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Você é a favor da pena de morte para homicídio doloso premeditado?

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Autor Tópico: Pena de Morte  (Lida 35338 vezes)

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Offline Lakatos

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Re:Pena de Morte
« Resposta #425 Online: 18 de Junho de 2015, 10:31:34 »
Essa não é a definição de medida socioeducativa. Mas usando a sua definição, o que seria uma punição bem menor que o dano causado? Não tenho uma resposta simples para a questão, o que eu defenderia é que se definisse a pena de forma a minimizar a reincidência do crime pelo mesmo autor e a "incidência" por outros, sendo irrelevante se essa punição é menor, igual ou maior que o dano causado. Para mim, importa o resultado. Se as evidências apontarem que o que diminui mais drasticamente a sonegação fiscal é prisão perpétua, então que se aplique a prisão perpétua. Caso as evidências apontem que o mais efetivo é forçar o culpado a doar cestas básicas, então que assim seja. Acho que consegui ser claro agora.

Entendi.

Quer dizer então que se evidências mostrassem que apedrejamento para adúlteros resultasse em redução do adultério, você apoiaria, dado que é apenas o resultado que importa?

Não, pois adultério não é crime.

Não seja por isso.

Se algum estudo mostrar que prisão perpétua para injúria verbal resultasse em grande diminuição desse crime, você apoiaria a prisão perpétua para isso, dado que somente o resultado é que importa?


Se não houver nenhuma pena mais branda que seja eficaz, sim. Mas seria absurdo supor isso.

Se o estudo mostrasse que prisão perpétua é a pena que MAIS reduziria o índice de injúria verbal, você apoiaria a aplicação dessa pena para esse tipo de crime?

Não. Provavelmente isso deixaria a sociedade com um mal-estar maior do que as próprias injúrias verbais. É outra variável a se levar em conta.

Portanto, você defende (como eu) a necessidade de alguma proporcionalidade nas penas.

Isso contradiz o que você disse lá atrás, que não importava se as penas eram proporcionais ao delito, importava apenas com os 'resultados'.

Eu continuo defendendo os resultados. O fato de eu dizer o que disse no caso da injúria verbal não é por considerar que "o crime é muito brando e a pena muito dura". O que eu estou comparando não é gravidade do crime x gravidade da pena, e sim benefícios de aplicar a pena x malefícios de aplicar a pena.

Offline DDV

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Re:Pena de Morte
« Resposta #426 Online: 18 de Junho de 2015, 10:36:08 »
Essa não é a definição de medida socioeducativa. Mas usando a sua definição, o que seria uma punição bem menor que o dano causado? Não tenho uma resposta simples para a questão, o que eu defenderia é que se definisse a pena de forma a minimizar a reincidência do crime pelo mesmo autor e a "incidência" por outros, sendo irrelevante se essa punição é menor, igual ou maior que o dano causado. Para mim, importa o resultado. Se as evidências apontarem que o que diminui mais drasticamente a sonegação fiscal é prisão perpétua, então que se aplique a prisão perpétua. Caso as evidências apontem que o mais efetivo é forçar o culpado a doar cestas básicas, então que assim seja. Acho que consegui ser claro agora.

Entendi.

Quer dizer então que se evidências mostrassem que apedrejamento para adúlteros resultasse em redução do adultério, você apoiaria, dado que é apenas o resultado que importa?

Não, pois adultério não é crime.

Não seja por isso.

Se algum estudo mostrar que prisão perpétua para injúria verbal resultasse em grande diminuição desse crime, você apoiaria a prisão perpétua para isso, dado que somente o resultado é que importa?


Se não houver nenhuma pena mais branda que seja eficaz, sim. Mas seria absurdo supor isso.

Se o estudo mostrasse que prisão perpétua é a pena que MAIS reduziria o índice de injúria verbal, você apoiaria a aplicação dessa pena para esse tipo de crime?

Não. Provavelmente isso deixaria a sociedade com um mal-estar maior do que as próprias injúrias verbais. É outra variável a se levar em conta.

