Autor Tópico: O movimento anti-cobiça americano  (Lida 21231 vezes)

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Offline Dr. Manhattan

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #75 Online: 11 de Outubro de 2011, 16:33:53 »

Citação de: Wikipedia
A teoria atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação do salário mínimo, do seguro-desemprego, da redução da jornada de trabalho (que então superava 12 horas diárias) e a assistência médica gratuita. O Keynesianismo ficou conhecido também como "Estado de bem-estar social", ou "Estado Escandinavo".

Discordo. Para mim o Estado tem que ser apenas polícia e manutenção. Ou seja, o Estado me defende do marginal e mantém a infra-estrutura que eu uso. Sendo que tais serviços ainda podem ser terceirizados e o Estado trabalha apenas na gestão dos contratos. 

Esquece esse negócio de benefícios sociais. Chega a me arrepiar. Isso fica entre mim e meu patrão.



E o que você acha de o Estado ajudar aqueles que não têm condições de ajudar a si próprios? Veja que o problema não é exatamente causado pela existência de pessoas inseridas na economia que desejam receber benesses, mas sim pela existência de pessoas que não conseguem se inserir na economia.

De resto, sou leigo neste assunto e me contentarei em comer pipoca e assistir.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Bolsonaro neles

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #76 Online: 11 de Outubro de 2011, 16:51:19 »

E o que você acha de o Estado ajudar aqueles que não têm condições de ajudar a si próprios? Veja que o problema não é exatamente causado pela existência de pessoas inseridas na economia que desejam receber benesses, mas sim pela existência de pessoas que não conseguem se inserir na economia.

De resto, sou leigo neste assunto e me contentarei em comer pipoca e assistir.
Sou tão leigo quanto vc. Em questões de economia e política, sigo a intuição e o pragmatismo.

Eu não conheço ninguém que não possa ajudar a si próprio. Quem são estes?

Se vc está falando em previdência, entendo que ela deve ser privada. Em relação à previdência pública que temos hoje, eu extinguiria pensões para a maioria dos casos. Ficaria quase que exclusivamente com inválidos e idosos incapazes de se inserir no mercado. Já aposentadorias, serão proporcionais à contribuição. Nunca o mesmo valor que o contribuinte ganha enquanto ativo.

Offline Dr. Manhattan

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #77 Online: 11 de Outubro de 2011, 16:58:31 »

Sou tão leigo quanto vc. Em questões de economia e política, sigo a intuição e o pragmatismo.

Eu não conheço ninguém que não possa ajudar a si próprio. Quem são estes?

Você mesmo respondeu em parte abaixo:

Se vc está falando em previdência, entendo que ela deve ser privada. Em relação à previdência pública que temos hoje, eu extinguiria pensões para a maioria dos casos. Ficaria quase que exclusivamente com inválidos e idosos incapazes de se inserir no mercado. Já aposentadorias, serão proporcionais à contribuição. Nunca o mesmo valor que o contribuinte ganha enquanto ativo.

Veja quantas pessoas não tem condições de pagar um plano de saúde. Veja o caso dos desempregados sem qualificação ou de mais idade - praticamente "inempregáveis". E quanto às viúvas com 2+ filhos pequenos? Eu francamente prefiro que existam benefícios sociais custeados pelos meus impostos, mesmo que isso implique na existência também de alguns aproveitadores, do que viver num ambiente social semelhante ao do século XIX.
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Alan Watts

Offline DDV

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #78 Online: 11 de Outubro de 2011, 17:41:45 »
Citação de: Wikipedia
A escola Keynesiana ou Keynesianismo é a teoria econômica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and money) [1] e que consiste numa organização político-econômica, oposta às concepções neoliberalistas, fundamentada na afirmação do Estado como agente indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado.
A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é auto-regulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" (animal spirit no original em inglês) dos empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que Keynes defende a intervenção do Estado na economia.
A teoria atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação do salário mínimo, do seguro-desemprego, da redução da jornada de trabalho (que então superava 12 horas diárias) e a assistência médica gratuita. O Keynesianismo ficou conhecido também como "Estado de bem-estar social", ou "Estado Escandinavo".

Trudeau, peço-lhe sinceras desculpas por ter que dizer isso mas... a parte em negrito da wikipédia brazuca está errada.

