Autor Tópico: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.  (Lida 33385 vezes)

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Offline Derfel

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #125 Online: 12 de Setembro de 2011, 18:33:30 »
Existe esse relatório sobre o Sistema Único de Segurança Pública, nele há uma informação comparando dois períodos 2000 a 2002 e 2003 a 2005, além de informações sobre a melhora dos sistemas de informação e de formação no período (que contribuem também para a sensação de aumento de corrupção). http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=11&ved=0CBoQFjAAOAo&url=http%3A%2F%2Fwww.administradores.com.br%2Finforme-se%2Fproducao-academica%2Fpoliticas-publicas-locais-sistema-unico-de-seguranca-publica-susp%2F1209%2Fdownload%2F&ei=8XhuTqCbCMi9tgeX_6zjBQ&usg=AFQjCNEGTvKTiOUQDIh7jAV0omixAS9tAQ

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #126 Online: 12 de Setembro de 2011, 18:57:13 »
To indo pessoal...

Preciso levantar as 5 da manhã para ir trabalhar, coisa que o Fidel e a maioria do pessoal da guerrilha nunca fez em um único dia da vida.

Sonhou com o Fidel entrando com tanques soviéticos em Brasília enquanto fuma um charuto de maconha?



 :hihi:



Não, essa é a fantasia sexual dos petistas. :hihi:
« Última modificação: 12 de Setembro de 2011, 19:01:11 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Derfel

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #127 Online: 12 de Setembro de 2011, 19:01:39 »
Sobre a quantidade de operações que aconteceram nos últimos anos, encontrei uma monografia de um curso da PF que trata da relação da PF com a mídia: http://fenapef.org.br/files/Monografia_PF_Midia.pdf
Geo, aqui tem uma pesquisa da UFMG sobre a percepção da corrupção no Brasil, realizada em 2008 : http://noticias.uol.com.br/especiais/corrupcao/enquetes/ult6789u1.jhtm (já alerto que há muitas críticas à metodologia empregada).
Por fim,  existe o problema da falta de dados confiáveis para se ter uma comparação se realmente a corrupção aumentou no Brasil ou se foi um aumento na apuração dos casos (e investigação na mídia). O problema é que você só sabe que houve corrupção se ela é descoberta e em sendo a sensação é que houve um aumento (mas houve ou só então foi apurado?)

Offline Geotecton

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #128 Online: 12 de Setembro de 2011, 20:30:01 »
[...]
Por fim,  existe o problema da falta de dados confiáveis para se ter uma comparação se realmente a corrupção aumentou no Brasil ou se foi um aumento na apuração dos casos (e investigação na mídia).

O problema é que você só sabe que houve corrupção se ela é descoberta e em sendo a sensação é que houve um aumento (mas houve ou só então foi apurado?)

É exatamente o que eu penso, pois eu não confio na qualidade das informações prestadas pelo setor público, ainda mais sobre algo tão sensível. Então fica a dúvida: Hoje há tanta corrupção quanto antes, mas está sendo mais investigada (e combatida?!) ou hoje há realmente mais corrupção?
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #129 Online: 12 de Setembro de 2011, 20:38:58 »
[...]
Por fim,  existe o problema da falta de dados confiáveis para se ter uma comparação se realmente a corrupção aumentou no Brasil ou se foi um aumento na apuração dos casos (e investigação na mídia).

O problema é que você só sabe que houve corrupção se ela é descoberta e em sendo a sensação é que houve um aumento (mas houve ou só então foi apurado?)

É exatamente o que eu penso, pois eu não confio na qualidade das informações prestadas pelo setor público, ainda mais sobre algo tão sensível. Então fica a dúvida: Hoje há tanta corrupção quanto antes, mas está sendo mais investigada (e combatida?!) ou hoje há realmente mais corrupção?

A prova de que existe muito mais corrupção no governo atual é que ninguém foi punido até agora e são claros os casos em que a máquina pública foi usada para abafar tudo.

Em que outro governo um presidente da república foi várias vezes ao congresso defender o nepotismo de amigos ou falou que os casos comprovados de corrupção foram "erros" dos colegas?

Offline Derfel

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #130 Online: 12 de Setembro de 2011, 20:51:13 »
E alguém foi punido em algum outro governo? Aliás, nem se falava em corrupção, ou melhor, todo mundo sabia o que era, ninguém achava nenhuma. E o combate à corrupção nos últimos anos é um mérito não deste ou daquele governo, mas das instituições. Se houve mérito de um governo ou outro foi em fortalecer essas instituições (MP e CGU, por exemplo). No plano da saúde há uma grande mobilização do CGU, do MP e do DENASUS, que não se via em outros tempos.

Offline Geotecton

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #131 Online: 12 de Setembro de 2011, 21:03:45 »
E alguém foi punido em algum outro governo? Aliás, nem se falava em corrupção, ou melhor, todo mundo sabia o que era, ninguém achava nenhuma.
[...]

Desculpe Derfel mas este argumento é muito fraco. O Ministério Público da União foi ativado durante o governo FHC, no qual o primeiro ministro foi Geraldo Brindeiro. E foram investigados diversos casos de corrupção durante aquele governo.

E quanto à punição de alguém, serve o juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, e a advogada Jorgina de Freitas?