Portanto, você defende (como eu) a necessidade de alguma proporcionalidade nas penas.

Isso contradiz o que você disse lá atrás, que não importava se as penas eram proporcionais ao delito, importava apenas com os 'resultados'.

Eu continuo defendendo os resultados. O fato de eu dizer o que disse no caso da injúria verbal não é por considerar que "o crime é muito brando e a pena muito dura". O que eu estou comparando não é gravidade do crime x gravidade da pena, e sim benefícios de aplicar a pena x malefícios de aplicar a pena.

O que em última análise cai na proporcionalidade. Muda-se apenas o palavreado mas a coisa fica igual na prática.

 
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Offline Lakatos

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Re:Pena de Morte
« Resposta #427 Online: 18 de Junho de 2015, 10:48:46 »
Essa não é a definição de medida socioeducativa. Mas usando a sua definição, o que seria uma punição bem menor que o dano causado? Não tenho uma resposta simples para a questão, o que eu defenderia é que se definisse a pena de forma a minimizar a reincidência do crime pelo mesmo autor e a "incidência" por outros, sendo irrelevante se essa punição é menor, igual ou maior que o dano causado. Para mim, importa o resultado. Se as evidências apontarem que o que diminui mais drasticamente a sonegação fiscal é prisão perpétua, então que se aplique a prisão perpétua. Caso as evidências apontem que o mais efetivo é forçar o culpado a doar cestas básicas, então que assim seja. Acho que consegui ser claro agora.

Entendi.

Quer dizer então que se evidências mostrassem que apedrejamento para adúlteros resultasse em redução do adultério, você apoiaria, dado que é apenas o resultado que importa?

Não, pois adultério não é crime.

Não seja por isso.

Se algum estudo mostrar que prisão perpétua para injúria verbal resultasse em grande diminuição desse crime, você apoiaria a prisão perpétua para isso, dado que somente o resultado é que importa?


Se não houver nenhuma pena mais branda que seja eficaz, sim. Mas seria absurdo supor isso.

Se o estudo mostrasse que prisão perpétua é a pena que MAIS reduziria o índice de injúria verbal, você apoiaria a aplicação dessa pena para esse tipo de crime?

Não. Provavelmente isso deixaria a sociedade com um mal-estar maior do que as próprias injúrias verbais. É outra variável a se levar em conta.

Portanto, você defende (como eu) a necessidade de alguma proporcionalidade nas penas.

Isso contradiz o que você disse lá atrás, que não importava se as penas eram proporcionais ao delito, importava apenas com os 'resultados'.

Eu continuo defendendo os resultados. O fato de eu dizer o que disse no caso da injúria verbal não é por considerar que "o crime é muito brando e a pena muito dura". O que eu estou comparando não é gravidade do crime x gravidade da pena, e sim benefícios de aplicar a pena x malefícios de aplicar a pena.

O que em última análise cai na proporcionalidade. Muda-se apenas o palavreado mas a coisa fica igual na prática.

Não cai. Proporcionalidade é crime brando = pena branda, crime grave = pena dura ignorando o efeito disso na prevenção de novos crimes. Eu acho perfeitamente aceitável que um crime mais grave que outro tivesse pena mais branda, se as evidências mostrassem que isso é mais eficaz na prevenção. Portanto, de forma alguma pode-se dizer que eu defendo a proporcionalidade.

Você está forçando situações extremas com premissas fictícias extremas, nenhum sistema irá se comportar de forma perfeita assim, basta que eu faça o mesmo com você.

Por exemplo: se um estudo comprovar que aplicar pena de morte para homicídios dolosos premeditados aumenta grandemente a taxa desses crimes na sociedade, mesmo assim você a defenderia?

Aí você responde "não" e eu digo: "então, no fundo, você também é um 'preventista'."

Offline Criaturo

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Re:Pena de Morte
« Resposta #428 Online: 18 de Junho de 2015, 11:37:54 »
Ainda assim, provavelmente não será superior de maior uso de força letal pela polícia (uma das melhores aproximações naturais de pena de morte aplicada em alta freqüência -- e mesmo para crimes que nem receberiam pena de morte), e de más condições dos presídios.