O autor confunde keynesianismo com "social-democracia" ou "welfare state". São coisas diferentes, embora parecidas. A política econômica dos EUA no pós-guerra foi completamente keynesiana, mas os EUA nunca foram um "welfare state".

O keynesianismo defende a intervenção do estado na economia por motivos puramente econômicos: ele entende que a eficiência na alocação dos recursos e a prosperidade será maior assim. O keynesianismo não defende intervenção estatal para buscar "justiça social", bem-estar, igualdade ou coisas do tipo (bandeiras da esquerda), ele defende intervenção para que a economia de mercado funcione de forma mais "smoothly", com menos crises cíclicas, com períodos recessivos mais curtos e menos desastrosos e com um nível de emprego maior.

Consegue sacar a diferença?

É claro que muitas políticas social-democratas são também defendidas pelos keynesianos, mas por motivos diferentes. Vou citar um exemplo: desigualdade de renda.

Para um esquerdista, a desigualdade de renda é algo ruim, injusto e nocivo por si mesma, devendo ser ativamente combatida pelo estado. Para um keynesiano, a desigualdade exagerada de renda é ruim apenas porque tem impacto negativo na demanda efetiva global (em outras palavras: os muito ricos tendem a poupar uma percentagem considerável de sua riqueza, enquanto os menos ricos tendem a gastar mais. Logo, quanto mais "espalhada" a riqueza estiver na sociedade, maior será a fração destinada a consumo, o que é melhor para a atividade econômica e o nível de emprego).

O autor desse trecho incorreu no mesmo engano, que é muito comum aliás.

Citação de: Trudeau
Paises como Suécia, Noruega, Canada, por exemplo, adotam uma administraçao nesse estilo e "guess what?" estão entre os paises com IDH mais alto no mundo.

Devido (aí sim) ao welfare state.

Eu não sou social-democrata, sou liberal-social (um meio termo entre "neoliberais" e social-democratas). Ao contrário dos liberais clássicos e dos ultraliberais modernos, os liberais sociais defendem que políticas estatais PODEM aumentar o grau de liberdade dos indivíduos (perceba que o foco central de todos os liberais é a liberdade do indivíduo).

Citação de: Trudeau
Gostaria de ver a opinião dos foristas sobre o "Estado de bem-estar-social" proposto por Keynes.

Não foi proposto por Keynes, mas combinam-se muito bem.

Citação de: Trudeau
Talvez o DDV possa nos esclarecer mehor as idéias do mestre Keynes.

../forum/topic=16907.0.html

../forum/topic=19052.100.html#msg417249
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"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #79 Online: 11 de Outubro de 2011, 19:16:56 »
Trudeau, peço-lhe sinceras desculpas por ter que dizer isso mas... a parte em negrito da wikipédia brazuca está errada.

O autor confunde keynesianismo com "social-democracia" ou "welfare state". São coisas diferentes, embora parecidas. A política econômica dos EUA no pós-guerra foi completamente keynesiana, mas os EUA nunca foram um "welfare state".

O keynesianismo defende a intervenção do estado na economia por motivos puramente econômicos: ele entende que a eficiência na alocação dos recursos e a prosperidade será maior assim. O keynesianismo não defende intervenção estatal para buscar "justiça social", bem-estar, igualdade ou coisas do tipo (bandeiras da esquerda), ele defende intervenção para que a economia de mercado funcione de forma mais "smoothly", com menos crises cíclicas, com períodos recessivos mais curtos e menos desastrosos e com um nível de emprego maior.

Consegue sacar a diferença?
../forum/topic=19052.100.html#msg417249
DDV: Por essa razão eu mencioneiu o seu nome no final. Sempre fico em duvidas quando menciono a Wikipedia!
Prometo que vou ler com mais calma sobre as idéias de Keynes para poder prosseguir o debate contigo.
Eu simplesmente achei interessante o conceito dele e o fato de que suas idéias estão sendo discutidas por aqui.
Assim que tiver mais informaçãoes retorno ao debate.
Entretanto se você quiser acrescentar algo mais sinta-se a vontade.
Quanto mais esclarecimentos melhor.
Obrigado pelas observações.

Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #80 Online: 11 de Outubro de 2011, 19:30:58 »
É curioso que quando acessei a Wikipedia em inglês obtive o seguinte texto para Keynesianism:
Citação de: Wikipedia in Englesh, "Keynesianism"
Keynesian economics (play /ˈkeɪnziən/ kayn-zee-ən; also called Keynesianism and Keynesian theory) is a school of macroeconomic thought based on the ideas of 20th-century English economist John Maynard Keynes.

