Por mais incrível que possa parecer, ainda é possível eu me surpreender ao verificar que ainda superestimava o grau de conhecimentos e, principalmente, de capacidade de integração de conhecimentos dos que postam aqui. Integração é aquela capacidade de que já falei antes exemplificando com o caso do professor contente pelos alunos terem respondido bem as perguntas na prova de biologia sobre doenças infectocontagiosas, inclusive vetorializadas por insetos, que decepciona-se chocadamente ao vê-los no refeitório em algazarra comemorativa enquanto as moscas fartam-se em seus pratos sem que isso lhes cause qualquer incômodo. É o que ocorre, entre tantos outros exemplos, com a expressão 'transferência de tecnologia' (e, aqui, ninguém fará, como "grande novidade", nem ideia do que estou dizendo... convenceram-se de que "ele não sabe o que diz").
Aqui, de tão numerosas inconceptibilidades a uma mente aguda, encontro coisas que me fazem reler mais de uma vez para garantir que estou mesmo vendo o que vejo.
Captura de "imagens mentais"??? Por ressonância magnética??? "Correlatos neurais"??? E a situação vai, assim, esclarecendo-se melhor para mim; o porquê de não entenderem um mínimo que seja do que explico. Esses "correlatos neurais" deveriam ser, ao menos, chamados de "correlatos encefálicos" já que, esses sim, se propõem numa holística cerebral patética. Claramente se expõe numa crença como essa o total desconhecimento dos mais basilares fundamentos conceituais de processamentos físicos de informações. Conceitos como registros de memória, buffers de dados (e de impedância, também), conversões, (de)codificações, transduções, ideias básicas específicas de uma tecnologia mas de conceituação generalizante como 'latch' (uma variedade de buffer de maiores especificidade e dedicabilidade física)... Mais que tudo isto, as reais possibilidades físicas de organização de tudo isto, mesmo considerando a arquitetura neurológica cerebral, bastante conhecida, em que todos estes conceitos têm perfeito lugar, com suas devidas reformatações.
Acreditar nessa "captura cerebral" exige que não se entenda (nem só que não se "conheça") a realidade física do sistema óptico-cerebral, um perdulário de estrutura física comparado aos sistemas economistas desenvolvidos em tecnologia humana, onde um feixe de fibras em número da ordem de milhões (nervo óptico, claro) é um cabo paralelo (sem paralelo em tecnologia humana correspondente) para transmitir dados, dados transmitidos após serem convertidos em impulsos de frequência variável pelos complexos de células fotorreceptoras (não são níveis analógicos o que o cérebro recebe dos olhos, assim como não é o que o cérebro envia para comandar músculos, assim como não é mesmo como o cérebro funciona), onde o sistema não recebe mais as luzes como níveis de intensidade mas como frequências novamente, entretanto, já convertidas. Aqui, cada cor, filtrada em cada um dos tipos de cones, volta a ser frequência mas apenas por suas intensidades. O sistema não converte as cores para frequências relativas, de modo que só o que as distingue são os canais por onde trafegam, já a partir de cada fibra (axônio) do nervo óptico, tudo isto eliminando qualquer possibilidade de lançar mão dos defeitos cromatopatológicos retinais para justificações absurdas.
Cérebro adentro, após conexão do nervo óptico, tudo trafega por caminhos sinápticos e os dados não podem se perder numa holistaria difusa, eles devem ter seus caminhos estruturais muito bem definidos.
Poderia eu jurar que pessoas com o "nível" das que postam aqui saberiam já do básico disto tudo? Eu não imaginaria a priori; pensaria, pensara mesmo, que seus questionamentos fundassem-se em 'incertezas' "mais profundas", embora quererem separar a baboseira pobremente invencionada de qualia da ilusão fundamental de consciência fosse um indício que não me alertou devidamente. Agora, sutilmente, sorrateiramente mesmo, esse desvinculamento não é mais alegado pelos professadores da fantasia da "grande dificuldade", detalhes tão pequenos que se agigantam no absurdo...
Pequenos como os trajetos dos sinais das imagens, que não podem ser detectados, *nos seus lugares devidos*, por equipamentos incompatíveis.
Agora, ainda mais, exatamente ali, numa "tão elaborada tentativa de... explicação(?)" ...sei lá de que, encontro "maravilhas":
"No entanto, por motivos diversos, dentre eles por exemplo a possibilidade da presença de um certo grau de daltonismo, não podemos garantir que todas as pessoas possuem o "hardware" calibrado para captar e interpretar esses comprimentos de onda do espectro visível da mesma forma. Isso significa que existem diferentes experiências visuais, pessoais."
Sempre o "não podemos", a querer arrastar todo mundo para um mesmo brejo... "Não podem garantir", mas isso "*significa* que *existem* diferenças entre um sistema e outro". Não podem garantir, mas está garantido! Declarações assim são fantásticas!
Eu só quero me excluir dela, fora de qualquer dúvida, deixando bem claro, não só que (caso o plural do verbo poder tenha ido com o objetivo de arrastar a absolutamente todos) estou fora dessa "não garantização garantida", como também que "calibração de hardware" é coisa que não existe em domínio linguístico, domínio não analógico, pós conversão analógica para qualquer outro formato numérico, contado, como ocorre com os sinais inseridos no cérebro. Essa a razão de as cópias de registros digitais não sofrerem a deterioração de cópia, restando para os registros numéricos apenas as falhas estatísticas, imperfeitamente, porém muito eficientemente compensadas por técnicas corretivas diversas. A "calibração", no caso da visão, termina, no máximo, nas células ganglionares e não tem lugar além. Encontrem na retina seus etéreos "qualia", mas encontrem sem mim! Digam "todos, menos o Cientista", "podemos", menos o Cientista", ...
Mas, tudo isso é advindo da falta de conhecimento que ora se me revela, e esclarecedoramente para mim, reitero, como, com algum destaque a mais dentre o resto, aqui:
"No entanto, quando a retina detecta dois feixes de luz simultaneamente, com comprimentos de onda nos extremos do espectro da luz visível, isto é vermelho e violeta, o impulso gerado a partir da soma das respostas dos inputs do vermelho e do violeta deveria gerar a experiência visual da cor verde,"
De que aritmética simples e relegadora dos fatos físicos oculares sai isso? Disso mesmo. Há cones para a faixa verde. Para que o sistema teria uma duplicação de dispensáveis recursos alternativos? É exatamente essa interpolação simplista, que, entretanto, complexifica (dificulta tanto) o claro entendimento do problema, que conduz a interpretações indevidas.
Obs.: os dois trechos por mim destacados foram extraídos das postagens imediatamente anteriores, à asta minha, do forista Gigaview.
Termino dizendo que, depois de tanto que contribuí aqui, pensando que as dificuldades alheias eram de outra constituição, vendo o claro decréscimo de nível de qualidade da abordagem da questão, o que se poderá ver pela releitura atenciosa de todo o tópico, me causa profundo pesar ter que dizer isto agora. Mas, os fatos são os fatos...