Ironicamente, sistemas prisionais mais "humanizados" são os que têm maior índice de recuperação. Os presídios suecos parecem hotéis e as pessoas definitivamente não querem ir para lá.
aposto que eles devem ter também um maior índice de aproveitamento escolar mas , voltando para nossa realidade 90% dos assaltantes o são por cobiça e  preguiça de trabalhar duro, logo eles não desejam se recuperar nem trabalhar, só esperam pela liberdade de poderem continuar roubando.
Ou seja, se  o paternalismo  conseguir recuperar pessoas viciadas no crime desde criancinhas, serão a minoria, o que não amenizaria muito a violência, seria mais uma ação social humanista, a procura de recuperar "anjos caídos".
Gastar tempo e dinheiro com pessoas que não desejam ser uteis nem para elas mesma ,nem para os outros, é pura falta de respeito com as que desejam alguma ajuda neste sentido.
da mesma forma se perguntarem aos adolescente por que estudam, a maioria dirão que vão a escola obrigados pelos pais e que na escolas publicas a maioria não precisa estudar para passar de ano.
ou seja pessoas que possuem dignidade se recusam a parasitar o fruto do trabalho dos outros, ja a maioria dos ladrões o fazem por opção.
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Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Criaturo

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Re:Pena de Morte
« Resposta #429 Online: 18 de Junho de 2015, 11:39:58 »
Na vida tudo que não é a resposta esperada a uma ação de algum modo se configura em punição. É o natural num sistema virtuoso.
psicologia ?
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Offline Lakatos

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Re:Pena de Morte
« Resposta #430 Online: 18 de Junho de 2015, 11:46:17 »
voltando para nossa realidade 90% dos assaltantes o são por cobiça e  preguiça de trabalhar duro, logo eles não desejam se recuperar nem trabalhar, só esperam pela liberdade de poderem continuar roubando.

De onde você tirou esse dado? Leu em algum lugar ou apenas inventou?

Offline Criaturo

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Re:Pena de Morte
« Resposta #431 Online: 18 de Junho de 2015, 12:00:50 »
A diferença fundamental é que o punitivista defende que o "input" que gera a pena é o crime cometido, logo a pena deve ser proporcional ao crime. O "preventista" defende que a pena deva ser decidida de acordo com o que minimizará a reincidência do crime na sociedade. Por exemplo, medidas socioeducativas são "preventistas", já que o objetivo não é retribuir ao infrator a dor causada por ele, e sim reeducá-lo para que a chance de ele reincidir seja minimizada. Pena de morte é punitivista, já que o objetivo é devolver ao infrator a dor causada, não importando o efeito disso no panorama geral da sociedade.

Você apoia "medidas socioeducativas" para sonegação fiscal ou injúria racista? Chamo de "medida socioeducativa" uma punição BEM MENOR do que o dano efetivamente causado, ou a (virtual) ausência de punição, análogo ao que os "preventistas" defendem para diversos crimes graves.

Essa não é a definição de medida socioeducativa. Mas usando a sua definição, o que seria uma punição bem menor que o dano causado? Não tenho uma resposta simples para a questão, o que eu defenderia é que se definisse a pena de forma a minimizar a reincidência do crime pelo mesmo autor e a "incidência" por outros, sendo irrelevante se essa punição é menor, igual ou maior que o dano causado. Para mim, importa o resultado. Se as evidências apontarem que o que diminui mais drasticamente a sonegação fiscal é prisão perpétua, então que se aplique a prisão perpétua. Caso as evidências apontem que o mais efetivo é forçar o culpado a doar cestas básicas, então que assim seja. Acho que consegui ser claro agora.