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Offline Derfel

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #132 Online: 12 de Setembro de 2011, 21:46:22 »
Não estava me referindo ao FHC, propriamente. Mesmo porque esse fortalecimento das instituições imagino que venha desde o governo Collor (que foi vítima dele). Mas é algo que vem aumentando paulatinamente com o tempo. O link que passei sobre as operações da PF mostram isso, bem como a monografia sobre a PF e a mídia.

Offline Geotecton

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #133 Online: 12 de Setembro de 2011, 23:05:02 »
E a ditadura já havia se dissipado no período de desestalinização. A China rompeu com a URSS por causa do não compartilhamento da tecnologia nuclear. O que tem uma forte relação com a produção do anticomunismo, pois foi o período da crise dos mísseis em Cuba e traçou os destinos deste país.

Quando a URSS evitou de fornecer tecnologia nuclear para a China, ela o fez porque na época da solicitação chinesa havia um bando de malucos governando-a e seria um suicídio para a própria URSS.
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Offline Geotecton

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #134 Online: 12 de Setembro de 2011, 23:38:09 »
Não é uma falácia, muito menos uma generalização Geotecton.

Ajudaria a compreensão, se voce fizesse uma análise um pouco mais fragmentada.


Pode até haver quadros de direita envolvidos, pode ser, não sei, mas foi no espectro da direita que se configurou o golpe e a ditadura, foi a direita quem governou o país nesse período, e não conheço nenhum nome relevante na luta pela democracia entre os políticos de direita dessa e daquela época.

Não. Quem governou foram os militares mais conservadores, com diferentes graus de apoio da direita política civil e com amplo apoio da população. Eu lembro que meu pai comentou sobre um ensaio de Roberto Campos onde ele defendeu o golpe, mas clamava pela volta da democracia em 1972. E isto apesar dele ter um viés autoritário (no sentido de que o poder maior deveria ser principalmente do Executivo sob os auspícios da tecnocracia) em áreas mais sensíveis, como nas forças armadas e nos ministérios mais importantes.


E foi a esquerda quem foi perseguida, torturada, exilada e executada, e foi toda a esquerda, desde os mais radicais até os mais centristas, não havia muita diferença para eles, todos eram socialistas/comunistas revolucionários e extremamente perigosos. Bem, todos ainda são mais ou menos socialistas.

Bem, eu acho que deixei claro o meu repúdio ao golpe e à ditadura. Mas seria muito esquisito mesmo, se a esquerda não fosse pelo menos acossada. E duvido que pudesse ser de algum modo diferente, se for considerado aquele período histórico, que era o auge da Guerra Fria no embate de EUA e URSS pela supremacia mundial.

Correndo o risco de ser acusado de falacioso, eu não posso deixar de pensar como seria o cenário social e econômico no caso de uma administração esquerdista nos anos 60. No meu entender, ela seria tão ou mais autoritária que a dos militares, talvez descambando para um regime totalitário aos moldes de todos os regimes esquerdistas não-europeus ou até mesmo os europeus sin-Stálin.


Os períodos históricos não são excludentes, são complementares, são quase os mesmos, quando falei da crise da dívida, ali se configurou o golpe final do regime, o fim de qualquer apoio americano às ditaduras latino-americanas, e foi a hora em que Figueiredo se deu conta de que o regime tinha que acabar logo, juntamente com o movimento das diretas.

Eu não tenho dúvida que os períodos são complementares em termos de explicação da história do Brasil. Mas em termos de contextos históricos mundiais eles são completamente diferentes.

O golpe foi em 01/04/1964. O EUA tinham uma vantagem militar numérica maciça sobre a URSS, principalmente em vetores nucleares estratégicos e ainda não haviam entrado de "sola" no atoleiro do Vietnã. O poder militar da URSS começava a crescer de forma vertiginosa. A sua ideologia revolucionária se espalhava rapidamente pelo mundo.

O AI5 foi em 13/12/1968. O EUA ainda tinham uma boa folga na balança militar, já estavam atolados no Vietnã. A URSS tinha se equiparado ao EUA em alguns setores militares e a expansão da ideologia estava chegando ao seu ápice.

A mudança na política estadunidense aconteceu com a eleição de Jimmy Carter em final de 1976. O EUA havia saído do atoleiro do Vietnã mas com a sua sociedade profundamente marcada por esta guerra. A URSS ultrapassou-o em diversos setores militares, em especial no número de homens, tanques, obuses auto-propulsionados, interceptadores e mísseis nucleares do tipo ICBM.

Figueiredo foi eleito em 1979 e saiu em 1985. O EUA começou a se recuperar militarmente a partir da era Reagan. A URSS entrou no atoleiro do Afeganistão e já mostrava sinais de sua virtual desintegração na área econômica. A ideologia socialista, principalmente a de natureza revolucionária, começava a sentir os primeiros movimentos de recuo.


Todo "milagre econômico" da época pós-golpe se deu principalmente por causa do financiamento externo, que acabou resultando na astronômica dívida externa adquirada.

Sim. E quase toda a infra-estrutura que temos foi construída ou projetada neste período. E a dívida externa é pequena quando comparada à dívida interna pública hoje. De fato aquela é algo em torno de 10,00% desta.


