Portugal impunha a morte para quem não se convertesse ao cristianismo. A Espanha expulsou todos os judeus.
Bem lembrado!
Para melhor lembrar... Havia uma convivência interreligiosa em Portugal que só acabou em 1496-97 por pressão de Castela que tinha expulsado os judeus a partir de 1492... Era fundamental que, perante a unificação espanhola, Portugal conseguisse que os espanhóis o encarassem como aliado e daí o casamento do rei D. Manuel com a espanhola D. Maria de Aragão e foi imposta a condição da expulsão e até da entrada em Portugal da Inquisição (a que se foi resistindo, pois a inquisição apenas entraria em 1536)... Para os Descobrimentos e expansão ultramarina era vital apaziguar Espanha... e, por sua vez, descobrimentos/expansão eram fundamentos para ganhar poder para dissuadir eventual política de anexação espanhola (o que foi evitado até 1580).
Aqui a reconquista na Idade Média não implicou perseguição religiosa a mouros e judeus.... a mouraria é um dos bairros mais típicos de Lisboa, nas encostas do castelo de São Jorge... A política internacional é que acabou com a tolerância..
https://www.facebook.com/barreirasduarte/posts/1459215674319558
Tolerância religiosa em Portugal ao longo da história... o cargo de rabino-mor... a tolerância quando ela já não existia na restante Europa....etc...
"Mas, tal como a intolerância religiosa faz parte da História da Europa, faz também parte da História de Portugal, embora curiosamente por imposição estrangeira. Os Reis Católicos, na sua fúria extremista de Reconquista, impuseram a expulsão dos judeus e dos muçulmanos para autorizarem o casamento de sua filha, a Infanta Maria de Aragão, com o Rei D. Manuel I. " (transcrição)
Então, quando é a religião que não te convém atacar no momento, é uma questão de geopolítica e história. Quando é islamismo, é fanatismo puro e simples.
Right...
Bela saída pela tangente.
Você não respondeu. Deu uma de Dilma Roussef: fazem uma pergunta sobre a Petrobrás e ela responde com uma longa preleção sobre o bolsa família. E assim como você fez, até o que ela disser sobre bolsa família vai ser sem pé nem cabeça.
Então existiria um perigo real e iminente de Portugal ser conquistado por hordas muçulmanas, portanto é uma questão geopolítica, de sobrevivência nacional, negar ajuda humanitária a pessoas que, de outra forma, enfrentariam morte quase certa.
Talvez, apenas talvez, tenhas exagerado um pouquinho o perigo e o poderio dos muçulmanos.
Só para efeito de analogia, há muito circula em Israel, nos meios mais ortodoxos e fundamentalistas, um mapa que delimita o que seria a Grande Israel dada por Jeová aos judeus, e que a estes pertence por direito divino. Este mapa inclui até territórios da União Européia, como a ilha de Creta.
Tomem cuidado! Parece um bom motivo para vocês chutarem os judeus para fora de Portugal novamente.
Mas a questão não era essa. A religião cristã foi um instrumento útil para justificar e fomentar massacres, guerras, pilhagens, conquistas, sistemas de governo aliados a Igreja - a doutrina do Direito Divino -, colonialismo, exploração de outros povos e suas riquezas.
Um instrumento por assim dizer. Nenhuma pessoa minimamente esclarecida acha que tudo ocorreu pela intenção piedosa de salvar as almas dos infiéis e a proteção dos lugares santos. A religião foi um instrumento útil para interesses políticos e econômicos.
Da mesma forma a religião, ou melhor, a enrolação teológica, foi novamente ferramenta para justificar e convencer o povo a aceitar a extrema violência e barbárie, o radicalismo que atingiu seu ponto mais extremo, com o qual a Igreja se valeu para defender sua própria existência e posição de poder quando se viu ameaçada pela Contra-Reforma.
É aí que surge o seu duplipensar. Você diz: " O cristianismo é legal. Bem diferente dessa
coisa bárbara, atrasada,
VIL POR NATUREZA, maléfica e inevitavelmente destruidora que é o Islamismo. A
PROVA está no fato de que os cristãos portugueses eram legais, tolerantes com outros povos e outros credos, não perseguiam nem expulsavam ninguém. Porém, contudo, todavia, acabaram por fazer todas estas coisas ruins porque foram inevitavelmente arrastados no turbilhão da
GEOPOLÍTICA da época, que imprescindia das justificativas, do discurso religioso,
da fanatização das pessoas, enfim, do imenso poder que a fé cristã usufruia naquele tempo, para perseguir seus reais e mundanos objetivos."
Então a pergunta é: por que você não transporta este mesmo tipo de visão para interpretar o que o ocorre hoje ao Islã e aos homens que estão sendo usados como massa de manobra com expedientes psicológicos que são tão antigos quanto a própria humanidade?
Porque você faz afirmações como estas:
O islamismo não separa religião de estado laico...
Uma vez com a capacidade para dominar uma determinada sociedade, há alguma razão para que os islamitas não a procurem islamizar? Vão aceitar a liberdade e igualdade de todos os cultos?... Vão permitir a construção de templos doutras religiões e a pregação não islâmica?
Vão permitir [os muçulmanos] que um islamita mude de religião?
Quando o cristianismo fez exatamente tudo isso foi porque instrumento da Geopolítica arrastado pelo curso da História.
Mas agora, precisamente, para uma religião que existe há mais de 13 séculos, tudo é inerente à religião em si.
Right!