Autor Tópico: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa  (Lida 26301 vezes)

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Offline Dodo

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #125 Online: 02 de Novembro de 2010, 13:18:31 »
O Boris Casoy entrevistou o psiquiatra Angelo Gaiarsa certa vez e na pergunta sobre drogas ele respondeu:

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Offline _tiago

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #126 Online: 02 de Novembro de 2010, 13:19:55 »
Bob e Agnóstico,

É realmente ineficiente essa repressão ao usuário, não discuto isso e nem acho que o usuário tem que parar de fumar, pois isso é fantasia. Esses, afinal, são os argumentos que me levam a crer que a melhor solução para a violência desse mercado seja a liberalização. Essa é a realidade e pra mim isso é, forçando o termo, imutável!

O questionamento que venho levantando é qual o sentido em se reprimir o comércio e permitir a demanda considerando que a violência é um subproduto desse mercado. Isso, não me soa coerente por simplesmente não haver mercado sem demanda - está na definição do termo, inclusive! Mas havendo garantias que não haverá aumento da violência, também serei a favor!

Peço perdão por não ter sido muito claro, acho que agora fui.


Offline Bob Cuspe

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #127 Online: 02 de Novembro de 2010, 14:02:15 »
Citação de: Mabumbo
O questionamento que venho levantando é qual o sentido em se reprimir o comércio e permitir a demanda considerando que a violência é um subproduto desse mercado. Isso, não me soa coerente por simplesmente não haver mercado sem demanda - está na definição do termo, inclusive! Mas havendo garantias que não haverá aumento da violência, também serei a favor!

Aí que está. Não faz sentido reprimir nenhum dos dois, e nem a produção.

O Estado que deveria regulamentar e legalizar esse processo, devido à uma proibição que não se justifica de forma nenhuma mantem-se na posição de repressor e entrega o monopólio do bem de consumo nas mãos de traficantes.

[Dadinho on]

Aí mermão, a lei do tráfico é na bala.

[Zé Pequeno off]

É essa violência que deve ser reprimida. Os agentes violêntos, por seus atos, devem ser julgados e condenados.
Como eu disse, a maconha (drogas) pra traficante é só uma moeda de troca para conseguir armas e consequentemente poder e + $

O traficante tá pouco se fudendo se ele vende crack que derrete o cerebro de crianças, maconha com merda no meio, cocaina com cal...

No caso do tópico em questão, os ministros estão "entre aspas" julgando as quantidades que definem um pequeno traficante de um grande traficante e penas proporcionais.

O pequeno traficante algumas vezes é um zé ruela coitado qualquer que o traficante (chefão) alicia, põe uma arma na mão e paga uma boa $ pro cara cuidar de uma boca. Facilmente substituivel.

Algumas vezes é o cara do xerox, o cara da cantina, o cara do dogão, o cara da banca, do predinho... sem armas, que compram boa quantidade com o traficante e apenas vendem.









CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #128 Online: 02 de Novembro de 2010, 16:25:58 »
Bom, geralmente quem se posiciona em favor da legalização entende o mecanismo do sistema atual.
Se o sistema atual faz com que a demanda financie a violência, é por culpa do proprio sistema e não da demanda.

Também acho que é falsa dicotomia a segunda frase, mas a primeira não entendi...
A minha idéia,
Enquanto a situação de ilegalidade mantiver-se, não vejo razão da demanda não ser responsável indireta pela violência que o tráfico gera.

claro que sim, está correto.. é indiretamente geradora do tráfico. E nem por isso o usuário deve parar de consumir. Assim como somos geradores de trabalho escravo na China
Eu sempre coloco a cerveja como exemplo:
Proibiram a cerveja, uma pessoa vai tomar cerveja e estará dando dinheiro ao tráfico. Pois é.. assim será, e não importa o quanto todos aqui façam discursos, é irrelevante, vai haver o consumo (é esperado e natural que haja) e se vocês querem chamar milhões de pessoas de assassinos ainda que diretamente eles não estejam fazendo nada, ainda que o estado tenha entrado em uma batalha estúpida por causa de uma lei estúpida, ainda que a violência tenha outros motivos super importantes (países como espanha e portugal tem tráfico e a violência não é como a que temos aqui), ainda que todos conheçamos pessoas decentes e comprometidas que usam..
Querem chamar de FDP.. chamem. Para mim os usuários de cerveja não seriam assassinos, seriam usuários de cerveja.

Agnóstico,

Você parece refutar um ponto que nem entrei no mérito ou sequer disse algo a respeito...
Pra mim o usuário deve fazer o que quiser, mas que sofra, se houver, pelas consequências de seus atos. Não entendi por que eu tenho que entrar no mérito das vontades em si de um usuário, isso pra mim é um tanto despropositado. Eu discuto o sistema, não a vontade das pessoas, elas que façam o que quiserem! E realmente, usuário de drogas é uma coisa, assassino é outra. Mas manter o sistema como está, torna-o responsável indireto pelo crime que o tráfico gera... Isso já não era ponto pacífico na nossa discussão?

Não sei se é isso o que você quer discutir sobre vontades... Mas fazemos o certo e o errado de acordo com critérios NOSSOS, o meu é simples - enquanto houver lei, pra segurança jurídica em geral, eu acho de bom tom que a respeitem. Logicamente, a realidade nos mostra as suas necessidades, assim, que alterem a lei!

concordo.. é similar ao que estou postulando.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #129 Online: 02 de Novembro de 2010, 16:33:36 »
Bob e Agnóstico,

É realmente ineficiente essa repressão ao usuário, não discuto isso e nem acho que o usuário tem que parar de fumar, pois isso é fantasia. Esses, afinal, são os argumentos que me levam a crer que a melhor solução para a violência desse mercado seja a liberalização. Essa é a realidade e pra mim isso é, forçando o termo, imutável!

O questionamento que venho levantando é qual o sentido em se reprimir o comércio e permitir a demanda considerando que a violência é um subproduto desse mercado. Isso, não me soa coerente por simplesmente não haver mercado sem demanda - está na definição do termo, inclusive! Mas havendo garantias que não haverá aumento da violência, também serei a favor!

Peço perdão por não ter sido muito claro, acho que agora fui.



está claro e não há sentido Mabumbo. Isso é uma quimera feita a partir da percepção que já existe de que o usuário não está fazendo algo que é errado intrinsecamente.

Essa percepção vem do conhecimento que mais e mais pessoas tem de quão inócuo é o uso da maconha, o quanto é danoso o tráfico de drogas e o quanto a lei é a cola que faz o inocente virar danoso
Mais uma aberração que vamos ter que continuar tendo por culpa da lei.

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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #130 Online: 02 de Novembro de 2010, 16:34:33 »
O Boris Casoy entrevistou o psiquiatra Angelo Gaiarsa certa vez e na pergunta sobre drogas ele respondeu:

- Libera tudo, pior que o álcool não fica.


Nem para isso existe coerência.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #131 Online: 02 de Novembro de 2010, 22:50:20 »
Bom, geralmente quem se posiciona em favor da legalização entende o mecanismo do sistema atual.

Se o sistema atual faz com que a demanda financie a violência, é por culpa do proprio sistema e não da demanda.

Falsa dicotomia.

Talvez a frase solta realmente soe como falsa dicotomia.

Se você ler lá atrás, eu já coloquei porque, independente de proibição e legalização, a demanda não muda e que não existem motivos que justifiquem a proibição.

Logo, o conceito: A proibição fomenta a violência - segundo meu ponto de vista é lógico.


O que se poderia dizer é que a proibição seria a origem última da violência -- desconsiderando aqui a parte de violência causada pelas próprias drogas mais diretamente, que não é bem uma retratação fiel da história. Mas isso não isenta aquele que financia essa atuação violenta de culpa.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #132 Online: 02 de Novembro de 2010, 23:53:44 »
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Se você abstrair um pouco o ato é o seguinte (poderia colocar mais algumas taxonomias mas realmente não tenho paciência para combater mais uma visão assim)

- Alguém diretamente faz mal a alguém (contrata, puxa o gatilho, etc..)

- Alguém faz um ato não danoso que indiretamente faz mal a alguém.

Na primeira categoria, estão os moralmente associados ao ato danoso.

Na segunda estão todos aqueles cujo seus atos, indiretamente e associados à zilhões de outros eventos, estão fazendo mal a sociedade.
Neste segundo, estamos todos...

E sim é necessário uma racionalização a não ser que você queira assumir o mesmo raciocínio para tudo: Faço algo que prejudica alguém, devo parar. Nesse caso, vá para o monastério. Não existe como ignorar que aumentamos o aquecimento global, que compramos produtos chineses com trabalho semi-escravo (você compra produtos eletrônicos, viu aquela empresa que os funcionários estavam se suicidando???)

Outra opção para a não racionalização é você dizer.. o que é legal é correto. Não é difícil derrubar essa assertiva, como você deve imaginar.

Então sim, é necessário e útil, a não ser que queiramos ser hipócritas, ao dizer que o mal que fazemos é melhor do que o mal que os outros fazem.

Não é "necessário", para nada além de fazer a pessoa que faz isso se sentir livre de qualquer responsabilidade pelas conseqüências de financiar gangues violentas, ou mesmo de eventuais problemas menores que as pessoas poderiam ter alguma preocupação em diminuir, mantendo as analogias. Isso é prejudicial, não "necessário".

E não há hipocrisia alguma na admissão de que há males maiores e menores, e em tentar minimizá-los sempre que possível, em vez de achar que é tudo binário, igual, então, tudo igualmente aceitável, comer carne ou ter um carro sendo coisas tão "criminosas" quanto ser "acionista" de redes de prostituição infantil -- não visando esse infortúnio, de maneira alguma; apenas um lucrinho beleza. O cara não investe tendo em mente a exploração sexual de crianças; não, ele investe pensando no lucro. Apenas alguém querendo melhorar a sua qualidade de vida e de sua família, acima de qualquer crítica moralista.

Bullshit, você não entendeu nada. A racionalização é um reconhecimento que existem diferenças entre o dano praticado, ponto.

A definição de racionalização é algo como "inventar uma desculpa para se sentir bem pelo quer que faça ou pense, quando confrontado com evidências contrárias".



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E não simplesmente binário "mal e bom" como você quer colocar para os usuários de maconha mas não aceita que o façam para os males que todos cometemos.

Desde a primeira vez que você colocou essa analogia, se não me engano, eu nunca a rejeitei. Apenas enfatizei haver uma tremenda diferença de grau entre se comer carne ou andar de carro, e comprar coisas de gangues violentas, no que concerne ao mal que isso implica a outras pessoas, e a necessidade dos atos.



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Isso porque você estereotipa o usário e na verdade não aceita o comportamento antes que suas consequencias. Isso é evidente.

Você deve estar confundindo minhas mensagens com as de algum outro forista então, ou, numa tremenda coincidência, eu devo ter dito um monte de coisas que podem ser mal interpretadas nesse sentido. Porque praticamente nada disse contra usuário de maconha especificamente.


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E me responda a questão do alcool. Você ficaria com nhenhenhe se a cerveja fosse proibida? Até que ponto temos que aceitar os desmandos do estado em nossa liberdade de agir?

Novamente, parece que se dirige ou a um espantalho ou a algum outro forista cujas mensagens não li.

Não sugeri que devemos aceitar os desmandos do estado e achar tudo uma beleza. Sou apenas contra se financiar gangues violentas para se obter algo que não se consegue obter de outra forma, salvo raríssimas exceções, coisa de vida ou morte, nem sei o quê. Mas não maconha ou cerveja.

Não fazendo isso, estou pouco me lixando para o que as pessoas fumam, cheiram ou bebem, desde que, ao fazerem isso, não estejam prejudicando a outras pessoas (o que não é sempre o caso, infelizmente, ainda que aceite que muitos sejam capazes de fazer isso com responsabilidade). Mesmo que obtenham ou produzam ilegalmente, não financiando gangues violentas, não são realmente problema de ninguém.



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Não.. a minha resposta é que o estado é sócio em suas decisões, estamos todos no mesmo barco. Se eles planejam a política com base em coisas que não são reais, eles estão pagando por isso. E não é uma coisa que eu quero Buck, não confunda desejo com a realidade.

Não entendi bulhufas do que falou. Possivelmente tem a ver com a sua idéia dos "meus desejos" não ser nada que eu tenha expresso aqui em momento algum.


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Você pode ficar nervosinho por 25 posts aqui e eu vou seguir tendo os pontos válidos:
- Não importa que você queira chamar de FDP todos que consomem maconha. Eles vão seguir consumindo como é esperado e razoável que façam. Se chamá-los de FDP te faz bem, então chame. Não vai adiantar nada.
- Existe limites para a atuação do estado. Ele claramente comprou uma batalha desproporcional e sem sentido, onde ele é um dos sócios gerados do tráfico.
- Não se extingue alcool, prostituição, religião e drogas da socidade. Seja o mais inteligente possível para saber controlar esses componentes sem entrar em brigas infinitas.


Mais uma vez, parece que me confundiu com alguém. As pessoas podem muito bem se drogar, beber, transar com prostitutas, terem os melhores video-games, diamantes, etc, etc. Como quiserem. O problema está só em financiarem gangues violentas para que lhes forneçam essas coisas. As pessoas não podem fazer isso e não esperar que ninguém ache ruim, que não condenem. Provavelmente até elas mesmas condenam, quando não se trata da obtenção de algo que elas consomem por esses meios.

E sim, a "guerra contra as drogas" é idiota e contraproducente. Políticas mais inteligentes deveriam levar em conta o fato de que as pessoas, por falta de escrúpulos ou desespero, como você disse, estão dispostas a financiar a violência para obter mais uma dose, sem se importar se são consideradas FDPs por isso ou não. 

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #133 Online: 03 de Novembro de 2010, 00:37:51 »
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....


E sim é necessário uma racionalização a não ser que você queira assumir o mesmo raciocínio para tudo: Faço algo que prejudica alguém, devo parar. Nesse caso, vá para o monastério. Não existe como ignorar que aumentamos o aquecimento global, que compramos produtos chineses com trabalho semi-escravo (você compra produtos eletrônicos, viu aquela empresa que os funcionários estavam se suicidando???)

Outra opção para a não racionalização é você dizer.. o que é legal é correto. Não é difícil derrubar essa assertiva, como você deve imaginar.

Então sim, é necessário e útil, a não ser que queiramos ser hipócritas, ao dizer que o mal que fazemos é melhor do que o mal que os outros fazem.

Não é "necessário", para nada além de fazer a pessoa que faz isso se sentir livre de qualquer responsabilidade pelas conseqüências de financiar gangues violentas, ou mesmo de eventuais problemas menores que as pessoas poderiam ter alguma preocupação em diminuir, mantendo as analogias. Isso é prejudicial, não "necessário".

E não há hipocrisia alguma na admissão de que há males maiores e menores, e em tentar minimizá-los sempre que possível, em vez de achar que é tudo binário, igual, então, tudo igualmente aceitável, comer carne ou ter um carro sendo coisas tão "criminosas" quanto ser "acionista" de redes de prostituição infantil -- não visando esse infortúnio, de maneira alguma; apenas um lucrinho beleza. O cara não investe tendo em mente a exploração sexual de crianças; não, ele investe pensando no lucro. Apenas alguém querendo melhorar a sua qualidade de vida e de sua família, acima de qualquer crítica moralista.

Bullshit, você não entendeu nada. A racionalização é um reconhecimento que existem diferenças entre o dano praticado, ponto.

A definição de racionalização é algo como "inventar uma desculpa para se sentir bem pelo quer que faça ou pense, quando confrontado com evidências contrárias".