Keynesian economics argues that private sector decisions sometimes lead to inefficient macroeconomic outcomes and, therefore, advocates active policy responses by the public sector, including monetary policy actions by the central bank and fiscal policy actions by the government to stabilize output over the business cycle.[1] The theories forming the basis of Keynesian economics were first presented in The General Theory of Employment, Interest and Money, published in 1936. The interpretations of Keynes are contentious and several schools of thought claim his legacy.

Keynesian economics advocates a mixed economy — predominantly private sector, but with a significant role of government and public sector — and served as the economic model during the later part of the Great Depression, World War II, and the post-war economic expansion (1945–1973), though it lost some influence following the stagflation of the 1970s. The advent of the global financial crisis in 2007 has caused a resurgence in Keynesian thought
Eu então cliquei em português achando que teria a tradução e para minha surpresa o texto em português é bem diferente.
DDV: Você concorda com o texto em inglês?
Se estiver de acordo podemos mudar o texto em português da Wikipedia para evitar o engano em que eu cai!

Offline _tiago

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #81 Online: 12 de Outubro de 2011, 01:04:57 »
Trudeau,
O movimento anti-cobiça...
Daí você postou que as pessoas reclamam da cobiça que prejudica o mundo... Mas, por exemplo, essa crise, é dos governos. Gastaram, como é até comum, sem muita atenção. Daí, você menciona Jefferson que diz como é prejudicial os banqueiros... A crise de 2008 foi por exagero em especulação e desses derivativos que muito pouco entendo mas sei que o objetivo dos mesmos é pura e simplesmente especulação pra ganhar dinheiro...
Eu acho, simplesmente, ao menos à princípio, que são erros de um sistema complexo, mas não necessariamente uma falha do mesmo.
Ah! Tem o negócio da desigualdade... Mas eu observo isso de uma maneira tão insolúvel...

Enfim,
Eu queria perguntar o que você acha!

Offline Bolsonaro neles

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #82 Online: 12 de Outubro de 2011, 09:51:44 »
Veja quantas pessoas não tem condições de pagar um plano de saúde. Veja o caso dos desempregados sem qualificação ou de mais idade - praticamente "inempregáveis". E quanto às viúvas com 2+ filhos pequenos? Eu francamente prefiro que existam benefícios sociais custeados pelos meus impostos, mesmo que isso implique na existência também de alguns aproveitadores, do que viver num ambiente social semelhante ao do século XIX.

Estamos off-topic

Mas é um bom tema.
O problema é o "status quo" brasileiro. Temos um passivo social grande (a palavra social me dá arrepios) e precisamos resolvê-lo. A solução é a longo prazo. Passa por gerações. Educação é a palavra.

Continuo achando que poucas pessoas são dignas de pensão. Somente aquelas que não têm condição de entrar no mercado de trabalho por invalidez, mas que tenham pago a previdência direta ou indiretamente (caso das viúvas idosas).

Ademais, não ajudaria desqualificados a não ser com oportunidades de qualificação.

Quanto a "injustiçados sociais" geralmente se encaixam na máxima "quem precisa, não merece e quem merece... não precisa". Essa é, segundo o meu ponto de vista, uma grande e inexorável verdade.

Há lugar no mundo para TODOS aqueles que se esforçam. Quem procura acha. Não há um só desses precisando de ajuda de alguém. Seja dos pais, sogros, parentes, amigos ou Estado.
« Última modificação: 12 de Outubro de 2011, 13:25:28 por famado »

Offline Bolsonaro neles

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #83 Online: 12 de Outubro de 2011, 10:06:10 »


O keynesianismo defende a intervenção do estado na economia por motivos puramente econômicos: ele entende que a eficiência na alocação dos recursos e a prosperidade será maior assim. O keynesianismo não defende intervenção estatal para buscar "justiça social", bem-estar, igualdade ou coisas do tipo (bandeiras da esquerda), ele defende intervenção para que a economia de mercado funcione de forma mais "smoothly", com menos crises cíclicas, com períodos recessivos mais curtos e menos desastrosos e com um nível de emprego maior.

Consegue sacar a diferença?