com licença!
o maior dano social que podemos alimentar é deixar  criminosos profissionais em liberdade, eu diria que  irracionalmente e politicamente é para isso que caminha  o aumento da violência causada e incentivada  pela impunidade vivenciada por criminosos, considerando este fato que só   aumenta a violência fica quase impossível  uma ressocialização indo contra a vontade da maioria das  pessoas que desejam permanecer na vida do crime, tambem isola-las da sociedade esta ficando cada vez mais inviável.
Racionalmente a pena de morte para casos  comprovados de latrocínios, alem de impossibilitar novas reincidências poderá vir a desestimular novos roubos seguido de morte.
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Offline Criaturo

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Re:Pena de Morte
« Resposta #432 Online: 18 de Junho de 2015, 12:15:54 »
voltando para nossa realidade 90% dos assaltantes o são por cobiça e  preguiça de trabalhar duro, logo eles não desejam se recuperar nem trabalhar, só esperam pela liberdade de poderem continuar roubando.

De onde você tirou esse dado? Leu em algum lugar ou apenas inventou?
questão de observar, velhos, crianças, deficientes vendendo doces nos farois conseguem sobreviver com dignidade sendo uteis a si mesmos e a sociedade.
por outro lado vemos também pessoas sadias fisicamente, roubando ,matando e sequestrando nas ruas, isso evidencia que são criminosos parasitas sociais por por opção , cobiça e preguiça de trabalhar honestamente e não por falta de mais programas sociais.
"paternalismo bonzinho cria filhos ruinzinhos"
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Offline Lakatos

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Re:Pena de Morte
« Resposta #433 Online: 18 de Junho de 2015, 12:20:17 »
voltando para nossa realidade 90% dos assaltantes o são por cobiça e  preguiça de trabalhar duro, logo eles não desejam se recuperar nem trabalhar, só esperam pela liberdade de poderem continuar roubando.

De onde você tirou esse dado? Leu em algum lugar ou apenas inventou?
questão de observar, velhos, crianças, deficientes vendendo doces nos farois conseguem sobreviver com dignidade sendo uteis a si mesmos e a sociedade.
por outro lado vemos também pessoas sadias fisicamente, roubando ,matando e sequestrando nas ruas, isso evidencia que são criminosos parasitas sociais por por opção , cobiça e preguiça de trabalhar honestamente e não por falta de mais programas sociais.
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Ou seja, sua observação subjetiva. Quando você apresentar dados concretos para embasar o que você diz, teremos um debate.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pena de Morte
« Resposta #434 Online: 18 de Junho de 2015, 13:34:18 »
Para evitar que continuem repetindo essa mesma mentira ad nausean como se fosse verdade ("evidências mostram que pena de morte não reduz homicídios"), aqui vai alguns estudos mostrando o contrário:

 http://www.foxnews.com/story/2007/06/11/studies-death-penalty-discourages-crime.html


http://dailysignal.com/2014/10/04/capital-punishment-works-it-deters-crime/


http://www.wsj.com/articles/SB119397079767680173


Poderia-se fazer a mesma acusação, de estar se "repetindo mentiras", para esse tipo de citação, de uma minoria de estudos que encontra essa associação.

http://freakonomics.com/2006/03/04/creative-use-of-data-by-death-penalty-proponents/

http://freakonomics.com/2007/06/11/does-the-death-penalty-really-reduce-crime/

Citar
Prison Conditions, Capital Punishment, and Deterrence

    Lawrence Katz, Steven D. Levitt and Ellen Shustorovich

    Harvard University and National Bureau of Economic Research
    University of Chicago and American Bar Foundation
    City University of New York

    Send correspondence to: Steven Levitt, Department of Economics, University of Chicago, 1126 E. 59th Street, Chicago, IL 60637; E-mail: slevitt{at}midway.uchicago.edu.

Abstract

Previous research has attempted to identify a deterrent effect of capital punishment. We argue that the quality of life in prison is likely to have a greater impact on criminal behavior than the death penalty. Using state-level panel data covering the period 1950–90, we demonstrate that the death rate among prisoners (the best available proxy for prison conditions) is negatively correlated with crime rates, consistent with deterrence. This finding is shown to be quite robust. In contrast, there is little systematic evidence that the execution rate influences crime rates in this time period.



