manipular a opinião pública e deixar o forte intimidar e reprimir os fracos.

Essencialmente, o mundo unipolar é simplesmente um meio de justificar a ditadura sobre os povos e países. O mundo unipolar tornou-se muito desconfortável, pesado e incontrolável um fardo mesmo para o líder auto-proclamado. Comentários ao longo desta linha foram feitos aqui antes e eu concordo plenamente com isso. É por isso que vemos tentativas nesta nova fase histórica para recriar a aparência de um mundo quase bipolar como um modelo conveniente para perpetuar a liderança americana. Não importa o que toma o lugar do centro do mal na propaganda americana, antigo lugar da URSS como o adversário principal. Poderia ser o Irão, como um país que pretende adquirir tecnologia nuclear, a China, como a maior economia do mundo, ou a Rússia, como uma superpotência nuclear.

Hoje, estamos vendo novos esforços para fragmentar o mundo, desenhar novas linhas divisórias, juntar coligações não construídas para alguma coisa, mas contra alguém, qualquer um, criam a imagem de um inimigo, como foi o caso durante os anos da Guerra Fria, e obter o direito a essa liderança, ou diktat se desejar. A situação foi apresentada desta forma durante a Guerra Fria. Todos nós entendemos isso e sabemos disso. Os Estados Unidos sempre disseram a seus aliados: E“Nós temos um inimigo comum, um inimigo terrível, o centro do mal, e estamos a defender vocês, nossos aliados, a partir deste inimigo, e por isso temos o direito de pedir-lhe em torno, forçá-lo a sacrificar seus interesses políticos e económicos e pagar a sua parte dos custos para esta defesa colectiva, mas seremos os responsáveis ​​de tudo isso, é claro. “Em suma, vemos hoje tentativas em um mundo novo e mudando para reproduzir o modelos familiares de gestão global, e tudo isso de forma a garantir a sua [os EUA ‘] posição excepcional e colher dividendos políticos e económicos.

Mas estas tentativas são cada vez mais afastadas da realidade e estão em contradição com a diversidade do mundo. [...]


O primeiro passo para ser capaz de entender qualquer coisa é fazer perguntas inteligentes. Perguntas burras não produzem respostas.

Ser incapaz de questionar é a suprema forma de burrice.


Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #229 Online: 14 de Novembro de 2015, 23:01:38 »


Parabéns aos do norte são os melhores criadores de corvos que existem no mundo.      :ok:








Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #230 Online: 15 de Novembro de 2015, 01:27:34 »
Engraçado, até a pouco tempo parecia que o que se tentava evitar era que nativos saíssem dos países que se teme serem alvo de ataque para ir se juntar ao EI.

Ainda não soube de tentarem se infiltrar (ou voltar, no caso dos ocidentais que se juntam a causa) como refugiados. Não é impossível, só não sei se é o mais provável. E é no mínimo "improvável" no sentido de ser uma pequena fração do todo.

Então a política de fechar as portas aos refugiado me parece algo como sitiar uma favela numa guerra de gangues e/ou policial, e impedir, indiscriminadamente, que as pessoas saiam de lá. Talvez algo pior, já que em guerras entre gangues ou polícia e gangues, geralmente os alvos são "militares", e não justamente populações inocentes.
Seria inacreditável se governos europeus e americanos tolerassem a volta daqueles que foram lutar ao lado do ISIS.

Uma favela se encontra dentro da jurisdição formal de um Estado, onde todos, em tese, tem os mesmos direitos e deveres, falam a mesma língua, dividem os mesmos costumes... Este mesmo Estado tem o poder de investigar, prevenir e prender suspeitos que supostamente "tocam o terror" fora ou não da favela, mas na mesma cidade. E, este Estado também tem a responsabilidade sócio-econômica de minimizar/prevenir os efeitos que geram a violência na favela ou fora dela, novamente, em espaço delimitado. Uma Secretaria de Segurança de um estado não interfere no trabalho de outra em outro estado. O Ocidente tem interferido de forma negativa no Oriente Médio, nem construtiva foi.

A analogia entre as situações não foi tanto do caráter burocrático entre elas, mas de haver pessoas tentando fugir de uma zona de guerra, e serem impedidos, sob a justificativa de talvez eles mesmos serem criminosos.


Citar
Por fim, não há um pensamento das pessoas numa favela brasileira de querer dominar o país/mundo seguindo uma ideologia colocando em questão as Leis vigente. (Oh, wait.. christians!)

Não sei o quanto isso difere para a maioria dos muçulmanos, embora haja mesmo valores conflitantes, e, como é natural para todos não extremamente relativistas e politicamente corretos, acham seus valores melhores que os dos outros. Isso é preocupante e provável fonte de problemas muito graves, mas ainda é, inicialmente, diferente de terrorismo, embora possa ser o que algo que ajuda a dar uns passos nessa direção, junto a outros fatores.



Citar
Postei mais atrás o exemplo de como certões figurões mesmo vivendo relativamente bem na Europa, ainda não estão satisfeitos.

Parece que o problema é a segunda geração de imigrantes muçulmanos, na Europa. Tanto a parcela mais bem-de-vida quanto os mais insatisfeitos são recrutados por terroristas, unidos por não se integrarem e nem terem o mesmo "espírito" da geração anterior.