Isso parece tão somente uma mudança semântica da intervenção estatal no mercado. Entendo que o único motivo que justifica a intervenção do Estado é o policial. Tão somente o combate à desonestidade. A ainda temos que analisar bem o que seria desonestidade e quando ela está sendo praticada. Cercear o ganho de dinheiro do cara não me parece justo. Movimento anti-cobiça é o escambau. Tem aí o imposto de renda e já tá muito bom.

Outra coisa, não defendo o "Estado Policial" nos moldes das ditaduras árabes, cujas polícias são opressoras. Apenas acho que o policiamento é uma das funções do Estado, sendo que tal serviço ainda pode ser contratado por ele, ao invés de ser feito por funcionários públicos.
« Última modificação: 12 de Outubro de 2011, 10:10:21 por famado »

Offline DDV

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #84 Online: 12 de Outubro de 2011, 10:13:59 »
A função primordial ou razão de existir do estado* é prover justiça e segurança (tanto externa quanto interna) aos seus habitantes. Todas as demais funções são secundárias quando comparadas a esta.


*O estado na realidade não é algo planejado, tende a surgir inevitavelmente á medida que a sociedade vai ficando mais populosa. É apenas uma extensão natural das hierarquias e autoridades que existem em qualquer sociedade humana.
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Offline DDV

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #85 Online: 12 de Outubro de 2011, 10:16:57 »


O keynesianismo defende a intervenção do estado na economia por motivos puramente econômicos: ele entende que a eficiência na alocação dos recursos e a prosperidade será maior assim. O keynesianismo não defende intervenção estatal para buscar "justiça social", bem-estar, igualdade ou coisas do tipo (bandeiras da esquerda), ele defende intervenção para que a economia de mercado funcione de forma mais "smoothly", com menos crises cíclicas, com períodos recessivos mais curtos e menos desastrosos e com um nível de emprego maior.

Consegue sacar a diferença?


Isso parece tão somente uma mudança semântica da intervenção estatal no mercado.

Nem chega perto disso.

Quando uma política keynesiana consegue evitar uma grande depressão, TODOS saem ganhando com isso, inclusive e principalmente os mais abastados (as pessoas que vivem de negócio próprio são as primeiras a falir quando a depressão chega).
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Offline Geotecton

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #86 Online: 12 de Outubro de 2011, 10:35:44 »
[...]
Quando uma política keynesiana consegue evitar uma grande depressão, TODOS saem ganhando com isso, inclusive e principalmente os mais abastados (as pessoas que vivem de negócio próprio são as primeiras a falir quando a depressão chega).

E os que menos sentem são aqueles que vivem do e no Estado.

Foto USGS

Offline _tiago

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #87 Online: 12 de Outubro de 2011, 11:57:15 »
Isso parece tão somente uma mudança semântica da intervenção estatal no mercado. Entendo que o único motivo que justifica a intervenção do Estado é o policial. Tão somente o combate à desonestidade. A ainda temos que analisar bem o que seria desonestidade e quando ela está sendo praticada. Cercear o ganho de dinheiro do cara não me parece justo. Movimento anti-cobiça é o escambau. Tem aí o imposto de renda e já tá muito bom.

E nenhuma intervenção na economia por que motivo?

Offline Bolsonaro neles

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #88 Online: 12 de Outubro de 2011, 13:04:06 »

Porque não precisa. Agora, se vc acha que o Estado intervir para impedir conluios é intervir na economia, então tá.

Há tb os casos dos bancos brasileiros dos anos 80 e 90, em que os donos arrombavam os próprios cofres, pegando o dinheiro e colocando em paraísos fiscais e depois vinham pro governo e diziam "Quebrei, é melhor vc colocar dinheiro público no meu banco ou então todo o sistema bancário brasileiro vai quebrar". Esse filho de uma égua tem que ir pra cadeia. Cabe ao Estado agir com inteligência policial.
« Última modificação: 12 de Outubro de 2011, 13:20:23 por famado »

Offline Bolsonaro neles

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #89 Online: 12 de Outubro de 2011, 13:11:33 »
A função primordial ou razão de existir do estado* é prover justiça e segurança (tanto externa quanto interna) aos seus habitantes. Todas as demais funções são secundárias quando comparadas a esta.
Isso mesmo. Mas acho que manter a infra-estrutura pública tb é uma função primária. Ainda que possa ser terceirizada. Por exemplo, manutenção de estradas, limpeza urbana, reformas de áreas públicas em geral. Isso pode ser terceirizado, mas alguém tem que gerir os contratos e só pode ser um agente público, ou seja, o Estado. Se o Estado não cuidar da manutenção das áreas de uso comum, quem irá? Vai ficar tudo sujo e caindo aos pedaços. Nenhum cidadão vai consertar os buracos da rua onde ele mora.