Citar
Uses and Abuses of Empirical Evidence in the Death Penalty Debate
John J. Donohue III, Justin Wolfers

NBER Working Paper No. 11982
Issued in January 2006
NBER Program(s):   LE

Does the death penalty save lives? A surge of recent interest in this question has yielded a series of papers purporting to show robust and precise estimates of a substantial deterrent effect of capital punishment. We assess the various approaches that have been used in this literature, testing the robustness of these inferences. Specifically, we start by assessing the time series evidence, comparing the history of executions and homicides in the United States and Canada, and within the United States, between executing and non-executing states. We analyze the effects of the judicial experiments provided by the Furman and Gregg decisions and assess the relationship between execution and homicide rates in state panel data since 1934. We then revisit the existing instrumental variables approaches and assess two recent state-specific execution morartoria. In each case we find that previous inferences of large deterrent effects based upon specific examples, functional forms, control variables, comparison groups, or IV strategies are extremely fragile and even small changes in the specifications yield dramatically different results. The fundamental difficulty is that the death penalty -- at least as it has been implemented in the United States -- is applied so rarely that the number of homicides that it can plausibly have caused or deterred cannot be reliably disentangled from the large year-to-year changes in the homicide rate caused by other factors. As such, short samples and particular specifications may yield large but spurious correlations. We conclude that existing estimates appear to reflect a small and unrepresentative sample of the estimates that arise from alternative approaches. Sampling from the broader universe of plausible approaches suggests not just "reasonable doubt" about whether there is any deterrent effect of the death penalty, but profound uncertainty -- even about its sign.


Um estudo sugere que a pena de morte tem e não tem efeito de intimidação mesmo nos EUA, de acordo com a taxa de execução do estado. Naqueles onde não intimida, por algum motivo é associada a um número maior de homicídios, do que não haver pena de morte. Então a conclusão é que pena de morte tem que ser mais massiva, quanto mais se aproximar do modelo comunista, melhor.

Offline DDV

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Re:Pena de Morte
« Resposta #435 Online: 18 de Junho de 2015, 16:03:31 »
Estatísticas requerem estudos com algum controle (coorte, com aplicação diferenciada de penas diferentes a grupos homogêneos). Como esse tipo de abordagem é inviável por questões legais, políticas e éticas, ficamos apenas com estatísticas feitas sem nenhum tipo de controle, sem uma causalidade mínima estabelecida, com zilhões de variáveis diferentes influindo, sem análise temporal, etc.

Se for possível fazer estudos com um mínimo de controle, tal qual os ensaios clínicos ou os testes feitos por psicólogos 'behavioristas', eu sou totalmente a favor de basear as penas inteiramente em análises estatísticas. Inclusive acredito que minha tese que que as penas devem ser proporcionais aos crimes teriam apoio estatístico.
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Offline DDV

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Re:Pena de Morte
« Resposta #436 Online: 18 de Junho de 2015, 16:06:59 »
Eu só acho engraçado a forma como os contrários a pena de morte apresentam a questão, como se sua suposta ineficácia para prevenir homicídios fosse uma certeza já comprovada e sacramentada, quando na realidade a coisa está longe disso.

Acho isso uma auto-ilusão baseada em wishful thinking ou desonestidade intelectual.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pena de Morte
« Resposta #437 Online: 18 de Junho de 2015, 16:17:44 »
Está no mínimo longe de ser provado também o contrário, sendo aparentemente menor o efeito do que más condições de presídio, então, "tu quoque".

Offline Lakatos

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Re:Pena de Morte
« Resposta #438 Online: 18 de Junho de 2015, 16:19:10 »
Eu só acho engraçado a forma como os contrários a pena de morte apresentam a questão, como se sua suposta ineficácia para prevenir homicídios fosse uma certeza já comprovada e sacramentada, quando na realidade a coisa está longe disso.