Vamos ver se agora o Ocidente resolve acabar com o Estado Islâmico...

Só a França, talvez.

EUA e Inglaterra já tomam as precauções anti-terrorismo cabíveis desde o 11 de setembro. Vão continuar dando apoio indireto e aéreo.



Na verdade, a França é quem sempre teve maior preocupação política com terrorismo islâmico, na Europa -- e desde antes de 11 de setembro de 2001. Esses (e outros) ataques são retaliação. A França havia sido há pouco nominalmente declarada como inimigo número um do EI.

Offline Jack Carver

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.198
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #231 Online: 15 de Novembro de 2015, 02:56:38 »

Bom, embora haja o desejo de morar, não se vê até hoje pessoas desesperadas tentando sair da favela e procurar abrigo nos bairros de classe média e alta a todo custo. Eu não saberia dizer qual a reação do Estado. Remediar o conflito e montar abrigos temporários, talvez.

-'certões ' foi ótima(certos).
« Última modificação: 15 de Novembro de 2015, 03:04:59 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #232 Online: 15 de Novembro de 2015, 03:51:45 »
Bem, essa analogia de favela sitiada já está sendo levada longe demais e para situações estranhas. Eles já estão nas favelas por não poderem estar em bairros melhores para começar; quererem fugir de lá por uma situação de conflito mais extraordinária não é bem análogo a "procurarem abrigo nos bairros de classe méida e alta a todo custo", seria ir para qualquer lugar, desde outras favelas, albergues, ou mesmo somente ruas, não necessariamente exigindo uma reforma habitacional urbana com expropriação de construções desocupadas em bairros A e B, e isso nem tem análogo com a situação dos refugiados.

Talvez melhor analogia fosse a da guerra de Cosovo, ainda que fossem/sejam muçulmanos diferentes, menos vítimas de uma rede/cultura de desinformação (teorias conspiratórias anti-americanistas e anti-israelenses -- talvez um pouco de anti-israelenses, mas devem ainda ser largamente gratos aos EUA e não propensos a vê-los como vilões), quase que "ilhados" dos muçulmanos mundiais, nesse aspecto, me parece.

Offline Pagão

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.690
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #233 Online: 15 de Novembro de 2015, 08:31:21 »


Quando a liberdade for para o inferno, estes irão logo a seguir... A liberdade que eles contestam é a liberdade individual..., a de cada indivíduo em particular..., poderão vir a sentir neles próprios o que significa repudiar essa liberdade... Se a liberdade não permitir a defesa da Europa é provável que surjam outras soluções...
« Última modificação: 15 de Novembro de 2015, 08:33:37 por Pagão »
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Muad'Dib

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.767
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #234 Online: 15 de Novembro de 2015, 10:04:31 »
O que não poderia acontecer é que a outra solução para lidar com os extremistas seja acabar com todos os islâmicos.

"O ocidente tem problemas com os radicais islâmicos que querem matar todo mundo que não seja islâmico então o povo do ocidente começa a apoiar os radicais ocidentais que acham que todo muçulmano é radical, logo a única solução é um genocídio."

Ai depois da merda feita, como (quase) todo genocídio que já houve na história, o povo para para pensar melhor, vê que morreu uma maioria que não deveria morrer e jura que este foi o último genocídio da humanidade. Nunca mais.

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #235 Online: 15 de Novembro de 2015, 10:23:32 »

Pode ser relevante para a discussão num sentido mais amplo, mas é irrelevante quanto a ser incorreto generalizar o todo pela fração.

Ora, Buckaroo, se você acha que não, seria o mesmo que ter que escolher uma fatia de bolo que pode estar envenenada ou não de um bolo fatiado. Você não comerá nenhuma fatia(se não quiser arriscar) por que na prática é o bolo todo que está envenenado. Na verdade o que conta são as informações que você tem.

Verdade.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #236 Online: 15 de Novembro de 2015, 11:05:42 »
"Isso" é simplesmente idiota, repugnante.

Um muçulmano não "pode" ser mais estigmatizado por ser apenas um muçulmano, não-terrorista, do que um cristão por ser cristão, um judeu por ser judeu, etc.

Esse tipo de pensamento imbecil, racista, só ajuda ao recrutamento para o terrorismo.

Nós sabemos que é feio, bobo e mau ter preconceito contra um povo que segue fielmente uma religião que incentiva a matança, mas quando a VIDA e outras coisas concretas entram em jogo, o politicamente correto vai para as cucuias.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Pedro Reis

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 4.084
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #237 Online: 15 de Novembro de 2015, 11:28:42 »
Será que ninguém acha que a melhor forma de combater o terrorismo é simplesmente suprimir sua rede de financiamento?

Guerra é o empreendimento mais caro do mundo. Ninguém faz guerra sem dinheiro.

Neste exato momento o EI, ao qual se sentiam ligados os lunáticos que agiram na França, está em guerra contra o exército sírio, uma máquina militar não desprezível integralmente abastecida pela Rússia, e agora também mais diretamente apoiada pela China.

Não bastassem estas duas potências militares e tecnológicas a Síria também tem total apoio do Irã, uma potência regional. Inclusive o Hezbolah, que é o grupo de resistência à ocupação israelense mais bem equipado, treinado e experiente - e financiado pelo Irã - está na Síria combatendo o Estado Islâmico.