Citar
*O estado na realidade não é algo planejado, tende a surgir inevitavelmente á medida que a sociedade vai ficando mais populosa. É apenas uma extensão natural das hierarquias e autoridades que existem em qualquer sociedade humana.
Acho que sim.
« Última modificação: 12 de Outubro de 2011, 13:21:37 por famado »

Offline Bolsonaro neles

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #90 Online: 12 de Outubro de 2011, 13:19:54 »


O keynesianismo defende a intervenção do estado na economia por motivos puramente econômicos: ele entende que a eficiência na alocação dos recursos e a prosperidade será maior assim. O keynesianismo não defende intervenção estatal para buscar "justiça social", bem-estar, igualdade ou coisas do tipo (bandeiras da esquerda), ele defende intervenção para que a economia de mercado funcione de forma mais "smoothly", com menos crises cíclicas, com períodos recessivos mais curtos e menos desastrosos e com um nível de emprego maior.

Consegue sacar a diferença?


Isso parece tão somente uma mudança semântica da intervenção estatal no mercado.

Nem chega perto disso.

Quando uma política keynesiana consegue evitar uma grande depressão, TODOS saem ganhando com isso, inclusive e principalmente os mais abastados (as pessoas que vivem de negócio próprio são as primeiras a falir quando a depressão chega).
Mas será que essa política existe na prática? O que poderia evitar que os bancos americanos quebrassem por causa do calote que tomaram dos mutuários? Os conselhos dos keynesianos?

Os bancos americanos saíram emprestando milhões, a juros zero e sem pedir garantias. Quando os mutuários disseram que não podiam pagar, eles quebraram uns atrás dos outros. O que poderia ter evitado isso meu deus? O Estado, através de sua intervenção? Como?

Já o que o governo FHC fez nos livrou de tal situação. Os bancos brasileiros têm que recolher seu dinheirinho ao banco central. É garantia de lastro.

Offline _tiago

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #91 Online: 12 de Outubro de 2011, 13:30:49 »

Porque não precisa. Agora, se vc acha que o Estado intervir para impedir conluios é intervir na economia, então tá.

Há tb os casos dos bancos brasileiros dos anos 80 e 90, em que os donos arrombavam os próprios cofres, pegando o dinheiro e colocando em paraísos fiscais e depois vinham pro governo e diziam "Quebrei, é melhor vc colocar dinheiro público no meu banco ou então todo o sistema bancário brasileiro vai quebrar". Esse filho de uma égua tem que ir pra cadeia. Cabe ao Estado agir com inteligência policial.

Sobre o estado policial nem discuto, o que me deixa curioso na sua posição é saber por que não precisa?

Offline Luiz Otávio

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #92 Online: 12 de Outubro de 2011, 13:38:35 »
Famado, presumo que você seja contra uma carga tributária alta também. Se sim, responda-me: quais as vantagens de um Estado não-intervencionista com baixa carga tributária sobre um Estado intervencionista com alta carga tributária?

Offline Luiz Souto

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #93 Online: 12 de Outubro de 2011, 13:49:37 »
Na atual crise financeira mundial um dos gastos estatais mais importantes que levaram a seu agravamento foi justamente a injeção de recursos públicos nas entidades financeiras privadas , sem que os Estados impussesem normas regulatórias reais sobre o mercado financeiro. A regulamentação ficou só nos discursos  e na prática a desregulamentação que gerou a farra dos derivativos e papéis podres continuou.
Na Le Monde Diplomatique deste mês há uma matéria interessante sobre o agravamento da crise européia escrito por Maryse Farhi , economista da Unicamp e do IPEA onde ela precisa:

Citar
Após a falência do Lehman Brothers , governos e bancos centrais dos países desenvolvidos passaram a realizara elevados volumes de injeções de capital público na forma de assistência de liquidez às grandes instituições financeiras , além de lançar mão de vastos recursos para reanimar suas economias.Essas imensas e coordenadas intervenções públicas suscitaram a esperança de que os governos procurariam evitar a repetição dos erros de política econômica da grande depressão de 1929-1933 que tinham então contribuído para o aprofundamento e a extensão da depressão econômica. [...]
Dessa forma , o resultado dos maciços aportes públicos foi a transferência da imensa alavancagem do sistema financeiro para o setor público.
No ápice da crise financeira , bancos e economistas clamavam em alto e bom som pela injeção de trilhões de dólares no "salvamento" de Wall Street e demais praças financeiras dos países desenvolvidos. Pode-se afirmar que a criação da nova dívida e a elevaçãi dos déficits públicos foram , inicialmente , aplaudidas por eles. Entretanto , tão logo a recuperação dos preços dos ativos , a partir do segundo trimestre de 2009 , fomentou a percepção dos participantes dos mercados financeiros do retorno ao business as atual , as atenções dos agentes dos mercados financeiros se voltaram para os desequilíbrios fiscais e estoques da dívida pública , numa dinâmica perversa em que as expectativas privadas e supremacia dos mercados transformaram uma crise financeira privada em uma crise financeira pública
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Adriano

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #94 Online: 12 de Outubro de 2011, 13:52:06 »
Esse filho de uma égua tem que ir pra cadeia. Cabe ao Estado agir com inteligência policial.
É que essa nomenclatura de estado policial é mais específica e dirigida a URSS, principalmente durante o período stalinista. E com relação a intervencionismo econômico (planejamento central) e a liberdade de mercado, o exemplo Chinês é mais notório, onde a mescla dos dois foi feita com sucesso.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #95 Online: 12 de Outubro de 2011, 14:30:37 »
Em 14 de novembro, 2011, o Munk Debates  (Toronto, Canada) vai promover um debate sobre um tema relacionado com o tópico que estamos discutindo. Como sempre vou acompanhar o debate abrindo um tópico especifico para resumir a discussão. Por enquanto repasso a vocês a transcrição da apresentação do debate do site da Munk Debates (http://munkdebates.com/debates/North-American-Economy):

TITULO: A América do Norte enfrenta uma era de estagnação econômica no estilo japonês.
DESCRIÇÃO: Ao girar dos mercados de ações, a Europa dá uma guinada de crise em crise, e a recuperação dos EUA desacelera, o futuro da economia da América do  Norte é mais incerto do que nunca.
Pode o empreendedorismo individual, inovação empresarial e governos criarem uma nova era de crescimento econômico sustentado?
Ou, poderá a crise financeira, a disfunção política nos EUA, e o surgimento de nações emergentes corroer nosso nível de vida a longo prazo?
Fundamentalmente, poderá a próxima geração de Norte Americanos desfrutar da mesma qualidade de vida que seus pais?

DEBATEDORES: Para promover uma discussão de longo alcance para uma questão crucial para todos os canadenses, o oitavo semi-anual Debate Munk reúne quatro grandes pensadores para lidar com a resolução:
A FAVOR (resposta SIM)
Paul Krugman: Prêmio Nobel e famoso colunista do New YorkTimes.
David Rosenberg: Economista-Chefe e estrategista da Gluskin Sheff + Associates Inc. eo ex Economista-Chefe do Merrill Lynch.
CONTRA
Lawrence Summers: Foi Economista-Chefe do Banco Mundial, Secretário do Tesouro dos EUA, Presidente de Harvard e mais recentemente diretor do Conselho Econômico Nacional.
Ian Bremmer: fundador e presidente do Eurasia Group, lider mundial de análise de risco do mundo político global e firma de consultoria.

