Autor Tópico: O movimento anti-cobiça americano  (Lida 21235 vezes)

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Offline Fabi

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #175 Online: 15 de Outubro de 2011, 19:10:27 »
cobiça faz parte do capitalismo

Em alguns momentos ele recua e em outros ele se expande
Cobiça faz parte do ser humano....
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

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Offline marcostiagosm

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #176 Online: 15 de Outubro de 2011, 19:32:24 »
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Cobiça faz parte do ser humano....

isso é verdade, o que demonstra o quanto as coisas são bem mais complicadas de mudar

Offline Fabi

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #177 Online: 15 de Outubro de 2011, 19:53:44 »
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Cobiça faz parte do ser humano....

isso é verdade, o que demonstra o quanto as coisas são bem mais complicadas de mudar
Não, isso demonstra que todas as tentativas de implantar o socialismo vai acabar em holodomor, grande salto adiante, o terror vermelho, khamer vermelho, revolução cultural...E que Bakunin estava certo:

"Eles [os marxistas] defendem que nada além de uma ditadura - a ditadura deles, é claro - pode criar o desejo das pessoas, enquanto nossa resposta para isso é: Nenhuma ditadura pode ter qualquer outro objetivo para além de sua auto-perpetuação, ela pode apenas levar à escravidão o povo que tolerá-la; a liberdade só pode ser criada através da liberdade, isto é, por uma rebelião universal de parte das pessoas e organização livre das multidões de trabalhadores de baixo para cima."
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Offline Adriano

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #178 Online: 15 de Outubro de 2011, 23:39:21 »
Citação de: Edward L. Bernays
A engenharia do consentimento


A liberdade de expressão e seu corolário democrático, uma imprensa livre, expandiu tacitamente nossa Carta de Direitos4 para incluir o direito à persuasão. Esse desenvolvimento foi um resultado inevitável da expansão da mídia de livre expressão e persuasão, definidas em outros artigos nesse volume. Todas essas mídias oferecem portas abertas à opinião pública. Qualquer um de nós pode, por meio dessas mídias, influenciar as atitudes e ações de nossos companheiros cidadãos.
A tremenda expansão das comunicações nos Estados Unidos deu a essa nação o aparato mais efetivo e penetrante para a transmissão de idéias. Todo residente está constantemente exposto ao impacto de nossa vasta rede de comunicações, que alcança cada canto do país, não importa quão remoto ou isolado esteja. As palavras martelam continuamente os olhos e ouvidos da América. Os Estados Unidos tornou-se uma pequena sala, onde um simples murmúrio é ampliado milhares de vezes.
O conhecimento de como usar esse enorme sistema de amplificação torna-se uma preocupação primária para aqueles interessados em uma ação socialmente construtiva.
Existem duas divisões principais desse sistema de comunicações que mantém a coesão social. No primeiro nível estão as mídias comerciais. Quase 1.800 jornais diários nos Estados Unidos têm uma circulação combinada de mais ou menos 44.000.000 exemplares. Existem aproximadamente 10.000 jornais semanais e quase 6.000 revistas. Aproximadamente 2.000 estações de rádio de diversos tipos transmitem para os 60.000.000 de receptores da nação. Aproximadamente 16.500 cinemas possuem a capacidade de quase 10.500.000 lugares. Uma avalanche de livros e panfletos é publicada anualmente. O país está coberto de publicidades, santinhos, flyers e propaganda por correspondência. Mesas redondas, painéis e fóruns, salas de aula, assembléias legislativas e plataformas públicas – toda e qualquer mídia, dia após dia, espalha a palavra, a palavra de alguém.
No segundo nível estão as mídias especializadas, operadas e de propriedade dos muitos grupos organizados deste país. Quase todos eles (e muitas de suas subdivisões) possuem seus próprios sistemas de comunicações. Eles disseminam idéias não apenas por meio da escrita formal em relatórios, memorandos, boletins especiais e similares, mas também por meio de palestras, encontros, discussões e conversas.

Liderança por meio da comunicação

Essa rede de comunicações, por vezes duplicadora, esquadrinhadora e solapadora, é uma condição de fato, não teoria. Devemos reconhecer a significação das comunicações modernas não somente como uma rede mecânica e altamente organizada, mas como uma potente força para o bem social ou um possível mal. Podemos determinar se essa rede será empregada, em sua maior extensão, para fins sociais benéficos.
Somente aprimorando as técnicas de comunicação, a liderança pode ser frutífera no vasto complexo que é a moderna democracia nos Estados Unidos. Em uma época anterior, em uma sociedade que era pequena geograficamente e com uma população mais homogênea, um líder era geralmente conhecido pessoalmente por seus seguidores; havia uma relação visual entre eles. A comunicação era realizada principalmente pelo anúncio pessoal a uma platéia ou por meio de uma imprensa relativamente primitiva. Livros, panfletos e jornais atingiam um segmento alfabetizado muito pequeno do público.
Estamos cansados de ouvir repetidas vezes o desgastado clichê "O mundo ficou menor"; mas esse assim chamado truísmo não é realmente verdadeiro, de qualquer modo. O mundo ficou igualmente menor e muito maior. Suas fronteiras físicas foram expandidas. Os líderes de hoje tornaram-se fisicamente mais remotos do público; porém, ao mesmo tempo o público possui uma familiaridade muito maior com esses líderes por meio do sistema de comunicações modernas. Os líderes de hoje são tão potentes quanto sempre foram.
Por outro lado, pelo uso desse sistema, que se expandiu constantemente como resultado do desenvolvimento tecnológico, os líderes tornaram-se capazes de superar os problemas da distância geográfica e da estratificação social para atingir seus públicos. Por debaixo de muito dessa expansão, e sobretudo por causa da sua existência na presente forma, está uma ampla e enormemente rápida difusão da alfabetização.
Líderes podem ser os porta-vozes de muitos pontos de vista diferentes. Eles podem dirigir as atividades de grupos organizados principais tais como indústria, trabalho ou unidades de governo. Eles podem disputar uns com os outros em batalhas pela boa vontade do público; ou eles podem, representando divisões no interior das unidades maiores, competir entre si. Tais líderes, com a ajuda de técnicos no campo, que se especializaram em utilizar os canais da comunicação, têm sido capazes de realizar decidida e cientificamente o que denominamos "a engenharia do consentimento".