Para se ter uma ideia da força do Hezbollah, na segunda guerra do Líbano, em 2006, Israel mobilizou seu formidável exército esperando destruir ou enfraquecer o Hezbollah no sul do Líbano em uma operação que deveria durar poucos dias. No entanto foi surpreendido com uma inesperada inesperada surra, teve 157 soldados mortos e se retirou depois de mais de 1 mês deixando o Hezbollah intacto em seus redutos.

Como se isto fosse pouco ainda estão lutando contra as forças curdas e também invadiram o Iraque e enfrentam as forças de segurança iraquianas treinadas e equipadas pelos americanos.

Sofrem ataques aéreos de países árabes como a Jordânia, e até da Força aérea turca. Ainda, agora, os EUA têm um porta-aviões no Golfo realizando missões diuturnas com aviões, helicópteros e até mísseis tomahawk.

É pouco? Mas não para por aí: a Rússia entrou na guerra e a sua força aérea está atuando na Síria. Quatro navios de guerra russos estão no Mar Cáspio lançando mísseis de cruzeiro contra posições do ISIS e também contra outras facções que tentam derrubar o regime de Assad.

Parece uma coalizão de forças devastadora, mas o ISIS não está satisfeito, quer mais inimigos. Estão atacando outros grupos rebeldes na Síria, dos quais deveriam ser aliados, como o ELS.

Agora a pergunta que não quer calar: como pode um grupo "terrorista" ( e eu sempre acho adequado escrever estes eufemismos entre aspas ) que é um pária na comunidade internacional, que supostamente ( algo inédito! ) agregou contra si todos os Estados organizados e constituídos, em um amplo e improvável leque que reúne desde superpotências com profundos conflitos de interesses, como a Rússia e EUA, a China e a União Européia, todo o mundo árabe - os aliados e os inimigos do Ocidente - e ainda até grupos paramilitares como o ELS e Hezbollah, além de exércitos informais como o dos curdos, não ter sido ainda derrotado?

É preciso muito dinheiro para sustentar uma guerra nessa tal dimensão. No entanto não é só uma questão de dinheiro: eles possuem artilharia, armamento anti-aéreo, mísseis anti-tanque, sofisticados mísseis terra-ar, e todo tipo de equipamento militar que você não compra na lojinha da esquina, não importa quanto dinheiro se tenha. Se todas as potências que possuem estas tecnologias estão contra o ISIS, então como puderam ter acesso a estas tecnologias?

Coisa interessante... Não vimos na Segunda Guerra os americanos lutarem com armamento comprado dos alemães, e nem Hitler comprava armas dos ingleses. Nem os vietcongs tinham acesso a fuzis M-16, muito embora as coisas sejam mais complicadas neste mundo do que supõem os vãs maniqueísmos, e existam algumas histórias ainda a serem contadas como as das subsidiárias da FORD na França Livre ou a Standart Oil...

Porém se o dinheiro tudo compra por quê os EUA conseguem impedir integralmente a venda de armamentos para o Irã, que deve ser muito mais rico do que o ISIS jamais poderia ser, mas de algum modo já se registram mísseis stingers abatendo aeronaves russas em 2013 na Síria?

Então estes armamentos foram tomados de exércitos regulares? Alguns sim, como tanques sírios de fabricação russa e até blindados americanos no Iraque. Mas se foram capazes de tomar este tipo de armamento então certamente não o fizeram armados só com arcos e flechas.

Recentemente uma fonte militar americana "alertou" para o fato de que o ISIS poderia ter
adquirido mísseis anti-aéreos de fabricação norte-americana em bases tomadas no Iraque. Sendo particularmente intrigante que os EUA tenham tido o cuidado ( ou o descuido ) de fornecer armamento anti-aéreo para forças de segurança criadas para combater uma insurgência interna, que, até onde se sabe, não possui nenhuma força aérea. Fica ainda mais difícil de entender diante de imagens de caças de fabricação russa sendo abatidos na Síria antes mesmo do ISIS existir, e, claro, ocupar parte do Iraque.

De qualquer forma, de onde vem o dinheiro? Da venda de petróleo de territórios ocupados mas... como ocuparam estes territórios? E quem está comprando?

A China não está. Muito menos a Rússia, que é exportadora. Será que os serviços de informação dos Estados Unidos e da União Européia são incapazes de identificar esta rede de distribuição e impedir este comércio?

Vai ver que petróleo é como cocaína. Os traficantes de petróleo ligados ao ISIS estão fazendo milhões de "mulas" ingerirem pequenas capsulas de petróleo que são furtivamente transportadas por aeroportos de todo o mundo.

São apenas perguntas... talvez alguém aí tenha tido nos telejornais as respostas.

Offline Pedro Reis

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 4.084
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #238 Online: 15 de Novembro de 2015, 11:39:53 »
Bem, essa analogia de favela sitiada já está sendo levada longe demais e para situações estranhas. Eles já estão nas favelas por não poderem estar em bairros melhores para começar; quererem fugir de lá por uma situação de conflito mais extraordinária não é bem análogo a "procurarem abrigo nos bairros de classe méida e alta a todo custo", seria ir para qualquer lugar, desde outras favelas, albergues, ou mesmo somente ruas, não necessariamente exigindo uma reforma habitacional urbana com expropriação de construções desocupadas em bairros A e B, e isso nem tem análogo com a situação dos refugiados.