Acho isso uma auto-ilusão baseada em wishful thinking ou desonestidade intelectual.

Aqui foi o contrário, foi você quem propôs que a situação é inquestionável e acusou o lado oposto de disseminar mentiras, ignorando a existência de estudos com conclusões contrárias aos que você postou.

Offline Criaturo

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Re:Pena de Morte
« Resposta #439 Online: 18 de Junho de 2015, 16:23:18 »
voltando para nossa realidade 90% dos assaltantes o são por cobiça e  preguiça de trabalhar duro, logo eles não desejam se recuperar nem trabalhar, só esperam pela liberdade de poderem continuar roubando.

De onde você tirou esse dado? Leu em algum lugar ou apenas inventou?

questão de observar, velhos, crianças, deficientes vendendo doces nos farois conseguem sobreviver com dignidade sendo uteis a si mesmos e a sociedade.
por outro lado vemos também pessoas sadias fisicamente, roubando ,matando e sequestrando nas ruas, isso evidencia que são criminosos parasitas sociais por por opção , cobiça e preguiça de trabalhar honestamente e não por falta de mais programas sociais.
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Ou seja, sua observação subjetiva. Quando você apresentar dados concretos para embasar o que você diz, teremos um debate.

pratica realista e objetiva esqueçamos a pesquisas e dados manipulados pelo governo  e deixemos os bandidos  falarem por sim mesmos:

<a href="http://www.youtube.com/v/NM_lY0wteQE&amp;feature=youtu.be" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/NM_lY0wteQE&amp;feature=youtu.be</a>

« Última modificação: 18 de Junho de 2015, 17:11:53 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pena de Morte
« Resposta #440 Online: 18 de Junho de 2015, 16:35:53 »
Também não sei se todos os estudos incorrem nos problemas mencionados pelo DDV*, provavelmente não, embora não devam chegar a ser também como estudos "laboratoriais", cuja relevância para a realidade de qualquer forma talvez fosse até mais questionável.

* e se os que ele aponta como favoráveis não apresentam exatamente mesmas falhas -- certamente têm falhas apontadas por estudiosos da área, como nos links e artigo que citei.

Offline DDV

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Re:Pena de Morte
« Resposta #441 Online: 18 de Junho de 2015, 16:48:43 »
Também não sei se todos os estudos incorrem nos problemas mencionados pelo DDV*, provavelmente não, embora não devam chegar a ser também como estudos "laboratoriais", cuja relevância para a realidade de qualquer forma talvez fosse até mais questionável.

* e se os que ele aponta como favoráveis não apresentam exatamente mesmas falhas -- certamente têm falhas apontadas por estudiosos da área, como nos links e artigo que citei.

Peguemos por exemplo a Indonésia: o país é pobre (não é a riqueza), é desigual (não é a igualdade), não tem alto IDH (não é a qualidade de vida), tem uma das menores taxas de homicídios intencionais no mundo. Possui pena de morte, aplica-a com frequência e é rigorosa com todo tipo de crime.

Se eu citar a Indonésia como exemplo da eficácia de penas duras, irão dizer que é assim por causa do islamismo, da cultura e do caralho a quatro, mas a pena de morte e o rigor nas penas?? Nãaaaaooo....


Ou seja, ambos os lados tem exemplos e contra-exemplos, que podem ser atribuídos ao tipo de penalidade aplicada ou a zilhões de outros fatores. Nenhum lado tem estudos com um mínimo de controle de variáveis, mas APENAS um dos lados alardeia que sua tese é comprovada e sacramentada.



« Última modificação: 18 de Junho de 2015, 16:51:28 por DDV »
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Re:Pena de Morte
« Resposta #442 Online: 18 de Junho de 2015, 16:54:13 »
Também não sei se todos os estudos incorrem nos problemas mencionados pelo DDV*, provavelmente não, embora não devam chegar a ser também como estudos "laboratoriais", cuja relevância para a realidade de qualquer forma talvez fosse até mais questionável.



