Autor Tópico: Crer ou não crer, eis a questão  (Lida 32087 vezes)

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Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #375 Online: 18 de Abril de 2016, 18:43:14 »
Você acha que falar que "as refutações são fracas" é uma argumentação forte?  :lol:
Olá Johnny; não é tanto uma argumentação forte, de fato. Mas quando eu trouxe a idéia do ID à moda da casa, todos disseram que aquilo já estava cansativo e fora "devidamente refutado". Andei pesquisando no FCC e as refutações consistem em pedir dados e provas sobre este ou aquele ponto específico, mas provar que este ou aquele ponto específico trazido, estava errado, nem uma vez.
Mesmo a teoria do Ajuste Fino tem, até hoje, confrontações homéricas na net... nada se prova.

Se todos nós, céticos e teístas chegássemos à conclusão de que se o Projetista existisse, seria impossível comprová-lo cientificamente, então, começaríamos a dar mais força e sustentação a argumentos que sugerissem ou intuíssem àquela possibilidade.

O Gigaview costuma dizer que a aceitarmos a "fantasia" de um Deus, abriremos espaço para as demais... bicho papão, papai noel, mula sem cabeça, etc.
Isto porque confunde possibilidades racionais, com fantasias e delírios "da carochinha". No primeiro caso, um adulto saudável e inteligente pode admitir a existência de um Projetista, já no segundo caso, "as carochinhas", ninguém em sã consciência admite tal possibilidade.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #376 Online: 18 de Abril de 2016, 18:50:15 »
Mas é exatamente isso. Não é só a versão com a terminologia eufemista e cheia de arbitrariedades que não foi refutada.

Tudo que qualquer um inventar para explicar as coisas com mágica, não é "imediatamente" refutado. E é muito fácil ser inerentemente irrefutável. É assim com criacionismo ou "ajuste fino" do universo. Seja algo com as arbitrariedades tradicionais, como só um super-cara, ou com um número arbitrário de super-caras, ou com super-computadores ou super-aranhas em vez de super-caras. Ou mágica sem super-entes zoomorfos.

Cabe aos criacionistas prover alguma forma de refutar o que eles consideram ser científico. A quem não se interessa por confabulações fantasiosas, só resta expor aquilo que se tem como fatos, que nunca refutarão plenamente o irrefutável. De vez em quando se dá um passo além e tenta fazer esse trabalho por eles, mas isso é inversão do ônus da prova voluntária, por caridade.

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #377 Online: 18 de Abril de 2016, 19:01:24 »
Andei pesquisando no FCC e verifiquei alguns das refutações ao ID, fracas por sinal, que desde o princípio foi pedra de toque nos meus argumentos.
Não era eu um crente que encontrou mais tarde o ID para se sentir mais racional.
Não; eu era um ateu que se espantou com as inúmeras "coincidências" que povoam as leis universais e aquelas que possibilitam a vida na Terra.
 
Nós somos a forma de vida possível nas atuais condições da Terra.
Quando a vida surgiu, num oceano de água fervente e atmosfera sulfurosa sem oxigênio, ela era bem diferente.

Se a Terra fosse diferente, seríamos diferentes. E haveria um bando de crentes dizendo que o planeta foi feito assim para que eles pudessem existir daquele jeito.

Se a Terra fosse diferente, talvez não existíssemos..

Mas, meu caro Fernando, tudo o que vc disse está correto. Se a Terra fosse diferente seríamos diferentes, Sim.
Digamos que a força da gravidade da terra fosse um certo tanto maior que a atual; como consequência nós teríamos uma estatura menor e músculos mais consistentes. Só que, se fosse assim, a gravidade maior, é porque estaríamos mais próximos do sol, a massa do planeta seria maior, então não haveria ninguém loirinho, mas todos "tostadinhos" :P
A Teoria do Ajuste Fino, que embasa um certo tipo de Criacionismo, diz que certas grandezas, entre elas a gravidade, a distancia terra-sol, a massa, a rotação, a inclinação da órbita, etc são grandezas que não sofrem alterações significativas, pois comprometeriam a existência da vida na Terra.