Que não é o caso.
A racionalização é importante para ver até que ponto vai a hipocrisia das pessoas ao ver como mal apenas o que os outros fazem e ao comparar coisas que não são comparáveis. E ajuda a definir o que é realidade da utopia. veja abaixo.


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E não simplesmente binário "mal e bom" como você quer colocar para os usuários de maconha mas não aceita que o façam para os males que todos cometemos.

Desde a primeira vez que você colocou essa analogia, se não me engano, eu nunca a rejeitei. Apenas enfatizei haver uma tremenda diferença de grau entre se comer carne ou andar de carro, e comprar coisas de gangues violentas, no que concerne ao mal que isso implica a outras pessoas, e a necessidade dos atos.

Existe sim, eu e você não consumimos droga.
E há tanta diferença entre a sua primeira associação de uso com assassinato do que com uso de carro e aquecimento global. A questão é que você insiste em colocar 100% da culpa da violência desses grupos na conta dos usuários, o que evidentemente é um engano. Mais uma vez, existe tráfico na espanha, portugal, etc.. e não existe a mesma violência que aqui.


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Isso porque você estereotipa o usário e na verdade não aceita o comportamento antes que suas consequencias. Isso é evidente.

Você deve estar confundindo minhas mensagens com as de algum outro forista então, ou, numa tremenda coincidência, eu devo ter dito um monte de coisas que podem ser mal interpretadas nesse sentido. Porque praticamente nada disse contra usuário de maconha especificamente.

Pode ser que tenha interpretado mal suas 120 mensagens no decorrer dos anos que estamos discutindo isso, mas para mim ficou a impressão que você tem o uso como um desvio de caráter, onde a pessoa está fazendo mal a si mesmo.

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E me responda a questão do alcool. Você ficaria com nhenhenhe se a cerveja fosse proibida? Até que ponto temos que aceitar os desmandos do estado em nossa liberdade de agir?

Novamente, parece que se dirige ou a um espantalho ou a algum outro forista cujas mensagens não li.

Não sugeri que devemos aceitar os desmandos do estado e achar tudo uma beleza. Sou apenas contra se financiar gangues violentas para se obter algo que não se consegue obter de outra forma, salvo raríssimas exceções, coisa de vida ou morte, nem sei o quê. Mas não maconha ou cerveja.

Pode ser contra, a favor, neutro, ficar bravo e chorar. Não se muda a natureza humana por um julgamento do Buckaroo, um julgamento errado que inclusive não leva os fatos de como nós somos para sim pensar sobre um paradigma de como deveríamos ser.

Da mesma maneira que o ser humano não vai deixar de comprar os eletrônicos e financiar a semi-escravidão na china porque ele não se sente diretamente responsável por isso, E NÃO É, ele não vai parar de usar drogas,e milhões de pessoas compram eletrônicos, carne do Mac, e maconha. E se você ficar com nhenhe porque não quer ver a REALIDADE e quer pensar UTÓPICAMENTE  e julgar as pessoas com um PARADIGMA RELIGIOSO, que resmungue então.

Eles não estão matando, eu não estou destruindo o planeta com meu carro, e os usários de maconha não são coniventes com assassinatos.



Não fazendo isso, estou pouco me lixando para o que as pessoas fumam, cheiram ou bebem, desde que, ao fazerem isso, não estejam prejudicando a outras pessoas (o que não é sempre o caso, infelizmente, ainda que aceite que muitos sejam capazes de fazer isso com responsabilidade). Mesmo que obtenham ou produzam ilegalmente, não financiando gangues violentas, não são realmente problema de ninguém.

Então cai na real. respondido..

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Não.. a minha resposta é que o estado é sócio em suas decisões, estamos todos no mesmo barco. Se eles planejam a política com base em coisas que não são reais, eles estão pagando por isso. E não é uma coisa que eu quero Buck, não confunda desejo com a realidade.

Não entendi bulhufas do que falou. Possivelmente tem a ver com a sua idéia dos "meus desejos" não ser nada que eu tenha expresso aqui em momento algum.

tente ler de novo.. onde falo de utopia e julgar as pessoas pelo que elas são e não pelo que sua mente gostaria que fosse. Utopia é burrice, faz pessoas ficarem discutindo e pensando no sexo dos anjos .. algo como "Ohhh, como seria bom se as pessoas tivessem responsabilidade e não comprassem seu IPAD porque a empresa está matando funcionários e a concorrência desleal ferrando o comércio internacional". Sabe do comunismo?? É a mesma coisa, julgar as pessoas esquecendo um pequeno detalhes... a realidade.


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Você pode ficar nervosinho por 25 posts aqui e eu vou seguir tendo os pontos válidos:
- Não importa que você queira chamar de FDP todos que consomem maconha. Eles vão seguir consumindo como é esperado e razoável que façam. Se chamá-los de FDP te faz bem, então chame. Não vai adiantar nada.
- Existe limites para a atuação do estado. Ele claramente comprou uma batalha desproporcional e sem sentido, onde ele é um dos sócios gerados do tráfico.
- Não se extingue alcool, prostituição, religião e drogas da socidade. Seja o mais inteligente possível para saber controlar esses componentes sem entrar em brigas infinitas.


Mais uma vez, parece que me confundiu com alguém. As pessoas podem muito bem se drogar, beber, transar com prostitutas, terem os melhores video-games, diamantes, etc, etc. Como quiserem. O problema está só em financiarem gangues violentas para que lhes forneçam essas coisas. As pessoas não podem fazer isso e não esperar que ninguém ache ruim, que não condenem. Provavelmente até elas mesmas condenam, quando não se trata da obtenção de algo que elas consomem por esses meios.

hehehe.. exatamente. O que eu consumo e fode os outros não tem problema.
leia o que já foi escrito sobre utopia e negação da identidade humana. E não, eles não são co-responsáveis pelo assassinato de ninguém.

E sim, a "guerra contra as drogas" é idiota e contraproducente. Políticas mais inteligentes deveriam levar em conta o fato de que as pessoas, por falta de escrúpulos ou desespero, como você disse, estão dispostas a financiar a violência para obter mais uma dose, sem se importar se são consideradas FDPs por isso ou não.  

Ou porque querem comprar um eletrônicos??

Buck preste atenção. Seria falta de escrúpulos se comparativamente você tivesse uma minoria que age assim. Mas é o oposto, a grande maioria das pessoas separam o que fazem diretamente do que fazem indiretamente. Sabem a diferença entre escravizar alguém e comprar de alguém que escravizou alguém.

Então não é que as pessoas não tem escrúpulos, é que você está criando um paradigma na cabeça que não é real e a partir desse paradigma dizendo essa besteira.

O que você chama de filha da putisse é o modus operandis da maior parte da população ao pensar como vai adquirir as coisas.
Mais uma razão para o livre mercado não funcionar, é necessário leis que estabeleçam limites e assimetrias na relação de trabalho internacional.
Ao final, se sou americano e estou comprando um Toyota e fodendo a industria nacional, já ficou provado que SIM as pessoas vão comprar e foder a industria nacional.

E por isso que falei sobre hipocrisia. Para esse raciocínio funcionar, você tem que ser hipócrita. E ficar achando que suas ações são direta e indiretamente a melhor possível.  

« Última modificação: 03 de Novembro de 2010, 00:44:50 por Agnóstico »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #134 Online: 03 de Novembro de 2010, 23:20:51 »
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....


E sim é necessário uma racionalização a não ser que você queira assumir o mesmo raciocínio para tudo: Faço algo que prejudica alguém, devo parar. Nesse caso, vá para o monastério. Não existe como ignorar que aumentamos o aquecimento global, que compramos produtos chineses com trabalho semi-escravo (você compra produtos eletrônicos, viu aquela empresa que os funcionários estavam se suicidando???)

Outra opção para a não racionalização é você dizer.. o que é legal é correto. Não é difícil derrubar essa assertiva, como você deve imaginar.

Então sim, é necessário e útil, a não ser que queiramos ser hipócritas, ao dizer que o mal que fazemos é melhor do que o mal que os outros fazem.

Não é "necessário", para nada além de fazer a pessoa que faz isso se sentir livre de qualquer responsabilidade pelas conseqüências de financiar gangues violentas, ou mesmo de eventuais problemas menores que as pessoas poderiam ter alguma preocupação em diminuir, mantendo as analogias. Isso é prejudicial, não "necessário".

E não há hipocrisia alguma na admissão de que há males maiores e menores, e em tentar minimizá-los sempre que possível, em vez de achar que é tudo binário, igual, então, tudo igualmente aceitável, comer carne ou ter um carro sendo coisas tão "criminosas" quanto ser "acionista" de redes de prostituição infantil -- não visando esse infortúnio, de maneira alguma; apenas um lucrinho beleza. O cara não investe tendo em mente a exploração sexual de crianças; não, ele investe pensando no lucro. Apenas alguém querendo melhorar a sua qualidade de vida e de sua família, acima de qualquer crítica moralista.

Bullshit, você não entendeu nada. A racionalização é um reconhecimento que existem diferenças entre o dano praticado, ponto.

A definição de racionalização é algo como "inventar uma desculpa para se sentir bem pelo quer que faça ou pense, quando confrontado com evidências contrárias".

Que não é o caso.
A racionalização é importante para ver até que ponto vai a hipocrisia das pessoas ao ver como mal apenas o que os outros fazem e ao comparar coisas que não são comparáveis. E ajuda a definir o que é realidade da utopia. veja abaixo.

Eu apenas dei a definição de dicionário de racionalização. Se "não é o caso", então não é "racionalização", nesse caso, mas alguma outra coisa.




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E não simplesmente binário "mal e bom" como você quer colocar para os usuários de maconha mas não aceita que o façam para os males que todos cometemos.

Desde a primeira vez que você colocou essa analogia, se não me engano, eu nunca a rejeitei. Apenas enfatizei haver uma tremenda diferença de grau entre se comer carne ou andar de carro, e comprar coisas de gangues violentas, no que concerne ao mal que isso implica a outras pessoas, e a necessidade dos atos.

Existe sim, eu e você não consumimos droga.
E há tanta diferença entre a sua primeira associação de uso com assassinato do que com uso de carro e aquecimento global. A questão é que você insiste em colocar 100% da culpa da violência desses grupos na conta dos usuários, o que evidentemente é um engano. Mais uma vez, existe tráfico na espanha, portugal, etc.. e não existe a mesma violência que aqui.

Eu não coloco 100% da culpa da violência nos usuários.

Olha, já passamos por tudo isso antes. Não vai dar em nada, é simplesmente questão de opinião.

Eu acredito que há sim, muito mais responsabilidade direta envolvida em se pagar a uma gangue que sabidamente usa de violência para lhe fornecer algo, algo que nem precisa, para puro entretenimento, e comer carne ou andar de carro, e ser responsável por algum eventual problema relacionado ao aquecimento global. Para você não, "ok", não sei como "te convencer" de que a responsabilidade das pessoas não se limita ao que elas fazem diretamente, e que há essas diferenças de grau de responsabilização e gravidade naquilo que se causa indiretamente. Até porque, sinceramente, como já disse, esse raciocínio parece um espantalho. Mal se consegue exagerar a "lógica" para fazer uma caricatura, ele já é a caricatura em si. Você provavelmente deve até aceitar, arbitrariamente, que seja uma desculpa esfarrapada em outros casos, como transar com prostitutas escravizadas, comprar coisas roubadas, sei lá. Mas tudo isso segue a mesmíssima lógica, e poderíamos sempre "lavar as mãos" de quem paga aos criminosos da responsabilidade de contribuir com seus crimes, dizendo que quem paga a eles não tem em mente o mal que causam, mas apenas comprar uma coisa que vendem mais barato, que o sistema impede de ser fornecido por um preço melhor, ou só dar umazinha, com uma prostituta que, infelizmente, é escrava; "culpa do estado que não consegue combater isso... uma tragédia, tsc, tsc, tsc".



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Isso porque você estereotipa o usário e na verdade não aceita o comportamento antes que suas consequencias. Isso é evidente.

Você deve estar confundindo minhas mensagens com as de algum outro forista então, ou, numa tremenda coincidência, eu devo ter dito um monte de coisas que podem ser mal interpretadas nesse sentido. Porque praticamente nada disse contra usuário de maconha especificamente.

Pode ser que tenha interpretado mal suas 120 mensagens no decorrer dos anos que estamos discutindo isso, mas para mim ficou a impressão que você tem o uso como um desvio de caráter, onde a pessoa está fazendo mal a si mesmo.

Isso pode ou não pode ser o caso. Tem maconheiros famosos que aparentemente não ficaram só largados no sofá relaxando e depois comendo, inutilizados, como o Carl Sagan e a Soninha Francine. Poderia bem ser uma coisa totalmente controlada e não prejudicial, ou não mais prejudicial do que a bebida para quem bebe com responsabilidade, ainda que, devido a uma série de coisas, o perfil dos usuários de drogas ilícitas não seja geralmente esse, em parte porque a ilegalidade acaba "filtrando" aqueles que já teriam uma tendência a serem os piores usuários.

Mas nem é esse o problema principal. Poderíamos estar falando de raquetes de ping-pong, inofensivas, estupidamente proibidas ou ultra sobretaxadas, e contrabandeadas por gangues violentas. Então podemos considerar que, o usuário, seja de raquetes de ping pong ou de qualquer droga ilegal, seja em todos os demais aspectos, até uma pessoa exemplar em todos sentidos. Cidadãos modelo. Continua havendo o problema, que é o único problema do qual tratei aqui, que é financiar o crime (para obter drogas ou raquetes), e então, apesar de serem pessoas formidáveis em todos outros aspectos, cometem um erro bastante sério.



Não que não haja o que se discutir sobre os efeitos das drogas em si (incluindo aqui as lícitas), mas isso é outro assunto completamente, mais um problema de saúde, informação/prevenção, e políticas que filtrem os usuários problemáticos, do que um caso de proibição generalizada, na maior parte do tempo.



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E me responda a questão do alcool. Você ficaria com nhenhenhe se a cerveja fosse proibida? Até que ponto temos que aceitar os desmandos do estado em nossa liberdade de agir?

Novamente, parece que se dirige ou a um espantalho ou a algum outro forista cujas mensagens não li.

Não sugeri que devemos aceitar os desmandos do estado e achar tudo uma beleza. Sou apenas contra se financiar gangues violentas para se obter algo que não se consegue obter de outra forma, salvo raríssimas exceções, coisa de vida ou morte, nem sei o quê. Mas não maconha ou cerveja.

Pode ser contra, a favor, neutro, ficar bravo e chorar. Não se muda a natureza humana por um julgamento do Buckaroo, um julgamento errado que inclusive não leva os fatos de como nós somos para sim pensar sobre um paradigma de como deveríamos ser.

Da mesma maneira que o ser humano não vai deixar de comprar os eletrônicos e financiar a semi-escravidão na china porque ele não se sente diretamente responsável por isso, E NÃO É, ele não vai parar de usar drogas,e milhões de pessoas compram eletrônicos, carne do Mac, e maconha. E se você ficar com nhenhe porque não quer ver a REALIDADE e quer pensar UTÓPICAMENTE  e julgar as pessoas com um PARADIGMA RELIGIOSO, que resmungue então.

Eles não estão matando, eu não estou destruindo o planeta com meu carro, e os usários de maconha não são coniventes com assassinatos.

Eu nunca disse que as pessoas vão mudar a natureza por causa do meu julgamento apenas. Julgamento, que nem é só meu, no entanto. E as pessoas mudam sim, de atitude, de acordo com a forma como são julgadas pela sociedade. E você pode ficar bravo ou chorar, que haverão sempre aqueles que não aceitam desculpas como essa, que não engolem essa de que "se tenho culpa dos crimes de uma gangue por pagar para ela cometer esses crimes, o tataravô de Martinho Lutero é culpado pelo holocausto judeu então". Com sorte, haverão cada vez mais pessoas assim, que não aceitam essas desculpas esfarrapadas para financiar o crime, e que enxerguem as conseqüências de suas ações de modo geral, procurando mudar e promover a mudança no que trouxer alguma melhora ou ajudar a evitar algum problema mais tarde.

