Isso demandaria investigação que não compete a mim fazer e eu nem quereria, até porque não disponho de "armas", no mais amplo sentido que se possa ter do termo, para encarar as consequências que adviriam. Mas, se você puder me convencer de que realmente o mercado de armas se reduziria com as medidas desarmamentistas propostas, eu reconsidero o que disse.
Eu pedi que você demonstrasse sua afirmação, mas vimos que não foi capaz de defendê-la e ainda devolveu a pergunta.
Eu parto do seguinte ponto: na esmagadora maioria dos crimes com armas de fogo, são utilizadas armas nacionais, que são vendidas exclusivamente por meios legais pelas indústrias brasileiras. Cerca de 30% desses crimes são com armas legais, outros 70% ilegais. Suprimindo o comércio de armas legais, acabaríamos com a fonte de fornecimento desse tipo de crime. Não acabaríamos com o comércio ilegal, nem mesmo com os crimes, mas difilcutaríamos imensamente a vida de bandidos comuns, aqueles que pulam quintal de casas, assaltam padarias, pedestres e até mesmo para o crime organizado que se mantém em parte pelas armas baratas dos traficantes de esquina. Quanto à segurança pessoal ou familiar, hoje temos mais de 8 milhões de armas em posse de muita gente, boa parte guardada dentro de casa e nem por isso a sensação de segurança é maior, ou os crimes diminuiram ou os bandidos se acovardaram, a arma que cada um tem dentro de casa ou leva na cintura, é potencialmente alvo desses bandidos, seja por roubo, seja por outra forma.
Juca, deixemos uma coisa bem clara. Quem está defendendo uma PROPOSTA de MUDANÇA aqui é VOCÊ. Eu não "devolvi" pergunta alguma. Contrapus-me com aquilo que considerei argumentável. Estou querendo que você responda à pergunta que já te é automaticamente feita quando você propõe algo novo ou uma mudança em algo. Que vantagem isso trará? Como? Por que isso? Por que eu devo querer isso? Sem estratagemas para inverter o ônus, tá OK? Tudo o que você tem apresentado aqui é puramente falacioso.
Ademais, isso não é questão para ser resolvida por consulta a dados estatísticos. Há um grupo genealógico na Europa (não lembro exatamente onde) que possui um gene ou conjunto de genes que os torna imunes aos efeitos deletérios da gordura e/ou do colesterol ruim. Se o governo, pela "acertada conclusão estatística" de que gordura em excesso é prejudicial à saúde, decidisse coibir o consumo exagerado da mesma por meio de legislação impositiva, estaria condenando estes, aos quais a gordura em qualquer quantidade nada afeta, a ficar privados do direito à ingesta de quanta gordura quiserem só porque o resto da população não pode. É claro que seria um absurdo total limitar, por meio de lei, a quantidade de gordura que um cidadão tenha que ingerir. Se isto estiver afetando a economia, que apliquem-se punições de outra maneira, como posicionamento desprivilegiado em filas para atendimento médico mas todo ser humano tem que ter garantido o direito de fazer e ter o que ele quiser se não prejudicar aos outros de modo DIRETAMENTE demostrável. "Diretamente" porque, infelizmente, só por viverem as criaturas prejudicam-se mutuamente mas se não for possível objetivar o percurso do dano causável, com indubitável clareza, não se pode condenar ninguém previamente.
Há pessoas que têm plenas condições de possuir e portar armas em sociedade e elas não podem ser preteridas em seus direitos porque outras, mesmo que seja maioria, não pode.
Quando eu menciono que o mercado armamentista é o maior do mundo, não estou invocando um dado estatístico mercantilista. Estou demonstrando como as armas fazem parte da natureza, não só humana, mas da própria vida e, rejeitá-las, é uma característica evolutiva não selecionável.
Não sou economista para ficar detalhando por A+B, mas penso que não é tão difícil entender o processo como um todo. Já vemos acontecer com outros mercados ilegais, como o das drogas, por exemplo.