A abordagem engenherística

Essa frase, de uma forma simplificada, resume o uso de uma abordagem de engenharia – isto é, a ação baseada somente no conhecimento aprofundado de uma situação e na aplicação de princípios científicos e práticas comprovadas para lograr que pessoas apóiem idéias e programas. Qualquer pessoa ou organização depende, em última instância, da aprovação pública e encara, portanto, o problema de engendrar o consentimento do público a um programa ou objetivo. Esperamos que nossos representantes eleitos tentem engendrar nosso consentimento – pela rede de comunicações aberta a eles – às medidas que propõem. Rejeitamos o autoritarismo ou a arregimentação do governo, mas estamos ansiosos por praticar a ação sugerida a nós pela palavra escrita ou falada. A engenharia do consentimento é justamente a essência do processo democrático, a liberdade de persuadir e sugestionar. As liberdades de expressão, imprensa, petição e reunião, as liberdades que fazem a engenharia do consentimento possível, estão entre as mais celebradas garantias da Constituição dos Estados Unidos.
A engenharia do consentimento deveria ser baseada teórica e praticamente no entendimento daqueles sobre os quais deseja se impor. Mas às vezes é impossível alcançar decisões em conjunto baseadas na compreensão dos fatos por todas as pessoas. O adulto norte-americano médio possui apenas seis anos de escolaridade atrás de si. Com a pressão de crises e decisões a serem tomadas, um líder freqüentemente não pode esperar que o povo atinja até mesmo um nível geral de entendimento. Em certos casos, líderes democráticos devem fazer a sua parte em guiar o público, por meio da engenharia do consentimento, em direção a objetivos e valores socialmente construtivos. Esse papel naturalmente impõe sobre eles a obrigação de usar os processos educacionais, bem como outras técnicas disponíveis, para produzir um entendimento tão completo quanto possível.
A engenharia do consentimento não deve, sob nenhuma circunstância, suplantar ou substituir as funções do sistema educacional, seja ele formal ou informal, em determinar o entendimento do povo como uma base para sua ação. Muitas vezes, a engenharia do consentimento efetivamente complementa o processo educacional. Se os padrões educacionais mais altos prevalecessem neste país, e o entendimento fosse alcançado, essa abordagem ainda assim conservaria seu valor.
Mesmo em uma sociedade de um padrão educacional perfeccionista, o progresso igualitário não seria obtido em todos os campos. Haveria sempre defasagens, pontos-cegos, e debilidades; e a engenharia do consentimento seria ainda essencial. A engenharia do consentimento será sempre necessária como um adjunto, ou um parceiro, do processo educacional.

A importância da engenharia do consentimento

Hoje é impossível superestimar a importância da engenharia do consentimento; ela afeta quase todo aspecto de nossas vidas diárias. Quando usada para propósitos sociais, ela está entre nossas contribuições mais valorosas para o funcionamento eficiente da sociedade moderna. As técnicas podem ser subvertidas; demagogos podem utilizá-las para propósitos anti-democráticos com tanto sucesso quanto aqueles que as empregam para fins socialmente desejáveis. O líder responsável, de modo a realizar objetivos sociais, deve portanto estar constantemente alerta às possibilidades de subversão. Ele deve aplicar suas energias para dominar o conhecimento operacional da engenharia do consentimento, e sobrepujar seus oponentes no interesse público.
Está claro que um líder em uma democracia não necessita sempre possuir as qualidades de um Daniel Webster ou um Henry Clay5. Ele não precisa estar visível ou mesmo audível às suas platéias. Ele pode conduzi-las indiretamente, simplesmente utilizando efetivamente os meios atuais de estabelecer contato com os olhos e ouvidos daquelas platéias. Mesmo método direto, ou que poderia ser chamado de antiquado, de falar a uma platéia está, na maioria das vezes, removido; em geral o discurso público é transmitido mecanicamente, através da mídia de massa do rádio, filme e televisão.
Durante a I Guerra Mundial, o famoso Comitê de Informação Pública6, comandado por George Creel, dramatizou na consciência do público a efetividade da guerra de palavras. O Comitê ajudou a construir a moral de seu próprio povo, para vencer os indiferentes, e calar o inimigo. Ele ajudou a vencer aquela guerra. Mas em comparação com a enorme extensão da palavra na II Guerra Mundial, o Comitê de Informação Pública empregou ferramentas primitivas para uma importante tarefa. O Escritório de Informação de Guerra7 sozinho provavelmente transmitiu mais palavras de suas instalações em ondas-curtas durante a guerra do que aquelas que foram escritas por toda a equipe de George Creel.
Enquanto esta abordagem tornava-se reconhecida como um fator chave em influenciar o pensamento público, milhares de peritos em muitos campos relacionados vieram à frente – especialistas como redatores, editores, propagandistas, lobbystas e partidos políticos, educadores e publicitários. Durante a I Guerra Mundial e os imediatos anos pós-guerra, uma nova profissão se desenvolveu em resposta à demanda de especialistas treinados e habilidosos no aconselhamento sobre a técnica da engenharia do consentimento público, uma profissão que oferecesse conselhos em relações públicas.