Isso não é utopia ou religião, é apenas responsabilidade (ou um pingo de vergonha na cara) e um mínimo de "inconformismo". É porque muita gente pensa assim que pressiona para formulação e aplicação de diferentes leis no que tocam a esses e outros assuntos, ou mesmo campanhas de mudança de comportamento a nível pessoal, individual, porque, felizmente, para muitos, não precisa que algo seja obrigatório/proibido ou certo de ser punido por lei para que a pessoa procure fazer algo diferente do que seria o mais cômodo, se for o melhor a se fazer. E isso tudo não é fútil, ainda que raramente tenha qualquer efeito "milagroso" de transformação. Em parte, justamente porque há uma vasta quantidade de pessoas que defendem o conformismo, o menor esforço, o lucro fácil, a irresponsabilidade, o "jeitinho brasileiro", ou o que for. Mas, independentemente das desculpas que tentem dar, estarão sempre erradas.  


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Não fazendo isso, estou pouco me lixando para o que as pessoas fumam, cheiram ou bebem, desde que, ao fazerem isso, não estejam prejudicando a outras pessoas (o que não é sempre o caso, infelizmente, ainda que aceite que muitos sejam capazes de fazer isso com responsabilidade). Mesmo que obtenham ou produzam ilegalmente, não financiando gangues violentas, não são realmente problema de ninguém.

Então cai na real. respondido..

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Não.. a minha resposta é que o estado é sócio em suas decisões, estamos todos no mesmo barco. Se eles planejam a política com base em coisas que não são reais, eles estão pagando por isso. E não é uma coisa que eu quero Buck, não confunda desejo com a realidade.

Não entendi bulhufas do que falou. Possivelmente tem a ver com a sua idéia dos "meus desejos" não ser nada que eu tenha expresso aqui em momento algum.

tente ler de novo.. onde falo de utopia e julgar as pessoas pelo que elas são e não pelo que sua mente gostaria que fosse. Utopia é burrice, faz pessoas ficarem discutindo e pensando no sexo dos anjos .. algo como "Ohhh, como seria bom se as pessoas tivessem responsabilidade e não comprassem seu IPAD porque a empresa está matando funcionários e a concorrência desleal ferrando o comércio internacional". Sabe do comunismo?? É a mesma coisa, julgar as pessoas esquecendo um pequeno detalhes... a realidade.

Realmente, é muito babaca e utópico, religioso fanático, quem reclama de se jogar lixo na rua, de dirigir depois de beber, de comprar carteira de motorista, do caixa de mercado roubar um pouquinho de vez em quando de cada comprador, de gente que gosta pixar os muros das casas, de roubar carros, fazer rachas, de políticos corruptos, quem fica abismado quando uma vagabundinha sai com roupas curtas provocantes e é estuprada... isso vai sempre existir. Sonho imaginar que vá acabar e vá tudo ser como "San Angeles" do filme "demolition man".



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Você pode ficar nervosinho por 25 posts aqui e eu vou seguir tendo os pontos válidos:
- Não importa que você queira chamar de FDP todos que consomem maconha. Eles vão seguir consumindo como é esperado e razoável que façam. Se chamá-los de FDP te faz bem, então chame. Não vai adiantar nada.
- Existe limites para a atuação do estado. Ele claramente comprou uma batalha desproporcional e sem sentido, onde ele é um dos sócios gerados do tráfico.
- Não se extingue alcool, prostituição, religião e drogas da socidade. Seja o mais inteligente possível para saber controlar esses componentes sem entrar em brigas infinitas.


Mais uma vez, parece que me confundiu com alguém. As pessoas podem muito bem se drogar, beber, transar com prostitutas, terem os melhores video-games, diamantes, etc, etc. Como quiserem. O problema está só em financiarem gangues violentas para que lhes forneçam essas coisas. As pessoas não podem fazer isso e não esperar que ninguém ache ruim, que não condenem. Provavelmente até elas mesmas condenam, quando não se trata da obtenção de algo que elas consomem por esses meios.

hehehe.. exatamente. O que eu consumo e fode os outros não tem problema.
leia o que já foi escrito sobre utopia e negação da identidade humana. E não, eles não são co-responsáveis pelo assassinato de ninguém.

E sim, a "guerra contra as drogas" é idiota e contraproducente. Políticas mais inteligentes deveriam levar em conta o fato de que as pessoas, por falta de escrúpulos ou desespero, como você disse, estão dispostas a financiar a violência para obter mais uma dose, sem se importar se são consideradas FDPs por isso ou não.  

Ou porque querem comprar um eletrônicos??

Buck preste atenção. Seria falta de escrúpulos se comparativamente você tivesse uma minoria que age assim. Mas é o oposto, a grande maioria das pessoas separam o que fazem diretamente do que fazem indiretamente. Sabem a diferença entre escravizar alguém e comprar de alguém que escravizou alguém.

Não é maioria ou minoria que diz se algo é falta de escrúpulo.


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Então não é que as pessoas não tem escrúpulos, é que você está criando um paradigma na cabeça que não é real e a partir desse paradigma dizendo essa besteira.

Há pessoas e pessoas, situações e situações. Simplesmente não cola a idéia de que comprar coisas supérfluas de criminosos violentos é tão inocente quanto ocmer carne ou comprar uma calculadora baratinha made in China. Eu não vou ficar pensando sobre diversas questões onde as pessoas possam estar sendo responsáveis por algum mal indireto e julgando cada uma individualmente aqui, nem por isso "são todos inocentes". O caso em questão é a compra de drogas -- ou qualquer outro ítem -- de gangues violentas. "Qualquer outro ítem", comprado de gangues que se sabe serem violentas, é a única analogia suficientemente próxima para que seja válida, e talvez até mais instrumental, justamente porque, parece que o fato de estar se falando de "droga", e não de pagar por um carro roubado ou um video-game, é um fator que contribui para a cegueira no julgamento sobre essa questão. As demais, como "andar de carro ou consumo de carne e eventuais futuras tragédias do aquecimento global", estão dentre aquelas que deixam difícil de se conseguir criar um espantalho para essa desculpa, de tão distantes que são em grau de responsabilidade, de proximidade, e de necessidade.



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O que você chama de filha da putisse é o modus operandis da maior parte da população ao pensar como vai adquirir as coisas.
Mais uma razão para o livre mercado não funcionar, é necessário leis que estabeleçam limites e assimetrias na relação de trabalho internacional.
Ao final, se sou americano e estou comprando um Toyota e fodendo a industria nacional, já ficou provado que SIM as pessoas vão comprar e foder a industria nacional.

E por isso que falei sobre hipocrisia. Para esse raciocínio funcionar, você tem que ser hipócrita. E ficar achando que suas ações são direta e indiretamente a melhor possível.  

Não é necessário hipocrisia para se aceitar que há distinções de grau, mas para negar. Você simplesmente não vai dizer que é defensável comprar bonecas infláveis ou camisinhas de uma fábrica que usa trabalho infantil escravo, onde as crianças são espancadas e até mortas. Duvido.

Comprar um carro importado mais barato, contribuindo "estatisticamente" para um enfraquecimento da indústria nacional e do emprego, não é tão grave quanto isso, nem tão grave quanto comprar qualquer coisa de uma gangue violenta nos moldes das gangues dos traficantes de drogas. E, nesse caso em questão, é até debatível se é um mal em si, uma vez que há dinheiro indo parar nas mãos de gente de algum país mais pobre, e você tem mais dinheiro para gastar em outras coisas que considera mais importantes para você e sua família, e esse dinheiro também vai parar nas mãos de outras pessoas, quando, comprando um carro nacional, ficaria mais concentrado. É uma questão complexa. Outras podem ser menos. Mas cada questão é uma questão individual, e pode até valer a lógica de que "não tem nada demais", ou que é um mal menor, mas isso não faz com que possa ser generalizado para todas as outras questões. assim como um papel de bala jogado no chão não causa uma enchente, não faz com que seja mesmo correto jogar lixo na rua, ou que seja correto uma indústria jogar lixo tóxico no rio ou no lago. Mesmo que as pessoas vão, sim, tender a jogar lixo na rua (ainda que isso varie, e hajam populações mais e menos porcas), e empresas também, tendam sim, a preferir poluir se isso for mais barato, se não houver prejuízo para o seu bolso, ou para sua imagem (que eventualmente acarrete em prejuízo no bolso).

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #135 Online: 05 de Novembro de 2010, 00:04:10 »
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E não simplesmente binário "mal e bom" como você quer colocar para os usuários de maconha mas não aceita que o façam para os males que todos cometemos.

Desde a primeira vez que você colocou essa analogia, se não me engano, eu nunca a rejeitei. Apenas enfatizei haver uma tremenda diferença de grau entre se comer carne ou andar de carro, e comprar coisas de gangues violentas, no que concerne ao mal que isso implica a outras pessoas, e a necessidade dos atos.

Existe sim, eu e você não consumimos droga.
E há tanta diferença entre a sua primeira associação de uso com assassinato do que com uso de carro e aquecimento global. A questão é que você insiste em colocar 100% da culpa da violência desses grupos na conta dos usuários, o que evidentemente é um engano. Mais uma vez, existe tráfico na espanha, portugal, etc.. e não existe a mesma violência que aqui.

Eu não coloco 100% da culpa da violência nos usuários.

Olha, já passamos por tudo isso antes. Não vai dar em nada, é simplesmente questão de opinião.

Eu acredito que há sim, muito mais responsabilidade direta envolvida em se pagar a uma gangue que sabidamente usa de violência para lhe fornecer algo, algo que nem precisa, para puro entretenimento, e comer carne ou andar de carro, e ser responsável por algum eventual problema relacionado ao aquecimento global. Para você não, "ok", não sei como "te convencer" de que a responsabilidade das pessoas não se limita ao que elas fazem diretamente, e que há essas diferenças de grau de responsabilização e gravidade naquilo que se causa indiretamente. Até porque, sinceramente, como já disse, esse raciocínio parece um espantalho. Mal se consegue exagerar a "lógica" para fazer uma caricatura, ele já é a caricatura em si. Você provavelmente deve até aceitar, arbitrariamente, que seja uma desculpa esfarrapada em outros casos, como transar com prostitutas escravizadas, comprar coisas roubadas, sei lá. Mas tudo isso segue a mesmíssima lógica, e poderíamos sempre "lavar as mãos" de quem paga aos criminosos da responsabilidade de contribuir com seus crimes, dizendo que quem paga a eles não tem em mente o mal que causam, mas apenas comprar uma coisa que vendem mais barato, que o sistema impede de ser fornecido por um preço melhor, ou só dar umazinha, com uma prostituta que, infelizmente, é escrava; "culpa do estado que não consegue combater isso... uma tragédia, tsc, tsc, tsc".

Veja que interessante, você nunca rejeitou a analogia...

Mas você coloca uma diferença de grau entre os maus, sendo claro o valor absoluto dado pela SUA mente que  coincidentemente tem algo contra o hábito da maconha antes do próprio problema do tráfico.

Que tal propor uma abstração absoluta para se entender a questão como:

- O mal é direto para o prejudicado
- O mal é indireto para o prejudicao
- Mesmo que indiretamente ele pode ser tido como culpado 100% e sem seus atos não existiria mais o problema (ex violência no morro)
- O ato sem uma lei para regular é inócuo
- O ato com uma lei gera problemas..
-

etc., etc.. que já foi postado no decorrer da nossa conversa..

Mesmo aceitando a analogia, você ainda coloca como "mas a maconha é pior porque você está tendo recreação" como se você pudesse definir o QUE É IMPORTANTE PARA A VIDA das OUTRAS pessoas.

Comer carne pode ser um crime para um monte de toscos vegans, tomar cerveja no bar pode ser sagrado para um monte de pessoas. Você não pode definir o que é prioridade ou não, você tem que traduzir em termos compreensíveis para pessoas que não tem o mesmo ranço que você.

Ao final, o que nós fazemos é melhor do que o que os outros fazem, quanta coincidência.



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Isso porque você estereotipa o usário e na verdade não aceita o comportamento antes que suas consequencias. Isso é evidente.

Você deve estar confundindo minhas mensagens com as de algum outro forista então, ou, numa tremenda coincidência, eu devo ter dito um monte de coisas que podem ser mal interpretadas nesse sentido. Porque praticamente nada disse contra usuário de maconha especificamente.

Pode ser que tenha interpretado mal suas 120 mensagens no decorrer dos anos que estamos discutindo isso, mas para mim ficou a impressão que você tem o uso como um desvio de caráter, onde a pessoa está fazendo mal a si mesmo.

Isso pode ou não pode ser o caso. Tem maconheiros famosos que aparentemente não ficaram só largados no sofá relaxando e depois comendo, inutilizados, como o Carl Sagan e a Soninha Francine. Poderia bem ser uma coisa totalmente controlada e não prejudicial, ou não mais prejudicial do que a bebida para quem bebe com responsabilidade, ainda que, devido a uma série de coisas, o perfil dos usuários de drogas ilícitas não seja geralmente esse, em parte porque a ilegalidade acaba "filtrando" aqueles que já teriam uma tendência a serem os piores usuários.

fora o texto normalmente confuso, aqui você já associa a ilegalidade aos piores usuários e claro, que já que são assim, não são em sua maioria como Sagan ou Soninha. Bullshit.


Eu nunca disse que as pessoas vão mudar a natureza por causa do meu julgamento apenas. Julgamento, que nem é só meu, no entanto. E as pessoas mudam sim, de atitude, de acordo com a forma como são julgadas pela sociedade. E você pode ficar bravo ou chorar, que haverão sempre aqueles que não aceitam desculpas como essa, que não engolem essa de que "se tenho culpa dos crimes de uma gangue por pagar para ela cometer esses crimes, o tataravô de Martinho Lutero é culpado pelo holocausto judeu então". Com sorte, haverão cada vez mais pessoas assim, que não aceitam essas desculpas esfarrapadas para financiar o crime, e que enxerguem as conseqüências de suas ações de modo geral, procurando mudar e promover a mudança no que trouxer alguma melhora ou ajudar a evitar algum problema mais tarde.

porque não é desculpa, é a realidade.

Se você esquecer sua neurose pela maconha, a maior parte das pessoas sabem a diferença entre fazer um mal indireto e o direto.

O estupro é péssimo para o agredido.
A maconha é inócuo se não fosse a lei.

São dois tipos de ações bem distintas. Americanos jorraram dolares para o tráfico quando o alcool foi proibido, SORRY, mas a culpa não foi deles. Foi do estado. Unicamente o estado, as pessoas que foram contra a proibição estavam apenas exercendo o seu direito de NÃO ser reféns de cada tosco que pinta no congresso.


Isso não é utopia ou religião, é apenas responsabilidade (ou um pingo de vergonha na cara) e um mínimo de "inconformismo". É porque muita gente pensa assim que pressiona para formulação e aplicação de diferentes leis no que tocam a esses e outros assuntos, ou mesmo campanhas de mudança de comportamento a nível pessoal, individual, porque, felizmente, para muitos, não precisa que algo seja obrigatório/proibido ou certo de ser punido por lei para que a pessoa procure fazer algo diferente do que seria o mais cômodo, se for o melhor a se fazer. E isso tudo não é fútil, ainda que raramente tenha qualquer efeito "milagroso" de transformação. Em parte, justamente porque há uma vasta quantidade de pessoas que defendem o conformismo, o menor esforço, o lucro fácil, a irresponsabilidade, o "jeitinho brasileiro", ou o que for. Mas, independentemente das desculpas que tentem dar, estarão sempre erradas.  