O apoio americano via BID, FMI, bancos privados e outros organismos foi  decisivo nesse sentindo, assim como o aumento do juros internacionais já nos anos 80 também foi decisivo no enterro do regime militar, e esses fatos culminaram numa das piores crise econômicas já sofrida pelos brasileiros. As crises do petróleo serviram como combustível para essa conjuntura, e deram uma acelerada no processo de deterioração do regime, ao meu ver.

A estrutura e o contexto econômico mundial eram diferentes. E todos os ciclos de crescimento chegam ao fim, como Kondratiev teorizou.
« Última modificação: 13 de Setembro de 2011, 07:14:36 por Geotecton »
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Offline Adriano

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #135 Online: 13 de Setembro de 2011, 02:49:42 »
Pode até haver quadros de direita envolvidos, pode ser, não sei, mas foi no espectro da direita que se configurou o golpe e a ditadura, foi a direita quem governou o país nesse período, e não conheço nenhum nome relevante na luta pela democracia entre os políticos de direita dessa e daquela época.
Não. Quem governou foram os militares mais conservadores, com diferentes graus de apoio da direita política civil e com amplo apoio da população. Eu lembro que meu pai comentou sobre um ensaio de Roberto Campos onde ele defendeu o golpe, mas clamava pela volta da democracia em 1972. E isto apesar dele ter um viés autoritário (no sentido de que o poder maior deveria ser principalmente do Executivo sob os auspícios da tecnocracia) em áreas mais sensíveis, como nas forças armadas e nos ministérios mais importantes.
A análise merece uma consideração da política internacional para maior esclarecimento, com os americanos representando a direita através do capitismo e os financiadores da ditadura brasileira, conforme essa minha postagem.

Vale aqui salientar a observação, muito pertinente, do Luis Souto:

Haverá uma discussão circular por aqui enquanto não for aceito algumas coisas consensuais que no meu entender são:
...
c) As ditaduras comunistas foram, em média, muito mais ferozes, principalmente considerando o período stalinista na Europa e, a qualquer tempo fora daquele continente, em particular no Camboja, no Vietnã, na Coréia do Norte e em Cuba. O apoio da então URSS foi maciço, com o fornecimento de armas, dinheiro, treinamento e doutrinação.
...

Concordo ipsis literis com suas observações.
Só enfatizaria que o adjetivo maciço também se aplicaria ao apoio dos EUA aos regimes ditatoriais latino-americanos (principalmente chileno , uruguaio , argentino , nicaraguense e dominicano) , pois envolveu formação técnca de quadros locais e envio de profissionais americanos para estes países para a repressão à oposição.

E a ditadura já havia se dissipado no período de desestalinização. A China rompeu com a URSS por causa do não compartilhamento da tecnologia nuclear. O que tem uma forte relação com a produção do anticomunismo, pois foi o período da crise dos mísseis em Cuba e traçou os destinos deste país.

Quando a URSS evitou de fornecer tecnologia nuclear para a China, ela o fez porque na época da solicitação chinesa havia um bando de malucos governando-a e seria um suicídio para a própria URSS.
Se contra os soviéticos os estado-unidenses já borraram as calças com a crise caribenha, com uma parceria de sucesso com o seu mais forte e promissor aliado no socialismo, teriam banhando a batalha antecipadamente. Hoje a China, numa consideração polêmica minha, tem sustentado o planejamento central com o sistema de mercado, engolindo assim os capitalistas num futuro próximo. O sistema político deles continua de esquerda, porem muito melhor reformulado a aprimorado com o devir da história e avanço da científico e educacional do país.

Por mais que queiram enxergar apenas o homem de palha criado, assim como fazem com a URSS, não vejo a China do período apenas como um bando de malucos e muito menos defendo quaisquer maluquices que tenham feito.

Mesmo na ditadura capitalista do Brasil temos grandes avanços econômicos do país.

Não estava me referindo ao FHC, propriamente. Mesmo porque esse fortalecimento das instituições imagino que venha desde o governo Collor (que foi vítima dele). Mas é algo que vem aumentando paulatinamente com o tempo. O link que passei sobre as operações da PF mostram isso, bem como a monografia sobre a PF e a mídia.
Tenho um pensamento parecido com Hitler e holocausto. O predador estatal, que utilizou a máquina pública para fazer o pior genocídio já conhecido, foi o principal fator para a criação dos direitos humanos diante de tão bárbaro crime. E o seu projeto imperialista foi um dos estopins da WW2.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Derfel

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #136 Online: 13 de Setembro de 2011, 06:50:48 »
Geo, a dívida externa era 10% da dívida interna hoje, mas qual era o valor do dólar frente ao valor atual? Qual era o PIB de então e a relação dívida/PIB? Qual era a capacidade de endividamento de então e qual a atual? Qual a percepção daqueles mercados financeiros em relação à dívida e qual é a atual? Somente dizer que corresponde a 10% da dívida interna não diz muita coisa e pode gerar uma percepção errada.

Offline _Juca_

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #137 Online: 13 de Setembro de 2011, 09:01:20 »


Ajudaria a compreensão, se voce fizesse uma análise um pouco mais fragmentada.

Não entendo o que você quer.



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Não. Quem governou foram os militares mais conservadores, com diferentes graus de apoio da direita política civil e com amplo apoio da população. Eu lembro que meu pai comentou sobre um ensaio de Roberto Campos onde ele defendeu o golpe, mas clamava pela volta da democracia em 1972. E isto apesar dele ter um viés autoritário (no sentido de que o poder maior deveria ser principalmente do Executivo sob os auspícios da tecnocracia) em áreas mais sensíveis, como nas forças armadas e nos ministérios mais importantes.