Não somos causa, somos consequência. Talvez temporária
Eu diria que uma e outra coisa. Somos o projeto da criação submetido às leis da Evolução. Este o elo entre a ciência e a fé raciocinada.

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #378 Online: 18 de Abril de 2016, 19:22:50 »
Mas é exatamente isso. Não é só a versão com a terminologia eufemista e cheia de arbitrariedades que não foi refutada.

Tudo que qualquer um inventar para explicar as coisas com mágica, não é "imediatamente" refutado. E é muito fácil ser inerentemente irrefutável. É assim com criacionismo ou "ajuste fino" do universo. Seja algo com as arbitrariedades tradicionais, como só um super-cara, ou com um número arbitrário de super-caras, ou com super-computadores ou super-aranhas em vez de super-caras. Ou mágica sem super-entes zoomorfos.

Buckaroo; se entendi corretamente, vc quis dizer que, as teorias ou hipóteses subjetivas ou metafísicas não podem ser refutadas científicamente, mas também não podem ser comprovadas, do mesmo modo.
É isso mesmo?

Cabe aos criacionistas prover alguma forma de refutar o que eles consideram ser científico. A quem não se interessa por confabulações fantasiosas, só resta expor aquilo que se tem como fatos, que nunca refutarão plenamente o irrefutável. De vez em quando se dá um passo além e tenta fazer esse trabalho por eles, mas isso é inversão do ônus da prova voluntária, por caridade.

Vamos por parte; "o que os criacionistas consideram ser científicos".

São as grandezas que de um modo geral podem ser encontradas na Teoria do Ajuste Fino. Sem considerar aspectos cosmológicos, apenas aqueles que se referem ao nosso sistema solar, todas as grandezas, no caso, argumentos científicos que são aceitos unanimemente, tais como a massa do planeta, sua distancia ao sol, sua inclinação de eixo, sua órbita e gravidade não são casuais e sim exclusivas, pois alterações nelas implicaria na inexistência da vida.
Veja, companheirão, até a química, nossa querida tabela periódica, nos mostra que as propriedades de seus elementos, combinando com as grandezas referidas, possibilitam a existência de uma atmosfera e da água... milagres da vida.

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #379 Online: 18 de Abril de 2016, 20:23:43 »

Mas mesmo apenas "ajuste fino", sem tentar levar criacionismo clássico nas costas, ainda tem o problema fundamental de que o que se tem é um óasis num grão de areia no universo, que, em geral, não é então finamente ajustado para a vida. É largamente estéril. Era de se esperar que um super-cara que tivesse o poder de criar tudo isso, as leis físicas inclusive, não precisasse fazer algo tão restritivo, tão vazio, se o objetivo somos nós, ou a vida. Poderia ser um universo-terra plana, e vida nem ser algo mecânico, mas "mágico". Seja por ser um "elemento químico" que compõe exclusivamente, ou uma "energia" que carrega qualquer coisa com "vida". Não há necessidade de "robôs" feitos de células, ou mesmo de células. A mecânica da vida só faz sentido como um fenômeno físico, que não apresenta qualquer indício de invenção. Ou, na melhor das hipóteses, de um colossal "jogo da vida",  arbitrariamente concebido para criar vida assim, espontaneamente, mecanicamente, em vez de arbitrariamente, "inerentemente".

Buckaroo, eu insisto num ponto: a realidade para quem é mais sensível aos desafios lógicos que apresenta, precisa ter explicação. A mente assim o exige.
Quando essa mente, investigadora, procura respostas se servindo dos instrumentos disponívels ordinariamente, se verá frustrada no seu intento.
Então, como já disse, torna-se descrente, pois não vê saída que não seja, aceitar o que as religiões ensinam ou colocar um ponto final nas buscas e seguir em frente.

Agora, imagine um cientista, ou um pequeno grupo deles que, sentindo que existe algo, para além dos recursos da ciência, como procederia para não escandalizar sua comunidade ou ser por ela excluído como alguém perigosamente místico.
Certamente se muniria do jargão científico, como uma roupagem aceitável para suas teorias ou crenças.
Existe um importante cientista que pesquisou sobre um tema muito difundido e até estudado por outros de seus companheiros. 
Trata-se do Dr Robert Lanza que defende o “O biocentrismo: Como a vida e a consciência são as chaves para entender a natureza do Universo” que ele considera uma alternativa científica para a Reencarnação.
É importante salientar que este cientista não é um qualquer; goza de bom nome e respeito entre os seus.
Leia com atenção o conteúdo do link e depois voltemos a falar.