Talvez melhor analogia fosse a da guerra de Cosovo, ainda que fossem/sejam muçulmanos diferentes, menos vítimas de uma rede/cultura de desinformação (teorias conspiratórias anti-americanistas e anti-israelenses -- talvez um pouco de anti-israelenses, mas devem ainda ser largamente gratos aos EUA e não propensos a vê-los como vilões), quase que "ilhados" dos muçulmanos mundiais, nesse aspecto, me parece.

Israel não é uma teoria. Posso te garantir que Israel existe mesmo.

Foi imposto em 1948, sua população inicial constituída principalmente por imigrantes europeus, e desde a data de sua fundação suas fronteiras não param de alargar. Como consequência uma massa de palestinos vive em condições abaixo de miseráveis espremidos nos territórios ocupados, e ainda assim cada vez mais ocupados com a construção de colônias ilegais.

Um povo sem cidadania, sem passaporte, cujos direitos humanos são sistematicamente violados. Um lugar onde crimes que levaram alguns nazistas a Nuremberg podem ser cometidos por Israel, como por exemplo o absurdo da legalidade da retaliação contra pessoas inocentes. Israel é o único Estado do mundo que considera legal demolir habitações e desabrigar pessoas inocentes, mesmo que sejam idosas ou crianças, se essas pessoas por acaso cometeram o crime de serem parentes de algum "terrorista" morto. Talvez só Israel e o Estado Islâmico...

É o único país - desde o fim da Alemanha nazista - a ter a concessão de cidadania condicionada a critérios raciais. Algo que não ocorria nem na África do Sul do apartheid. Apenas em Israel e no Reich mesmo.

Uma evidência de que Israel existe são as centenas de resoluções da ONU ignoradas e desrespeitadas, e os mais de 3 milhões de refugiados palestinos, alguns ainda vivendo em acampamentos, que esperam o dia de poderem voltar para o lugar de onde foram expulsos.

E tudo isso ocorre e ocorreu porque os Estados Unidos tomam partido indisfarçável de Israel neste conflito. É óbvio que esse é um contexto altamente desestabilizador porque é um fator de profundo ressentimento contra o Ocidente no mundo árabe. Mais combustivel para abastecer o radicalismo religioso. No entanto apenas o colonialismo de Israel sob a chancela de sua influência sobre administrações norte-americanas não teria sido capaz de produzir o atual estado das coisas.

Mas é claro que a existência de Israel e seus expedientes geopolíticos na região contribuem ( devido à postura parcial do Ocidente ) para a visão ressentida que o mundo islâmico desenvolve sobre o que eles identificam como "a cristandade".

Não tô acompanhando tudo então não sei exatamente a que se refere essa analogia da guerra do Kosovo, mas o que todos estes conflitos têm em comum é a presença de combatentes islâmicos estrangeiros, extremistas, que são deslocados para engrossar fileiras, desestabilizar politicamente e doutrinar ideologicamente.

Sim, homens da Al Qaeda foram levados para o Kosovo. E também para a Chechênia, e assim se criaram braços dessa organização nestes lugares.

Assim como agora milhares de Chechenos estão no Iraque, no Curdistão e na Síria!

Não acredita? Teoria da conspiração porque não noticiaram no Jornal Nacional?

Olhe, veja por si mesmo. Aí estão eles:

<a href="https://www.youtube.com/v/UfpeEfBOmqY" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/UfpeEfBOmqY</a>

<a href="https://www.youtube.com//v/ch0VJQNGriw" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com//v/ch0VJQNGriw</a>

Mas aí alguém pode pensar: "Ora, são islâmicos chechenos. Foram para lá por seus próprios  meios porque também são radicais que acreditam na causa."

Será?

Mas e estes outros chechenos, também todos radicais islâmicos e barbudos, talvez ligados a Al Qaeda, murmurando o seu emblemático "Alah Uh Akbar",  que agora podem ser vistos nesse vídeo combatendo na cristã Ucrânia contra os pró-Rússia pela causa pró-EUA de Kiev????

<a href="https://www.youtube.com/v/sv-jkf1KPO4" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/sv-jkf1KPO4</a>

Que coisa hein...

Offline Fabrício

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.318
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #239 Online: 15 de Novembro de 2015, 11:49:24 »
Será que ninguém acha que a melhor forma de combater o terrorismo é simplesmente suprimir sua rede de financiamento?

Guerra é o empreendimento mais caro do mundo. Ninguém faz guerra sem dinheiro.

Neste exato momento o EI, ao qual se sentiam ligados os lunáticos que agiram na França, está em guerra contra o exército sírio, uma máquina militar não desprezível integralmente abastecida pela Rússia, e agora também mais diretamente apoiada pela China.

Não bastassem estas duas potências militares e tecnológicas a Síria também tem total apoio do Irã, uma potência regional. Inclusive o Hezbolah, que é o grupo de resistência à ocupação israelense mais bem equipado, treinado e experiente - e financiado pelo Irã - está na Síria combatendo o Estado Islâmico.

Para se ter uma ideia da força do Hezbollah, na segunda guerra do Líbano, em 2006, Israel mobilizou seu formidável exército esperando destruir ou enfraquecer o Hezbollah no sul do Líbano em uma operação que deveria durar poucos dias. No entanto foi surpreendido com uma inesperada inesperada surra, teve 157 soldados mortos e se retirou depois de mais de 1 mês deixando o Hezbollah intacto em seus redutos.