Sim, isso confirma que a ditadura foi regida e estabelecida pela direita.




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Bem, eu acho que deixei claro o meu repúdio ao golpe e à ditadura. Mas seria muito esquisito mesmo, se a esquerda não fosse pelo menos acossada.
Porque? porque defendiam no seu idealismo um estado socialista? Muito me estranha que um defensor da democracia como você concorde com esse tipo de repressão da liberdade de expressão e de pensamento. Não havia um golpe se congifurando entre a esquerda, não havia nenhum indício ou evidência de que a esquerda estava armando um golpe de estado ou qualquer tipo de revolução na época. O que havia era o fortalecimento dos movimentos sociais e sindicais que iam de encontro com as reivindicações esquerdistas, tal como hoje.
 
Citar
E duvido que pudesse ser de algum modo diferente, se for considerado aquele período histórico, que era o auge da Guerra Fria no embate de EUA e URSS pela supremacia mundial.


Dada a dicotomia reinante naquela época, com a ideologia anti-comunista de um lado e da anti-capitalista do outro, você tem razão. Mas isso não relativiza a culpabilidade dos erros cometidos naquela época.

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Correndo o risco de ser acusado de falacioso, eu não posso deixar de pensar como seria o cenário social e econômico no caso de uma administração esquerdista nos anos 60. No meu entender, ela seria tão ou mais autoritária que a dos militares, talvez descambando para um regime totalitário aos moldes de todos os regimes esquerdistas não-europeus ou até mesmo os europeus sin-Stálin.
   

Balela. Como eu defendo aqui foi a esquerda quem lutou pela redemocratização, porque eu pensaria que de alguma forma seria diferente?




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Eu não tenho dúvida que os períodos são complementares em termos de explicação da história do Brasil. Mas em termos de contextos históricos mundiais eles são completamente diferentes.

O golpe foi em 01/04/1964. O EUA tinham uma vantagem militar numérica maciça sobre a URSS, principalmente em vetores nucleares estratégicos e ainda não haviam entrado de "sola" no atoleiro do Vietnã. O poder militar da URSS começava a crescer de forma vertiginosa. A sua ideologia revolucionária se espalhava rapidamente pelo mundo.

 Os EUA nunca tiveram vantagem militar maciça sobre a URSS, se tiveram alguma vantagem não foi maciça.

Citar
O AI5 foi em 13/12/1968. O EUA ainda tinham uma boa folga na balança militar, já estavam atolados no Vietnã. A URSS tinha se equiparado ao EUA em alguns setores militares e a expansão da ideologia estava chegando ao seu ápice.

Ok

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A mudança na política estadunidense aconteceu com a eleição de Jimmy Carter em final de 1976. O EUA havia saído do atoleiro do Vietnã mas com a sua sociedade profundamente marcada por esta guerra. A URSS ultrapassou-o em diversos setores militares, em especial no número de homens, tanques, obuses auto-propulsionados, interceptadores e mísseis nucleares do tipo ICBM.

Ok

Citar
Figueiredo foi eleito em 1979 e saiu em 1985. O EUA começou a se recuperar militarmente a partir da era Reagan. A URSS entrou no atoleiro do Afeganistão e já mostrava sinais de sua virtual desintegração na área econômica. A ideologia socialista, principalmente a de natureza revolucionária, começava a sentir os primeiros movimentos de recuo.

Ok



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Sim. E quase toda a infra-estrutura que temos foi construída ou projetada neste período. E a dívida externa é pequena quando comparada à dívida interna pública hoje. De fato aquela é algo em torno de 10,00% desta.

Sua comparação não em o menor cabimento, não leva em consideração PIB, inflação, valor do dólar, o Brasil foi a default várias vezes nos anos 80, sem condições de pagar nem os juros da dívida. A dívida pública do governo federal hoje é relativamente muito menor que a dívida externa do fim do regime, sem contar que hoje o Brasil é credor internacional e a dívida líquida externa foi zerada a algum tempo. Você entende isso?



Offline Geotecton

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #138 Online: 13 de Setembro de 2011, 10:49:29 »
Ajudaria a compreensão, se voce fizesse uma análise um pouco mais fragmentada.
Não entendo o que você quer.

Que voce faça como fez nesta postagem: Segmente e analise parte-por-parte.


Não. Quem governou foram os militares mais conservadores, com diferentes graus de apoio da direita política civil e com amplo apoio da população. Eu lembro que meu pai comentou sobre um ensaio de Roberto Campos onde ele defendeu o golpe, mas clamava pela volta da democracia em 1972. E isto apesar dele ter um viés autoritário (no sentido de que o poder maior deveria ser principalmente do Executivo sob os auspícios da tecnocracia) em áreas mais sensíveis, como nas forças armadas e nos ministérios mais importantes.
Sim, isso confirma que a ditadura foi regida e estabelecida pela direita.

E eu, em agum momento, afirmei o contrário?


Bem, eu acho que deixei claro o meu repúdio ao golpe e à ditadura. Mas seria muito esquisito mesmo, se a esquerda não fosse pelo menos acossada.

