Primeiro, um off-topic: porra, 'cês não tem ano novo?
Já tô melhor da minha ressaca, então, voltando ao debate.
Vou ler por cima e só comentar o que eu considerar pertinente. Pronto.
1. Definam "apropriação". É possível se apropriar de coisas imateriais?
2. DDV, a questão de "se pirataria é furto ou não" não é somente
moral, mas também
legal.
3.
Por exemplo: se não houvesse a pirataria, TALVEZ o Linux fosse mais popular do que o Window... mas os proprietários do Windows teriam mais lucros.
Preciso perguntar qual o preferível?
Lembrando uma coisa (para quem se esqueceu ao debater esse assunto): os produtores buscam em última instância o lucro, e não a popularidade. Quem busca a popularidade pela popularidade em si mesma disponibiliza de graça sua produção.
A MS teria rendimentos menores que hoje, e o Windows não existiria. O GNU/Linux não existiria também, ou seria sumamente diferente do que é hoje.
Supondo dois SOs. X, com 60% do mercado e Y, com 40% do mercado, desenvolvidos sob o mesmo sistema de produção e com características equivalentes:
1. Quando terceiros desenvolvem programas, vão preferir desenvolver primeiro para X e somente depois para Y, para tentar abarcar o máximo de clientes. Se Y corresponde a uma parcela muito pequena do mercado, talvez nunca lancem nunca para Y. Logo, mesmo que a diferença na fatia do mercado seja relativamente pequena, espera-se que o SO X acabe tendo um maior conjunto de programas melhor acabados e mais "de ponta" que o SO Y.
2. Compatibilidade. As pessoas preferem software com suporte a formatos de arquivos usados pela maioria das pessoas, tendo em vista que não só costumam compartilhar arquivos (ex: o trabalho enviado ao professor) como também usam o mesmo arquivo em dois ou mais computadores. Com isso, parte considerável do custo do SO Y seria destinado a habilitar o suporte para os formatos do SO X, enquanto o grupo desenvolvedor do X estaria gastando esses recursos com outras coisas (propaganda, extensão das características do formato, desenvolvimento de outra coisa, etc.)
3. Assistência. Não falo da assistência paga, e sim daquela coisa de "ô vizinho, me ajuda com esse programa?". É vantajoso para o usuário usar o mesmo SO que as pessoas à sua volta, pois quando têm problemas ao usá-lo recorrem a quem também o usa.
Em suma, há um efeito bola-de-neve gigantesco no que se refere a SOs e software em geral.Agora, vamos olhar o histórico da MS e ver como ela dominou o mercado - primeiro a partir dos usuários domésticos (que era um setor muito mais fragmentado) e depois foi para o ambiente empresarial (que essencialmente usava versões de Unix). Sem a pirataria, teria sido absurdamente mais difícil a MS deslocar os concorrentes, ainda que cobrasse preços mais baratos pelo software.
Ouso dizer que, sem a pirataria, a MS estaria lucrando atualmente com o Microsoft Xenix mais ou menos o mesmo tanto que a Apple lucra com o Mac OS, e que o senhor do mercado de SOs seria hoje dos BSDs.
Para os fins do Bill Gates (fazer sua empresa crescer), ser leniente com a pirataria doméstica foi uma jogada brilhante.
E não, o GNU/Linux não seria mais popular; ele provavelmente não existiria, já que a pressão por uma versão livre do Unix teria sido muito maior. O kernel do BSD teria sido lançado muito mais cedo e o Torvalds não teria sido impelido a montar o Linux. Se a GNU existiria, ou não, não sei. Mas é bem capaz que e não, já que o Stallman foi motivado mais ou menos pelo mesmo ambiente que o Torvalds.
Por aí, já deve ser bem claro o que defendo relativo ao mercado de softwares: software livre e de código aberto, em detrimento ao software proprietário e de código-fechado. Embora muita coisa funcione pelo esquema de voluntários no SL, há diversas empresas que também trabalham com ele, e obtêm lucros - Novell, os doidões do Lin----, Canonical, só pra citar três.Música, OK. Software, OK. Agora só falta eu embasar alternativas para o mercado atual de filmes e livros.
Off-topic: o Windows Vista só não ganhou o título de pior Windows que já existiu devido ao ME.
Sim, li as páginas seguintes do tópico, mas desceram de tal forma em qualidade que prefiro não comentá-las.