Respondido.
O conformismo no caso é o contrário. Fazer qualquer aberração que pedem para você, isso é conformismo. E irresponsabilidade é tentar controlar coisas que são absolutamente inerentes a condição humana e reclamar depois que as pessoas não seguem essas leis contraproducentes.



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Não fazendo isso, estou pouco me lixando para o que as pessoas fumam, cheiram ou bebem, desde que, ao fazerem isso, não estejam prejudicando a outras pessoas (o que não é sempre o caso, infelizmente, ainda que aceite que muitos sejam capazes de fazer isso com responsabilidade). Mesmo que obtenham ou produzam ilegalmente, não financiando gangues violentas, não são realmente problema de ninguém.

Então cai na real. respondido..




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Não.. a minha resposta é que o estado é sócio em suas decisões, estamos todos no mesmo barco. Se eles planejam a política com base em coisas que não são reais, eles estão pagando por isso. E não é uma coisa que eu quero Buck, não confunda desejo com a realidade.

Não entendi bulhufas do que falou. Possivelmente tem a ver com a sua idéia dos "meus desejos" não ser nada que eu tenha expresso aqui em momento algum.

tente ler de novo.. onde falo de utopia e julgar as pessoas pelo que elas são e não pelo que sua mente gostaria que fosse. Utopia é burrice, faz pessoas ficarem discutindo e pensando no sexo dos anjos .. algo como "Ohhh, como seria bom se as pessoas tivessem responsabilidade e não comprassem seu IPAD porque a empresa está matando funcionários e a concorrência desleal ferrando o comércio internacional". Sabe do comunismo?? É a mesma coisa, julgar as pessoas esquecendo um pequeno detalhes... a realidade.

Realmente, é muito babaca e utópico, religioso fanático, quem reclama de se jogar lixo na rua, de dirigir depois de beber, de comprar carteira de motorista, do caixa de mercado roubar um pouquinho de vez em quando de cada comprador, de gente que gosta pixar os muros das casas, de roubar carros, fazer rachas, de políticos corruptos, quem fica abismado quando uma vagabundinha sai com roupas curtas provocantes e é estuprada... isso vai sempre existir. Sonho imaginar que vá acabar e vá tudo ser como "San Angeles" do filme "demolition man".



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Você pode ficar nervosinho por 25 posts aqui e eu vou seguir tendo os pontos válidos:
- Não importa que você queira chamar de FDP todos que consomem maconha. Eles vão seguir consumindo como é esperado e razoável que façam. Se chamá-los de FDP te faz bem, então chame. Não vai adiantar nada.
- Existe limites para a atuação do estado. Ele claramente comprou uma batalha desproporcional e sem sentido, onde ele é um dos sócios gerados do tráfico.
- Não se extingue alcool, prostituição, religião e drogas da socidade. Seja o mais inteligente possível para saber controlar esses componentes sem entrar em brigas infinitas.


Mais uma vez, parece que me confundiu com alguém. As pessoas podem muito bem se drogar, beber, transar com prostitutas, terem os melhores video-games, diamantes, etc, etc. Como quiserem. O problema está só em financiarem gangues violentas para que lhes forneçam essas coisas. As pessoas não podem fazer isso e não esperar que ninguém ache ruim, que não condenem. Provavelmente até elas mesmas condenam, quando não se trata da obtenção de algo que elas consomem por esses meios.

hehehe.. exatamente. O que eu consumo e fode os outros não tem problema.
leia o que já foi escrito sobre utopia e negação da identidade humana. E não, eles não são co-responsáveis pelo assassinato de ninguém.

E sim, a "guerra contra as drogas" é idiota e contraproducente. Políticas mais inteligentes deveriam levar em conta o fato de que as pessoas, por falta de escrúpulos ou desespero, como você disse, estão dispostas a financiar a violência para obter mais uma dose, sem se importar se são consideradas FDPs por isso ou não.  

Ou porque querem comprar um eletrônicos??

Buck preste atenção. Seria falta de escrúpulos se comparativamente você tivesse uma minoria que age assim. Mas é o oposto, a grande maioria das pessoas separam o que fazem diretamente do que fazem indiretamente. Sabem a diferença entre escravizar alguém e comprar de alguém que escravizou alguém.

Não é maioria ou minoria que diz se algo é falta de escrúpulo.

Não, nem você. Aliás, muito menos você.
Vamos dizer que você fosse conservador também contra prostituição.

Então eu falaria que milhões de pessoas utilizam-se disso. E você daria essa resposta, não é o número de pessoas que define o que é imoral ou não.

Bem, na verdade isso pode dar uma dica de quando a pessoa bola em sua cabeça esquemas fora da realidade, como o padre que não quer que seus fiés se masturbem.

Não Buck, sim o comportamento das pessoas nos dá um embasamento muito bom sobre o que é normal se esperar das pessoas.


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Então não é que as pessoas não tem escrúpulos, é que você está criando um paradigma na cabeça que não é real e a partir desse paradigma dizendo essa besteira.

Há pessoas e pessoas, situações e situações. Simplesmente não cola a idéia de que comprar coisas supérfluas de criminosos violentos é tão inocente quanto ocmer carne ou comprar uma calculadora baratinha made in China. Eu não vou ficar pensando sobre diversas questões onde as pessoas possam estar sendo responsáveis por algum mal indireto e julgando cada uma individualmente aqui, nem por isso "são todos inocentes". O caso em questão é a compra de drogas -- ou qualquer outro ítem -- de gangues violentas. "Qualquer outro ítem", comprado de gangues que se sabe serem violentas, é a única analogia suficientemente próxima para que seja válida, e talvez até mais instrumental, justamente porque, parece que o fato de estar se falando de "droga", e não de pagar por um carro roubado ou um video-game, é um fator que contribui para a cegueira no julgamento sobre essa questão. As demais, como "andar de carro ou consumo de carne e eventuais futuras tragédias do aquecimento global", estão dentre aquelas que deixam difícil de se conseguir criar um espantalho para essa desculpa, de tão distantes que são em grau de responsabilidade, de proximidade, e de necessidade.

Eu acho que Iphone é superfluo, eu acho que podemos reduzir o consumo de carne na metade e não usar carros 2.0. E acho que quem faz isso é um idiota, porque sabe do mal que está causando, desde escravidão até aquecimento global, passando pela morte das vaquinhas.

Se você não traduz seu ranço em questões que pessoas que não o tem possa entender, você apenas expõe o seu ranço.


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O que você chama de filha da putisse é o modus operandis da maior parte da população ao pensar como vai adquirir as coisas.
Mais uma razão para o livre mercado não funcionar, é necessário leis que estabeleçam limites e assimetrias na relação de trabalho internacional.
Ao final, se sou americano e estou comprando um Toyota e fodendo a industria nacional, já ficou provado que SIM as pessoas vão comprar e foder a industria nacional.

E por isso que falei sobre hipocrisia. Para esse raciocínio funcionar, você tem que ser hipócrita. E ficar achando que suas ações são direta e indiretamente a melhor possível.  

Não é necessário hipocrisia para se aceitar que há distinções de grau, mas para negar. Você simplesmente não vai dizer que é defensável comprar bonecas infláveis ou camisinhas de uma fábrica que usa trabalho infantil escravo, onde as crianças são espancadas e até mortas. Duvido.

Situação caricata. não faz sentido.
A coisa é bem mais sútil e quase não se pode falar que a empresa chinesa faz escravidão. Do mesmo modo, traficantes raramente saem abusando de criancinhas na rua ou matando completamente fora do contexto.
O crime, assalto, é muito mais violento para quem não está no contexto das drogas do que o tráfico.
E como droga, o alcool causa muito mais dano a população,

Seu argumento carece de sentido.
« Última modificação: 05 de Novembro de 2010, 00:56:41 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #136 Online: 06 de Novembro de 2010, 00:09:45 »
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E não simplesmente binário "mal e bom" como você quer colocar para os usuários de maconha mas não aceita que o façam para os males que todos cometemos.

Desde a primeira vez que você colocou essa analogia, se não me engano, eu nunca a rejeitei. Apenas enfatizei haver uma tremenda diferença de grau entre se comer carne ou andar de carro, e comprar coisas de gangues violentas, no que concerne ao mal que isso implica a outras pessoas, e a necessidade dos atos.

Existe sim, eu e você não consumimos droga.
E há tanta diferença entre a sua primeira associação de uso com assassinato do que com uso de carro e aquecimento global. A questão é que você insiste em colocar 100% da culpa da violência desses grupos na conta dos usuários, o que evidentemente é um engano. Mais uma vez, existe tráfico na espanha, portugal, etc.. e não existe a mesma violência que aqui.

Eu não coloco 100% da culpa da violência nos usuários.

Olha, já passamos por tudo isso antes. Não vai dar em nada, é simplesmente questão de opinião.

Eu acredito que há sim, muito mais responsabilidade direta envolvida em se pagar a uma gangue que sabidamente usa de violência para lhe fornecer algo, algo que nem precisa, para puro entretenimento, e comer carne ou andar de carro, e ser responsável por algum eventual problema relacionado ao aquecimento global. Para você não, "ok", não sei como "te convencer" de que a responsabilidade das pessoas não se limita ao que elas fazem diretamente, e que há essas diferenças de grau de responsabilização e gravidade naquilo que se causa indiretamente. Até porque, sinceramente, como já disse, esse raciocínio parece um espantalho. Mal se consegue exagerar a "lógica" para fazer uma caricatura, ele já é a caricatura em si. Você provavelmente deve até aceitar, arbitrariamente, que seja uma desculpa esfarrapada em outros casos, como transar com prostitutas escravizadas, comprar coisas roubadas, sei lá. Mas tudo isso segue a mesmíssima lógica, e poderíamos sempre "lavar as mãos" de quem paga aos criminosos da responsabilidade de contribuir com seus crimes, dizendo que quem paga a eles não tem em mente o mal que causam, mas apenas comprar uma coisa que vendem mais barato, que o sistema impede de ser fornecido por um preço melhor, ou só dar umazinha, com uma prostituta que, infelizmente, é escrava; "culpa do estado que não consegue combater isso... uma tragédia, tsc, tsc, tsc".

Veja que interessante, você nunca rejeitou a analogia...

Mas você coloca uma diferença de grau entre os maus, sendo claro o valor absoluto dado pela SUA mente que  coincidentemente tem algo contra o hábito da maconha antes do próprio problema do tráfico.



Isso só pode ser brincadeira ou trollagem.




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Que tal propor uma abstração absoluta para se entender a questão como:

- O mal é direto para o prejudicado
- O mal é indireto para o prejudicao
- Mesmo que indiretamente ele pode ser tido como culpado 100% e sem seus atos não existiria mais o problema (ex violência no morro)
- O ato sem uma lei para regular é inócuo
- O ato com uma lei gera problemas..
-

etc., etc.. que já foi postado no decorrer da nossa conversa..

Mesmo aceitando a analogia, você ainda coloca como "mas a maconha é pior porque você está tendo recreação" como se você pudesse definir o QUE É IMPORTANTE PARA A VIDA das OUTRAS pessoas.

E isso não é nenhum absurdo.

A maior parte das pessoas vive sem precisar fumar maconha. Não é algo indispensável.

Pode haver quem de fato considere muito importante, importante o bastante para que valha financiar gangues assassinas. Para a maior parte das coisas, principalmente entretenimento, nem você, nem ninguém deve considerar isso algo minimamente razoável, e sim, uma filha-da-putice, algo moralmente condenável. O que poderia haver de atenuante seria a pessoa ser extremamente viciada, mas uma afirmação recorrente dentre os defensores da maconha é que ela não vicia, e então essa desculpa, que seria a mais razoável, cai por terra, e o que sobra são só racionalizações que eles mesmos não aceitariam para outras coisas além de fumar maconha, "como se eles pudessem definir o QUE É IMPORTANTE PARA A VIDA das OUTRAS pessoas".

Só aqueles que fumam a espécie Cannabis sativa e talvez eventuais outras drogas podem definir o tipo de recreação que vale a vida de outras pessoas, claro.


 

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Comer carne pode ser um crime para um monte de toscos vegans, tomar cerveja no bar pode ser sagrado para um monte de pessoas. Você não pode definir o que é prioridade ou não, você tem que traduzir em termos compreensíveis para pessoas que não tem o mesmo ranço que você.

Eu já expliquei/exemplifiquei isso, mas você ignorou, aparentemente.

Se fosse proibido o jogo de tênis, e as pessoas que quisessem jogar tênis comprassem bolas e outros equipamentos de gangues assassinas, eles seriam filhos da puta. Não tem nada a ver com maconha ou qualquer outra droga.

Eles não precisam jogar tênis, por mais que gostem, e o jogo de tênis, não é, para qualquer pessoa razoável, mais importante que a vida de outras pessoas. E o fato da proibição do jogo ser ridícula, absurda, não muda esse fato.

 

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Ao final, o que nós fazemos é melhor do que o que os outros fazem, quanta coincidência.



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Isso porque você estereotipa o usário e na verdade não aceita o comportamento antes que suas consequencias. Isso é evidente.

Você deve estar confundindo minhas mensagens com as de algum outro forista então, ou, numa tremenda coincidência, eu devo ter dito um monte de coisas que podem ser mal interpretadas nesse sentido. Porque praticamente nada disse contra usuário de maconha especificamente.

Pode ser que tenha interpretado mal suas 120 mensagens no decorrer dos anos que estamos discutindo isso, mas para mim ficou a impressão que você tem o uso como um desvio de caráter, onde a pessoa está fazendo mal a si mesmo.

Isso pode ou não pode ser o caso. Tem maconheiros famosos que aparentemente não ficaram só largados no sofá relaxando e depois comendo, inutilizados, como o Carl Sagan e a Soninha Francine. Poderia bem ser uma coisa totalmente controlada e não prejudicial, ou não mais prejudicial do que a bebida para quem bebe com responsabilidade, ainda que, devido a uma série de coisas, o perfil dos usuários de drogas ilícitas não seja geralmente esse, em parte porque a ilegalidade acaba "filtrando" aqueles que já teriam uma tendência a serem os piores usuários.

fora o texto normalmente confuso, aqui você já associa a ilegalidade aos piores usuários e claro, que já que são assim, não são em sua maioria como Sagan ou Soninha. Bullshit.

Se não me engano, pelo que já li, as coisas são mais ou menos assim mesmo. As pessoas já envolvidas em crimes tem maior chance de consumirem drogas ilícitas do que pessoas sem envolvimento em qualquer tipo de crime. Isso é inclusive usado em defesa da maconha e outras drogas, pois a relação causal mais comumente intuída é de que as pessoas entram para o crime depois de usar drogas, por causa das drogas, e daí imaginam que a legalização ou tolerância nos moldes dos Países Baixos iria resultar num aumento da criminalidade.



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Eu nunca disse que as pessoas vão mudar a natureza por causa do meu julgamento apenas. Julgamento, que nem é só meu, no entanto. E as pessoas mudam sim, de atitude, de acordo com a forma como são julgadas pela sociedade. E você pode ficar bravo ou chorar, que haverão sempre aqueles que não aceitam desculpas como essa, que não engolem essa de que "se tenho culpa dos crimes de uma gangue por pagar para ela cometer esses crimes, o tataravô de Martinho Lutero é culpado pelo holocausto judeu então". Com sorte, haverão cada vez mais pessoas assim, que não aceitam essas desculpas esfarrapadas para financiar o crime, e que enxerguem as conseqüências de suas ações de modo geral, procurando mudar e promover a mudança no que trouxer alguma melhora ou ajudar a evitar algum problema mais tarde.

porque não é desculpa, é a realidade.