Trudeau

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #96 Online: 12 de Outubro de 2011, 14:37:14 »
Citar
Após a falência do Lehman Brothers , governos e bancos centrais dos países desenvolvidos passaram a realizar elevados volumes de injeções de capital público na forma de assistência de liquidez às grandes instituições financeiras , além de lançar mão de vastos recursos para reanimar suas economias.Essas imensas e coordenadas intervenções públicas suscitaram a esperança de que os governos procurariam evitar a repetição dos erros de política econômica da grande depressão de 1929-1933 que tinham então contribuído para o aprofundamento e a extensão da depressão econômica. [...]
Dessa forma , o resultado dos maciços aportes públicos foi a transferência da imensa alavancagem do sistema financeiro para o setor público.
No ápice da crise financeira , bancos e economistas clamavam em alto e bom som pela injeção de trilhões de dólares no "salvamento" de Wall Street e demais praças financeiras dos países desenvolvidos. Pode-se afirmar que a criação da nova dívida e a elevaçãi dos déficits públicos foram , inicialmente , aplaudidas por eles. Entretanto , tão logo a recuperação dos preços dos ativos , a partir do segundo trimestre de 2009 , fomentou a percepção dos participantes dos mercados financeiros do retorno ao business as atual , as atenções dos agentes dos mercados financeiros se voltaram para os desequilíbrios fiscais e estoques da dívida pública , numa dinâmica perversa em que as expectativas privadas e supremacia dos mercados transformaram uma crise financeira privada em uma crise financeira pública
Corretissimo! Aplausos para a Sra. Maryse Farh. É esse o problema. Vou buscar mais alguns links daqui que expandem um pouco masi essa análise.

Offline Sergiomgbr

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #97 Online: 12 de Outubro de 2011, 14:56:35 »
Será a cobiça e a avidez por dominação e poder algo inerente ao ser humano do ponto de vista biológico/evolutivo estritamente ou trata-se somente de uma questão cultural, que com campanhas de conscientização massiva possa-se controlar? Será que o clima frio e pouca incidência solar influem na psiquê humana a ponto de as nações mais setentrionais ou meridionais desenvolverem um senso de "comunidade" ou no mínimo auto-controle preponderantes para que surjam paíse com maior "senso"comunitário e de preservação do meio ambiente, ou é exatamente essa pouca insolação e frio intenso que inibem a cobiça e a agressividade dominadora mais "tropicais"( até ao ponto em que degringolam para a indolência, é claro)? Ou é só uma tremenda viagem maionésica???
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Fabi

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #98 Online: 12 de Outubro de 2011, 17:46:07 »
Será a cobiça e a avidez por dominação e poder algo inerente ao ser humano do ponto de vista biológico/evolutivo estritamente ou trata-se somente de uma questão cultural, que com campanhas de conscientização massiva possa-se controlar?
Não coloque a biologia no meio disso. Acho que conscientização pode resolver em partes mas a psicologia humana é bem complexa...

 
Será que o clima frio e pouca incidência solar influem na psiquê humana a ponto de as nações mais setentrionais ou meridionais desenvolverem um senso de "comunidade" ou no mínimo auto-controle preponderantes para que surjam paíse com maior "senso"comunitário e de preservação do meio ambiente, ou é exatamente essa pouca insolação e frio intenso que inibem a cobiça e a agressividade dominadora mais "tropicais"( até ao ponto em que degringolam para a indolência, é claro)? Ou é só uma tremenda viagem maionésica???
Que nações que desenvolveram senso de comunidade?
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Offline Adriano

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Re:O movimento anti-cobiça americano
« Resposta #99 Online: 12 de Outubro de 2011, 19:06:30 »
Será a cobiça e a avidez por dominação e poder algo inerente ao ser humano do ponto de vista biológico/evolutivo estritamente ou trata-se somente de uma questão cultural, que com campanhas de conscientização massiva possa-se controlar?
A teoria do fenótipo estendido, pelo menos da maneira que eu a entendo, ilustra bem a questão da  produção tecnológica humana, pois está nos nossos genes (a produção científica) esta transformação da natureza em civilização. Somos a espécie dominante mas com uma proposta de ampliação do antropocentrismo em direção ao genecentrismo.

Será que o clima frio e pouca incidência solar influem na psiquê humana a ponto de as nações mais setentrionais ou meridionais desenvolverem um senso de "comunidade" ou no mínimo auto-controle preponderantes para que surjam paíse com maior "senso"comunitário e de preservação do meio ambiente, ou é exatamente essa pouca insolação e frio intenso que inibem a cobiça e a agressividade dominadora mais "tropicais"( até ao ponto em que degringolam para a indolência, é claro)?
A questão do egoísmo e do altruísmo é fonte de controvérsia na biologia, principalmente em relação as unidades de evolução. Porém a questão territorial (estados nacionais) é de fundamental importância para o entendimento do desenvolvimento econômico.


Ou é só uma tremenda viagem maionésica???
Com certeza, por isso me permito viajar mais ainda e aguardar a sua avaliação  :P
« Última modificação: 12 de Outubro de 2011, 19:12:06 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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