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjolYesqJnMAhXMgpAKHahOD_MQFgg1MAU&url=http%3A%2F%2Fwww.duniverso.com.br%2Fcientistas-comprovam-reencarnacao-humana%2F&usg=AFQjCNHBtoLvKpurFVZsci2ubjqgbe06aw&bvm=bv.119745492,d.Y2I

 

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #380 Online: 18 de Abril de 2016, 23:40:44 »
Existe uma considerável porção de cientistas respeitados, até renomados, que fizeram contribuições mais fundamentais do que as desse cara (que deve ser mais conhecido por isso, como muitas vezes é o caso), que dão as mais diversas bolas-fora, defendendo "teorias" excêntricas de estimação, sem um suporte científico que se sustente.

Alguns exemplos do fenômeno:

Kary Mullis -- inventou a "ampliação" de ADN por RCP, e talvez outras coisas; é no entanto negador da AIDS SIDA ou de que HIV causa AIDS SIDA, e mais recentemente, que o excesso de gases de efeito estufa emitido por humanos acarreta em aquecimento global.

Lynn Margulis -- concebeu a teoria da endossimbiose, que explica a origem das mitocôndrias e dos cloroplastos, e é hoje unanimentente aceita, praticamente uma das bases da biologia junto com evolução por seleção natural, mas sempre que tem oportunidade, fala merda sobre "darwinismo", e defende uma ou outra bobagem aqui e ali, como que borboletas/lagartas são híbridos de algum inseto e onicófaros.

Um ou outro paleontólogo, fora isso respeitado, também tenta sustentar filogenias absurdas baseadas em aparência superficial, convergência, em vez de levar em consideração a totalidade das características. Uma versão menos extrema mas não fundamentalmente melhor de dizer que as girafas evoluíram dos brontossauros e os rinocerontes de tricerátopos.

Há um "renomado ornitólogo" (alguma coisa- Fedducia) e um paleontólogo especializado em felinos (Martin, Larry, acho), são (ou ao menos eram até a pouco tempo) os únicos defensores solitários da teoria de que aves não descendem de dinossauros, mas tem com estes um ancestral comum mais basal. Eles são "famosos" quase que só por isso, apesar de terem suas publicações não focadas no assunto também, essas respeitadas, mas perdem o holofote para sua insistente e inacreditável defesa, mesmo a quem acompanha só um pouco o tema, pelo quanto estão desatualizados, e como são fracos/contraditórios alguns dos argumentos. Sua popularidade e renome são ampliados por criacionistas que promovem o caso como um "furo" colossal na teoria da evolução.

Peter Duesberg, nomeado e ganhador de uma porção de títulos/prêmios/posições de instituições científicas sérias, é ainda assim praticamente o "fundador" irredimível da negação da relação entre AIDS e HIV. No começo, era até argumentável que muitos dos seus pontos tinham validade, a despeito de qualquer excesso ou irresponsabilidade na forma de promover a oposição contrária. A investigação de AIDS/HIV até levou à ampliação dos postulados de Koch, sobre a ligação etiológica de um germe à doença. Mas as evidências vão se acumulando até chegar ao ponto em que é insustentável a posição contrária, da qual ele ainda não desistiu.

Se você vai retrocedendo na história devem se ampliar os exemplos. Também aumentam consideravelmente se baixar o nível de renome necessário. Dentre os atuais negadores do aquecimento global, tem um climatólogo ou meteorólogo que no entanto acredita que é possível descobrir lençóis freáticos segurando uma forquilha de galhos de árvore e andando por aí com ela, como um "detector de água", que canaliza alguma hidro-percepção extra-sensorial. Já vi uma professora de bioquímica em faculdade defender, até em publicação "científica", florais de Bach, que de base em química ou física conhecidas não tem nada.

