A carga de impostos no Brasil é absurda quando notamos que esta não é reaplicada onde deveria. Mas eu fico com muito receio quando vejo essas conclusões:
Este ano, o brasileiro vai trabalhar em média 147 dias, reservando cerca de 40% da sua renda somente para pagar tributos, segundo apontou estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Para o instituto, o número é um indicativo de que a carga tributária no Brasil é excessiva, o que penaliza os trabalhadores e o setor produtivo.
Carga fiscal para a baixa renda é maior do que para os mais ricos, segundo instituto, que defende elevar IR para classe alta
Pobres pagam 44% mais imposto, em proporção à sua renda, que os ricos, segundo estudo do instituto com dados de 2002 e 2003
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA (PARA A FOLHA DE SÃO PAULO)
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, alertou ontem de que a reforma tributária que foi enviada pelo governo ao Congresso não ajudará a reduzir as desigualdades sociais e de renda no Brasil. Em palestra no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, chamado de Conselhão, Pochmann apresentou dados mostrando que os pobres pagam 44% mais imposto, em proporção à sua renda, que os ricos.
Mas é ÓBVIO que os mais probres vão pagar mais impostos relativamente aos mais ricos, levar isso como argumentação é pura maquiagem e desonestidade. A comparação deve ser feita sobre o CONSUMO e não sobre a relação consumo/renda:
Considerando o imposto = 50%
O camarada 1 recebe 1k reais por mês e consome 1/2 de seu salário (500 reais) para sobreviver; em relação à sua renda, ele dispende 25% do seu salário em impostos = 250 reais absolutos.
O camarada 2 recebe 10k reais por mês e consome 1/4 de seu salário (2,5k reais) para sobreviver; em relação à sua renda, ele dispende 17,5% do seu salário em impostos = 1,75k reais absolutos.
O camarada 3 recebe 100k reais por mês e consome 1/5 de seu salário (20K reais) para sobreviver; em relação à sua renda, ele dispende 10% do seu salário em impostos = 10k reais absolutos.
O camarada 4 recebe 50M reais por mês e consome 1/10 de seu salário (5M reais) para sobreviver; em relação à sua renda, ele dispende 5% do seu salário em impostos = 2,5M reais absolutos.
Numa situação anormal, o imposto do rico é aumentado para 100%:
De 50M reais por mês, consome 1/10 de seu salário (5M reais) para sobreviver; em relação à sua renda, ele dispende 10% do seu salário em impostos = 5M reais absolutos.
Conclusão: No absoluto todos são iguais, no relativo os pobres são desfavorecidos.
A esquerda desconsidera o absoluto, taxa o relativo como lei, culpa a renda pela discrepância, taxa os ricos e forma o seu modus operandi.
Daí vem as perguntas: Se o problema é a renda, é a dos ricos que é muito alta ou a dos pobres que é muito baixa? Se o problema é o imposto, que tal ao invés de aumentar o do rico e diminuir o do pobre começar a investir o que atualmente é recolhido? Tenho certeza que ninguém teria problemas em pagar os atuais impostos com serviços públicas condizentes com a arrecadação.