O ponto de vista profissional

Em 1923, defini essa profissão em meu livro, Cristallizing Public Opinion, e no mesmo ano, na Universidade de Nova York, dei o primeiro curso sobre o tema. Nos quase um quarto de século que se passaram desde então, a profissão se tornou reconhecida no país e se espalhou por outros países democráticos onde a livre comunicação e a competição de idéias no mercado são permitidas. A profissão possui a sua literatura, seus treinamentos, um número cada vez maior de praticantes, e um crescente reconhecimento de sua responsabilidade social.
Nos Estados Unidos, a profissão lida especificamente com os problemas de relacionamento entre um grupo e seu público. Sua função principal é analisar objetivamente e realisticamente a posição de seu cliente vis-a-vis8 com um público e aconselhar as correções necessárias nas atitudes e abordagens do cliente com relação àqueles público. É, assim, um instrumento na busca de ajustes se existe qualquer desajuste nas relações. Deve-se lembrar, claro, que a boa vontade, a base do ajuste duradouro, pode ser preservada a longo prazo somente por aqueles cujas ações a garantem. Mas isso não evita que aqueles que não merecem boa vontade a conquistem e a mantenham o suficiente para produzir uma série de danos.
O conselheiro de relações públicas tem uma responsabilidade profissional para levar adiante somente aqueles cujas idéias ele pode respeitar, e não promover causas ou aceitar tarefas de clientes que ele considere anti-sociais.

Planejando uma campanha

Assim como um engenheiro civil deve analisar cada elemento de uma situação antes de construir uma ponte, o engenheiro do consentimento, de modo a atingir um objetivo socialmente valoroso, deve operar de uma fundação de ações profundamente planejadas. Vamos assumir que ele está engajado em uma tarefa específica. Seus planos devem ser baseados em quatro pré-requisitos:
1. Cálculo de recursos, tanto humanos quanto físicos; isto é, a força humana, o dinheiro, e o tempo disponível para o propósito;
2. Um conhecimento do tema tão aprofundado quanto possível;
3. A determinação de objetivos, sujeitos a possível mudança após a pesquisa; especificamente, o que deve ser alcançado, com quem e através de quem.
4. Pesquisa sobre o público para determinar porque e como ele reage, tanto individualmente quanto em grupo.
Somente após esse trabalho de base ter sido firmemente consolidado, é possível saber se os objetivos são realisticamente alcançáveis. Só então o engenheiro do consentimento utiliza seus recursos humanos, dinheiro e tempo, além da mídia disponível. Estratégia, organização e atividades serão guiadas pela realidade da situação.
A tarefa deve primeiro ser relacionada com o orçamento disponível para a força humana e mecânica. Em termos de habilidades, o engenheiro do consentimento possui certos talentos – criativos, administrativos, executivos – e deve saber quais são esses. Ele também deveria possuir um conhecimento claro de suas limitações. As qualidades humanas precisam ser implementadas pela área de trabalho e o equipamento de escritório. Todas necessidades materiais devem ser cobertas pelo orçamento.
Acima de tudo, uma vez que o orçamento tenha sido estabelecido, e antes que um primeiro passo seja dado, o campo do conhecimento que lida com o tema deveria ser extensamente explorada. Isso significa primeiramente coletar e codificar um estoque de informação que estará disponível para uso prático, eficiente. Esse trabalho preliminar pode ser tedioso e exigente, mas não pode ser deixado de lado; pois o engenheiro do consentimento deveria ser em larga medida equipado com fatos, com verdades, com evidências, antes de começar a se expor a um público.
O engenheiro do consentimento deveria munir-se com os livros de referência em relações públicas, publicidade e opinião pública: N. W. Ayer & Son's Directory of Newspapers and Periodicals, o Editor and Publisher Year Book, o Radio Daily Annual, o Congressional Directory, o Chicago Daily News Almanac, o World Almanac – e, evidentemente, a lista telefônica. (O World Almanac, por exemplo, contém listas das milhares de associações nos Estados Unidos – uma seção transversal do país.) Estes e outros volumes oferecem uma biblioteca básica necessária para um planejamento efetivo.
Neste ponto do trabalho preparatório, o engenheiro do consentimento deveria considerar os objetivos da sua atividade. Ele deveria ter de forma clara na mente, a todo momento, aonde ele precisamente está indo e o que ele deseja realizar. Ele pode intensificar atitudes favoráveis já existentes; ele pode induzir essas atitudes favoráveis a tomar ações construtivas; ele pode converter descrentes; ele pode deter certos pontos de vista antagônicos.
Os objetivos deveriam ser definidos exatamente. Em uma campanha da Cruz Vermelha, por exemplo um tempo limite e a quantia de dinheiro a ser levantado são definidas de início. Resultados muito melhores são obtidos em uma campanha de fôlego, quando o apelo é feito pela ajuda às pessoas de um país específico ou localidade, em lugar de uma área geral como a Europa ou a Ásia.