Um site compila alguns exemplos que talvez sejam interessantes:

http://www.famousscientists.org/10-of-sciences-best-bad-ideas-part-1/



Essas coisas (que mencionei, não vi o site ainda) estão todas às margens da ciência ou já um pouco ou bem para lá. Jargão/verniz científico apenas não basta, muito longe disso, é só o "truque" mais elementar, seja para enganar aos outros ou a si próprio. "Sentir" que existe algo também não serve. É inumerável o tipo de coisas que alguém já "sentiu" que existia e se pôs a defender com alguma pretensa roupagem científica.

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #381 Online: 19 de Abril de 2016, 04:55:38 »
Existe uma considerável porção de cientistas respeitados, até renomados, que fizeram contribuições mais fundamentais do que as desse cara (que deve ser mais conhecido por isso, como muitas vezes é o caso), que dão as mais diversas bolas-fora, defendendo "teorias" excêntricas de estimação, sem um suporte científico que se sustente.
Li com atenção seu argumento, mas percebi também que vc não identificou propriamente quem é o Robert Lanza, quando logo no início disse "(que deve ser mais conhecido por isso, como muitas vezes é o caso)". Não; o cara realmente tem pedigree  :) e não é por aquela teoria.


Alguns exemplos do fenômeno:
Kary Mullis -- inventou a "ampliação" de ADN por RCP, e talvez outras coisas; é no entanto negador da AIDS SIDA ou de que HIV causa AIDS SIDA, e mais recentemente, que o excesso de gases de efeito estufa emitido por humanos acarreta em aquecimento global.
Lynn Margulis -- concebeu a teoria da endossimbiose, que explica a origem das mitocôndrias e dos cloroplastos, e é hoje unanimentente aceita, praticamente uma das bases da biologia junto com evolução por seleção natural, mas sempre que tem oportunidade, fala merda sobre "darwinismo", e defende uma ou outra bobagem aqui e ali, como que borboletas/lagartas são híbridos de algum inseto e onicófaros.
Um ou outro paleontólogo, fora isso respeitado, também tenta sustentar filogenias absurdas baseadas em aparência superficial, convergência, em vez de levar em consideração a totalidade das características. Uma versão menos extrema mas não fundamentalmente melhor de dizer que as girafas evoluíram dos brontossauros e os rinocerontes de tricerátopos.

Há um "renomado ornitólogo" (alguma coisa- Fedducia) e um paleontólogo especializado em felinos (Martin, Larry, acho), são (ou ao menos eram até a pouco tempo) os únicos defensores solitários da teoria de que aves não descendem de dinossauros, mas tem com estes um ancestral comum mais basal. Eles são "famosos" quase que só por isso, apesar de terem suas publicações não focadas no assunto também, essas respeitadas, mas perdem o holofote para sua insistente e inacreditável defesa, mesmo a quem acompanha só um pouco o tema, pelo quanto estão desatualizados, e como são fracos/contraditórios alguns dos argumentos. Sua popularidade e renome são ampliados por criacionistas que promovem o caso como um "furo" colossal na teoria da evolução.

Peter Duesberg, nomeado e ganhador de uma porção de títulos/prêmios/posições de instituições científicas sérias, é ainda assim praticamente o "fundador" irredimível da negação da relação entre AIDS e HIV. No começo, era até argumentável que muitos dos seus pontos tinham validade, a despeito de qualquer excesso ou irresponsabilidade na forma de promover a oposição contrária. A investigação de AIDS/HIV até levou à ampliação dos postulados de Koch, sobre a ligação etiológica de um germe à doença. Mas as evidências vão se acumulando até chegar ao ponto em que é insustentável a posição contrária, da qual ele ainda não desistiu.