Se você esquecer sua neurose pela maconha, a maior parte das pessoas sabem a diferença entre fazer um mal indireto e o direto.

O estupro é péssimo para o agredido.
A maconha é inócuo se não fosse a lei.

São dois tipos de ações bem distintas. Americanos jorraram dolares para o tráfico quando o alcool foi proibido, SORRY, mas a culpa não foi deles. Foi do estado. Unicamente o estado, as pessoas que foram contra a proibição estavam apenas exercendo o seu direito de NÃO ser reféns de cada tosco que pinta no congresso.

Bem, isso está ficando repetitivo; só fica batendo o pé e insistindo em que ninguém é culpado dos crimes que financia, e que eu teria um ranço irracional contra maconha especificamente. Em nenhum dos casos, é o caso.


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Isso não é utopia ou religião, é apenas responsabilidade (ou um pingo de vergonha na cara) e um mínimo de "inconformismo". É porque muita gente pensa assim que pressiona para formulação e aplicação de diferentes leis no que tocam a esses e outros assuntos, ou mesmo campanhas de mudança de comportamento a nível pessoal, individual, porque, felizmente, para muitos, não precisa que algo seja obrigatório/proibido ou certo de ser punido por lei para que a pessoa procure fazer algo diferente do que seria o mais cômodo, se for o melhor a se fazer. E isso tudo não é fútil, ainda que raramente tenha qualquer efeito "milagroso" de transformação. Em parte, justamente porque há uma vasta quantidade de pessoas que defendem o conformismo, o menor esforço, o lucro fácil, a irresponsabilidade, o "jeitinho brasileiro", ou o que for. Mas, independentemente das desculpas que tentem dar, estarão sempre erradas.  

Respondido.
O conformismo no caso é o contrário. Fazer qualquer aberração que pedem para você, isso é conformismo. E irresponsabilidade é tentar controlar coisas que são absolutamente inerentes a condição humana e reclamar depois que as pessoas não seguem essas leis contraproducentes.

Conformismo é também fazer as coisas erradas porque todo mundo faz. E é sim, irresponsabilidade, financiar gangues assassinas.




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Não fazendo isso, estou pouco me lixando para o que as pessoas fumam, cheiram ou bebem, desde que, ao fazerem isso, não estejam prejudicando a outras pessoas (o que não é sempre o caso, infelizmente, ainda que aceite que muitos sejam capazes de fazer isso com responsabilidade). Mesmo que obtenham ou produzam ilegalmente, não financiando gangues violentas, não são realmente problema de ninguém.

Então cai na real. respondido..




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Não.. a minha resposta é que o estado é sócio em suas decisões, estamos todos no mesmo barco. Se eles planejam a política com base em coisas que não são reais, eles estão pagando por isso. E não é uma coisa que eu quero Buck, não confunda desejo com a realidade.

Não entendi bulhufas do que falou. Possivelmente tem a ver com a sua idéia dos "meus desejos" não ser nada que eu tenha expresso aqui em momento algum.

tente ler de novo.. onde falo de utopia e julgar as pessoas pelo que elas são e não pelo que sua mente gostaria que fosse. Utopia é burrice, faz pessoas ficarem discutindo e pensando no sexo dos anjos .. algo como "Ohhh, como seria bom se as pessoas tivessem responsabilidade e não comprassem seu IPAD porque a empresa está matando funcionários e a concorrência desleal ferrando o comércio internacional". Sabe do comunismo?? É a mesma coisa, julgar as pessoas esquecendo um pequeno detalhes... a realidade.

Realmente, é muito babaca e utópico, religioso fanático, quem reclama de se jogar lixo na rua, de dirigir depois de beber, de comprar carteira de motorista, do caixa de mercado roubar um pouquinho de vez em quando de cada comprador, de gente que gosta pixar os muros das casas, de roubar carros, fazer rachas, de políticos corruptos, quem fica abismado quando uma vagabundinha sai com roupas curtas provocantes e é estuprada... isso vai sempre existir. Sonho imaginar que vá acabar e vá tudo ser como "San Angeles" do filme "demolition man".



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Você pode ficar nervosinho por 25 posts aqui e eu vou seguir tendo os pontos válidos:
- Não importa que você queira chamar de FDP todos que consomem maconha. Eles vão seguir consumindo como é esperado e razoável que façam. Se chamá-los de FDP te faz bem, então chame. Não vai adiantar nada.
- Existe limites para a atuação do estado. Ele claramente comprou uma batalha desproporcional e sem sentido, onde ele é um dos sócios gerados do tráfico.
- Não se extingue alcool, prostituição, religião e drogas da socidade. Seja o mais inteligente possível para saber controlar esses componentes sem entrar em brigas infinitas.


Mais uma vez, parece que me confundiu com alguém. As pessoas podem muito bem se drogar, beber, transar com prostitutas, terem os melhores video-games, diamantes, etc, etc. Como quiserem. O problema está só em financiarem gangues violentas para que lhes forneçam essas coisas. As pessoas não podem fazer isso e não esperar que ninguém ache ruim, que não condenem. Provavelmente até elas mesmas condenam, quando não se trata da obtenção de algo que elas consomem por esses meios.

hehehe.. exatamente. O que eu consumo e fode os outros não tem problema.
leia o que já foi escrito sobre utopia e negação da identidade humana. E não, eles não são co-responsáveis pelo assassinato de ninguém.

E sim, a "guerra contra as drogas" é idiota e contraproducente. Políticas mais inteligentes deveriam levar em conta o fato de que as pessoas, por falta de escrúpulos ou desespero, como você disse, estão dispostas a financiar a violência para obter mais uma dose, sem se importar se são consideradas FDPs por isso ou não.  

Ou porque querem comprar um eletrônicos??

Buck preste atenção. Seria falta de escrúpulos se comparativamente você tivesse uma minoria que age assim. Mas é o oposto, a grande maioria das pessoas separam o que fazem diretamente do que fazem indiretamente. Sabem a diferença entre escravizar alguém e comprar de alguém que escravizou alguém.

Não é maioria ou minoria que diz se algo é falta de escrúpulo.

Não, nem você. Aliás, muito menos você.
Vamos dizer que você fosse conservador também contra prostituição.

Então eu falaria que milhões de pessoas utilizam-se disso. E você daria essa resposta, não é o número de pessoas que define o que é imoral ou não.

Exemplo que não tem mais relevância do que imaginar que você fosse marciano.

O ponto é simplesmente que financiar gangues assassinas é imoral.

Isso não é comparável a moralismo conservador de considerar prostituição algo imoral.

Estamos falando de financiar assassinos, não as condições em que adultos decidem livremente fazer sexo.

Racionalizar/justificar o financiamento ao assassinato, para obter diversão, em qualquer outra situação, só seria defendido como algo razoável ou quando se fala de alguma guerra que parecesse necessária ou por algum completo niilista ou relativista moral.



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Bem, na verdade isso pode dar uma dica de quando a pessoa bola em sua cabeça esquemas fora da realidade, como o padre que não quer que seus fiés se masturbem.

Não Buck, sim o comportamento das pessoas nos dá um embasamento muito bom sobre o que é normal se esperar das pessoas.

"É esperado que as pessoas cometam crimes, então os crimes não são moralmente condenáveis".


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Então não é que as pessoas não tem escrúpulos, é que você está criando um paradigma na cabeça que não é real e a partir desse paradigma dizendo essa besteira.

Há pessoas e pessoas, situações e situações. Simplesmente não cola a idéia de que comprar coisas supérfluas de criminosos violentos é tão inocente quanto ocmer carne ou comprar uma calculadora baratinha made in China. Eu não vou ficar pensando sobre diversas questões onde as pessoas possam estar sendo responsáveis por algum mal indireto e julgando cada uma individualmente aqui, nem por isso "são todos inocentes". O caso em questão é a compra de drogas -- ou qualquer outro ítem -- de gangues violentas. "Qualquer outro ítem", comprado de gangues que se sabe serem violentas, é a única analogia suficientemente próxima para que seja válida, e talvez até mais instrumental, justamente porque, parece que o fato de estar se falando de "droga", e não de pagar por um carro roubado ou um video-game, é um fator que contribui para a cegueira no julgamento sobre essa questão. As demais, como "andar de carro ou consumo de carne e eventuais futuras tragédias do aquecimento global", estão dentre aquelas que deixam difícil de se conseguir criar um espantalho para essa desculpa, de tão distantes que são em grau de responsabilidade, de proximidade, e de necessidade.

Eu acho que Iphone é superfluo, eu acho que podemos reduzir o consumo de carne na metade e não usar carros 2.0. E acho que quem faz isso é um idiota, porque sabe do mal que está causando, desde escravidão até aquecimento global, passando pela morte das vaquinhas.

Ok, então é OK financiar assassinos por diversão.



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Se você não traduz seu ranço em questões que pessoas que não o tem possa entender, você apenas expõe o seu ranço.


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O que você chama de filha da putisse é o modus operandis da maior parte da população ao pensar como vai adquirir as coisas.
Mais uma razão para o livre mercado não funcionar, é necessário leis que estabeleçam limites e assimetrias na relação de trabalho internacional.
Ao final, se sou americano e estou comprando um Toyota e fodendo a industria nacional, já ficou provado que SIM as pessoas vão comprar e foder a industria nacional.

E por isso que falei sobre hipocrisia. Para esse raciocínio funcionar, você tem que ser hipócrita. E ficar achando que suas ações são direta e indiretamente a melhor possível.  

Não é necessário hipocrisia para se aceitar que há distinções de grau, mas para negar. Você simplesmente não vai dizer que é defensável comprar bonecas infláveis ou camisinhas de uma fábrica que usa trabalho infantil escravo, onde as crianças são espancadas e até mortas. Duvido.

Situação caricata. não faz sentido.
A coisa é bem mais sútil e quase não se pode falar que a empresa chinesa faz escravidão. Do mesmo modo, traficantes raramente saem abusando de criancinhas na rua ou matando completamente fora do contexto.
O crime, assalto, é muito mais violento para quem não está no contexto das drogas do que o tráfico.
E como droga, o alcool causa muito mais dano a população,

E por acaso aqueles que são contra se financiar assassinos para obter drogas são a favor de escravidão, de assaltos, ou dos danos provocados pelo álcool?

É tudo um interminável tu quoque?



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Seu argumento carece de sentido.


Não, é bem simples, por mais que você se esforce para tentar racionalizar. Financiar assassinos por diversão é errado. Não importa que a diversão no caso seja maconha ou se fossem bolas de tênis proibidas.


Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #138 Online: 06 de Novembro de 2010, 01:13:37 »
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E não simplesmente binário "mal e bom" como você quer colocar para os usuários de maconha mas não aceita que o façam para os males que todos cometemos.

Desde a primeira vez que você colocou essa analogia, se não me engano, eu nunca a rejeitei. Apenas enfatizei haver uma tremenda diferença de grau entre se comer carne ou andar de carro, e comprar coisas de gangues violentas, no que concerne ao mal que isso implica a outras pessoas, e a necessidade dos atos.

Existe sim, eu e você não consumimos droga.
E há tanta diferença entre a sua primeira associação de uso com assassinato do que com uso de carro e aquecimento global. A questão é que você insiste em colocar 100% da culpa da violência desses grupos na conta dos usuários, o que evidentemente é um engano. Mais uma vez, existe tráfico na espanha, portugal, etc.. e não existe a mesma violência que aqui.

Eu não coloco 100% da culpa da violência nos usuários.

Olha, já passamos por tudo isso antes. Não vai dar em nada, é simplesmente questão de opinião.

Eu acredito que há sim, muito mais responsabilidade direta envolvida em se pagar a uma gangue que sabidamente usa de violência para lhe fornecer algo, algo que nem precisa, para puro entretenimento, e comer carne ou andar de carro, e ser responsável por algum eventual problema relacionado ao aquecimento global. Para você não, "ok", não sei como "te convencer" de que a responsabilidade das pessoas não se limita ao que elas fazem diretamente, e que há essas diferenças de grau de responsabilização e gravidade naquilo que se causa indiretamente. Até porque, sinceramente, como já disse, esse raciocínio parece um espantalho. Mal se consegue exagerar a "lógica" para fazer uma caricatura, ele já é a caricatura em si. Você provavelmente deve até aceitar, arbitrariamente, que seja uma desculpa esfarrapada em outros casos, como transar com prostitutas escravizadas, comprar coisas roubadas, sei lá. Mas tudo isso segue a mesmíssima lógica, e poderíamos sempre "lavar as mãos" de quem paga aos criminosos da responsabilidade de contribuir com seus crimes, dizendo que quem paga a eles não tem em mente o mal que causam, mas apenas comprar uma coisa que vendem mais barato, que o sistema impede de ser fornecido por um preço melhor, ou só dar umazinha, com uma prostituta que, infelizmente, é escrava; "culpa do estado que não consegue combater isso... uma tragédia, tsc, tsc, tsc".

Veja que interessante, você nunca rejeitou a analogia...

Mas você coloca uma diferença de grau entre os maus, sendo claro o valor absoluto dado pela SUA mente que  coincidentemente tem algo contra o hábito da maconha antes do próprio problema do tráfico.

...

Isso só pode ser brincadeira ou trollagem.




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Que tal propor uma abstração absoluta para se entender a questão como:

- O mal é direto para o prejudicado
- O mal é indireto para o prejudicao
- Mesmo que indiretamente ele pode ser tido como culpado 100% e sem seus atos não existiria mais o problema (ex violência no morro)
- O ato sem uma lei para regular é inócuo
- O ato com uma lei gera problemas..
-

etc., etc.. que já foi postado no decorrer da nossa conversa..

Mesmo aceitando a analogia, você ainda coloca como "mas a maconha é pior porque você está tendo recreação" como se você pudesse definir o QUE É IMPORTANTE PARA A VIDA das OUTRAS pessoas.

E isso não é nenhum absurdo.

A maior parte das pessoas vive sem precisar fumar maconha. Não é algo indispensável.

Pode haver quem de fato considere muito importante, importante o bastante para que valha financiar gangues assassinas. Para a maior parte das coisas, principalmente entretenimento, nem você, nem ninguém deve considerar isso algo minimamente razoável, e sim, uma filha-da-putice, algo moralmente condenável. O que poderia haver de atenuante seria a pessoa ser extremamente viciada, mas uma afirmação recorrente dentre os defensores da maconha é que ela não vicia, e então essa desculpa, que seria a mais razoável, cai por terra, e o que sobra são só racionalizações que eles mesmos não aceitariam para outras coisas além de fumar maconha, "como se eles pudessem definir o QUE É IMPORTANTE PARA A VIDA das OUTRAS pessoas".

Você não responde mais aos posts? Insiste que sua visão do que é importante para a vida das pessoas é o que sai da sua cabeça?
Não concordo que seja filha-da-putice, como disse mil vezes, eles não estão matando ninguém. Quando os EUA colocaram o alcool na clandestinidade, eles criaram o tráfico e a violência, porque se meteram a legislar sobre questões que não podem ser proibidas.

Existe uma diferença fortíssima entre o ato do assassino e o ato de quem fuma maconha, e a sua racionalização para julgar que o que você faz de mal indireto é melhor do que o que os outros fazem, faz muito sentido para você, não para mim. Se você acha que financiar gangues assassinas que existiriam de qualquer maneira (provavelmente em outros crimes) é pior do que participar do aquecimento global, isso é uma visão sua. A racionalização, como sentido de se auto-desculpar, é sua.

Pelo seu próprio racional de que o ato indireto é culpado, você é culpado por andar de carro ou comprar eletrônicos e financiar uma rede de escravidão.
Aí a racionalização é sua.. não minha.