Estudando o público

O objetivo deve ser, a todo momento, relacionado com o público cujo consentimento deseja-se obter. Esse público são pessoas, mas o que eles sabem? Quais são as suas atitudes presentes com relação à situação que é alvo do engenheiro do consentimento? Quais são os impulsos que governam tais atitudes? Que idéias as pessoas estão prontas para absorver? O que elas estão prontas para fazer, dado um estímulo efetivo? Elas conseguem suas idéias de bartenders, carteiros, garçonetes, da Little Orphan Annie 9 , ou do editorial do New York Times? Quais líderes de grupo ou formadores de opinião efetivamente influenciam os processos cognitivos de quais seguidores? Qual é o fluxo de idéias – de quem para quem? Em que extensão autoridade, evidência factual, precisão, razão, tradição e emoção desempenham um papel na aceitação de tais idéias?
As atitudes do público, assunções, idéias ou preconceitos derivam de influencias definidas. Deve-se tentar encontrar quais são elas em qualquer situação na qual se esteja trabalhando.
Para que o engenheiro do consentimento se planeje efetivamente ele deve também saber as formações de grupo com as quais ele vai se deparar, pois uma sociedade democrática é apenas um frouxo agregado de grupos constituintes. Certos indivíduos com interesses sociais e/ou profissionais comuns formam grupos voluntariamente. Esses incluem grandes organizações profissionais de médicos, advogados, enfermeiras e similares; as associações de camponeses e os sindicatos; os clubes femininos; os grupos religiosos; e os milhares de clubes e fraternidades. Grupos formais, como as unidades políticas, podem variar desde minorias organizadas às grandes corporações políticas amorfas que são nossos dois principais partidos. Hoje existe até mesmo outra categoria de público que devem ser mantidos em mente pelo engenheiro do consentimento. Os leitores do New Republic 10 ou os ouvintes dos programas de Raymond Swing 11 são também grupos voluntários, embora desorganizados, assim como os membros de um sindicato ou do Rotary Club.
Para funcionar bem, quase todos os grupos elegem e selecionam líderes que geralmente permanecem em uma posição de controle por intervalos de tempo conhecidos. Esses líderes refletem as ambições de seus seguidores e trabalham para promover seus interesses. Em uma sociedade democrática, eles podem apenas liderá-los tão longe quanto, e na direção na qual eles desejam ir. Para influenciar o público, o engenheiro do consentimento trabalha com e por meio dos líderes de grupo e formadores de opinião em todos os níveis.

Valor e técnicas de pesquisa

Para atingir um conhecimento preciso e operante da receptividade da mente pública para uma idéia ou idéias, é necessário engajar-se em uma pesquisa meticulosa. Tal pesquisa deve dirigir-se ao estabelecimento de um denominador comum entre o pesquisador e o público. Ela deve desvelar as realidades das situações objetivas nas quais o engenheiro do consentimento tem que trabalhar. Completada, ela fornece um projeto de ação e esclarece a questão de quem faz o quê, onde, quando e porque. Ela irá indicar a estratégia geral a ser empregada, os temas a serem ressaltados, a organização necessária, o uso da mídia, e a tática dia-a-dia. Ela deve, ademais, indicar quanto tempo levará para ganhar o público e quais são as suas tendências de pensamento, a curto e longo prazo. Ela desvendará motivações conscientes e sub-conscientes no pensamento do público, e as ações, palavras e imagens que têm como efeito essas motivações. Ela relevará a atenção pública, a alta ou baixa visibilidade de idéias na mente pública.
A pesquisa pode indicar a necessidade de modificar os objetivos originais, para dilatar ou contrair o fim planejado, ou para mudar ações e métodos. Em suma, ela fornece o equivalente à carta de navegação do marinheiro, o projeto do arquiteto ou o mapa de estradas do motorista.
A pesquisa de opinião pública pode ser conduzida por meio de questionários, entrevistas pessoais ou enquetes. Contatos devem ser feitos com líderes comerciais, chefes de sindicatos e líderes educacionais, todos os quais podem querer ajudar o engenheiro do consentimento. Os chefes dos grupos profissionais nas comunidades – a associação médica, os arquitetos, os engenheiros – devem ser todos questionados. Assim também executivos de serviços sociais, oficiais de clubes femininos e líderes religiosos. Redatores, editores e artistas de rádio e cinema podem ser persuadidos a discutir com o engenheiro do consentimento seus objetivos e os apelo e ângulos que afetam esses líderes e suas audiências. Os sindicatos locais ou associações de barbeiros, ferroviários, trabalhadores têxteis e taxistas podem estar ansiosos por cooperar. Líderes de base são importantes.
Tal investigação possui um efeito de cano duplo. O engenheiro do consentimento aprende quais líderes de grupo sabem ou não sabem, o quanto eles irão cooperar com ele, a mídia que os atinge, apelos que podem ser válidos e os preconceitos, as lendas, ou fatos pelos quais eles vivem. Ele é capaz de determinar simultaneamente se eles conduzirão ou não campanhas de informação em direito próprio, e assim complementar suas atividades.

Temas, estratégia e organização

Agora que o trabalho preliminar foi feito, será possível seguir ao planejamento de verdade. Da pesquisa de opinião emergirão os temas principais da estratégia. Esses temas contém as idéias a serem veiculadas; elas guiam as linhas de abordagem do público; e elas devem ser expressas por meio da mídia que será usada. Os temas estão sempre presentes, mas são intangíveis – comparáveis àquilo que na ficção é chamado de "story line".
Para ser bem sucedido, os temas devem apelar aos motivos do público. Motivos são a ativação das pressões conscientes e subconcientes criadas pela força dos desejos. Psicólogos isolaram um número de poderosos apelos, cuja validade vêm sido repetidamente provada na aplicação prática.
Uma vez que os temas estejam estabelecidos, em que tipo de campanha eles devem ser usados? A situação pode pedir uma guerra-relâmpago12 ou uma batalha contínua, a combinação de ambas ou outra estratégia. Pode ser necessário desenvolver um plano de ação para uma eleição que terminará em poucas semanas ou meses, ou para uma campanha que pode levar anos, como o esforço em diminuir a taxa de mortalidade por tuberculose. O planejamento da persuasão de massa é governado por muitos fatores que exigem todas as aptidões em treinamento, experiência, habilidade e julgamento. O planejamento deve ser flexível e adaptável a diversas condições.
Quando os planos tiverem sido aperfeiçoados, passa-se à organização de recursos, que devem ser obtidos de forma adiantada para prover a força humana, o dinheiro e o equipamento físico necessários. A organização também se refere às atividades de quaisquer especialista que podem ser convocados de tempos em tempos como pesquisadores de opinião, captadores de recursos, publicitários, peritos em radio e cinema, especialistas em grupos de mulheres, grupos estrangeiros e similares.

