O capitalismo está em crise terminal.
Sabe-se lá o que virá depois, mas não pode ser pior.
Pode ser pior sim.
A URSS já mostrou isto.
Acho que pode ser pior sim. Pode ser bem ruim, só que de formas diferentes. Pense numa espécie de monarquia industrial onde alguns poucos privilegiados são donos da poucas indústrias que fabricam praticamente tudo e manda em tudo. Este é um cenário bem possível.
E puxando já o gancho da URSS, do Geotecton, mas por outro motivo, o que está ocorrendo agora é basicamente o mesmo que ocorreu com a URSS. As sociedades, acompanhando a evolução exponencial tecnológica, tem se tornado cada vez mais complexa. Uma lei dos sistemas é justamente esta, que eles tendem sempre a aumentar a sua complexidade. A URSS não conseguiu se adaptar a este aumento da complexidade e colapsou, ao manter o paradigma antigo de enorme centralização da informações e da decisões. O Capitalismo se adaptou, principalmente ao incorporar as tecnologias informacionais, com a criação da internet etc... (interessante que a URSS passou perto disto, mas deu mole, perdeu a grande chance de ganhar a Guerra Fria). Porém, o nível de complexidade agora está indo além da capacidade dos mercados e das democracias representativas de administrar tudo isto, tenho quase 100% de certeza de que não conseguirá se adaptar mais uma vez ao atual salto de complexidade experimentado desde os anos 70 principalmente. Por isto, também irá deixar de ser funcional na pratica nas próximas décadas.
https://motherboard.vice.com/pt_br/article/8qm4xv/a-sociedade-e-complicada-demais-para-ter-um-presidente-sugere-a-matemtica
Eu ouvi falar isso, de que URSS não se focou na Informática, mas mas na indústria bélica, astronáutica, etc, e aí então começou a perder competitividade contra os EUA.
O primário não é o foco que a indústria teve, mas o fato de não ser guiada pelo mercado. É o mercado em si a "tecnologia de informação" que fez a diferença.
Esses problemas atuais parecem ter muito a ver não com uma complexidade inerente ao mercado, mas simplesmente a produtos meio "piramidais" redes de seguros segurando seguros que seguram seguros que seguram os primeiros seguros, e no fim das contas ninguém está segurado em nada. Os "derivados de destruição em massa", de Warren Buffett. Mas sei lá.
"Evolution predicts that different sets of character data should still give the same phylogenetic trees. This has been confirmed informally myriad times and quantitatively, with different protein sequences, by Penny et al. (1982)."
Fonte: http://www.talkorigins.org/indexcc/CA/CA210.html
Esse talk.origins, e falando de cientificidade, sugere uma forma mais interessante de abordar a cientificidade de escolas econômicas, ou teorias em particular: quais observações
possivelmente refutariam seus postulados?
Isso independe do que quer que tenha se baseado para formular uma dada hipótese, pode ter sido matemática, praxiologia, ou búzios.
É mais no cerne de cientificidade do que falar coisas como "a 'teoria da evolução' também não prevê se o papagaio vai virar um papagaio-rex ou um beija-flor em um milhão de anos, mas é considerada científica, então X também pode ser".
Mas, evidentemente, tal prova tem que ser empírica, não pode ser o próprio refraseamento da equação lógica inicial, isso seria pura circularidade.
O pessoal não assume o básico: não existe liberdade e, se não existe a liberdade, o sistema econômico que possui sua principal premissa na liberdade (agentes econômicos livres para decidirem), está fadado a ser estruturalmente ruim para explicar a realidade e para chegar ao resultado ótimo.
http://www.desajustado.org/2012/10/24/o-meu-problema-com-libertarianismo/
É claro que existe liberdade, existem graus de liberdade. Os agentes econômicos decidem de acordo com seus graus de liberdade/possibilidade e julgamentos individuais. Isso não necessariamente resultará no "ótimo", mas é a realidade, então qualquer proposta de explicar a realidade tem que levar isso em consideração.
Não faz sentido algum tentar negar isso na abordagem desse tema, muito menos com o contra-argumento de que o cérebro é físico-químico e então não existem fantasmas capazes de livre decisão "pura", isso é absolutamente irrelevante para o que estamos considerando como "escolha".
É até algo bem próximo a hereditariedade e reprodução diferencial para explicação da adaptação na evolução biológica (que incluirá a evolução de parasitas, relações predatórias, e talvez até extinções, e não cenários como aqueles das pinturas de revistinhas de testemunhas de Jeová). Não importa imediatamente em que se baseia a hereditariedade, e nem que os organismos se comportem instintivamente, "roboticamente", ou mesmo sem isso, para os não-animais.