Como se isto fosse pouco ainda estão lutando contra as forças curdas e também invadiram o Iraque e enfrentam as forças de segurança iraquianas treinadas e equipadas pelos americanos.

Sofrem ataques aéreos de países árabes como a Jordânia, e até da Força aérea turca. Ainda, agora, os EUA têm um porta-aviões no Golfo realizando missões diuturnas com aviões, helicópteros e até mísseis tomahawk.

É pouco? Mas não para por aí: a Rússia entrou na guerra e a sua força aérea está atuando na Síria. Quatro navios de guerra russos estão no Mar Cáspio lançando mísseis de cruzeiro contra posições do ISIS e também contra outras facções que tentam derrubar o regime de Assad.

Parece uma coalizão de forças devastadora, mas o ISIS não está satisfeito, quer mais inimigos. Estão atacando outros grupos rebeldes na Síria, dos quais deveriam ser aliados, como o ELS.

Agora a pergunta que não quer calar: como pode um grupo "terrorista" ( e eu sempre acho adequado escrever estes eufemismos entre aspas ) que é um pária na comunidade internacional, que supostamente ( algo inédito! ) agregou contra si todos os Estados organizados e constituídos, em um amplo e improvável leque que reúne desde superpotências com profundos conflitos de interesses, como a Rússia e EUA, a China e a União Européia, todo o mundo árabe - os aliados e os inimigos do Ocidente - e ainda até grupos paramilitares como o ELS e Hezbollah, além de exércitos informais como o dos curdos, não ter sido ainda derrotado?

É preciso muito dinheiro para sustentar uma guerra nessa tal dimensão. No entanto não é só uma questão de dinheiro: eles possuem artilharia, armamento anti-aéreo, mísseis anti-tanque, sofisticados mísseis terra-ar, e todo tipo de equipamento militar que você não compra na lojinha da esquina, não importa quanto dinheiro se tenha. Se todas as potências que possuem estas tecnologias estão contra o ISIS, então como puderam ter acesso a estas tecnologias?

Coisa interessante... Não vimos na Segunda Guerra os americanos lutarem com armamento comprado dos alemães, e nem Hitler comprava armas dos ingleses. Nem os vietcongs tinham acesso a fuzis M-16, muito embora as coisas sejam mais complicadas neste mundo do que supõem os vãs maniqueísmos, e existam algumas histórias ainda a serem contadas como as das subsidiárias da FORD na França Livre ou a Standart Oil...

Porém se o dinheiro tudo compra por quê os EUA conseguem impedir integralmente a venda de armamentos para o Irã, que deve ser muito mais rico do que o ISIS jamais poderia ser, mas de algum modo já se registram mísseis stingers abatendo aeronaves russas em 2013 na Síria?

Então estes armamentos foram tomados de exércitos regulares? Alguns sim, como tanques sírios de fabricação russa e até blindados americanos no Iraque. Mas se foram capazes de tomar este tipo de armamento então certamente não o fizeram armados só com arcos e flechas.

Recentemente uma fonte militar americana "alertou" para o fato de que o ISIS poderia ter
adquirido mísseis anti-aéreos de fabricação norte-americana em bases tomadas no Iraque. Sendo particularmente intrigante que os EUA tenham tido o cuidado ( ou o descuido ) de fornecer armamento anti-aéreo para forças de segurança criadas para combater uma insurgência interna, que, até onde se sabe, não possui nenhuma força aérea. Fica ainda mais difícil de entender diante de imagens de caças de fabricação russa sendo abatidos na Síria antes mesmo do ISIS existir, e, claro, ocupar parte do Iraque.

De qualquer forma, de onde vem o dinheiro? Da venda de petróleo de territórios ocupados mas... como ocuparam estes territórios? E quem está comprando?

A China não está. Muito menos a Rússia, que é exportadora. Será que os serviços de informação dos Estados Unidos e da União Européia são incapazes de identificar esta rede de distribuição e impedir este comércio?

Vai ver que petróleo é como cocaína. Os traficantes de petróleo ligados ao ISIS estão fazendo milhões de "mulas" ingerirem pequenas capsulas de petróleo que são furtivamente transportadas por aeroportos de todo o mundo.

São apenas perguntas... talvez alguém aí tenha tido nos telejornais as respostas.


Aqui diz que vem, em resumo, principalmente do petróleo mas também tem outras fontes importantes (link da Carta Capital, pra ninguém reclamar que é uma fonte pró-americana  :lol:)

http://www.cartacapital.com.br/internacional/de-onde-vem-o-dinheiro-do-estado-islamico-7231.html

Aqui fala em petroleo, contrabando, saques, contrabando:

http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/como-afinal-o-estado-islamico-financia-as-suas-atividades

Outros links:

http://edition.cnn.com/2015/02/19/world/how-isis-makes-money/

http://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/where-does-isis-get-its-money-from-us-steps-up-the-battle-to-find-out-9747563.html

http://www.newsweek.com/2014/11/14/how-does-isis-fund-its-reign-terror-282607.html

A maioria dos sites fala em petróleo, contrabando, resgates, doações de simpatizantes, etc.