Porque? porque defendiam no seu idealismo um estado socialista? Muito me estranha que um defensor da democracia como você concorde com esse tipo de repressão da liberdade de expressão e de pensamento.

Agora voce está pensando por mim, _Juca_?

Eu não concordei com nenhuma das decisões tomadas pelos dois lados e que implicaram em danos pessoais ou materiais.

O que eu escrevi, e pensei que estava claro, é que a partir do momento que houve uma ruptura legal e institucional, seria muito difícil, quase impossível, que os detentores do poder não mais violassem qualquer direito individual.

Entendeu agora?


Não havia um golpe se congifurando entre a esquerda, não havia nenhum indício ou evidência de que a esquerda estava armando um golpe de estado ou qualquer tipo de revolução na época. O que havia era o fortalecimento dos movimentos sociais e sindicais que iam de encontro com as reivindicações esquerdistas, tal como hoje.

Concordo na parte em que voce afirma que não havia um movimento revolucionário armado em curso na época do golpe. Mas está claro, ao menos para mim, que a estratégia adotada pela esquerda no Brasil era a de tomar progressivamente o poder pelas vias institucionais para depois fazer uma ruptura com a democracia representativa.
 

E duvido que pudesse ser de algum modo diferente, se for considerado aquele período histórico, que era o auge da Guerra Fria no embate de EUA e URSS pela supremacia mundial.

Dada a dicotomia reinante naquela época, com a ideologia anti-comunista de um lado e da anti-capitalista do outro, você tem razão. Mas isso não relativiza a culpabilidade dos erros cometidos naquela época.

Concordo. Ele explica, mas não justifica.


Correndo o risco de ser acusado de falacioso, eu não posso deixar de pensar como seria o cenário social e econômico no caso de uma administração esquerdista nos anos 60. No meu entender, ela seria tão ou mais autoritária que a dos militares, talvez descambando para um regime totalitário aos moldes de todos os regimes esquerdistas não-europeus ou até mesmo os europeus sin-Stálin.
   
Balela. Como eu defendo aqui foi a esquerda quem lutou pela redemocratização, porque eu pensaria que de alguma forma seria diferente?

Balela?

Você pode citar um caso - repito: somente um caso - de regime socialista típico surgido desde os anos 20 e que não tenha resultado em um sistema autoritário ou totalitário com supressão parcial ou total das liberdades individuais?

Em caso de resposta negativa, então eu faço outra pergunta: Porque no Brasil isto seria diferente?


Eu não tenho dúvida que os períodos são complementares em termos de explicação da história do Brasil. Mas em termos de contextos históricos mundiais eles são completamente diferentes.

O golpe foi em 01/04/1964. O EUA tinham uma vantagem militar numérica maciça sobre a URSS, principalmente em vetores nucleares estratégicos e ainda não haviam entrado de "sola" no atoleiro do Vietnã. O poder militar da URSS começava a crescer de forma vertiginosa. A sua ideologia revolucionária se espalhava rapidamente pelo mundo.
Os EUA nunca tiveram vantagem militar maciça sobre a URSS, se tiveram alguma vantagem não foi maciça.

Errado, meu caro _Juca_.

A vantagem militar do EUA era gigantesca no início dos anos 60, sendo que os únicos itens que o EUA ficavam atrás era no número de tanques e obuses autopropulsionados, embora não na qualidade dos equipamentos. Em compensação, tanto a Marinha como a Força Aérea do EUA eram imensamente superiores em número e em qualidade de equipamentos.

No setor nuclear o EUA tinham mais de 20.000 ogivas nucleares distribuídas em mísseis dos tipos ICBM, IRBM, SLBM, ALCM, SLCM e em bombas de queda livre, sendo que todos os seus mísseis já eram de combustível sólido, que pode ser lançado em menos de um minuto após dada a ordem.

Em contrapartida os soviéticos tinham menos de 2.000 ogivas nucleares, a maioria em mísseis do tipo ICBM e IRBM, com pouquíssimos do tipo SLBM e nenhum do tipo ALCM e SLCM. Todos os mísseis soviéticos daquela época eram a combustível líquido e levavam cerca de 30 minutos para serem abastecidos e lançados.

Eis um gráfico precário sobre o balanço nuclear entre EUA e URSS. Eu tenho um material melhor e mais detalhado que está arquivado. Pretendo "desenterrá-lo" ao longo desta semana.



Fonte


Sim. E quase toda a infra-estrutura que temos foi construída ou projetada neste período. E a dívida externa é pequena quando comparada à dívida interna pública hoje. De fato aquela é algo em torno de 10,00% desta.
Sua comparação não em o menor cabimento, não leva em consideração PIB, inflação, valor do dólar, o Brasil foi a default várias vezes nos anos 80, sem condições de pagar nem os juros da dívida.

Voce e o Derfel não entenderam.

Eu escrevi que hoje a dívida externa é uma fração (cerca de 1/10) da dívida interna pública e não que a dívida externa, quando terminou a ditadura, equivale hoje a 10,00% da dívida interna. No final do regime de exceção, a dívida externa era muito maior que a interna porque foi a única opção de captação visto que o Brasil não tinha credibilidade internacional para a venda de títulos públicos.

Portanto eu não desprezei a contextualização econômica, desconsiderando outros fatores macroeconômicos, seja ele o PIB, a relação PIB/endividamento, o valor e a inflação do dólar, etc.

