Pode não ser "tão" primário, o primário mesmo ser "visão cega", inconsciente, que nós provavelmente compartilhamos, como atestado/parece ser o caso em experimentos com estímulos visuais "invisíveis", que passam rápido demais, mas que ainda chegam à consciência dos voluntários pela "porta dos fundos", sem que eles saibam. Acho que há um experimento onde dentre outras imagens, passam "flashes" de um homem e uma mulher nus, lado a lado, e alguma coisa (como uma faixa de uma cor) sobre/próximo a um deles. Acho que isso passa rápido o bastante para as pessoas nem saberem que viram essas pessoas nuas. Mas se pedidos para "tentarem adivinhar" de que lado esteve a faixa de uma cor, vão tender a acertar significativamente mais quando esteve jundo da pessoa do sexo oposto, no caso de heterossexuais. Algo mais ou menos assim. (Não exatamente:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1636576/ -- e não é bem invisibilidade por "velocidade", mas uns outros "truques":
http://en.wikipedia.org/wiki/Motion-induced_interocular_suppression http://en.wikipedia.org/wiki/Flash_suppression )
Existem linhas teóricas de que a parte consciente/fenomenal da percepção seria algo num nível superior, mais sofisticado, em vez de apenas "paralelo", ou uma continuação ainda de nível bastante "básico". (Acho que VS Ramachandran defende algo nessa linha). Mas acho que nenhuma chega nesse nível de "subjetividades psicológicas" pintarem totalmente o que a pessoa vê, como se cada um enxergasse o mundo através de uma realidade virtual totalmente "customizada". As pessoas vêem a mesma coisa/imagem (ou têm outras sensações), não distorções quase-alucinatórias privadas, ainda que tenham outras associações psicológicas/valores. Isso talvez fosse o caso de coisas como anorexia nervosa, segundo algumas descrições comuns, que não sei se têm amparo. Algumas coisas com hipnose também sugerem a possibilidade de "hackear" o sistema e produzir isso, se não for encenação (em vídeo do Derek Brown postador anteriormente no mesmo tópico supostamente ele faz uma mulher trocar as cores que via, e não encontrar o próprio carro, mas um de outra cor, do mesmo modelo, onde o dela deveria estar).
E de qualquer forma, talvez mais mais importante, independentemente da teoria que se "escolher", não é como se já se tivesse a coisa toda explicada por ela, e o problema não existisse/fosse "groselha". Seja algo de "nível baixo" ou "alto", como isso "aparece" do movimento de moléculas no cérebro (ou de "idéias", "pensamentos", "crenças"), não é algo automaticamente evidente.