"Deus prefere os ateus"

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #240 Online: 15 de Novembro de 2015, 12:33:18 »
"Isso" é simplesmente idiota, repugnante.

Um muçulmano não "pode" ser mais estigmatizado por ser apenas um muçulmano, não-terrorista, do que um cristão por ser cristão, um judeu por ser judeu, etc.

Esse tipo de pensamento imbecil, racista, só ajuda ao recrutamento para o terrorismo.

Nós sabemos que é feio, bobo e mau ter preconceito contra um povo que segue fielmente uma religião que incentiva a matança, mas quando a VIDA e outras coisas concretas entram em jogo, o politicamente correto vai para as cucuias.


Quando preconceito alimentando medo irracional entra em jogo, os a razão e os fatos vão para a cucuia, comprometendo a segurança e a VIDA.

Existem milhões de muçulmanos nos EUA e na Europa (quase 5% da população da Alemanha e da França, ao todo devem ter mais muçulmanos do que na própria Síria), e, mesmo excluindo os balcânicos, tirando a minoria de terroristas como outliers, provavelmente não devem ser significativamente mais violentos do que não-muçulmanos (especialmente imigrantes de outros grupos étnicos) nas mesmas condições sócio-econômicas.

A hostilização dos inocentes não só não tem efeito algum contra os radicais, como os favorece, facilita a radicalização.


Offline Pasteur

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.305
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #241 Online: 15 de Novembro de 2015, 13:11:38 »
"Isso" é simplesmente idiota, repugnante.

Um muçulmano não "pode" ser mais estigmatizado por ser apenas um muçulmano, não-terrorista, do que um cristão por ser cristão, um judeu por ser judeu, etc.

Esse tipo de pensamento imbecil, racista, só ajuda ao recrutamento para o terrorismo.

Nós sabemos que é feio, bobo e mau ter preconceito contra um povo que segue fielmente uma religião que incentiva a matança, mas quando a VIDA e outras coisas concretas entram em jogo, o politicamente correto vai para as cucuias.

DDV, onde é mais perigoso você perder a vida assassinado: Maceió ou Beirute? Já te digo que chuto em mais de 20 vezes a chance de perder a vida em Maceió. Se tivesse só esses dois lugares pra se viver te veria em Beirute feliz da vida.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #242 Online: 15 de Novembro de 2015, 13:24:04 »

Israel não é uma teoria. Posso te garantir que Israel existe mesmo.


Teorias da conspiração sobre Israel, não Israel, mas você já sabia.

A analogia com nazismo é provavelmente muito mais forte para judeus ou isrealitas nos países vizinhos do que para muçulmanos em Israel, o segundo maior grupo étnico depois dos judeus no país.

A analogia com a guerra de Cossovo seria terem tido os EUA e a OTAN ao lado deles, lutando contra o extermínio deles pelos sérvios  -- ações que não foram aprovadas por Israel, diga-se de passagem. Tendo havido também situação de muçulmanos fugitivos/refugiados para a Europa Central em algum grau. Isso deve ter ajudado a fortalecer uma posição deles favorável aos americanos/ocidentais dentre os muçulmanos daquelas bandas. Enquanto no Oriente Médio, nos EUA, e até mesmo no resto da Europa, são muito mais comuns teorias conspiratórias/revisionistas/negacionistas como a de que o atentado de 11 de setembro de 2001 foi obra dos americanos e israelenses para atingir aos muçulmanos como um todo.

A analogia pode não ser tão forte porque o histórico das regiões é distinto, além de outras coisas que eu não esteja levando em consideração, e imigrantes/refugiados árabes terão maiores chances de enfrentar problemas na Europa, mas isso também serve como lembrete de que não se deve generalizar "muçulmanos".



Talvez os paralelos sejam maiores do que eu esperava pela minha nebulosa recordação de história recente e em geral:

Citar
http://foreignpolicy.com/2013/08/23/its-1999-in-syria/

It’s 1999 in Syria

Kosovo's foreign minister calls for an international intervention to halt the killing in Syria.

(Mas ainda não li)

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #243 Online: 15 de Novembro de 2015, 13:29:53 »
Será que ninguém acha que a melhor forma de combater o terrorismo é simplesmente suprimir sua rede de financiamento?

Guerra é o empreendimento mais caro do mundo. Ninguém faz guerra sem dinheiro.

Por isso a Al Qaeda sempre foi meio reticente em "ser" o EI, terrorismo propriamente dito é mais barato do que guerra.

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #244 Online: 15 de Novembro de 2015, 15:55:46 »
"Isso" é simplesmente idiota, repugnante.

Um muçulmano não "pode" ser mais estigmatizado por ser apenas um muçulmano, não-terrorista, do que um cristão por ser cristão, um judeu por ser judeu, etc.

Esse tipo de pensamento imbecil, racista, só ajuda ao recrutamento para o terrorismo.

Nós sabemos que é feio, bobo e mau ter preconceito contra um povo que segue fielmente uma religião que incentiva a matança, mas quando a VIDA e outras coisas concretas entram em jogo, o politicamente correto vai para as cucuias.

DDV, onde é mais perigoso você perder a vida assassinado: Maceió ou Beirute? Já te digo que chuto em mais de 20 vezes a chance de perder a vida em Maceió. Se tivesse só esses dois lugares pra se viver te veria em Beirute feliz da vida.

