A questão não é prendê-los, e sim como prendê-los. A maior parte dos crimes cometidos por menores são constituídos por crimes contra o patrimônio e metades deles são furtos. O problema central ( talvez não seja o seu) é pensar que a punição resolverá problema por si só, ou atenuará o problema, ou resultará em algum tipo de benefício do ponto de vista social. No meu ponto de vista nem como paliativo a questão serve, porque automaticamente estaremos jogando milhares de jovens que cometem delitos leves nas cadeias, que não ressocializam do mesmo jeito em que estivessem nas ruas, em que 80% voltam a praticar crimes, em que a grande maiorias são de pele escura, pobres e sem dinheiro para um bom advogado o livre de ter sido pego com um envelope de maconha, tudo isso em nome da revolta e comoção popular contra crimes graves inflados pela mídia que vive de vender esse tipo de notícia.
Não é isso que eu acho o correto, e acredito que a maioria dos que defendem a redução da maioridade também não. A redução da maioridade, no meu ponto de vista, deve ser feita para
crimes graves. Para crimes como furtos, por exemplo, pode até ficar como está. Defendo que a maioridade seja reduzida em casos de crimes como assassinato, sequestro, estupro, etc.
A evidência é seu argumento. Prender não resolveu o problema, porque prendemos mal, julgamos mal, punimos mal e ressocializamos mal, fazendo isso com menor, o que garante que não estaríamos piorando uma situação já ruim? O que garante que daqui há algum tempo não estaríamos brigando pra diminuir a ainda mais a maioridade, prendendo crianças?
Não estaríamos piorando a situação (ou piorando pouco) porque, como disse antes, a proposta Fabriciana de redução é apenas para crimes graves, e não terá impacto tão violento assim na população carcerária. E vale a pena porque como disse o Skorpios, se pelo menos uma pessoa deixar de ser barbaramente assassinada por um canalha destes, já está de bom tamanho. Além do que assassinos frios a meu ver estão além da reabilitação, dificilmente poderão viver em sociedade novamente, melhor focar em crimes menores (que são minoria) para tentar reabilitar os jovens. Outro ponto é que o menor infrator hoje só adia sua entrada no caótico sistema prisional. Evitamos que eles abarrotem a cadeia enquanto são menores, mas basta fazer 18 anos e eles mais cedo o mais tarde estarão presos em algum momento da vida. Ou seja, não prender menores não evita o aumento da população carcerária, só adia.
Aliás se você tem um filho ou sobrinho, neto de 16 anos, o quanto você pode afirmar que realmente é um homem maduro?
Neto de 16 anos????

Ad Hominen, denunciado

Um moleque de 16 anos dificilmente pode ser considerado maduro, mas a menos que seja deficiente mental, sabe muito bem que assassinato é crime. Aliás, se formos partir deste argumento, eu conheço uns caras no meu trabalho de 30 a 40 anos nas costas e que não são maduros até hoje...
