Cá estou eu para começar a dar meus pitacos. Era para ter postado no sábado, mas na sexta, ao sair do trabalho, esqueci o
pendrive com o texto. Bom, aos
experts, minhas desculpas caso eu utilize algum termo ou conceito de forma equivocada, visto que sou um mero entusiasta das ciências biológicas (quem sabe um dia não as curso?). Aceito de bom grado as correções que vierem. Ao decdeoz, a bem da exposição direta das ideias, vou deixar para o fim a enumeração das fontes e autores que utilizei para fazer este “longo pequeno texto”. Se não objeta, sigo em frente...
Parte 1.
Por tudo o que li nas páginas deste tópico, o que pude perceber é que o forista docdeoz, para tentar vencer as “contradições internas” da Teoria da Evolução, atrapalha-se um pouco com os termos que utiliza. Por exemplo, que da maior “complexidade” resulta menor “sucesso reprodutivo”, sendo este, segundo ele, um paradoxo intransponível, ainda que, nas fontes que utiliza para, supostamente, se fundamentar, não é falado – salvo engano – nada acerca da “complexidade” dos objetos de estudo.
Segundo o seu “entendimento”, sua “intuição”, quanto mais simples maior o sucesso reprodutivo (talvez assumindo que sucesso reprodutivo signifique maior prole, vide o exemplo dado por ele – na forma de desafio – das bactérias que se reproduzem a cada 20 minutos), quando, na verdade, sucesso reprodutivo tem a ver com descendência fértil. Se, por exemplo, uma
giraforínea® tipo A tem 2 filhotes em 2 anos, e estes sobrevivem o suficiente para repassar seus genes, terá mais sucesso reprodutivo que uma
giraforínea® tipo B, que tem 10 filhotes em 2 anos, mas apenas 1 sobrevive até a idade de se reproduzir. Quanto às bactérias, se houver prole fértil, a que se reproduz a cada 20 minutos terá mais sucesso que uma que se reproduza a cada 2 horas, mas isso nada dirá acerca de outras formas de vida, se não competirem umas com as outras. Ou acerca da complexidade –
a priori.
Outro ponto controverso é utilizar-se do termo “bactérias” ignorando que não se trata de uma coisa só (um só ente, digamos assim), mas sim de várias espécies distintas, muitas das quais com diferenças marcantes entre si, inclusive podendo competir umas com as outras por recursos. Dessa forma, quando ele diz que
formas simples são muito estáveis, pois muito bem adaptadas...
ignora que mesmo as formas simples das bactérias não ocupam todas o mesmo habitat. Por exemplo, bactérias que ocupam o sistema digestivo humano – “muito bem adaptadas” a este habitat – dificilmente sobreviveriam no habitat das hipertermófilas – visto que, ainda que simples e estáveis, não estariam “muito bem adaptadas” a este habitat. Sim, bactérias (num todo) podem ser consideradas vencedoras na corrida evolutiva (quem sabe um dia não sejam superadas pelas baratas, não é?), mas apenas no sentido que evoluíram/evoluem para sobreviver em um amplo espectro de possibilidades (reiterando-se que existem diversas espécies, cada uma especializada em seu habitat, e que fatalmente falhariam se transpostas a outro).
E é exatamente esta capacidade de se adaptar que possibilitou que uma linhagem ancestral buscasse novos nichos para ocupar. E, a partir daí, desse origem a toda diversidade. O fato de determinada geração destacar-se em direção à complexidade não vai de encontro à Teoria Evolutiva. Nada há na Teoria que impeça isso. Inclusive o iconográfico apresentado pelo decdeoz mostra exatamente que uma geração descendente pode galgar a complexidade, vencendo a Seleção Natural, enquanto as gerações pretéritas permanecem quase que sem alterações, se nada houver que abale sua estabilidade. É muito tentador, como diz FORTEY,
acreditar que existe um propósito em toda a atividade evolutiva, como se toda a criação estivesse lutando para atingir uma perfeição
Mas devemos perceber que não é assim que as coisas ocorrem.
De todas as primitivas – e simples – formas de vida que existiram, apenas uma parcela ínfima tornou-se complexa. E dessa parcela ínfima, apenas outra parcela ínfima continuou galgando essa “escalada de complexidade” até chegar aos
Homo sapiens. Que de forma nenhuma podem ser considerados o modelo de perfeição da natureza, o modelo de sucesso evolutivo final. Afinal, por qual método comparativo poderíamos chegar a essa conclusão? E se a característica comparativa fosse a velocidade? Os guepardos ficariam impressionados? E se fosse a capacidade respiratória? Ficariam as baleias impressionadas? Força física? Vamos tentar ganhar uma luta contra um gorila. Capacidade reprodutiva? Os ratos ririam na nossa cara. Capacidade de sobrevivência? Perguntem às amigas baratas, citadas ali em cima.
Sim, organismos mais simples adaptam-se melhor. Sim, uma pequena parcela galgou a complexidade – especializando-se – e gerou descendência fértil e venceu a Seleção Natural.
(...) a especialização gerou a complexidade. Procariotos, eucariotos, organismos multicelulares: cada etapa transformou-se gradualmente na seguinte.
... nos diz IMPEY. E sim, isso não é uma contradição interna da Teoria Evolutiva.