Eu até tinha vontade de meter minha colher neste tópico, mas, pelo que eu li por alto assim... penso de maneira tão diferente sobre essa questão que dá preguiça de ter que marchar contra o batalhão.
Parece que a discussão é "Islã religião demoníaca" X "É uma religião como outra qualquer"
Me perdoem mas acho que vocês estão cegos. Não enxergam o contexto de tudo que está acontecendo, as causas históricas. Como se os muçulmanos estivessem por aí desde o século XIII derrubando aviões e explodindo as coisas.
Os cruzados tomaram cidades muçulmanas que estavam repletas de cristãos. Aliás, massacraram também uma cidade cristã, pra eles não fazia muita diferença.
Poucos sabem, mas foi sob o domínio islâmico que muitos judeus retornaram a Jerusalém. Nessa mesma época sofriam perseguições na Europa cristã, e na maioria dos lugares era vedado o direito a cidadania.
Mas se querem barbaridade o judaísmo tem de sobra. Os hebreus passam a maior parte do velho testamento massacrando e pilhando os ímpios. O cristianismo em essência é totalmente intolerante, essa é a razão dos cristãos terem sido perseguidos no Império Romano. A única religião que foi perseguida em Roma, onde a liberdade de culto era garantida por lei.
Nem é preciso lembrar o que se fez em nome dessa religião com os povos da África, da Ásia e nas Américas.
O hinduísmo também é um horror. Os homens são divididos em castas, o Mahabaratha é uma guerra e Krishna um conselheiro militar. O texto mais sagrado dos hindus é a história de um massacre em larga escala onde Krishna atua como general.
Tudo que acontece hoje tem pouco a ver com o islamismo. Se Israel tivesse sido criada em território budista e os budistas tivessem o petróleo, seria o budismo que estaria causando confusão.
Ninguém leva em consideração, por exemplo, que o Irã era uma democracia laica, que foi derrubada por um golpe patrocinado pela CIA, que pôs no governo o Shá tirano, o que deixou espaço para oposição e resistência apenas para a elite clériga, o que levou Khomeini ao poder.
É preciso colocar também nesse equação todo o investimento da CIA no Paquistão para fomentar o fundamentalismo mais radical, que forjava os combatentes para jihad contra os soviéticos. As madrassas, escolas religiosas que funcionam como escolas de terrorismo foram financiadas com dinheiro americano nos anos 80. Naquela época Silvester Stalone era o herói que derrubava helicópteros russos com seu arco e flecha, ajudando os nobres guerreiros talibãs.
Os talibãs que eram um dos muitos grupos que disputaram o poder quando da queda de Kabul, mas que prevaleceu porque teve apoio dos americanos.
E eu já mencionei também em outro tópico a geopolítica do gasoduto que está por trás da guerra na Síria, e quem armou a brigada Al Nursa e o ESL, entre outros. Armas que agora, em grande parte, estão nas mãos do Estado Islâmico.
Não dá também para entender o radicalismo islâmico e sua face intransigente sem levar em consideração o ressentimento gerado pelo apoio do Ocidente a Israel, especialmente os Estados Unidos.
Afirmo, digo e repito: isso tudo tem pouco a ver com religião. Até a primeira metade do século 20 os árabes não estavam incomodando ninguém. E olha que eles já estavam lá há bastante tempo.