As táticas

Não pense em táticas em termos de abordagens segmentadas. O problema não é conseguir artigos em jornais, obter tempo de rádio ou arranjar um cine-jornal em um filme; é preferível colocar em marcha uma ampla atividade, cujo sucesso depende em interligar todas as fases e elementos da estratégia proposta, implementada pelas táticas que são calculadas para o momento de máxima efetividade. Uma ação atrasada em um dia pode cair de cara no chão. Um sentido de tempo habilidoso e imaginativo determinou o sucesso de muitos movimentos de massa e campanhas, o fenômeno familiar tão típico do padrão de comportamento do povo norte-americano.
Neste ponto será possível planejar as táticas do programa, isto é, decidir como os temas serão disseminados sobre os transportadores de idéias, as redes de comunicação.
A ênfase das atividades do engenheiro do consentimento deve ser na palavra escrita e falada, guiadas pela mídia e desenhadas para a platéia à qual ele se dirige. Ele deve estar seguro que seu material é adequado ao seu público. Ele deve preparar cópias escritas em linguagem simples e frases de dezesseis palavras para o público de escolaridade média. Algumas cópias serão destinadas à compreensão de pessoas que tiveram dezessete anos de escolaridade. Ele deve se familiarizar com toda a mídia e saber como supri-la de material adequado em quantidade e qualidade.
Primeiramente, contudo, o engenheiro do consentimento deve criar notícias. Notícias não são algo inanimado. É a evidência que produz notícias e as notícias, por sua vez, modelam as atitudes e as ações das pessoas. Um bom critério para definir se algo é ou não é notícia é se o evento se sobressai dos padrões de rotina. O desenvolvimento de eventos e circunstâncias que não são rotina é uma das funções básicas do engenheiro do consentimento. Eventos assim planejados podem ser projetados sobre os sistemas de comunicação para infinitamente mais pessoas do que aquelas que realmente participam dele, e tais eventos dramatizam vividamente idéias para aqueles que não testemunharam os eventos.
O evento manejado imaginariamente pode competir pela atenção de forma bem sucedida com outros eventos. Eventos dignos de notícia envolvendo pessoa geralmente não acontecem por acidente. Eles são planejados deliberadamente para cumprir um propósito, para influenciar nossas idéias e ações.
Os eventos podem também serem arranjados em uma reação em cadeia. Atando as energias dos líderes de grupo, o engenheiro do consentimento pode estimulá-los a pôr em movimento suas atividades. Eles organizarão eventos adicionais, especializados e auxiliares, todos os quais dramatizarão ainda mais o tema básico.

Conclusão

A comunicação é a chave da engenharia social para a ação social. Mas não é suficiente lançar folhetos e boletins em mimeógrafos, anunciar nos jornais ou encher as ondas de rádio com conversas. Palavras, sons e imagens fazem pouco a não ser que sejam as ferramentas de um plano profundamente pensado e de métodos cuidadosamente organizados. Se os planos forem bem formulados e um uso adequado é feito deles, as idéias veiculadas pelas palavras se tornarão realmente parte e componente das pessoas.
Quando o público está convencido da veracidade de uma idéia, ele seguirá para a ação. As pessoas traduzem uma idéia em ação sugerida pela idéia mesma, seja ela ideológica, política ou social. Eles podem adotar uma filosofia que sublinha tolerância racial e religiosa; elas podem votar em um New Deal; ou elas podem organizar um boicote de consumidores. Mas tais resultados não acontecem simplesmente. Em uma democracia eles podem ser alcançadas principalmente pela engenharia do consentimento.
Edward L. Bernays, Nova York, em parceria com Doris E. Fleischman, é conselheiro em relações públicas, uma profissão que foi fundamental em criar. Nessa capacidade ele serviu governos, associações comerciais e organizações com e sem fins lucrativos. É autor de Propaganda, Crystallizing Public Opinion, Speak Up for Democracy e Take Your Place at the Peace Table, e editor da Outline of Careers.
http://www.ip.usp.br/portal/option=com_content&view=article&id=1927%3Av3n1a09-a-engenharia-do-consentimento&catid=340&Itemid=91&lang=pt

Um texto de Edward L. Bernays, o pai do consumismo americano  :)
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline _Juca_

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #179 Online: 16 de Outubro de 2011, 01:17:32 »
cobiça faz parte do capitalismo

Em alguns momentos ele recua e em outros ele se expande
Cobiça faz parte do ser humano....