Só aqueles que fumam a espécie Cannabis sativa e talvez eventuais outras drogas podem definir o tipo de recreação que vale a vida de outras pessoas, claro.

Sem o menor sentido. Não me consta que eles têm essa pretensão, essa pretensão de definir o que é bom para os outros é sua.

 
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Comer carne pode ser um crime para um monte de toscos vegans, tomar cerveja no bar pode ser sagrado para um monte de pessoas. Você não pode definir o que é prioridade ou não, você tem que traduzir em termos compreensíveis para pessoas que não tem o mesmo ranço que você.

Eu já expliquei/exemplifiquei isso, mas você ignorou, aparentemente.

Se fosse proibido o jogo de tênis, e as pessoas que quisessem jogar tênis comprassem bolas e outros equipamentos de gangues assassinas, eles seriam filhos da puta. Não tem nada a ver com maconha ou qualquer outra droga.

Eles não precisam jogar tênis, por mais que gostem, e o jogo de tênis, não é, para qualquer pessoa razoável, mais importante que a vida de outras pessoas. E o fato da proibição do jogo ser ridícula, absurda, não muda esse fato.

E quer dizer que na sua visão de mundo o governo faz uma lei e temos de obedecer cegamente e arcar com as consequências das cagados dos outros?
Sorry, não é a minha visão. Na minha visão o estado não pode controlar o esporte que faço e se ele quiser fazê-lo, eu vou irei jogar da mesma maneira, e se for pego, eu pago perante a lei.
Não há sentido nessa sua afirmação, até porque estados e leis cometem vários absurdos ao longo dos anos.

E diversão... tão inútil. Se eu pego meu carro para ir passear com meus filhos, isso é supérfluo então eu sou um FDP por estar aquecendo o planeta por uma atividade supérflua.
Se eu compro um IPhone que uso para diversão eu sou um FDP porque estou financiando a escravidão? E se eu compro para meu trabalho não?


 
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Ao final, o que nós fazemos é melhor do que o que os outros fazem, quanta coincidência.



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Isso porque você estereotipa o usário e na verdade não aceita o comportamento antes que suas consequencias. Isso é evidente.

Você deve estar confundindo minhas mensagens com as de algum outro forista então, ou, numa tremenda coincidência, eu devo ter dito um monte de coisas que podem ser mal interpretadas nesse sentido. Porque praticamente nada disse contra usuário de maconha especificamente.

Pode ser que tenha interpretado mal suas 120 mensagens no decorrer dos anos que estamos discutindo isso, mas para mim ficou a impressão que você tem o uso como um desvio de caráter, onde a pessoa está fazendo mal a si mesmo.

Isso pode ou não pode ser o caso. Tem maconheiros famosos que aparentemente não ficaram só largados no sofá relaxando e depois comendo, inutilizados, como o Carl Sagan e a Soninha Francine. Poderia bem ser uma coisa totalmente controlada e não prejudicial, ou não mais prejudicial do que a bebida para quem bebe com responsabilidade, ainda que, devido a uma série de coisas, o perfil dos usuários de drogas ilícitas não seja geralmente esse, em parte porque a ilegalidade acaba "filtrando" aqueles que já teriam uma tendência a serem os piores usuários.

fora o texto normalmente confuso, aqui você já associa a ilegalidade aos piores usuários e claro, que já que são assim, não são em sua maioria como Sagan ou Soninha. Bullshit.

Se não me engano, pelo que já li, as coisas são mais ou menos assim mesmo. As pessoas já envolvidas em crimes tem maior chance de consumirem drogas ilícitas do que pessoas sem envolvimento em qualquer tipo de crime. Isso é inclusive usado em defesa da maconha e outras drogas, pois a relação causal mais comumente intuída é de que as pessoas entram para o crime depois de usar drogas, por causa das drogas, e daí imaginam que a legalização ou tolerância nos moldes dos Países Baixos iria resultar num aumento da criminalidade.

E religião também, já que há proporcionalmente mais religiosos presos do que ateus. Sem uma afirmação que remeta a um estudo sério e um mínimo de relação de causa e efeito, essa afirmação é lixo.


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Eu nunca disse que as pessoas vão mudar a natureza por causa do meu julgamento apenas. Julgamento, que nem é só meu, no entanto. E as pessoas mudam sim, de atitude, de acordo com a forma como são julgadas pela sociedade. E você pode ficar bravo ou chorar, que haverão sempre aqueles que não aceitam desculpas como essa, que não engolem essa de que "se tenho culpa dos crimes de uma gangue por pagar para ela cometer esses crimes, o tataravô de Martinho Lutero é culpado pelo holocausto judeu então". Com sorte, haverão cada vez mais pessoas assim, que não aceitam essas desculpas esfarrapadas para financiar o crime, e que enxerguem as conseqüências de suas ações de modo geral, procurando mudar e promover a mudança no que trouxer alguma melhora ou ajudar a evitar algum problema mais tarde.

porque não é desculpa, é a realidade.

Se você esquecer sua neurose pela maconha, a maior parte das pessoas sabem a diferença entre fazer um mal indireto e o direto.

O estupro é péssimo para o agredido.
A maconha é inócuo se não fosse a lei.

São dois tipos de ações bem distintas. Americanos jorraram dolares para o tráfico quando o alcool foi proibido, SORRY, mas a culpa não foi deles. Foi do estado. Unicamente o estado, as pessoas que foram contra a proibição estavam apenas exercendo o seu direito de NÃO ser reféns de cada tosco que pinta no congresso.

Bem, isso está ficando repetitivo; só fica batendo o pé e insistindo em que ninguém é culpado dos crimes que financia, e que eu teria um ranço irracional contra maconha especificamente. Em nenhum dos casos, é o caso.


Ficando repetitivo porque você insiste que o mal indireto é tão mal quanto o direto mas só se for maconha. E quer convencer com argumentos meramente de cunho moral com evidências que fazem sentido para você.

Muita gente pensa dessa maneira. E espero que os que não pensem ao menos fale que "Ok, então estou fodendo com o meio ambiente" e não bole uma historia para livrar a própria cara de uma regra criada por si mesmo.

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Isso não é utopia ou religião, é apenas responsabilidade (ou um pingo de vergonha na cara) e um mínimo de "inconformismo". É porque muita gente pensa assim que pressiona para formulação e aplicação de diferentes leis no que tocam a esses e outros assuntos, ou mesmo campanhas de mudança de comportamento a nível pessoal, individual, porque, felizmente, para muitos, não precisa que algo seja obrigatório/proibido ou certo de ser punido por lei para que a pessoa procure fazer algo diferente do que seria o mais cômodo, se for o melhor a se fazer. E isso tudo não é fútil, ainda que raramente tenha qualquer efeito "milagroso" de transformação. Em parte, justamente porque há uma vasta quantidade de pessoas que defendem o conformismo, o menor esforço, o lucro fácil, a irresponsabilidade, o "jeitinho brasileiro", ou o que for. Mas, independentemente das desculpas que tentem dar, estarão sempre erradas.  

Respondido.
O conformismo no caso é o contrário. Fazer qualquer aberração que pedem para você, isso é conformismo. E irresponsabilidade é tentar controlar coisas que são absolutamente inerentes a condição humana e reclamar depois que as pessoas não seguem essas leis contraproducentes.

Conformismo é também fazer as coisas erradas porque todo mundo faz. E é sim, irresponsabilidade, financiar gangues assassinas.

Sim, e escravizar pessoas na china, e financiar sweat shops pelo mundo. Ao menos seja coerente.


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Não fazendo isso, estou pouco me lixando para o que as pessoas fumam, cheiram ou bebem, desde que, ao fazerem isso, não estejam prejudicando a outras pessoas (o que não é sempre o caso, infelizmente, ainda que aceite que muitos sejam capazes de fazer isso com responsabilidade). Mesmo que obtenham ou produzam ilegalmente, não financiando gangues violentas, não são realmente problema de ninguém.

Então cai na real. respondido..




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Não.. a minha resposta é que o estado é sócio em suas decisões, estamos todos no mesmo barco. Se eles planejam a política com base em coisas que não são reais, eles estão pagando por isso. E não é uma coisa que eu quero Buck, não confunda desejo com a realidade.

Não entendi bulhufas do que falou. Possivelmente tem a ver com a sua idéia dos "meus desejos" não ser nada que eu tenha expresso aqui em momento algum.

tente ler de novo.. onde falo de utopia e julgar as pessoas pelo que elas são e não pelo que sua mente gostaria que fosse. Utopia é burrice, faz pessoas ficarem discutindo e pensando no sexo dos anjos .. algo como "Ohhh, como seria bom se as pessoas tivessem responsabilidade e não comprassem seu IPAD porque a empresa está matando funcionários e a concorrência desleal ferrando o comércio internacional". Sabe do comunismo?? É a mesma coisa, julgar as pessoas esquecendo um pequeno detalhes... a realidade.

Realmente, é muito babaca e utópico, religioso fanático, quem reclama de se jogar lixo na rua, de dirigir depois de beber, de comprar carteira de motorista, do caixa de mercado roubar um pouquinho de vez em quando de cada comprador, de gente que gosta pixar os muros das casas, de roubar carros, fazer rachas, de políticos corruptos, quem fica abismado quando uma vagabundinha sai com roupas curtas provocantes e é estuprada... isso vai sempre existir. Sonho imaginar que vá acabar e vá tudo ser como "San Angeles" do filme "demolition man".

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Você pode ficar nervosinho por 25 posts aqui e eu vou seguir tendo os pontos válidos:
- Não importa que você queira chamar de FDP todos que consomem maconha. Eles vão seguir consumindo como é esperado e razoável que façam. Se chamá-los de FDP te faz bem, então chame. Não vai adiantar nada.
- Existe limites para a atuação do estado. Ele claramente comprou uma batalha desproporcional e sem sentido, onde ele é um dos sócios gerados do tráfico.
- Não se extingue alcool, prostituição, religião e drogas da socidade. Seja o mais inteligente possível para saber controlar esses componentes sem entrar em brigas infinitas.


Mais uma vez, parece que me confundiu com alguém. As pessoas podem muito bem se drogar, beber, transar com prostitutas, terem os melhores video-games, diamantes, etc, etc. Como quiserem. O problema está só em financiarem gangues violentas para que lhes forneçam essas coisas. As pessoas não podem fazer isso e não esperar que ninguém ache ruim, que não condenem. Provavelmente até elas mesmas condenam, quando não se trata da obtenção de algo que elas consomem por esses meios.

hehehe.. exatamente. O que eu consumo e fode os outros não tem problema.
leia o que já foi escrito sobre utopia e negação da identidade humana. E não, eles não são co-responsáveis pelo assassinato de ninguém.

E sim, a "guerra contra as drogas" é idiota e contraproducente. Políticas mais inteligentes deveriam levar em conta o fato de que as pessoas, por falta de escrúpulos ou desespero, como você disse, estão dispostas a financiar a violência para obter mais uma dose, sem se importar se são consideradas FDPs por isso ou não.  

Ou porque querem comprar um eletrônicos??

Buck preste atenção. Seria falta de escrúpulos se comparativamente você tivesse uma minoria que age assim. Mas é o oposto, a grande maioria das pessoas separam o que fazem diretamente do que fazem indiretamente. Sabem a diferença entre escravizar alguém e comprar de alguém que escravizou alguém.

Não é maioria ou minoria que diz se algo é falta de escrúpulo.

Não, nem você. Aliás, muito menos você.
Vamos dizer que você fosse conservador também contra prostituição.

Então eu falaria que milhões de pessoas utilizam-se disso. E você daria essa resposta, não é o número de pessoas que define o que é imoral ou não.[/quote]


Exemplo que não tem mais relevância do que imaginar que você fosse marciano.

O ponto é simplesmente que financiar gangues assassinas é imoral.

Isso não é comparável a moralismo conservador de considerar prostituição algo imoral.

Estamos falando de financiar assassinos, não as condições em que adultos decidem livremente fazer sexo.

Racionalizar/justificar o financiamento ao assassinato, para obter diversão, em qualquer outra situação, só seria defendido como algo razoável ou quando se fala de alguma guerra que parecesse necessária ou por algum completo niilista ou relativista moral.

Isso, gosto de suas sentenças sem ter que explicar nada. Mas a verdade é, quem está racionalizando é você, ao definir um critério em que você seria culpado de um zilhão de coisas mas criar um ad hoc para dizer que só aqueles que fazem o que você não faz é culpado. Isso é racionalização.

E sim o exemplo foi adequado. Você fazer uma regra tipo "não se pode masturbar" e quando alguém perguntar "Mas bilhões de pessoas se masturbam" e você responde que o número de pessoas que executa um ato não diz que ele é moral ou não, na verdade você está perdendo a chance de entender que o anormal pode ser você.
Muitas pessoas fazendo algo PODE representar um comportamento inerente ao ser humano e nesses casos nossa atenção deveria ser redobrada antes de simplesmente tentar coibir isso.



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Bem, na verdade isso pode dar uma dica de quando a pessoa bola em sua cabeça esquemas fora da realidade, como o padre que não quer que seus fiés se masturbem.

Não Buck, sim o comportamento das pessoas nos dá um embasamento muito bom sobre o que é normal se esperar das pessoas.

"É esperado que as pessoas cometam crimes, então os crimes não são moralmente condenáveis".


respondido acima. E é claro que seu raciocínio é falacioso, principalmente se levado em conta que o crime existe não por causa do ato em si, mas sim por causa da lei que é tão útil quanto proibir a masturbaçao.


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Então não é que as pessoas não tem escrúpulos, é que você está criando um paradigma na cabeça que não é real e a partir desse paradigma dizendo essa besteira.

Há pessoas e pessoas, situações e situações. Simplesmente não cola a idéia de que comprar coisas supérfluas de criminosos violentos é tão inocente quanto ocmer carne ou comprar uma calculadora baratinha made in China. Eu não vou ficar pensando sobre diversas questões onde as pessoas possam estar sendo responsáveis por algum mal indireto e julgando cada uma individualmente aqui, nem por isso "são todos inocentes". O caso em questão é a compra de drogas -- ou qualquer outro ítem -- de gangues violentas. "Qualquer outro ítem", comprado de gangues que se sabe serem violentas, é a única analogia suficientemente próxima para que seja válida, e talvez até mais instrumental, justamente porque, parece que o fato de estar se falando de "droga", e não de pagar por um carro roubado ou um video-game, é um fator que contribui para a cegueira no julgamento sobre essa questão. As demais, como "andar de carro ou consumo de carne e eventuais futuras tragédias do aquecimento global", estão dentre aquelas que deixam difícil de se conseguir criar um espantalho para essa desculpa, de tão distantes que são em grau de responsabilidade, de proximidade, e de necessidade.

Eu acho que Iphone é superfluo, eu acho que podemos reduzir o consumo de carne na metade e não usar carros 2.0. E acho que quem faz isso é um idiota, porque sabe do mal que está causando, desde escravidão até aquecimento global, passando pela morte das vaquinhas.

Ok, então é OK financiar assassinos por diversão.


Eles não estão financiando assassinos, eles estão fumando maconha. Eles só estão financiando assassinos se você está financiando escravidão.

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Se você não traduz seu ranço em questões que pessoas que não o tem possa entender, você apenas expõe o seu ranço.


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O que você chama de filha da putisse é o modus operandis da maior parte da população ao pensar como vai adquirir as coisas.
Mais uma razão para o livre mercado não funcionar, é necessário leis que estabeleçam limites e assimetrias na relação de trabalho internacional.
Ao final, se sou americano e estou comprando um Toyota e fodendo a industria nacional, já ficou provado que SIM as pessoas vão comprar e foder a industria nacional.

E por isso que falei sobre hipocrisia. Para esse raciocínio funcionar, você tem que ser hipócrita. E ficar achando que suas ações são direta e indiretamente a melhor possível.  

