Você fez isso como uma espécie de paródia, mas não acha que tem um pouco de verdade? Por exemplo, se for para escolher uma mulher para uma relação duradoura, vai se guiar só por atração física, quanto mais gostosa melhor, ou isso vai ser racionalmente deixado de lado até certo ponto, por priorizar outros critérios para esse fim?
É claro que não dá para exercer um controle absoluto sobre as nossas tendências ou preferências impulsivas, mas também não é uma questão de simplesmente se aceitá-las e achar que razão não tem nada a ver. Isso vale para gostosidade/promiscuidade versus personalidade e afinidade, para gostosidade culinaria versus dieta saudável, para sair na porrada com alguém versus ser civilizado.
A questão é que ninguém cai matando em cima de uma pessoa, cobrindo-a de críticas moralistóides e politicamente corretas, quando uma pessoa discrimina ostensivamente as feias.
Bem, a essa altura eu já nem me lembro mais de tudo que ocorreu no tópico, que provavelmente não vi inteiro. Não lembro de terem "caído matando" com críticas moralistóides PCs por discriminação ostensiva às mais sexualmente ativas. Me parecia que no geral se dizia que esse apreço à castidade é um valor ultrapassado, seja cristão medieval ou pleistocênico, e que não faz mais sentido condenar mais as mulheres do que se condena aos homens por isso.
Eu não acho que seja possível controlar totalmente gostos "instintivóides" como pela beleza, ou até mesmo por um dado padrão de comportamento. Simplesmente nunca vou me sentir atraído por mulheres que considero feias, e também acho repulsivo serem muito promíscuas, e nunca vou comer lesmas, não importa o que digam os franceses. Seja tudo isso instintivo ou aprendido. Mas acho que há plena possibilidade de discussão sobre o quanto que devemos simplesmente ceder a essas preferências e o quanto faz sentido questioná-las e até agir contra elas.
Hehe. Num tópico questionando sobre nossos gostos culinários ocidentais não-franceses sobre comidas mais apetitosas e não-moluscas, poderia se ter o mesmo tipo de colocações; "tanto faz se é nojento, macarrão também não parece um monte de vermes? Arroz não parece um monte de larvas?", depois o DDV, "no Pleistoceno, nossos instintos evoluíram para que preferíssemos comida com um dado aspecto, que indica que a comida é saudável e nutritiva, e para que setíssemos nojo de comidas cujo aspecto denuncia não ser saudável. Da próxima vez que algum amigo vir uma propaganda de pizza e disser, 'mmm que delícia!', gritem no ouvido dele 'falácia naturalista!!!'"; depois eu, "e os franceses, e aquele pessoal que come baratas, são mutantes?".