A solidariedade e o desapego também... Não quer dizer que devemos aceitar certos aspectos muito negativos do capitalismo só porque a natureza humana é assim. Nosso sistema econômico, social e político, não é moldado apenas por uma lado da natureza humana .Isso é uma versão da falácia naturalista. A natureza humana tem muitos aspectos, paradoxais e bipolares, não é aspecto inerente ou relativo a nenhum sistema político ou social, que acabam por ser um reflexo do conjunto desses aspectos humanos, dentro da sociedade, num complexo sem fim de contratos sociais moldados ao longo da história. Tentar relativizar um modelo social a um aspecto da natureza humana, justificando-o como imutável ou inerente à determinada natureza humana é uma grande falácia.
« Última modificação: 16 de Outubro de 2011, 01:29:42 por _Juca_ »

Offline Geotecton

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #180 Online: 16 de Outubro de 2011, 01:18:54 »
Pouquíssimas pessoas conhecem os aspectos teóricos do marxismo, pois viveram quase sempre sob um sistema de produção capitalista com variações apenas na intensidade da intervenção do Estado. Não há e nem nunca houve uma sociedade moderna que tenha vivido plenamente um regime marxista ou um regime anarquista ou um sistema 'capitalista' pleno.
E colônia cecília? Era uma colônia anarquista... E a New Harmony de Robert Owen? Foi uma experiência socialista...

Cara Fabi.

As experiências supra foram em pequena escala.
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Offline Geotecton

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #181 Online: 16 de Outubro de 2011, 01:23:25 »
[...]
E, por favor, eu não espero o Messias. Gosto apenas de especular sobre o assunto com a ajuda dos amigos foristas.

Eu sei que voce não aguarda ninguém. Foi apenas uma brincadeira, pois eu acho que a sua expectativa beira a utopia.

De qualquer modo voce é um otimista comparado a mim, pois não nutro nenhuma expectativa em relação ao futuro da humanidade.
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Offline LaraAS

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #182 Online: 16 de Outubro de 2011, 01:37:11 »

           O que acontece é que essas experiências ( estilo Colonia Cecilia) foram voluntárias ,em territórios doados ou comprados ,foram como conventos carmelitas ,e com pouca gente ,bem pouca gente.
           Não tem nada a ver com um programa para milhões de pessoas interligadas economicamente ,usando a força coercitiva do Estado (pelo menos no começo) ou linchamentos pelo menos no começo (no caso dos anarquistas) ,para confiscar sem indenização a propriedade de meios de produção (pelo menos no caso de propriedades de meio de produção com assalariados privados) e depois organizar tudo isso nesse escala.
          É esse o verdadeioa programa politico comunista ou anarquista ,não fazer versões modernas de conventos carmelitas...Aliais Marx zombava desse tipo de experiência.

Offline LaraAS

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #183 Online: 16 de Outubro de 2011, 01:44:58 »
[...]
E, por favor, eu não espero o Messias. Gosto apenas de especular sobre o assunto com a ajuda dos amigos foristas.

Eu sei que voce não aguarda ninguém. Foi apenas uma brincadeira, pois eu acho que a sua expectativa beira a utopia.

De qualquer modo voce é um otimista comparado a mim, pois não nutro nenhuma expectativa em relação ao futuro da humanidade.


           Pois eu tenho esperanças na humanidade. Tenho a esperança que a humanidade toda ,se torne com regimes como a democracia liberal (no sentido que incue também os países social-liberais ,como os países escandinavos) e que com isso acabem as guerras.

Offline Geotecton

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #184 Online: 16 de Outubro de 2011, 01:47:54 »
Pois eu tenho esperanças na humanidade. Tenho a esperança que a humanidade toda ,se torne com regimes como a democracia liberal (no sentido que incue também os países social-liberais ,como os países escandinavos) e que com isso acabem as guerras.

Talvez ocorra isto um pouco antes do Sol se tornar uma 'gigante vermelha'.
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Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #185 Online: 16 de Outubro de 2011, 02:06:55 »
Um texto de Edward L. Bernays, o pai do consumismo americano  :)
Não sei qual foi a sua real intenção em citar Bernays. Ele foi o pai das técnicas de Relações Publicas e do controle das massas pelo estado. O movimento atual é justo o oposto, vem de baixo, não tem um lider e desagrada e muito aos donos do poder.
Existe uma série produzida por Adam Curtis, cujo episódio 2 fala de Bernays.
Chama-se: Edward Berneys: Assassino da democracia:
Eu traduzi a descrição do youtube:
Citação de: Wrayer, Youtube
O sobrinho de Sigmund Freud, Edward Bernays começou sua vida empresarial como um publicitário. Embora ainda nos seus vinte anos, ele era parte do esforço de propaganda que levou os Estados Unidos à I Guerra Mundial (WW I).
Ele, pessoalmente, aconselhou vários presidentes dos EUA começando com Woodrow Wilson e aconselhou várias corporações e associações empresariais. Chefe da propaganda de Hitler e capanga nazista, Joseph Goebbels era um leitor e fã de Bernays em particular o livro "Cristalizando a Opinião Pública".
Bernays foi um dos engenheiros da Guerra Fria. Ele aperfeiçoou a técnica de fabricação de um inimigo distante, mas sempre ameaçador, criando um estado constante de medo, gerando relatórios e notícias falsas que incessantemente reforçavam e exageravam a ameaça.
O propósito declarado dos métodos de Bernay era dar àqueles no poder um maior controle sobre o que ele chamou de "a mente da massa".
Funcionou bem na década de 1950 e, infelizmente, ele parece estar funcionando muito bem hoje ... mas talvez não para sempre.
Nada agradável esse Bernays. Influenciou Goebbels!!!

Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #186 Online: 16 de Outubro de 2011, 02:12:50 »
Pois eu tenho esperanças na humanidade. Tenho a esperança que a humanidade toda ,se torne com regimes como a democracia liberal (no sentido que incue também os países social-liberais ,como os países escandinavos) e que com isso acabem as guerras.
Para contrabalançar o pessimismo do Geotecton eu te apoio integralmente.
Embora ainda tenha esperança em um futuro socialista eu acho que se as sociedades viessem a copiar o modelo escandinavo o mundo seria bem melhor.