Não é necessário hipocrisia para se aceitar que há distinções de grau, mas para negar. Você simplesmente não vai dizer que é defensável comprar bonecas infláveis ou camisinhas de uma fábrica que usa trabalho infantil escravo, onde as crianças são espancadas e até mortas. Duvido.

Situação caricata. não faz sentido.
A coisa é bem mais sútil e quase não se pode falar que a empresa chinesa faz escravidão. Do mesmo modo, traficantes raramente saem abusando de criancinhas na rua ou matando completamente fora do contexto.
O crime, assalto, é muito mais violento para quem não está no contexto das drogas do que o tráfico.
E como droga, o alcool causa muito mais dano a população,

E por acaso aqueles que são contra se financiar assassinos para obter drogas são a favor de escravidão, de assaltos, ou dos danos provocados pelo álcool?

É tudo um interminável tu quoque?

Não, mas pelo seu racional, você é contra financiar assassinos e a favor de financiar pessoas que destroem o planeta.

E mais uma vez, diversão... tão inútil. Se eu pego meu carro para ir passear com meus filhos, isso é supérfluo então eu sou um FDP por estar aquecendo o planeta por uma atividade supérflua.
Não existe nenhuma saída para o seu raciocínio. Só ficar afirmando que é imoral, mas o que eu faço não.


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Seu argumento carece de sentido.


Não, é bem simples, por mais que você se esforce para tentar racionalizar. Financiar assassinos por diversão é errado. Não importa que a diversão no caso seja maconha ou se fossem bolas de tênis proibidas.

Mais uma vez, quem está racionalizando é você. Você criou um racional e fica gerando ad hocs para que o que você faz não seja um problema mediante a um critério que você mesmo fez.
« Última modificação: 06 de Novembro de 2010, 01:32:27 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #139 Online: 06 de Novembro de 2010, 01:33:59 »


http://en.wikipedia.org/wiki/Rationalization_(making_excuses)

http://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_dissonance
Making excuses é perfeito para você. Eu não preciso de desculpas porque não uso drogas. Você precisa porque pelo seu próprio racional você seria culpado de uma série de coisas, aí vem o ad hoc para te colocar em uma situação moralmente distinta.

Da mesma maneira a dissonancia cognitiva ---> Cognitive dissonance is an uncomfortable feeling caused by holding conflicting ideas simultaneously.

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An overarching principle of cognitive dissonance is that it involves the formation of an idea or emotion in conflict with a fundamental element of the self-concept, such as" "I am a successful/functional person", "I am a good person", or "I made the right decision." The anxiety that comes with the possibility of having made a bad decision can lead to rationalization, the tendency to create additional reasons or justifications to support one's choices.

Perfeito para você, mais uma vez eu não tenho do que me proteger.
« Última modificação: 06 de Novembro de 2010, 01:53:21 por Agnóstico »
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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #140 Online: 06 de Novembro de 2010, 13:42:51 »


http://en.wikipedia.org/wiki/Rationalization_(making_excuses)

http://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_dissonance
Making excuses é perfeito para você. Eu não preciso de desculpas porque não uso drogas.

Ué. E se usasse, precisaria então? Mas você não estava defendendo justamente que não, que quem financia crimes violentos em geral não tem culpa pelos crimes que financia, e nada do que se desculpar? :hein:


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Você precisa porque pelo seu próprio racional você seria culpado de uma série de coisas, aí vem o ad hoc para te colocar em uma situação moralmente distinta.

Pode ser, eu não sei. E não nego, se for. No que for, seria algo que eu tentaria reduzir na medida do possível.

O que tenho mais claro é que apenas não financio violência para obter diversão, e considero isso muito errado. Com 99% de chance de ser mais errado do que qualquer coisa "análoga" que faça, como contribuir para o aquecimento global ao comer alguma carne ou andar em veículos à explosão.

Pergunta: de vez em quando um viciado em crack da vizinhança vem me oferecendo coisas, pechinchas, para vender, para comprar mais crack. Com desculpas esfarrapadas diversas, em vez de admitir que é para droga. Eu não compro, apesar de serem pechinchas. Eu poderia então comprar, sem qualquer peso na consciência, na sua opinião? Afinal, eu estou apenas fazendo uma transação comercial, obtendo algo pelo qual eu tenho interesse. O que acontece depois disso, com o dinheiro que eu pagasse ao cara, é problema inteiramente dele, não é?


 

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Da mesma maneira a dissonancia cognitiva ---> Cognitive dissonance is an uncomfortable feeling caused by holding conflicting ideas simultaneously.

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An overarching principle of cognitive dissonance is that it involves the formation of an idea or emotion in conflict with a fundamental element of the self-concept, such as" "I am a successful/functional person", "I am a good person", or "I made the right decision." The anxiety that comes with the possibility of having made a bad decision can lead to rationalization, the tendency to create additional reasons or justifications to support one's choices.

Perfeito para você, mais uma vez eu não tenho do que me proteger.

Mas é o que você faz ao justificar usar carro, comer carne, ou comprar diamantes, ou produtos feitos de trabalho escravo.

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #141 Online: 06 de Novembro de 2010, 14:02:27 »


http://en.wikipedia.org/wiki/Rationalization_(making_excuses)

http://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_dissonance
Making excuses é perfeito para você. Eu não preciso de desculpas porque não uso drogas.

Ué. E se usasse, precisaria então? Mas você não estava defendendo justamente que não, que quem financia crimes violentos em geral não tem culpa pelos crimes que financia, e nada do que se desculpar? :hein:


É o que está dizendo o texto que você colocou. A mente cria uma abordagem para proteger o próprio ego e não destruir a imagem que se tem de si mesmo.
Nesse caso, quem se encaixa entre nós dois é você, não eu.

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Você precisa porque pelo seu próprio racional você seria culpado de uma série de coisas, aí vem o ad hoc para te colocar em uma situação moralmente distinta.

Pode ser, eu não sei. E não nego, se for. No que for, seria algo que eu tentaria reduzir na medida do possível.

O que tenho mais claro é que apenas não financio violência para obter diversão, e considero isso muito errado. Com 99% de chance de ser mais errado do que qualquer coisa "análoga" que faça, como contribuir para o aquecimento global ao comer alguma carne ou andar em veículos à explosão.


Mas se você sai com seu carro para se divertir é sacanagem?
Se você compra um IPAD para se divertir é sacanagem?

Seu raciocínio só fecha com ad hoc.. qualquer coisa que você abstrai vai cair no ad hoc em que a única coisa ruim é fumar maconha.
você está preso no próprio racional sem sentido Buck.


Pergunta: de vez em quando um viciado em crack da vizinhança vem me oferecendo coisas, pechinchas, para vender, para comprar mais crack. Com desculpas esfarrapadas diversas, em vez de admitir que é para droga. Eu não compro, apesar de serem pechinchas. Eu poderia então comprar, sem qualquer peso na consciência, na sua opinião? Afinal, eu estou apenas fazendo uma transação comercial, obtendo algo pelo qual eu tenho interesse. O que acontece depois disso, com o dinheiro que eu pagasse ao cara, é problema inteiramente dele, não é?

Você tem outra opção não? Pode sair e comprar as mesmas coisas de maneira legal?
A resposta é fácil.




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Da mesma maneira a dissonancia cognitiva ---> Cognitive dissonance is an uncomfortable feeling caused by holding conflicting ideas simultaneously.

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Perfeito para você, mais uma vez eu não tenho do que me proteger.

Mas é o que você faz ao justificar usar carro, comer carne, ou comprar diamantes, ou produtos feitos de trabalho escravo.
[/quote]

Vc ta louco? Quem faz isso é você.. eu não preciso me justificar já que não acho que sou culpado pelo aquecimento global. Esse é o seu raciocínio, não meu. Para mim, esse é o tipo de dano que se faz à natureza ao viver um estilo de vida que é a essência da nossa cultura.
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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #142 Online: 06 de Novembro de 2010, 15:44:43 »


http://en.wikipedia.org/wiki/Rationalization_(making_excuses)

http://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_dissonance
Making excuses é perfeito para você. Eu não preciso de desculpas porque não uso drogas.

Ué. E se usasse, precisaria então? Mas você não estava defendendo justamente que não, que quem financia crimes violentos em geral não tem culpa pelos crimes que financia, e nada do que se desculpar? :hein:


É o que está dizendo o texto que você colocou. A mente cria uma abordagem para proteger o próprio ego e não destruir a imagem que se tem de si mesmo.
Nesse caso, quem se encaixa entre nós dois é você, não eu.

Acho que esse é mais um exemplo de racionalização, uma vez que eu não estou me isentando da culpa de nada, não estou me protegendo de nada, e aceitando que há sim uma série de coisas que as pessoas, inclusive eu (embora nunca tenha feito uma análise mais detalhada de todas minhas ações; só tenho plena consciência de não participar em coisas mais graves e óbvias (ao menos deveriam ser), como não financiar gangues violentas), deveriam repensar e deixar de fazer na medida do possível. Enquanto você é que está dizendo que ninguém tem culpa de nada que não faz com as próprias mãos, mesmo que pague para outro fazer.


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Você precisa porque pelo seu próprio racional você seria culpado de uma série de coisas, aí vem o ad hoc para te colocar em uma situação moralmente distinta.

Pode ser, eu não sei. E não nego, se for. No que for, seria algo que eu tentaria reduzir na medida do possível.

O que tenho mais claro é que apenas não financio violência para obter diversão, e considero isso muito errado. Com 99% de chance de ser mais errado do que qualquer coisa "análoga" que faça, como contribuir para o aquecimento global ao comer alguma carne ou andar em veículos à explosão.


Mas se você sai com seu carro para se divertir é sacanagem?
Se você compra um IPAD para se divertir é sacanagem?

Seu raciocínio só fecha com ad hoc.. qualquer coisa que você abstrai vai cair no ad hoc em que a única coisa ruim é fumar maconha.

Como eu já disse, não, não tem nada a ver com fumar maconha, e não sei a quem você tenta convencer com isso. O problema é simplesmente financiar gangues assassinas, que ameaçam a minha família, a sua, e a de outras pessoas. Pessoas que saem de carro para se divertir, mesmo que de carros 2.0, fazem menos mal à sociedade do que quem financia munição para matar pessoas. Isso é bem claro, e é necessário um tremendo esforço para fingir que não vê.

E note que eu nem neguei que há um mal em se usar carro se não for mais estritamente necessário. O fato de talvez a maior parte das pessoas ser consideravelmente apática quanto a isso não muda esse fato. Felizmente, não é a totalidade das pessoas, então há uma série de iniciativas diversas que, na medida em que se conseguir despertar a consciencia das pessoas, vão mudando a situação, na gradual eliminação das causas. Desde a iniciativa individual em não contribuir com o problema, mesmo que a algum custo pessoal, até iniciativas de maior porte, como desenvolvimento de carros menos poluentes, até políticas de incentivo a essas iniciativas, ou mesmo reformas mais estruturais no sistema de transportes.



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Pergunta: de vez em quando um viciado em crack da vizinhança vem me oferecendo coisas, pechinchas, para vender, para comprar mais crack. Com desculpas esfarrapadas diversas, em vez de admitir que é para droga. Eu não compro, apesar de serem pechinchas. Eu poderia então comprar, sem qualquer peso na consciência, na sua opinião? Afinal, eu estou apenas fazendo uma transação comercial, obtendo algo pelo qual eu tenho interesse. O que acontece depois disso, com o dinheiro que eu pagasse ao cara, é problema inteiramente dele, não é?

Você tem outra opção não? Pode sair e comprar as mesmas coisas de maneira legal?
A resposta é fácil.

Mas por que eu tenho que ter qualquer consideração quanto a isso? :hein:


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Da mesma maneira a dissonancia cognitiva ---> Cognitive dissonance is an uncomfortable feeling caused by holding conflicting ideas simultaneously.

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Perfeito para você, mais uma vez eu não tenho do que me proteger.

Mas é o que você faz ao justificar usar carro, comer carne, ou comprar diamantes, ou produtos feitos de trabalho escravo.

Vc ta louco? Quem faz isso é você.. eu não preciso me justificar já que não acho que sou culpado pelo aquecimento global. Esse é o seu raciocínio, não meu. Para mim, esse é o tipo de dano que se faz à natureza ao viver um estilo de vida que é a essência da nossa cultura.

Primeiramente, a analogia com coisas como aquecimento global já beira o espantalho, devido a ser algo muito mais indireto do que financiar gangues assassinas, onde não é exagero se falar de culpa.

Mas mesmo aí, sim, bem como nas outras coisas, temos responsabilidade. Se não, o que "deveríamos" fazer é simplesmente continuar agindo como sempre agimos, e foder com as futuras gerações, ou talvez com a nossa própria, por quaisquer conseqüências que nossas ações possam ter em longo e médio prazo. E não nos preocupar em qualquer mudança de comportamento ou política em função de qualquer problema indireto que as pessoas causem.

E se é isso, bem, perde todo o sentido em se falar contra as leis que proíbem as drogas também. Por que as pessoas deveriam se preocupar? Não são as pessoas que fizeram as leis. Elas não fazem nenhum mal direto em acatá-las e não questioná-las, não pressionar para qualquer mudança. Não chegam nem perto de dar o dinheiro para munição a gangues assassinas. É utópico querer que as pessoas se engagem na mudança de leis muito tradicionais ou mesmo que aceitem a mudança.


Putz. Já pensou se todo esse tempo, em vez de eu apenas ter tentado insistir no óbvio erro de financiar gangues assassinas por diversão, tivesse tido essa abordagem?

"Não tem nada que se mover pelas mudanças nas leis que proíbem as drogas, já que as pessoas não fazem nada de mal em não fazerem nada para mudá-las". E toda vez que se dissesse que essas leis são inúteis, que causam mais problemas que resolvem, só insistisse nisso, que não são problemas causados diretamente por aqueles que não se importam com a legislação e só seguem suas vidas sem se preocupar muito com isso, satisfeitos em simplesmente votar num candidato que prometa "mais segurança".

E em termos de proximidade da atitude (ou no caso, omissão) apática e os males a terceiros, esse lado ganha de longe. Praticamente "inexiste" um caminho do silêncio e da apatia quanto a lei até a bala que mata o filho ou filha de alguém, enquanto que esse caminho é bem mais próximo no caso de quem dá dinheiro a uma gangue assassina.



Nem deixa de ser interessante essa utilização da mesmíssima lógica para defender o oposto, mas é mais interessante explorar as conseqüências absurdas dela usada no sentido original, que livra a cara de alguém que simplesmente fosse acionista do tráfico, sem consumir drogas, só interessado no lucro a qualquer custo, não no fumo a qualquer custo.

Offline Donatello

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #143 Online: 06 de Novembro de 2010, 16:38:20 »
Quando ia entrar neste debate entre Buck e Agnóstico a internet do trabalho falhou (já tinha escrito o post e quando cliquei em enviar deu erro). Quando cheguei em casa já tinha duas páginas de réplica e tréplica e de repetições dos mesmos argumentos ditos de outra maneira ou da mesma, defeito comum de todos os tópicos sobre maconha iniciados aqui.

Gostaria apenas que o Agnostico demonstrasse compreender em seus posts que o Buck não defende menos que eu e ele (o Agnóstico) a descriminalização do tráfico de entorpecentes; não põe em momento algum em pé de igualdade as ações do traficante e do usuário e nem ignora que o grande vilão desta estória toda é a legislação despropositada sobre o tema. A mim parece óbvio que a posição de Agnóstico e do Bob sobre as afirmações do Buck respondem muito mais a uma necessidade pessoal de defesa de um ponto do que a uma convicção pessoal do ponto a ser defendido sobretudo porque (como o Barata lembrou muito bem) a defesa do Agnóstico e os argumentos usados para ela se chocam frontalmente com uma série de outra posições que ele já apresentou aqui.