E mesmo assim, o ponto fundamental permanece intocado: A maior parte da infra-estrutura que se tem hoje no Brasil ainda provem daquela época.


A dívida pública do governo federal hoje é relativamente muito menor que a dívida externa do fim do regime, sem contar que hoje o Brasil é credor internacional e a dívida líquida externa foi zerada a algum tempo. Você entende isso?

O Brasil, de fato, não é credor internacional porque a dívida dos títulos nacionais excede a soma das reservas físicas e o valor de face dos títulos de outros países em nosso poder.

E, SIM!

Eu consigo entender isto!
« Última modificação: 08 de Maio de 2016, 20:53:42 por Geotecton »
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Offline Adriano

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #139 Online: 13 de Setembro de 2011, 11:04:39 »
Eu discordo de voce, na parte que seu texto dá a entender que o nível de corrupção nos governos petistas foi igual aos dos governos anteriores, e o que ocorreu de diferencial foi apenas uma maior vontade e capacidade de apurar as irregularidades por parte da PF. É seu o ônus de demonstrar isto.
Muito bom ponto. Mas que maior vontade e capacidade de apurar as irregularidades da PF seriam estas? Pois a crítica do Di é pertinente, pois acena para uma melhora institucional com relação a corrupção. E a própria atuação da PF, se isenta ideologicamente, seria um fator a favor, caso contrário seria apenas mais uma demonstração da conivência deste orgão com a corrupção dos governos anteriores.
A minha hipótese se confirma:
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Quando assumi a Polícia Federal fui me informar o que o novo governo pensava da PF. Verifiquei o programa de governo e a parte de segurança pública dizia que a Polícia Federal era uma verdadeira caixa-preta e ninguém sabia o que acontecia dentro dela. Então procuramos dar uma nova estrutura na área de comunicação social. Verifiquei uma falta de relacionamento institucional com a mídia. A partir daí, começa uma relação diferente com a mídia. Poucas pessoas sabem quem são os delegados e os superintendentes da Polícia Federal. Não queremos personalizar nosso trabalho. Eu não gosto de aparecer na mídia. Nós tivemos uma atuação que muda bastante a sistemática que vinha sendo adotada. Tinha no Brasil a história que só o homem de sandália é preso. Ninguém fala mais sobre isso, mas é claro que isso não é um mérito exclusivo da Polícia Federal. Saímos da caixa-preta para a superexposição, mas uma superexposição institucional, não das pessoas. Nós não queremos ninguém da Polícia Federal que esteja se exibindo para tirar proveito. Quem dá os destaques para a operação é a mídia. As polícias sempre usam um nome para a operação para falar com alguém sobre o assunto para que a investigação não vaze. As grandes operações são uma nova metodologia da Polícia Federal: ao invés de prender uma pessoa isoladamente, fazer a investigação completa e depois pedir a prisão de um grande grupo. Com isso, passou a chamar a atenção da mídia (HOJE EM DIA, Caderno Brasília, 9 a 15/7/2006).
Os FDP e vagabundos da PF só resolveram trabalhar direito quando provocados pela "ideologia" do governo Lula  :ira:

Sobre a quantidade de operações que aconteceram nos últimos anos, encontrei uma monografia de um curso da PF que trata da relação da PF com a mídia: http://fenapef.org.br/files/Monografia_PF_Midia.pdf
O texto cita também a autolimpeza do orgão, referenciando a revista Veja, que cito abaixo:

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A limpeza por dentro
Não faz muito tempo, a Polícia Federal (PF) gozava de uma reputação semelhante à das outras instituições policiais do Brasil. Seus quadros primavam pela falta de preparo e no seu interior corria solta a corrupção.
...
http://veja.abril.com.br/201004/cartaleitor.html

 :nao3:
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Trudeau

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #140 Online: 13 de Setembro de 2011, 12:29:06 »
Voce pode citar um caso - repito: somente um caso - de regime socialista típico surgido desde os anos 20 e que não tenha resultado em um sistema autoritário ou totalitário com supressão parcial ou total das liberdades individuais?
Em parte você tem razão, posto que quase todos os regimes socialistas vieram, ou de uma revolução, ou do fim da segunda guerra, tendo sido implantados a força.
Há porem um exemplo de regime socialista que não chegou ao seu término mas que foi implementado pela via eleitoral democrática: o Chile de Salvador Allende, substituido pela ditadura mais sanguinária que a América Latina conheceu.
Repasso o que a Wikipedia diz sobre Allende:
Citação de: Wikipedia
Salvador Allende Gossens (Valparaíso, 26 de junho de 1908 — Santiago do Chile, 11 de setembro de 1973) foi um médico e político marxista chileno. Fundador do Partido Socialista, governou seu país de 1970 a 1973, quando foi deposto por um golpe de estado liderado por seu chefe das Forças Armadas, Augusto Pinochet.
Allende foi o primeiro presidente de república e o primeiro chefe de estado socialista marxista eleito democraticamente na América Latina. Seus pilares ideológicos foram o socialismo, o marxismo e a maçonaria. A partir destas convicções, foi muito respeitoso com todas as ideias políticas democráticas e com todas as confissões religiosas.[1] Allende foi um revolucionário atípico: acreditava na via eleitoral da democracia representativa, e considerava ser possível instaurar o socialismo dentro do sistema político então vigente em seu país.

