Estava relendo esse tópico mais cedo e minha filha, treze anos, perguntou curiosa do que se tratava. Comecei a rir da ideia de tentar explicar do que se tratava para alguém da idade dela, mas foi mais facil que supunha. Cabeça fresca, sem muitas convicções formadas. Expus as três impressões mais comuns do debate. A do Felipe, dualista. A do Agnóstico, groselha (ela adorou isso) "redicionista". E a do Buckaroo. Ela é cetica e depois de pensar um bocado no assunto, achei até que ela já tinha se esquecido, veio me dizer que, pensando muito bem, atribuir qualia somente ao cérebro é que parecia uma condição especial, quase uma admissão de "fantasma na máquina", afinal, se o cerebro como tudo mais, é só matéria, deve se comportar como tudo mais, embora fosse estranha a ideia de que materia inorganica tivesse alguma forma de capacidade interna, mesmo que rudimentar, de percepção do mundo exterior. Então falei para ela sobre a questão da possibilidade da consciencia cósmica. E ela, surpreendentemente, me respondeu: se o universo é tudo que existe, não há mundo externo a perceber. Não tem fluxo de informação. Se o universo tem o potencial de consciência, deve ser inativo.