Então eu sugiro não fazer afirmações que não possa sustentar. Armas não são drogas. Quanto mais caras e escassas ficarem as armas, menos possibilidade e oportunidades de comprar terá um bandido de esquina ( esmagadora maioria). Os grandes consumidores de drogas caras (hiperlucrativas) são pessoas de classe média e alta( que não estão marginalizadas), pobres usam crack.
Eu posso sustentar muito bem todas as afirmações que faço até PROVA em contrário, que você não apresentou.
Como eu vi que o Buckaroo já respondeu muito bem esse seu comentário, vou só dizer o que posto a seguir:
Realmente, armas não são drogas mesmo. São coisas muito boas. E, se proibir drogas é equiparável ao que seria proibir sexo, dado que assumem caráter impulsivo ou compulsivo, imagine o que seria tentar proibir armas que são mais essenciais à vida do que as drogas são prejudiciais. Armas não são um produto comum de consumo. Elas propiciam poder imediato. Jamais o mercado de armas se regerá pelas regras normais do mercado. Em devidas situações, nada mais que você possua terá o valor de uma arma porque o que ela representa e pode fazer torna-se um tipo de "moeda" com poder de "compra" quase infinito.
E, também, pela lógica da via dos caminhos mais ilegais e, portanto mai$ difícei$, mas nunca impo$$íveis desde que haja ba$$$$$$$$$$tante. Quando um produto não é supérfluo, qualquer preço é "justo", válido e aceito.
Dados são importantes, mas não se pode ser doente por dados. Muitas vezes já temos dados suficientes mas ficamos (eu não) viciados e queremos sempre mais sem perceber que já temos a resposta.
Discordo, dados são vitais para qualquer argumento se você quer sustentá-lo.
E onde foi que eu disse que dados não são vitais. Já está apelando, Juca? Acho que o que eu disse foi muito claro. Dá para você dizer alguma coisa à altura, por favor? Ou admitir o fato?
Claro que sim. O valor agregado de produtos siderúrgicos "brutos", do gusa aos aços especiais é muito baixo, relativamente, se você quis levar a coisa por essa via.
Pois então, mais uma vez carecemos de dados.
Como "carecemos de dados", Juca? Você não entendeu o que eu disse? Foi claro demais para fingir que não, não acha? Consulte dados mercadológicos você e mostre que estou errado, mas não pense que vou acreditar fácil em quaisquer dados estatísticos. Quando se trata de estatística, é preciso fazer muitas estatísticas de estatísticas par se ter alguma chance de resultados que correspondam a alguma realidade.
Não. De fato, não me referi ao setor que, curiosamente (e agradeço por você ter adjetivado assim), você chama de produtor de armas "domésticas". É claro que falo do mercado de armas como um todo. E o mencionei para demonstar a importância que as armas tem para o homem.
A meu ver, o setor de armas que movimenta muito dinheiro se dá entre governo e empresas. São as forças armadas que compram bilhões em armamentos e não pessoas comuns ou civis.
"A seu ver". E você é o "homem dos dados"... Mesmo considerando isso que você disse, alguém poderia estar querendo tirar "um por fora" com alguns "desvios".
Se você gosta tanto de dados, eu tenho um "dado estatístico" para você -- o resultado do último plebiscito. Mas esse não atende aos seus "interesses" pessoais, não é?
Não faço ideia de qual porção do PIB nacional é movido pelo setor armamentista "doméstico" (no caso que você, suponho, especificaria). O Brasil, no mercado mundial de armas, representa parcela ínfima, uma das muitas razões porque pertence ao terceiro mundo. Mas não preciso disso para "fundamentar" minhas afirmações.
China e Russia são dois dos mais importantes fabricantes de armamentos e não pertecem ao primeiro mundo, e isso desde há muito tempo. Se a comparação for com hoje, o Brasil está mais ou menos no mesmo patamar de desenvolvimento desses, sem ser um grande produtor de armas.
Primeiro, acho que fui bem claro aqui também : *uma das muitas razões*.
Segundo, você dizer que o Brasil está no mesmo patamar de desenvolvimento de Rússia e China indica que o pessoal daqui tem mesmo razão quando diz que seu lulismo é cegamente doentio.