Isso depende.

Sendo cristão ou simplesmente "ocidental", a chance de perder a vida ou ter outros direitos individuais cerceados apenas devido a isso em países muçulmanos é bem maior.

Beirute tem uma parcela cristã forte, logo não conta como exemplo típico de capital muçulmana.

Mas eu concordo que há muitos países 'civilizados' no Islão: Turquia, Indonésia, Emirados Árabes, Barein, Brunei, Malásia e Cingapura são exemplos.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #245 Online: 15 de Novembro de 2015, 16:48:42 »
Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Bashar_al-Assad#Far-right

Assad has attracted support from the far-right both before and during the Syrian Civil War. Former leader of the Ku Klux Klan David Duke hosted a televised speech on Syrian national television in 2005.[190] The Ukrainian far right figure Georgy Shchokin was invited to Syria in 2006 by the Syrian foreign minister and awarded a medal by the Ba'ath party, while Shchokin's institution the Interregional Academy of Personnel Management awarded Assad with an honorary doctorate.[191] In 2014, research by the Simon Wiesenthal Center concluded that Bashar al-Assad had, like his father Hafez al-Assad, sheltered Nazi war criminal Alois Brunner in Syria. Brunner was Adolf Eichmann’s top lieutenant and was believed to have advised the Assad regime on torture techniques[192] and on purging Syria's Jewish community.[193] Brunner is thought to have died in Syria of natural causes in 2010.

The National Front in France has been a prominent supporter of Assad since the civil war,[194] as has the former leader of the neo-fascist Third Way (Troisième voie) organization.[190] In Italy, the far right parties Forza Nuova and CasaPound have both been supportive of Assad, with Forza Nuova putting up pro-Assad posters and the party's leader praising Assad's commitment to the ideology of Arab nationalism in 2013,[195] while CasaPound has issued statements of support for Assad.[196] Syrian Social Nationalist Party representative Ouday Ramadan has worked in Italy to organize support movements for Assad.[197] Other far-right political parties expressing support for Assad include the National Democratic Party of Germany,[198] the National Revival of Poland,[190] the Freedom Party of Austria,[199] the Bulgarian Ataka party,[200] the Hungarian Jobbik party,[201] the Serbian Radical Party,[202] the Portuguese National Renovator Party,[203] as well as the Spanish Falange Española de las JONS[204] and Authentic Falange parties.[205] The Greek Neo-Nazi political party Golden Dawn has spoken out in favor of the Assad regime,[206] and the more radical Strasserist group Black Lily has claimed to have sent mercenaries to Syria to fight alongside the Syrian regime, specifically mentioning their participation in the Battle of al-Qusayr.[207]

Far-right politician Nick Griffin, the former leader of the British National Party, has been chosen by the Assad regime to represent the United Kingdom as an ambassador and at regime-held conferences; Griffin had been an official guest of the Assad regime three times since the outbreak of the civil war.[208] The European Solidarity Front for Syria, representing several extreme right political groups from across Europe, has had their delegations received by the Syrian national parliament, with one particular delegation being met by Syrian head of parliament Mohammad Jihad al-Laham, Prime Minister Wael Nader Al-Halqi and Deputy Foreign Minister Faisal Mekdad.[197] Most recently, Assad met with Filip Dewinter of the Belgian far-right party Vlaams Belang.[209]


Offline Jack Carver

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.198
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #246 Online: 15 de Novembro de 2015, 18:52:24 »
Assad recebe apoio de muitos grupos de minorias religiosas e políticas, falo de grupos para-militares, inclusive. Por mais estranho que pareça, tal como na Líbia, sob seu governo, tudo estava sob controle até 2010.


Hoje eu vi uma notícia que afirmava que um dos terrorista tinha entre 15 e 18 anos. Pra você ver que quase não tem limites de idade para o recrutamento.  :?

Quando preconceito alimentando medo irracional entra em jogo, os a razão e os fatos vão para a cucuia, comprometendo a segurança e a VIDA.

Existem milhões de muçulmanos nos EUA e na Europa (quase 5% da população da Alemanha e da França, ao todo devem ter mais muçulmanos do que na própria Síria), e, mesmo excluindo os balcânicos, tirando a minoria de terroristas como outliers, provavelmente não devem ser significativamente mais violentos do que não-muçulmanos (especialmente imigrantes de outros grupos étnicos) nas mesmas condições sócio-econômicas.

A hostilização dos inocentes não só não tem efeito algum contra os radicais, como os favorece, facilita a radicalização.
É tarde demais para radicalizar, bater na outra face sem esperar consequências mais traumáticas. Mas não espere tanta tolerância com os muçulmanos a partir de agora. O PEGIDA vem crescendo na Alemanha.

Lembrei de um vídeo do Pat Condell de um tempo atrás, onde ele alega que na Inglaterra, após os atentados de 2005(Londres), estabeleceu-se um pacto secreto entre o Estado e os Imãs líderes e conhecedores das comunidades muçulmanas. Em certos bairros, a polícia passou a fazer vista grossa na aplicação da Sharia e com as manifestações recorrentes nesses lugares. Tipo: o governo já entendeu que é impossível repreender, deportar, etc. Que é melhor deixar eles extravasarem nas manifestações culturais e religiosas. Esses mesmos líderes, em troca, também são responsáveis por avisar quando algum ato terrorista está sendo elaborado, assim, trabalhando com a Inteligência policial. Não tenho certeza, mas a imprensa inglesa também é mais cautelosa quando tratam de "difamar" o Corão/Maomé. E que, diferentemente da Inglaterra, na França não tinha muito disso, o que teria levado aos atentados últimos. Talvez em NY tenha algum tipo de acordo parecido, mas vai saber...



