Diego, sobre a questão do tópico em si, concordo que deva ser montada uma investigação que verifique os excessos de ambos pois lados. O meu questionamento é apenas que tem sido feita uma demonização dos militantes, em uma espécie de tu quoque.
É claro que o homicídio do garoto foi bárbaro (e que executou tem que ser punido por isso), mas não necessariamente foi uma tortura (ainda que possa ter sido torturante aos pais que assistiam). Do mesmo modo, considero tortura psicológica como tortura também, mas deve ser traçada uma linha do que seria ameaça e o que seria realmente tortura.
Sobre sua pergunta se os grupos armados não torturariam pois traidores antes de matá-los, sim poderiam ter feito isso, mas realmente fizeram? O que os impediriam de simplesmente matar esses traidores em emboscadas, como parece que fizeram no vídeo apresentado pelo Arcanjo?
Não é uma questão de exigir documentos e CPF para saber os crimes da militância armada, mas apenas fontes históricas. No lado dois militares há farta documentação, inclusive depoimentos de membros da repressão como o Curió . Durante muito tempo nem sabia desses crimes dos militares, já que meu pai era militar na época e estudei em Colégio Militar no final do governo Figueiredo e início do governo Sarney/ Tancredo. Naquela época eram os guerrilheiros que eram os malvados e somente ficamos sabendo das torturas (da forma institucionada como foi) depois da publicação do livro Brasil: Nunca Mais.
Pessoalmente, sou contra indenizações para combatentes da guerrilha, pelo simples fato que foi uma escolha deles partir para a luta armada e assumiram os riscos que isso implicava. É muito diferente de pessoas que perderam empregos apenas por causa de suas idéias.