Offline Luiz Otávio

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #187 Online: 16 de Outubro de 2011, 02:27:43 »
Pouquíssimas pessoas conhecem os aspectos teóricos do marxismo, pois viveram quase sempre sob um sistema de produção capitalista com variações apenas na intensidade da intervenção do Estado. Não há e nem nunca houve uma sociedade moderna que tenha vivido plenamente um regime marxista ou um regime anarquista ou um sistema 'capitalista' pleno.
E colônia cecília? Era uma colônia anarquista... E a New Harmony de Robert Owen? Foi uma experiência socialista...

Cara Fabi.

As experiências supra foram em pequena escala.
Geo, acho que você quis dizer (e ficaria melhor assim) Estado no lugar de sociedade, estou certo?

Offline Geotecton

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #188 Online: 16 de Outubro de 2011, 02:37:15 »
Pouquíssimas pessoas conhecem os aspectos teóricos do marxismo, pois viveram quase sempre sob um sistema de produção capitalista com variações apenas na intensidade da intervenção do Estado. Não há e nem nunca houve uma sociedade moderna que tenha vivido plenamente um regime marxista ou um regime anarquista ou um sistema 'capitalista' pleno.
E colônia cecília? Era uma colônia anarquista... E a New Harmony de Robert Owen? Foi uma experiência socialista...

Cara Fabi.

As experiências supra foram em pequena escala.
Geo, acho que você quis dizer (e ficaria melhor assim) Estado no lugar de sociedade, estou certo?

Com o advento dos Estados nacionais, a partir do final do século XVIII, a resposta é "sim".

E mesmo antes deste tipo de organização política, as sociedades nunca foram e nem experimentaram qualquer um daqueles regimes e ou sistemas econômicos mais "puros".
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Offline Luiz Otávio

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #189 Online: 16 de Outubro de 2011, 02:38:55 »
Para contrabalançar o pessimismo do Geotecton eu te apoio integralmente.
Embora ainda tenha esperança em um futuro socialista eu acho que se as sociedades viessem a copiar o modelo escandinavo o mundo seria bem melhor.
Concordo com você (sobre a escandinávia), Trudeau. Eu inclusive tentei trazer esse assunto para discussão em outro tópico, porém a discussão não foi para frente.

Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #190 Online: 16 de Outubro de 2011, 02:57:57 »
Concordo com você (sobre a escandinávia), Trudeau. Eu inclusive tentei trazer esse assunto para discussão em outro tópico, porém a discussão não foi para frente.
Qual tópico? Gostaria de ler o que já foi discutido.

Offline Luiz Otávio

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #191 Online: 16 de Outubro de 2011, 03:08:17 »
Esse aqui. Praticamente nada foi discutido.

Offline ByteCode

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #192 Online: 16 de Outubro de 2011, 08:59:43 »
[...]
E, por favor, eu não espero o Messias. Gosto apenas de especular sobre o assunto com a ajuda dos amigos foristas.

Eu sei que voce não aguarda ninguém. Foi apenas uma brincadeira, pois eu acho que a sua expectativa beira a utopia.

De qualquer modo voce é um otimista comparado a mim, pois não nutro nenhuma expectativa em relação ao futuro da humanidade.


           Pois eu tenho esperanças na humanidade. Tenho a esperança que a humanidade toda ,se torne com regimes como a democracia liberal (no sentido que incue também os países social-liberais ,como os países escandinavos) e que com isso acabem as guerras.

Também estou perdendo as esperanças, principalmente no Brasil. Brasileiro tem é que tomar no centro do C... mesmo, principalmente os das classes C e D, pois são os que mais precisam de mudanças economicas, políticas e sociais, porém não movem uma palha pra que sejam vistos e levados a sério. Por exemplo, este protesto mundial que houve ontem, reuniu pouqussimas pessoas pelo país, cuja principal reivindicação aqui era o fim da corrupção, ou melhora dela a patamares mais aceitáveis, entre várias outras coisas ultra essenciais para nós da terra das bananas. Estou começando a deixar de ter compaixão pelos brasileiros e passando a ter raiva. Parece a história da mulher que vive reclamando do marido por ser rotineiramente espancada e humilhada, mas que não larga nunca dele. É um fenômeno meio bizarro isto, mas estou começando achar que o brasileiro médio (grande maioria), apesar de tudo, gosta desta situação, de uma forma meio estranha querer não querendo, gostar não gostando.
E mesmo em outros países, tirando algumas exceções, as concentrações foram bem abaixo da espectativa.

Acho que a humanidade vai mesmo é continuar aí, empurrando com a barriga a civilização, até que algo, como uma catastrofe ambiental de grandes proporções (já a caminho) terminar de falir todo o sistema e nos mandar de volta pra idade da pedra. E não adianta ficar achando que se não mudarmos radicalmente a nossa forma de produção e apenas implantarmos um sistema político mais bonzinho (tipo social democracia ou seja la o que for), vá melhorar muito as coisas. Pois, com o atual sistema predatório, mesmo que TODOS os habitantes do planeta consigam um ótimo nivel de vida (o que realmente considero impossível, mesmo se substituirmos este TODOS aí por GRANDE MAIORIA), ainda sim, o atual modo de produção visando crescimento infinito, lucro sempre crescente e o aumento constante do numero de consumidores, irá nos levar à catastrofe e a guerras constantes, que podem também levar ao colapso da civilização, pois imaginem o que ocorreria se houver mais uma guerra mundial com os atuais níveis das tecnologias das armas militares, tanto as de destruição em massa como as de estilo "convencional".