Só vou colocar minha posição sobre o tema (no grosso em acordo com a do Buck); lamentar a incompreensão provavelmente proposital sobre o que ele, o Buck, tem escrito (como na sequencia de réplicas/tréplicas/etcéplicas que terminou num supernecessário Boris Casoy's facepalm); e sair de fininho.


* Eita, não é Boris Casoy, é um velho de cabeça branca que não sei quem é! Eita falta de sexo... quer dizer, quer dizer: ai minha vista. :|
« Última modificação: 06 de Novembro de 2010, 16:43:27 por Donatello van Dijck »

Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #144 Online: 06 de Novembro de 2010, 17:32:01 »
Onde está a incongruência Donnatello? Em relação ao uso de piratas e comprar um radio roubado?

Eu não preciso comprar piratas nem um rádio roubado, eu consigo comprar de onde eu quiser, se querer remunerar quem trabalhou.

O usuário de maconha só tem a opção de comprar e alimentar o tráfico, ou não comprar e não usar.

E eu fico pensando sempre na comparação com Alcool. Se alguém me fizesse parar de tomar a minha cerveja por uma lei absurda, eu provavelmente iria continuar a tomar cerveja, ainda que fosse de meios ilegais, como fizeram a maior parte dos americanos durante a lei seca.

E eu acho o que fizeram os americanos absolutamente normal.

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Offline Moro

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #145 Online: 06 de Novembro de 2010, 19:23:27 »
Vamos ver se geramos algo mais produtivo


A- Todos entendem que a lei é equivocada

B- Todos entendem que é diferente o crime do traficante, a violência do traficante, e o ato de fumar maconha. O próprio código penal não estabelece um vínculo entre o ato de fumar e um assassinato cometido pelo traficante.

C- Não está claro ainda se todos vêem a diferença entre comprar algo ilegal quando há a mesma possibilidade de comprar o mesmo produto de formas legais e comprar algo de forma ilegal quando não há outra opção. Nesse caso, cabe o julgamento se a pessoa deve ou não comprar algo ilegal se esse é o único meio de obter o produto, e isso evidentemente tem a ver com a importância que cada um dá ao produto.

Entre B e C deveriam sumir algumas comparações como:
- fumar maconha e assassinar, fumar maconha e estuprar
- comprar traficante e comprar um radio roubado
- fumar maconha e estuprar

D- Está claro que todos percebem que um estupro sempre é ruim para o estuprado. O fumo da maconha não geraria nenhum impacto caso não fosse a existência da lei, ou pelo menos não iria gerar nada a mais do que o alcool já gera.

E- Está claro que a maioria quer a legalização.

F- Todos sabemos que a violência no morro não pode ser exclusivamente creditada ao consumidor. Países desenvolvidos com tráfico de drogas não experimentam um caveirão subindo ao morro.

G- Todos concordam que o usuário gera grandes receitas ao tráfico e dá poder de comprar armas, o que certamente prejudica o trabalho da justiça.

H- Todos concordamos que em um mundo ideal as pessoas iriam renunciar ao pessoal em benefício do coletivo.

I- Todos sabemos e concordamos que o mundo ideal não existe. Todos concordamos que a droga não parará de ser utilizada.

J- Não está claro como todos reagem a afirmação que o Buck/Barata fizeram: Se tennis/paozinho fossem ilegais, quem compra é um FDP.

K- Não está claro para mim que todos vêem o estado da mesma maneira: Mandou tem que obedecer ou você é um FDP, mandou e você não fez vai pagar na justiça e faz parte do Jogo.

L- Não se sabe até que ponto sem o tráfico de drogas a violência iria continuar ou não. Certamente os traficantes não iriam se transformar em executivos e o jovem pobre da favela poderia ir para roubo de carro ou assalto, ou não. O fato é que o Brasil é um país com fortes problemas socias que contribuem para a violência.
- Isso joga contra a legalização, pois não há garantia que a violência iria reduzir.
- Mas sabemos que iria reduzir o poder aquisitivo na mão de bandidos.

M- Buck entende a analogia de que comer carne impacta o meio ambiente e entende que comprar eletrônicos pode gerar trabalho escravo ou semi-escravo na china.
E coloca que

- Maconha é pura diversão, então quem usa é FDP porque poderia ficar sem diversão.
- Diamentes que podem gerar guerra no Sudão também é FDP, já que é acessório.

Não está claro para mim que, aceitando que geramos impacto ao meio ambiente e escravidão, porque comprar um IPAD para se divertir, sair de carro 3.0 para passear sem nexo pela cidade ou campo pode ser mais justificável de que fumar maconha se reconhecemos o impacto indireto de nossas ações para ambos e que para todos esses casos ninguém ia morrer por não se divertir.

Ao abstrair a sentença temos o seguinte

Para um milhão de ações, incluindo diamantes, carne (mal tratos ao animais e aquecimento, etc..), etc...

Alguém faz X por diversão e esse X, ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y.

Para a maconha

Alguém faz X por diversão e esse X , ainda que inócuo diretamente, é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y além de que o ato X é ilegal.

Buck coloca diamantes como FDP também mesmo sendo legal, de modo que dá a impressão que ele acredita que seu conjunto de valores para definir o que é util ou não, o que é prioridade ou não, deve ser extrapolado para suportar julgamentos absolutos.

Ainda não vejo como sustentar a argumentação do Buck.


« Última modificação: 06 de Novembro de 2010, 21:10:31 por Agnóstico »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #146 Online: 06 de Novembro de 2010, 20:33:29 »

* Eita, não é Boris Casoy, é um velho de cabeça branca que não sei quem é! Eita falta de sexo... quer dizer, quer dizer: ai minha vista. :|

Acho que é o Steve Martin, mas não tenho certeza.

Offline Barata Tenno

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #147 Online: 06 de Novembro de 2010, 22:03:43 »
Lembrando que qualquer brasileiro tem a liberdade para pegar um avião e fumau um baseado em Amsterda...... Se a desculpa for falta de dinheiro, cai na mesma categoria da pirataria.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline _tiago

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #148 Online: 06 de Novembro de 2010, 22:04:50 »
Ave! Além de prolixos vocês montam umas comparações bizarras...

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Tráfico: 5 ministros do STF são a favor de pena alternativa
« Resposta #149 Online: 06 de Novembro de 2010, 22:14:56 »
Vamos ver se geramos algo mais produtivo


A- Todos entendem que a lei é equivocada

B- Todos entendem que é diferente o crime do traficante, a violência do traficante, e o ato de fumar maconha. O próprio código penal não estabelece um vínculo entre o ato de fumar e um assassinato cometido pelo traficante.

C- Não está claro ainda se todos vêem a diferença entre comprar algo ilegal quando há a mesma possibilidade de comprar o mesmo produto de formas legais e comprar algo de forma ilegal quando não há outra opção. Nesse caso, cabe o julgamento se a pessoa deve ou não comprar algo ilegal se esse é o único meio de obter o produto, e isso evidentemente tem a ver com a importância que cada um dá ao produto.

Entre B e C deveriam sumir algumas comparações como:
- fumar maconha e assassinar, fumar maconha e estuprar
- comprar traficante e comprar um radio roubado
- fumar maconha e estuprar

"Fumar maconha" não está em questão em momento algum.

A questão é apenas se é legítimo financiar o crime violento.

A comparação com comprar ítens roubados não deixa de ser válida, levando em consideração que o que se usa para isentar de culpa quem fuma maconha é a separação entre o ato de fumar e os crimes dos traficantes. Igualmente, o cara que ouve o rádio não roubou nada.

A comparação com estupro nunca foi feita, o mais próximo foi com ser cliente de um prostíbulo escravista, que, e igualmente não seria nada pelo qual alguém devesse se sentir culpado, a não ser que fosse a própria pessoa mantendo em escravidão as mulheres, pela mesma lógica.



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D- Está claro que todos percebem que um estupro sempre é ruim para o estuprado. O fumo da maconha não geraria nenhum impacto caso não fosse a existência da lei, ou pelo menos não iria gerar nada a mais do que o alcool já gera.

O que também em si só não quer dizer nada quanto a ser OK financiar o tráfico para fumar maconha, assim como geralmente não se vê com bons olhos financiar o tráfico apenas por lucro. Em ambos os casos, pode se dizer que o objetivo não é a violência cometida pelos traficantes -- que nem o maconheiro nem o investidor cometeu diretamente -- só um ganho que, infelizmente, está indiretamente associado a isso.


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E- Está claro que a maioria quer a legalização.

F- Todos sabemos que a violência no morro não pode ser exclusivamente creditada ao consumidor. Países desenvolvidos com tráfico de drogas não experimentam um caveirão subindo ao morro.

Sim, e acho que ninguém creditou a violência exclusivamente ao consumidor. No entanto, se as pessoas parassem de consumir dos traficantes violentos, esse "negócio" iria a falência, e a violência possibilitada por esse financiamento, acabaria.


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G- Todos concordam que o usuário gera grandes receitas ao tráfico e dá poder de comprar armas, o que certamente prejudica o trabalho da justiça.

H- Todos concordamos que em um mundo ideal as pessoas iriam renunciar ao pessoal em benefício do coletivo.

I- Todos sabemos e concordamos que o mundo ideal não existe. Todos concordamos que a droga não parará de ser utilizada.

J- Não está claro como todos reagem a afirmação que o Buck/Barata fizeram: Se tennis/paozinho fossem ilegais, quem compra é um FDP.

Não é a ilegalidade que faz de quem compra FDP, mas apenas o fato de se pagar por violência. Isso é sim bastante claro, quando visto isoladamente, em si mesmo, em vez de igualado a fumar maconha, comprar pãozinho ou bolas de tênis. E mesmo levando isso em consideração, a balança não muda de figura, não serão muitos os que dirão que o pãozinho, a maconha, ou as bolas de tênis realmente valem vidas inocentes. O que pode haver é recusa em "interpretar" isso dessa maneira, e enxergar só o ato inocente, mas é a realidade.



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K- Não está claro para mim que todos vêem o estado da mesma maneira: Mandou tem que obedecer ou você é um FDP, mandou e você não fez vai pagar na justiça e faz parte do Jogo.

Acho que ninguém disse isso, eu ao menos não disse. "A lei" é algo importantíssimo, mas leis individuais podem muitas vezes ser idiotas, e não vejo importância em serem desobedecidas se não prejudicarem a ninguém, realmente. No Texas me parece que há uma lei que proíbe às crianças de terem cortes de cabelo inusitados, por exemplo. Tirando os país imporem algum corte inusitado e constrangedor aos filhos, não vejo problema nisso. Passar no sinal vermelho, se houver perfeita visibilidade e não houver ninguém vindo, também não é nada demais.

Mas a chave é se o descumprimento da lei vai prejudicar a outras pessoas, e não se a lei é idiota. No caso, financiar criminosos violentos, é prejudicial à sociedade.


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L- Não se sabe até que ponto sem o tráfico de drogas a violência iria continuar ou não. Certamente os traficantes não iriam se transformar em executivos e o jovem pobre da favela poderia ir para roubo de carro ou assalto, ou não. O fato é que o Brasil é um país com fortes problemas socias que contribuem para a violência.

Mais um argumento para não legalizar nada, para ninguém dar importância a questão.

O engraçado é que dá para usar também contra os contrários a legalização, com uma leve alteração. "Se você acha que a legalização das drogas não garante uma redução na violência financiada por elas, então os usuários de drogas também não precisam se preocupar em parar de financiar o tráfico. Talvez a violência até aumentasse se os traficantes perdessem esses consumidores e tivessem que passar a cometer outros crimes, então talvez até seja melhor que mais pessoas usassem drogas".

Hehe.


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- Isso joga contra a legalização, pois não há garantia que a violência iria reduzir.
- Mas sabemos que iria reduzir o poder aquisitivo na mão de bandidos.

Ops.


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M- Buck entende a analogia de que comer carne impacta o meio ambiente e entende que comprar eletrônicos pode gerar trabalho escravo ou semi-escravo na china.
E coloca que

- Maconha é pura diversão, então quem usa é FDP porque poderia ficar sem diversão.
- Diamentes que podem gerar guerra no Sudão também é FDP, já que é acessório.

Não está claro para mim que, aceitando que geramos impacto ao meio ambiente e escravidão, porque comprar um IPAD para se divertir, sair de carro 3.0 para passear sem nexo pela cidade ou campo pode ser mais justificável de que fumar maconha se reconhecemos o impacto indireto de nossas ações para ambos e que para todos esses casos ninguém ia morrer por não se divertir.

(Opa, agora o carro já é 3.0? Está tendo que "piorar" um pouco a coisa para ficar mais comparável aos crimes dos traficantes? :D )

Como eu disse, cada coisa tem que ser analizada independentemente, em suas próprias conseqüências. E não é "tudo é perfeitamente OK, menos financiar o crime para obter maconha". Há outras coisas que, se analisadas, podem ser injustificáveis também, até mesmo se forem perfeitamente legais quando chegam a nós.

Imagine que um pai ou uma mãe que perdeu um filho para a violência do tráfico dissesse algo como, "vocês que usam compram drogas dos traficantes, vocês ajudam isso! Amanhã pode ser o seu filho ou sua filha, o seu irmão ou sua irmã, o seu pai ou sua mãe, ou mesmo vocês", e então um defensor da compra de drogas de gangues violentas dissesse "ah é? Lá na África morreram um monte de pessoas por malária, e devem morrer mais do que costumavam morrer ao longo do próximo século. Você andou de carro já, alguma vez, quando não precisava tanto assim, ou só para se divertir? Pois então, você contribui para essas mortes! Deixe de ser hipócrita". Para completar a ofensa, poderia inclusive colocar comer carne e falar da morte das pobres vacas como agravante.




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Ao abstrair a sentença temos o seguinte

Para um milhão de ações, incluindo diamantes, carne (mal tratos ao animais e aquecimento, etc..), etc...

Alguém faz X por diversão e esse X é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y.

Para a maconha

Alguém faz X por diversão e esse X é prejudicial à coletividade porque causa Y, de forma não direta, além de haver dezenas de outros fatores extrínsecos que geram o mesmo Y além de que o ato X é ilegal.

Buck coloca diamantes como FDP também mesmo sendo legal, de modo que dá a impressão que ele acredita que seu conjunto de valores para definir o que é util ou não, o que é prioridade ou não, deve ser extrapolado para suportar julgamentos absolutos.

Ainda não vejo como sustentar a argumentação do Buck.

Eu não sei, desconheço, a questão dos diamantes.

O meu ponto é resumido em ser errado, imoral, condenável, financiar crimes violentos, escravidão, etc.

Não importa se é para obter maconha, diamantes, pão francês, bolas de tênis, ou apenas mais lucro, só como acionista, sem nunca puxar o gatilho nem ver a que se destinam os empréstimos, só querer saber do retorno.

Se algo, produto de violência ou escravidão chega a nós de alguma forma como algo legal, não é uma amenização, mas uma falha gravíssima na lei.

Quanto a valores e julgamentos. Drogas, diamantes, pão francês, etc, não valem a vida das pessoas que morrem no processo, e essa não é uma especulação de valores e prioridades arbitraria minha, uma coisa excêntrica que eu imaginei, uma presunção absurda de saber o que são as prioridades para os outros.

As pessoas geralmente não colocam essas coisas adiante da vida de inocentes, a menos em casos mais raros de pessoas dispostas elas mesmas a matar por essas coisas. As demais, podem ter sua percepção nublada pela relação menos direta entre aquilo que querem e o fato de custar vidas inocentes.




 

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