Eu não lembro de ter visto estudos sobre o que acontece na Indonésia especificamente, e sem isso é apenas uma correlação superficial, você não pode só dizer que isso se dá por pena de morte e bater o pé que é isso sim.
Desde "cultura" a fatores mais diretos, como diferenças na eficiência da polícia e judiciário, até características de ação policial, que pode usar mais comumente de força letal, que seria uma intimidação mais direta do que a chance de talvez ser executado, se for preso. Más condições dos presídios, também.
Os estudos sobre o tema ao menos tentam ser melhores que isso, e parece que de modo geral não são favoráveis, mesmo os que fazem análises internacionais.
Sem cherry-picking:
Também não sei se todos os estudos incorrem nos problemas mencionados pelo DDV*, provavelmente não, embora não devam chegar a ser também como estudos "laboratoriais", cuja relevância para a realidade de qualquer forma talvez fosse até mais questionável.
Se você assume que é possível reproduzir em laboratório o que se passaria realmente na cabeça de uma pessoa prestes a matar outra, então vai estranhar mesmo. Se você acha que isso não é possível de ser posto em prática, então a relevância de qualquer estudo laboratorial deve ser bastante limitada.
A melhor aproximação possível talvez fosse criar condições que de fato tentassem a pessoa a cometer alguma outra ação, não homicídio ou grave agressão, sob risco de uma punição real, que não seria no entanto, "morte". E daí supor que a diferença é apenas uma questão de grau, que homicídio é igual a roubar bolachas impulsivamente quando se está com fome, ou algo assim, e que, assim como isso talvez seja prevenido por deixar de ganhar vinte reais, mas não cinco, ou uma "pena alternativa", homicídio deixaria de ser cometido com pena de morte, mas nem tanto com outras. Eu tenho minhas dúvidas de que isso aproxima suficientemente.
Fiquei curioso em procurar:
An experimental test of the deterrence hypothesis
Crime has to be punished, but does punishment reduce crime? We conduct a neutrally framed laboratory experiment to test the deterrence hypothesis, namely that crime is weakly decreasing in deterrent incentives, i.e. severity and probability of punishment. In our experiment, subjects can steal from another participant's payoff. Deterrent incentives vary across and within sessions. The across subject analysis clearly rejects the deterrence hypothesis: except for very high levels of incentives, subjects steal more the stronger the incentives. We observe two types of subjects: selfish subjects who act according to the deterrence hypothesis and fair-minded subjects for whom deterrent incentives backfire.
Eu acho que a punição provavelmente não era física em um experimento moderno, e então resolvi procurar mais. (Ao mesmo tempo, a situação laboratorial muitas vezes pode acabar sendo mais um "joguinho", uma brincadeira, do que algo que se considerasse típico do comportamento da pessoa, se generalizasse para outras coisas, exceto talvez jogar baralho). Esta página resuma uma série de observações sobre o efeito de punição corporal, possivelmente mais efetiva do que prisão:
http://www.albany.edu/~grn92/jp13.html
In Sum...
We have seen that deterrence researchers have failed to review the relevant research concerning the deterrent effects of acutely painful punishment. The claim that "nothing works" is not supported by the research evidence on corporal punishment in the laboratory.
In contrast, when research on corporal punishment in criminal justice has been conducted, it has been interpreted in a biased fashion, particularly in a way that favored prison as a punishment. Social scientists' conclusions were invariably that corporal punishment should be abolished because it could not be demonstrated to have a deterrent effect. Yet when similar results were reviewed for the effects of prison as a deterrent, the conclusion that prison should be abolished was never drawn.
Finally, we saw that there are some situations in which individual deterrent techniques were not too different from the position advanced by the old retributivists, in which the aim was to punish only a specific piece of behavior, leaving the individual untouched.
Undoubtedly, there are other areas of overlap between the retributive and utilitarian positions. Another identified in an earlier chapter was that between the educative function of retribution in punishing by analogy and the deterrent function of punishing by example. Clearly, there may be room for some accommodation. It is to be hoped that, with our new found knowledge of the role of pain in punishment, and the varieties of pain and punishments that are truly available to us, these areas of accommodation will be researched in more depth in the years to come.
For the moment, there is a great need for experimentation in punishment, and to summon the courage to try some creative sentencing.