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #141 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:04:30 »
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Correndo o risco de ser acusado de falacioso, eu não posso deixar de pensar como seria o cenário social e econômico no caso de uma administração esquerdista nos anos 60. No meu entender, ela seria tão ou mais autoritária que a dos militares, talvez descambando para um regime totalitário aos moldes de todos os regimes esquerdistas não-europeus ou até mesmo os europeus sin-Stálin.
   

Balela. Como eu defendo aqui foi a esquerda quem lutou pela redemocratização, porque eu pensaria que de alguma forma seria diferente?

Juca, se a esquerda lutou pela redemocratização no finalzinho da ditadura, quando todos os movimentos armados já haviam sido dizimados e os líderes mortos ou exilados e a única via que havia sobrado era essa, não importa aqui. Você está se desviando do propósito original do tópico. Pelo que lutavam os grupos armados?
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Offline _Juca_

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #142 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:07:34 »


Que voce faça como fez nesta postagem: Segmente e analise parte-por-parte.

Hmmm !!!?? Ok, vou analisar mais tarde e pensar sobre isso.





Citar
Agora voce está pensando por mim, _Juca_?

Eu não concordei com nenhuma das decisões tomadas pelos dois lados e que implicaram em danos pessoais ou materiais.

O que eu escrevi, e pensei que estava claro, é que a partir do momento que houve uma ruptura legal e institucional, seria muito difícil, quase impossível, que os detentores do poder não mais violassem qualquer direito individual.

Entendeu agora?

 :ok:



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Concordo na parte em que voce afirma que não havia um movimento revolucionário armado em curso na época do golpe. Mas está claro, ao menos para mim, que a estratégia adotada pela esquerda no Brasil era a de tomar progressivamente o poder pelas vias institucionais para depois fazer uma ruptura com a democracia representativa.

Qual a evidência disso? Podia existir alguns grupos que defendiam um estado socialista nos moldes soviéticos, mas o que me faria pensar que a esquerda de um modo geral não tomaria o caminho dos socialistas na Europa ocidental, por exemplo? Por que eu tenho que acreditar que uma esquerda que lutou pela democracia, não queria na verdade continuar constituindo partidos políticos, tal qual com antes do golpe e continuar sua vida pelas regras democráticas, se assim antes o faziam e assim depois continuavam a reivindicar?
 


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Balela?

Voce pode citar um caso - repito: somente um caso - de regime socialista típico surgido desde os anos 20 e que não tenha resultado em um sistema autoritário ou totalitário com supressão parcial ou total das liberdades individuais?

Em caso de resposta negativa, então eu faço outra pergunta: Porque no Brasil isto seria diferente?

Poque a questão que eu coloquei antes me parece muito pertinente.




Citar
Errado, meu caro _Juca_.

A vantagem militar do EUA era gigantesca no início dos anos 60, sendo que os únicos itens que o EUA ficavam atrás era no número de tanques e obuses autopropulsionados, embora não na qualidade dos equipamentos. Em compensação, tanto a Marinha como a Força Aérea do EUA eram imensamente superiores em número e em qualidade de equipamentos.

No setor nuclear o EUA tinham mais de 20.000 ogivas nucleares distribuídas em mísseis dos tipos ICBM, IRBM, SLBM, ALCM, SLCM e em bombas de queda livre, sendo que todos os seus mísseis já eram de combustível sólido, que pode ser lançado em menos de um minuto após dada a ordem.

Em contrapartida os soviéticos tinham menos de 2.000 ogivas nucleares, a maioria em mísseis do tipo ICBM e IRBM, com pouquíssimos do tipo SLBM e nenhum do tipo ALCM e SLCM. Todos os mísseis soviéticos daquela época eram a combustível líquido e levavam cerca de 30 minutos para serem abastecidos e lançados.

Eis um gráfico precário sobre o balanço nuclear entre EUA e URSS. Eu tenho um material melhor e mais detalhado que está arquivado. Pretendo "desenterrá-lo" ao longo desta semana.



Fonte

Geo, de fato não sei muito sobre o quanto os EUA era superiores, mas superioridade maciça, tão grande assim, nunca me parece ter havido. Superioridade em números de ogivas e mísseis nucleares não quer dizer muito, um míssil tem o mesmo efeito de persuasão que mil.


Sim. E quase toda a infra-estrutura que temos foi construída ou projetada neste período. E a dívida externa é pequena quando comparada à dívida interna pública hoje. De fato aquela é algo em torno de 10,00% desta.
Sua comparação não em o menor cabimento, não leva em consideração PIB, inflação, valor do dólar, o Brasil foi a default várias vezes nos anos 80, sem condições de pagar nem os juros da dívida.

Citar
Voce e o Derfel não entenderam.

Eu escrevi que hoje a dívida externa é uma fração (cerca de 1/10) da dívida interna pública e não que a dívida externa, quando terminou a ditadura, equivale hoje a 10,00% da dívida interna. No final do regime de exceção, a dívida externa era muito maior que a interna porque foi a única opção de captação visto que o Brasil não tinha credibilidade internacional para a venda de títulos públicos.

Portanto eu não desprezei a contextualização econômica, desconsiderando outros fatores macroeconômicos, seja ele o PIB, a relação PIB/endividamento, o valor e a inflação do dólar, etc.

