Agora voltou para a falácia de que, alguma forma, as estatísticas sobre crimes em países muçulmanos teria alguma coisa a ver com terrorismo muçulmano? Tá andando em círculos.
Explique-me como você pode dissociar o indivíduo da religião? Vocês dizem que é a religião mais violenta. Se a religião é mais violenta então os muçulmanos seriam levados a cometerem muito mais crimes.
Não.
Desculpe, mas é difícil conseguir enxergar esse argumento como sincero, honesto.
Nem entre uma gangue de criminosos vai se encontrar mais crime entre eles mesmos, "já que são todos criminosos". Daí uma defesa pasteurista das gangues dos criminosos poderia se dar, dizendo que os criminosos são mais pacíficos e vivem mais rigidamente do que o dito "homem de bem".
Religiões "são" conjuntos de normas para convivência entre um grupo, e também de interação com outros grupos. E contra os "outros" que mais tipicamente se voltará a violência, naturalmente. Seria muito de se estranhar qualquer religião que abonasse a instrução de "crimes" dentro da própria população. O que não significa que não esteja ainda assim codificando medidas radicais, extremas e que até chegam exatamente a ser isso de certa forma, como isso de apedrejamento para vítimas de estupro, e mutilação por furto.
O que as religiões põem como norma em seus textos no entanto não é algo que será seguido fielmente por toda história e geografia. Dessa forma. As leis extra-religiosas podem acabar pesando mais. Dessa forma, também não é de se esperar taxas imutáveis de conflito entre grupos religiosos.
Pode calhar de algumas religiões estarem mais envolvidas em conflitos do que outras.
Calha de ser o caso com o islamismo, atualmente.
Nada extraordinário, nada que sequer requer um excepcionalismo, um ingrediente especial no islã para isso (o que pode bem ter, também, não é possível negar*), e nada que uma pessoa racional possa negar sem um tremendo esforço de auto-ilusão.
Quer falar de terrorismo? Existem também muito menos terroristas islâmicos. Quero saber a religião de cada terrorista desse planeta Terra, não me venha querer aliviar dizendo que nesse caso a motivação não era religiosa. O que vale pra cá, vale pra lá.
Hein? Mas o cerne da coisa é justamente a motivação religiosa, não a religião que por acaso o cara supostamente segue e não tem nada a ver com o terrorismo ou radicalismo que pratica.
Tudo isso que o Estado Islâmico e os principais grupos terroristas muçulmanos fazem será constantente admitido como em nome/defesa do islã. Várias (não todas) das práticas bárbaras fora do contexto de "terrorismo" também (lei de sharia).
* esclarecimento -- simplesmente seria muita coincidência que todas as religiões instruíssem exatamente o mesmo nível de agressão/radicalismo em suas escrituras, ou que tenham todas elementos que anulam esses aspectos na força proporcional. Como se houvesse uma espécie de "lei da conservação da violência" na gênese das religiões. Não há. Os contextos históricos dos povos em que a religião surgiu e evoluiu vão determinar a coisa, que poderá diferir. Também é ingênua, ou no mínimo incompleta, uma avaliação estritamente "fundamentalista" disso. Isso é, poderia ser que o cristianismo fosse literariamente mais propenso a violência/radicalismo, mas a tradição prática tivesse levado à uma amenização mais dramática. O que vale "mais" na análise é a variação na prática religiosa, ou "política", dos aderentes da religião, com embasamento religioso, e não só o que está nos livros de cada um, e a fantasia sobre uma "religião verdadeira" que "deveriam" praticar segundo ele. Isso é o que eles fazem, interpretam e decidem o que praticar. O que nos interessa é o resultado.