 :stunned:


Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pena de Morte
« Resposta #443 Online: 18 de Junho de 2015, 17:52:44 »
Eu não lembro de ter visto estudos sobre o que acontece na Indonésia especificamente, e sem isso é apenas uma correlação superficial, você não pode só dizer que isso se dá por pena de morte e bater o pé que é isso sim.

Desde "cultura" a fatores mais diretos, como diferenças na eficiência da polícia e judiciário, até características de ação policial, que pode usar mais comumente de força letal, que seria uma intimidação mais direta do que a chance de talvez ser executado, se for preso. Más condições dos presídios, também.

Os estudos sobre o tema ao menos tentam ser melhores que isso, e parece que de modo geral não são favoráveis, mesmo os que fazem análises internacionais.



Sem cherry-picking:










Também não sei se todos os estudos incorrem nos problemas mencionados pelo DDV*, provavelmente não, embora não devam chegar a ser também como estudos "laboratoriais", cuja relevância para a realidade de qualquer forma talvez fosse até mais questionável.



 :stunned:


Se você assume que é possível reproduzir em laboratório o que se passaria realmente na cabeça de uma pessoa prestes a matar outra, então vai estranhar mesmo. Se você acha que isso não é possível de ser posto em prática, então a relevância de qualquer estudo laboratorial deve ser bastante limitada.

A melhor aproximação possível talvez fosse criar condições que de fato tentassem a pessoa a cometer alguma outra ação, não homicídio ou grave agressão, sob risco de uma punição real, que não seria no entanto, "morte". E daí supor que a diferença é apenas uma questão de grau, que homicídio é igual a roubar bolachas impulsivamente quando se está com fome, ou algo assim, e que, assim como isso talvez seja prevenido por deixar de ganhar vinte reais, mas não cinco, ou uma "pena alternativa", homicídio deixaria de ser cometido com pena de morte, mas nem tanto com outras. Eu tenho minhas dúvidas de que isso aproxima suficientemente.




Fiquei curioso em procurar:

Citar
An experimental test of the deterrence hypothesis

Crime has to be punished, but does punishment reduce crime? We conduct a neutrally framed laboratory experiment to test the deterrence hypothesis, namely that crime is weakly decreasing in deterrent incentives, i.e. severity and probability of punishment. In our experiment, subjects can steal from another participant's payoff. Deterrent incentives vary across and within sessions. The across subject analysis clearly rejects the deterrence hypothesis: except for very high levels of incentives, subjects steal more the stronger the incentives. We observe two types of subjects: selfish subjects who act according to the deterrence hypothesis and fair-minded subjects for whom deterrent incentives backfire.


Eu acho que a punição provavelmente não era física em um experimento moderno, e então resolvi procurar mais. (Ao mesmo tempo, a situação laboratorial muitas vezes pode acabar sendo mais um "joguinho", uma brincadeira, do que algo que se considerasse típico do comportamento da pessoa, se generalizasse para outras coisas, exceto talvez jogar baralho). Esta página resuma uma série de observações sobre o efeito de punição corporal, possivelmente mais efetiva do que prisão:

Citar
http://www.albany.edu/~grn92/jp13.html

In Sum...

We have seen that deterrence researchers have failed to review the relevant research concerning the deterrent effects of acutely painful punishment. The claim that "nothing works" is not supported by the research evidence on corporal punishment in the laboratory.

In contrast, when research on corporal punishment in criminal justice has been conducted, it has been interpreted in a biased fashion, particularly in a way that favored prison as a punishment. Social scientists' conclusions were invariably that corporal punishment should be abolished because it could not be demonstrated to have a deterrent effect. Yet when similar results were reviewed for the effects of prison as a deterrent, the conclusion that prison should be abolished was never drawn.

Finally, we saw that there are some situations in which individual deterrent techniques were not too different from the position advanced by the old retributivists, in which the aim was to punish only a specific piece of behavior, leaving the individual untouched.