Se você vai retrocedendo na história devem se ampliar os exemplos. Também aumentam consideravelmente se baixar o nível de renome necessário. Dentre os atuais negadores do aquecimento global, tem um climatólogo ou meteorólogo que no entanto acredita que é possível descobrir lençóis freáticos segurando uma forquilha de galhos de árvore e andando por aí com ela, como um "detector de água", que canaliza alguma hidro-percepção extra-sensorial. Já vi uma professora de bioquímica em faculdade defender, até em publicação "científica", florais de Bach, que de base em química ou física conhecidas não tem nada.
Um site compila alguns exemplos que talvez sejam interessantes:

http://www.famousscientists.org/10-of-sciences-best-bad-ideas-part-1/

Não há como negar; vanity fair ou mentes super-excitadas destes que vc citou acima.
Você, que me parece ser da área científica, deve se lembrar de uma citação de Carl Sagan - talvez em O Mundo Assombrado pelos Demônios - quando ele afirma que a Ciência, a Religião e a Imprensa não têm sincero compromisso com a verdade.
E sabe também que as subvenções auferidas pelos pesquisadores se condicionam à sua posição num ranking. A posição neste, depende do numero de obras publicadas, de teorias apresentadas e contestadas, de comentários sobre os trabalhos por parte de outros cientistas e assim por diante.
Então estamos diante do mesmo vício que contamina as religiões: o dinheiro. Não importa se para salvar uma alma do inferno ou se para aperfeiçoar a arma que o levará para o inferno. Dá no mesmo.
Esta é a natureza humana.

Essas coisas (que mencionei, não vi o site ainda) estão todas às margens da ciência ou já um pouco ou bem para lá. Jargão/verniz científico apenas não basta, muito longe disso, é só o "truque" mais elementar, seja para enganar aos outros ou a si próprio. "Sentir" que existe algo também não serve. É inumerável o tipo de coisas que alguém já "sentiu" que existia e se pôs a defender com alguma pretensa roupagem científica.
Concordo; apenas que em relação ao citado cientista e seu "Biocentrismo", quando eu disse que suas pesquisas advieram de um sentimento experimentado, foi para sintetizar, já que as razões que o levaram a pesquisar estavam além de um sentimento e sim, prévias pesquisas motivadas pela observação e maturação de idéias.
As mesmas razões que já levaram outros cientistas a tais pesquisas, apenas não tiveram culhões para publicar suas conclusões.
Quando Crooks fez seu relatório sobres os fenômenos psiquicos, foi execrado e sofreu bastante para retomar sua posição entre seus pares.

Offline Geotecton

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #382 Online: 19 de Abril de 2016, 10:03:20 »
[...]
Não há como negar; vanity fair ou mentes super-excitadas destes que vc citou acima.
Você, que me parece ser da área científica, deve se lembrar de uma citação de Carl Sagan - talvez em O Mundo Assombrado pelos Demônios - quando ele afirma que a Ciência, a Religião e a Imprensa não têm sincero compromisso com a verdade.
[...]

Se por "verdade" você estiver se referindo à realidade objetiva do mundo natural, a religião certamente não tem compromisso algum com ela. A Ciência é o que estaria mais próximo disto, com a imprensa ocupando uma posição intermediária.

E o seu texto subsequente indica que você está confundindo Ciência (ramo do conhecimento que busca a descrição e o entendimento da realidade objetiva, isto é, o mundo natural), com as pessoas que praticam a ciência, fazendo-a por muitas motivações diferentes.
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Offline Fernando Silva

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #383 Online: 19 de Abril de 2016, 13:00:40 »
Não somos causa, somos consequência. Talvez temporária
Eu diria que uma e outra coisa. Somos o projeto da criação submetido às leis da Evolução. Este o elo entre a ciência e a fé raciocinada.
"Fé raciocinada", no meu entender, é assumir "verdades" e tentar achar evidências que pareçam confirmá-la.
O processo correto é reunir os fatos disponíveis e tentar elaborar uma hipótese que explique satisfatoriamente todos esses fatos.
Claro, ficando sempre disposto a abandonar essa hipótese se novos fatos mostrarem que ela está errada ou incompleta.

Acontece que você se baseia em crenças religiosas. Num suposto criador cuja existência você não pode provar e aceita pela fé.

A ciência não sabe como surgiu o universo. Ela só explica o que aconteceu depois que ele surgiu.
"Deus" não é uma hipótese científica.

Offline Fernando Silva

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #384 Online: 19 de Abril de 2016, 13:17:40 »
São as grandezas que de um modo geral podem ser encontradas na Teoria do Ajuste Fino. Sem considerar aspectos cosmológicos, apenas aqueles que se referem ao nosso sistema solar, todas as grandezas, no caso, argumentos científicos que são aceitos unanimemente, tais como a massa do planeta, sua distancia ao sol, sua inclinação de eixo, sua órbita e gravidade não são casuais e sim exclusivas, pois alterações nelas implicaria na inexistência da vida.
Sim, são casuais até prova em contrário. Até alguém provar que existe um criador por trás desses fenômenos.