O que acho é que o capitalismo vai acabar nos jogando em uma depressão economica mundial um dia, o que nos levará a uma outra guerra mundial. Daí, a merda toda ta feita. O jeito é mesmo ir vivendo da melhor forma possível, antes que tudo isto exploda um dia. Espero que quando isto ocorrer (e estou cada vez mais certo de que irá) eu já esteja morto.
« Última modificação: 16 de Outubro de 2011, 09:57:17 por ByteCode »

Offline ByteCode

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #193 Online: 16 de Outubro de 2011, 09:07:29 »
Ah, também tenho eperança (pequena, é verdade) de que a Singularidade Tecnológica, ou algo próximo a isto, venha a trazer mudanças radicais na civilização e no próprio ser humano, transformando-o num ser mais racional e ao mesmo tempo mais solidário e responsável (resumindo, mais inteligente e menos levado pelos seus instintos animais de sobrevivência), o que poderiamos chamar de ser humano 2.0 ou transumano. Mas acho que o mais provavel é que a singularidade tecnológica vai acabar é levando a humanidade mais rapido à banca rota, levando-se em conta o que temos visto sobre o ser humanos nos ultimos 7.000 anos quando colocam as mãos sobre tecnologias poderosas.

Offline _tiago

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #194 Online: 16 de Outubro de 2011, 10:59:51 »
Por falar em esperanças e pessimismos...
Ontem vi um chamado da Discovery onde um alguém afirmava que, no futuro, os carros não mais terão motoristas e os acidentes não mais ocorrerão. Daí eu pensei,
– Mas em qual mundo?
Pois nesse nosso mundo de excessos e irresponsabilidades com o mundo e nós mesmos, só o otimismo encherá as ruas de carros à prova de acidentes. É um tipo de tecnologia que vejo restrita como muitas tecnologias hoje são restritas.
Talvez o exagero seja meu que vê o mundo mais como uma coisa MadMax.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #195 Online: 16 de Outubro de 2011, 11:25:40 »
Por falar em esperanças e pessimismos...
Ontem vi um chamado da Discovery onde um alguém afirmava que, no futuro, os carros não mais terão motoristas e os acidentes não mais ocorrerão. Daí eu pensei,
– Mas em qual mundo?
Pois nesse nosso mundo de excessos e irresponsabilidades com o mundo e nós mesmos, só o otimismo encherá as ruas de carros à prova de acidentes. É um tipo de tecnologia que vejo restrita como muitas tecnologias hoje são restritas.
Talvez o exagero seja meu que vê o mundo mais como uma coisa MadMax.

Tecnologia custa caro, possivelmente o mundo real no futuro não será muito diferente do que é hoje porque nem todos terão acesso a isso. Quando aparecem com essas previsões de meios de transporte individuais fantásticos, me vem à cabeça aquelas previsões que faziam no tempo de meus avós com um ano 2000 cheio de carros voadores e colônias em Marte.
 :lol:

Offline Cientista

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #196 Online: 16 de Outubro de 2011, 11:29:35 »
Mas isso é fantástico! Falo mesmo sério. Diante de um progresso pessoal assim até eu posso começar a ter esperança. E olha que isso seria mais fantástico ainda. Se um código binário, uma simples sequência de bits pode reconhecer e aceitar a realidade, talvez nós também possamos... Afinal, verdade não é algo que se busque e alcance, é algo que se aceita.

Apenas que não é o capitalismo o culpado de nada disso. Isso é só o correr natural das coisas. O que você está experimentando é só a sensação de impotência diante da realidade. Não se preocupe, depois vai piorando bastante até o ponto de você não se importar mais. Em mim, só resta um resquício disso, mas em breve, devo dispensá-lo.

Como isso foi bom para esse meu dia!

Offline _tiago

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #197 Online: 16 de Outubro de 2011, 11:59:15 »
Tecnologia custa caro, possivelmente o mundo real no futuro não será muito diferente do que é hoje porque nem todos terão acesso a isso. Quando aparecem com essas previsões de meios de transporte individuais fantásticos, me vem à cabeça aquelas previsões que faziam no tempo de meus avós com um ano 2000 cheio de carros voadores e colônias em Marte.
 :lol:

Bem por aí, custam caro, talvez não haja recursos suficientes... E por qualquer desgraça que venha ocorrer, culpo menos o sistema econômico, que é apenas a maneira das pessoas resolverem seus problemas entre necessidades e recursos, que alguns aspectos indissolúveis da nossa natureza.

Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #198 Online: 16 de Outubro de 2011, 13:30:01 »
Pessoal! Quanto pessimismo!
A minha geração (os baby boomers) foi muito mais otimista que vocês.
Na década de 60 quando fui universitário em São Paulo, nós eramos tremendamente otimistas, queriamos mudar o mundo e de certa forma mudamos. A década de 60 foi a que mais transformou o mundo no século XX.
O movimento hippie, o movimento de 68 na França, os Beatles, a ida a Lua, e, queiram ou não, a revolução cubana foram alguns dos movimentos que me vem à cabeça. No Brasil infelizmente fomos castrados pelo golpe de 64, mas eu esperava que no século XXI a juventude fosse mais otimista.
Este é o século da tecnologia. Ainda bem que o ByteCode lembrou da Singularidade. Eu acho que a Singularidade, que deve vir a partir da segunda metade deste século, vai mudar todas as percepções. Eu, certamente não estarei presente a este grande salto mas acho que vocês devem se preparar e procurar viver a sua época como nós vivemos a nossa.
Byte: Nào perca o seu otimismo! Você está no caminho certo. Participe, mesmo que os outros não te sigam. Alguma coisa restará nem que sejam lembranças...

Offline DDV

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #199 Online: 16 de Outubro de 2011, 14:08:23 »
Eu também quero "participar" disso aí que vocês tão falando!  :chorao:
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

 

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