Acontece que você se baseia em crenças religiosas. Num suposto criador cuja existência você não pode provar e aceita pela fé.
Você diz, Crenças Religiosas, com um certo horror, como se isso fosse uma doença.
Não existe nada de negativo em se ter uma crença religiosa, desde que sincera e dentro de padrões cultos e civilizados.
Quem acredita sem provas, ainda que em coisas inofensivas, desligou a razão e abriu as portas para todo tipo de crença absurda e nociva.
A civilização avança à medida em que o bom senso e a ética humanista se sobrepõem à crença cega em entidades invisíveis e indetectáveis.
O maior equívoco do cético é quando ele diz que os crentes não necessitam provas e então aceitam aqueles valores cegamente.[/quote]
Está ai o cerne deste tipo de debate.
O que o cético chama de prova seriam aqueles dados que pudessem caber em equações, microscópios, espectrógrafos, etc.
Caramba! Isto é bom para vermes, partículas, coníferas e asteroides.
As provas para o crente está na percepção que se desenvolve a partir do momento em que ele
admite a possibilidade!. Isto é fundamental e por incrível que pareça é componente importante na metodologia científica, pois se não se pode provar que algo não existe,
admite-se que possa existir; não se nega ou recusa, a priori.
Então os fatos que para o crente se tornam concretos, são desprezados ou invisíveis aos céticos. Isto não pode ser compreendido pelo cético, daí ele fala em "crença cega".
Mas, como já disse, existem crentes que pautam sua fé numa razão que transcende à mera análise intelectual, e outros que sequer sabem o que seja isto e creem, por tradição, osmose ou conveniência.
Alegar falácia do escocês é não estar à altura do debate.
Se você não precisa de justificativas racionais, o que vai lhe impedir de praticar sacrifícios humanos se a sua superstição assim o determinar?
O que garante que toda crença irracional será limitada por padrões "cultos e civilizados"?
Você se acha capaz de determinar o que o seu deus considera "culto e civilizado"?
A cultura intelectual e os padrões da civilização são critérios que se combinam em perfeita harmonia, mas não garantem de forma absoluta o comportamento ético/moral. A Grécia e a Roma antigas são exemplos de cultura e civilização decantados pelos historiadores, mas os vícios e depravações se incumbiram de levá-las ao declínio total.
Então, os valores da civilização e da cultura se não se fizerem acompanhar por iguais princípios de respeito à ética e moralidade, não serão suficientes para obstar comportamentos irracionais, elencados nos manuais da psicopatologia.
Nos dias de hoje os sofrimentos do homem provém de criaturas sem qualquer noção de religião, com ambição desmedida, sede de poder, ou então fanáticos perversos.
Veja, os estupradores, os terroristas, trombadinhas, não são pessoas que ao fim de um dia de trabalho erguem suas preces a Deus e a Ele confiam seu justo descanso.
Pode provar?
Precisa?
O crente religioso é qualquer indivíduo que admite a existência de um Deus, mas jamais colocou este Deus efetivamente em sua vida.
Apenas a fé raciocinada é capaz de transformar um crente religioso em um homem com uma fé religiosa.
Que definição conveniente...
Quer dizer que o cara que dá a própria vida por sua fé, como os homens-bomba, não "colocou Deus em sua vida"?
Bom exemplo, este. O fanatismo do EI não promete o paraíso, sim um paraíso com 72 virgens e todo o tipo de gozo terreno. Veja que os milionários do petróleo, mesmo sendo muçulmanos não querem este paraíso; já o possuem na terra.
O Islamismo não prega o terrorismo; mas infelizmente não o combate como devia.
A ciência não sabe como surgiu o universo. Ela só explica o que aconteceu depois que ele surgiu.
"Deus" não é uma hipótese científica.
Nem precisa ser; a ciência,
ante os grandes enigmas da natureza se vê obrigada a calar-se ou criar teorias e mais teorias.
Embora nisto não haja demérito algum, pois todo o progresso, conforto e segurança da civilização moderna vem de seus esforçados cientistas, todavia deveria servir para mostrar aos
cientólatras que existem mais coisas entre a Dilma e o Moro que supõe sua vã filosofia.
[/quote]
A ciência não "se vê obrigada a calar", ela apenas se limita àquilo que pode demonstrar com fatos e evidências.
E, sim, ela se ajusta à medida em que surgem novos fatos e evidências.
Admitir a própria ignorância não implica em admitir que há um criador, um "deus das lacunas" que explique o que não sabemos.
Por isto eu disse: os grandes enigmas da vida e da natureza são impenetráveis à ciência. E são estes enigmas que produzem os céticos.
Ao contrário dos religiosos, que acham virtude acreditar sem ter visto.
Que acham que independem dos fatos e evidências. Que continuam acreditando até mesmo diante de evidência em contrário.
Quais seriam essas evidências em contrário?