E mesmo assim, o ponto fundamental permanece intocado: A maior parte da infra-estrutura que se tem hoje no Brasil ainda provem daquela época.

Mas o contexto do seu post foi a de comparar a dívida externa de 30 anos atrás com a dívida interna hoje. Fato que não mostra nada.




Citar
O Brasil, de fato, não é credor internacional porque a dívida dos títulos nacionais excede a soma das reservas físicas e o valor de face dos títulos de outros países em nosso poder.

Não, O Brasil é credor internacional porque  a soma de reservas é maior que a dívida externa


Offline Adriano

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #143 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:19:24 »
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Correndo o risco de ser acusado de falacioso, eu não posso deixar de pensar como seria o cenário social e econômico no caso de uma administração esquerdista nos anos 60. No meu entender, ela seria tão ou mais autoritária que a dos militares, talvez descambando para um regime totalitário aos moldes de todos os regimes esquerdistas não-europeus ou até mesmo os europeus sin-Stálin.
   

Balela. Como eu defendo aqui foi a esquerda quem lutou pela redemocratização, porque eu pensaria que de alguma forma seria diferente?

Juca, se a esquerda lutou pela redemocratização no finalzinho da ditadura, quando todos os movimentos armados já haviam sido dizimados e os líderes mortos ou exilados e a única via que havia sobrado era essa, não importa aqui. Você está se desviando do propósito original do tópico. Pelo que lutavam os grupos armados?
O fato dos grupos armados não estarem no poder, como os militares, usando a máquina (como gostam de criticar o socialismo) não quer dizer nada a despeito da sua criminalidade e subversão. A revolução é apenas um  "golpe" de quem não está no poder, com posse do forte arsenal militar. Não faz sentido essa distinção estritamente legalista.

E se é para manter-nos no aspecto legalista, somente é criminoso aquele que comete um crime e não aquele que possa vir a cometer algum crime, como o argumento central do tópico e de todo o desenvolvimento do anticomunismo.


« Última modificação: 13 de Setembro de 2011, 13:31:54 por Adriano »
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Offline Adriano

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #144 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:24:16 »
Na ditadura comunista de Tito, o povo gozou de alguma liberdade de reunião, comércio e expressão. Não me estranharia se tal liberdade fosse maior que a nossa, durante o último governo militar.
Foi uma importante postura. Tanto que o seu velório é um evento diplomático dos mais importante, com a maior reunião de chefes de estado, perdendo apenas para o "pacífico" papa.
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Offline Barata Tenno

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #145 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:24:45 »
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Correndo o risco de ser acusado de falacioso, eu não posso deixar de pensar como seria o cenário social e econômico no caso de uma administração esquerdista nos anos 60. No meu entender, ela seria tão ou mais autoritária que a dos militares, talvez descambando para um regime totalitário aos moldes de todos os regimes esquerdistas não-europeus ou até mesmo os europeus sin-Stálin.
   

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Juca, se a esquerda lutou pela redemocratização no finalzinho da ditadura, quando todos os movimentos armados já haviam sido dizimados e os líderes mortos ou exilados e a única via que havia sobrado era essa, não importa aqui. Você está se desviando do propósito original do tópico. Pelo que lutavam os grupos armados?
O fato dos grupos armados não estarem no poder, como os militares, usando a máquina (como gostam de criticar o socialismo). A revolução é apenas um  "golpe" de quem não está no poder, com posse do forte arsenal militar. Não faz sentido essa distinção estritamente legalista.

E se é para manter-nos no aspecto legalista, somente é criminoso aquele que comete um crime e não aquele que possa vir a cometer algum crime, como o argumento central do tópico e de todo o desenvolvimento do anticomunismo.



Tentativa de homicidio é crime.
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Offline Adriano

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #146 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:38:53 »
Tentativa de homicidio é crime.
Até baixar um arquivo digital, protegido por direitos autorais, na rede mundial de computadores é crime  :P

Qual é o pior, um crime pelo capital ou um crime pelo social?

Claro que nenhum dos dois, mas a discussão está em torno de uma suposta tentativa da esquerda como um todo. Ainda vejo os países periféricos como peças de xadrez no tabuleiro mundial do jogo disputado pelos grandes impérios econômicos.
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Offline Barata Tenno

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #147 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:44:01 »
Tentativa de homicidio é crime.
Até baixar um arquivo digital, protegido por direitos autorais, na rede mundial de computadores é crime  :P

Qual é o pior, um crime pelo capital ou um crime pelo social?

Claro que nenhum dos dois, mas a discussão está em torno de uma suposta tentativa da esquerda como um todo. Ainda vejo os países periféricos como peças de xadrez no tabuleiro mundial do jogo disputado pelos grandes impérios econômicos.
O que diabos o arquivo digital tem a ver com a minha resposta?
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Offline Derfel

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #148 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:49:51 »
A tentativa de homicídio é crime, mas pensar no homicídio não. :ok:

Offline Barata Tenno

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Re: Gabeira é sincero em relação aos grupos armados de esquerda.
« Resposta #149 Online: 13 de Setembro de 2011, 13:52:17 »
A tentativa de homicídio é crime, mas pensar no homicídio não. :ok:
Mas ir para outro país receber treinamento e armas para cometer o homicidio não conta como tentativa?
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