O PT não é um partido bolivarianista, nem é um partido marxista clássico. Ele é um ajuntamente de diferentes correntes, unidas por algumas idéias em comum e ligadas originalmente pelo Centralismo Democrático.
No momento o que ocorre é um novo embate entre a esquerda do partido, na figura do seu presidente, e a "direita" que não tem uma figura em destaque nos holofotes da mídia. Esse embate não é sobre o Brasil, e sim sob o poder interno e a influência no segundo mandato da Dilma.
Com a vitória apertada está acontecendo um cabo de guerra, a esquerda acha que tem de se radicalizar (daí o documento acima exposto) e a direita acha que se tem que refazer a composição com o Mercado como no tempo do Lula. Essa pressão na verdade é sobre a Dilma, o embate é uma maneira típica do partido de influenciar no governo.
A presidenta não é um quadro orgânico do partido, então não tem uma ligação direta com nenhuma corrente, apesar de ter links diretos como Sapo Barbudo (e não com o Construindo um Novo Brasil).
A indicação do Ministro da Fazendo vai ser um dos indicadores dessa influência, caso seja uma figura da burocracia estatal será uma vitória da esquerda, caso seja uma figura da direita (Palocci) ou do mercado (Meirelles, Trabuco) será vitória dos "reformistas".
A dificuldade extra é que as figuras do mercado exigiriam autonomia na política monetária, e o Palocci por si só seria uma figura para disputar o poder com a Dilma, então não sei se pela personalidade dela isso será possível.