<a href="https://www.youtube.com/v/_dgDM8ikV3E" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/_dgDM8ikV3E</a>
Seloko,tio?!

---


Olimpíadas 2016 vem aí, eu que não vou dar um pulo pra assistir um só evento no RJ. Alguém quer chocar o mundo. Corrê o risc de perder a vida num estalar dedos, sô?
Rá!
« Última modificação: 15 de Novembro de 2015, 19:08:36 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Jack Carver

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.198
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #247 Online: 15 de Novembro de 2015, 19:01:25 »
Pedro, nesse link tu vai encontrar outros dois 'redirecionamentos' onde constam um documento(pdf) da D.I.A. e um relatório(2007) do jornalista ganhador do Prêmio Pulitzer Seymour Hersh, abordando os planos de desestabilização da Síria.

http://www.infowars.com/confirmed-french-government-knew-extremists-before-attack/

----------------------



Hoje:
<a href="https://www.youtube.com/v/vzIHXYhdDvg" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/vzIHXYhdDvg</a>
« Última modificação: 15 de Novembro de 2015, 19:27:39 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #248 Online: 15 de Novembro de 2015, 19:12:47 »
Citar
Certamente terroristas e outros fanáticos religiosos usaram e usarão essa brecha, se ela se mantiver.

Terroristas normalmente são bem financiados e podem utilizar rotas muito mais rápidas, fáceis e bem estabelecidas do que a de imigrante indesejado. E mesmo que alguns utilizem essa rota, qual é a sua proporção comparada a de imigrantes convencionais?

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/11/1706555-passaporte-encontrado-com-terrorista-de-paris-e-de-refugiado-sirio-diz-grecia.shtml

Vamos nos ater ao óbvio, sem elocubrações e racionalizações inúteis.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Pedro Reis

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 4.084
Re:Medos da "Eurábia": até que ponto a Europa pode suportar Alá?
« Resposta #249 Online: 15 de Novembro de 2015, 19:32:39 »


A analogia com nazismo é provavelmente muito mais forte para judeus ou isrealitas nos países vizinhos do que para muçulmanos em Israel, o segundo maior grupo étnico depois dos judeus no país.


A analogia se deve ao fato de Israel ser uma força de ocupação com métodos semelhantes às forças de ocupação alemães. Aliás, essa foi uma opinião expressada com todas as letras por um agente aposentado do Shin Bet em um documetário sobre a ocupação israelense.

Em outro documentário excelente, "The Gatekeepers", do diretor judeu israelense Dror Moreh, 6 ex-dirigentes do Shin Bet dão depoimentos chocantes sobre as ações deste serviço de segurança nos territórios ocupados.

O ex-sargento Yehuda Saul ilustra a propriedade da analogia em entrevista ao jornal português Público.

Saul declara:

Citar
"Escute, neste preciso momento em que falamos, estão duas patrulhas do Exército em Hebron, na Cisjordânia, em operações que designamos por "deixar que eles [palestinianos] sintam a nossa presença". Os soldados andam pelas ruas, entram em qualquer casa, ao acaso, acordam a família, se estiver a dormir, separam os homens das mulheres, revistam o lugar sem dar qualquer explicação e, à saída, lançam granadas, disparam para o ar e prosseguem a missão, para incutir o medo e o sentimento de perseguição; é sempre assim, 24 horas por dia, sete dias por semana, desde a Intifada de 2000, com o único objectivo de prolongar a ocupação."

E confessa:

Citar
"terminada a tropa, não podia mais suportar uma situação imoral"

http://www.publico.pt/destaque/jornal/dror-moreh-fez-um-documentario-para-salvar-israel-26098670

Ainda sobre o documentário Gatekeepers o filme nos mostra

Citar
O cerceamento da liberdade palestina, aliado a práticas humilhantes de revistas individuais nos postos de controle israelense e durante os mandados de busca domiciliares, sobretudo na madrugada, foram reveladas nos depoimentos e em algumas imagens históricas e recentes dessas ações de “emergência”. Em algumas imagens transmitidas no documentário é possível ver algumas dessas invasões domiciliares e o modo pelo qual as crianças são aterrorizadas no meio da noite, como parte do projeto de atemorização palestina, a fim de que seja enfim estimulada uma fuga em massa para outros territórios, fora do âmbito israelense.

http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Cultura/%27Esqueca-da-moralidade%27-em-%27Os-Guardioes%27/39/28270

Vê, esse tipo de coisa - e só porque agora não posso me alongar muito - aliada a tantas outras das quais muitas já falei aqui e em outros tópicos, são os ingredientes no caldeirão de todo esse problema que cozinha há muitas décadas o radicalismo político que se utiliza como ferramenta do extremismo religioso.

Por isso é tão ridícula essa conversa de "oh, vejam como aquele livro satânico gera todos estes islâmicos malvados"... "a culpa toda é de maomé"... Ridícula e simplista. Esperava mais das pessoas aqui.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!