Undoubtedly, there are other areas of overlap between the retributive and utilitarian positions. Another identified in an earlier chapter was that between the educative function of retribution in punishing by analogy and the deterrent function of punishing by example. Clearly, there may be room for some accommodation. It is to be hoped that, with our new found knowledge of the role of pain in punishment, and the varieties of pain and punishments that are truly available to us, these areas of accommodation will be researched in more depth in the years to come.

For the moment, there is a great need for experimentation in punishment, and to summon the courage to try some creative sentencing.





Offline Buckaroo Banzai

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Re:Pena de Morte
« Resposta #444 Online: 20 de Junho de 2015, 18:53:18 »
Se eu citar a Indonésia como exemplo da eficácia de penas duras, irão dizer que é assim por causa do islamismo, da cultura e do caralho a quatro, mas a pena de morte e o rigor nas penas?? Nãaaaaooo....

Deixando de lado o problema de só declarar arbitrariamente um fator como sendo o causal, que já mencionei antes: por acaso achei algo interessante, coincidentemente possivelmente relacionado a diferenças culturais relevantes aqui, baseado em estudos psicológicos, apenas talvez não todos laboratoriais/experimentais, além de não diretamente referentes a essa questão (mas talvez já melhores do que os experimentos que eu consegui imaginar):

Citar
http://www.psychologicalscience.org//video/do-scare-tactics-work-a-meta-analytic-test-of-fear-appeal-theories.html

[...]

We found a positive, linear effect of fear on overall intentions/behavior and a positive effect of including an efficacy message. Fear appeals are also more effective for one-time-only behaviors (e.g., screenings) vs. repeated behaviors (e.g., dieting), and for detection behaviors (e.g., screenings) vs. prevention/promotion behaviors (e.g., vaccines), as predicted by Rothman and Salovey’s theory of gain- and loss-framed messages. Finally, as predicted based on Regulatory Focus Theory, fear was more effective in prevention-focused populations. Fear was significantly more effective in East Asian (vs. Western) countries, in all-female (vs. all-male) samples, and in samples with higher proportions of Asian or female participants.


Então talvez a diferença cultural possa ironicamente até ser de que, para eles, pena de morte funciona melhor como intimidação do que para pessoas com uma mentalidade diferente, "ocidentais", principalmente "homens" (a maioria dos que seriam alvo da medida).

Mas o assunto específico aí não era prevenção de crime, mas comportamento saudável, então talvez não se generalize tanto.

Offline Criaturo

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Re:Pena de Morte
« Resposta #445 Online: 28 de Julho de 2015, 18:50:27 »
Com pena de morte certamente teremos alguns inocentes mortos mas,  sem ela ai sim! continuaremos tendo milhares de inocentes  mortos.
Bandido diz pau nas vitimas  :bandido:, chega de mimimimi    :'(  ta na hora de dizermos pau nos bandidos! :chicote:

 :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Brienne of Tarth

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Re:Pena de Morte
« Resposta #446 Online: 29 de Julho de 2015, 12:47:20 »
"The revenge is  mine, said The Lord..."   :twisted:
GNOSE

Offline Sergiomgbr

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Re:Pena de Morte
« Resposta #447 Online: 29 de Julho de 2015, 12:54:40 »
Por que, objetivamente, não se deve matar outrem? Eis a questão.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Lorentz

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Re:Pena de Morte
« Resposta #448 Online: 29 de Julho de 2015, 13:47:14 »
Por que, objetivamente, não se deve matar outrem? Eis a questão.

Porque o maior direito de cada indivíduo é a vida, segundo a constituição. Se você tira a vida como punição de quem tirou a vida de alguém, você entra em contradição e o Windows trava.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Johnny Cash

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Re:Pena de Morte
« Resposta #449 Online: 29 de Julho de 2015, 13:51:43 »
Por que, objetivamente, não se deve matar outrem? Eis a questão.

Porque o maior direito de cada indivíduo é a vida, segundo a constituição. Se você tira a vida como punição de quem tirou a vida de alguém, você entra em contradição e o Windows trava.

Pq entra em contradição? Onde há a incompatibilidade lógica?

 

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