Um bosta de um criador, aliás, que levou 9 bilhões de anos para criar a Terra, por um processo altamente ineficiente, e mais 4,7 bilhões de anos para chegar ao ser humano. Isto depois de sucessivas extinções em massa que destruíram 99% das espécies que já existiram.

O resultado? Um ser cheio de defeitos que, se sobreviver ao nascimento e à infância, produzirá descendentes com grande sacrifício, enfrentará doenças, fome, violência e calamidades para, pouco depois, entrar em decadência física e mental e morrer. 

Sendo bem possível que a próxima extinção em massa acabe conosco e o vasto universo siga em frente sem nunca ter percebido nossa breve passagem por este insignificante grão de areia que um dia também será destruído.

O antropocentrismo é apenas o resultado de nossa arrogância em nos acharmos o centro do universo e a razão de sua existência.
« Última modificação: 19 de Abril de 2016, 13:19:53 por Fernando Silva »

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #385 Online: 19 de Abril de 2016, 22:14:16 »
Não somos causa, somos consequência. Talvez temporária
Eu diria que uma e outra coisa. Somos o projeto da criação submetido às leis da Evolução. Este o elo entre a ciência e a fé raciocinada.
"Fé raciocinada", no meu entender, é assumir "verdades" e tentar achar evidências que pareçam confirmá-la.
O processo correto é reunir os fatos disponíveis e tentar elaborar uma hipótese que explique satisfatoriamente todos esses fatos.
Claro, ficando sempre disposto a abandonar essa hipótese se novos fatos mostrarem que ela está errada ou incompleta.
A expressão, fé raciocinada, não se aplica como justificativa ante argumentos cientificistas. Ela significa que não aceita dogmas e imposições teológicas. É a versão do livre pensador aplicada aos preceitos religiosos de sempre.

Acontece que você se baseia em crenças religiosas. Num suposto criador cuja existência você não pode provar e aceita pela fé.

Você diz, Crenças Religiosas, com um certo horror, como se isso fosse uma doença. :x
Não existe nada de negativo em se ter uma crença religiosa, desde que sincera e dentro de padrões cultos e civilizados.
Nos dias de hoje os sofrimentos do homem provém de criaturas sem qualquer noção de religião, com ambição desmedida, sede de poder, ou então fanáticos perversos.
Veja, os estupradores, os terroristas, trombadinhas, não são pessoas que ao fim de um dia de trabalho erguem suas preces a Deus e a Ele confiam seu justo descanso.
Sequer sabem o que seja uma oração a Deus.

Sei que vc deve estar pensando: mas e os sacerdotes pedófilos, os pastores que assaltam a bolsa do homem simples, o homem que logo após sair de um culto religioso chega em casa e espanca seu filho ou a esposa... etc.
Exatamente esta a diferença entre se ser um crente religioso ou se ter um fé religiosa.
O crente religioso é qualquer indivíduo que admite a existência de um Deus, mas jamais colocou este Deus efetivamente em sua vida.
Apenas a fé raciocinada é capaz de transformar um crente religioso em um homem com uma fé religiosa.

O Deus de um e de outro são diferentes.
Um permanece nos altares e nas imagens ou nos sermões prolixos ou exaltados, o outro está permanentemente em sua vida; inspirando-o para o Bem e afastando seu temores infundados.
,
A ciência não sabe como surgiu o universo. Ela só explica o que aconteceu depois que ele surgiu.
"Deus" não é uma hipótese científica.
Nem precisa ser; a ciência, ante os grandes enigmas da natureza se vê obrigada a calar-se ou criar teorias e mais teorias.
Embora nisto não haja demérito algum, pois todo o progresso, conforto e segurança da civilização moderna vem de seus esforçados cientistas, todavia deveria servir para mostrar aos cientólatras que existem mais coisas entre a Dilma e o Moro que supõe sua vã filosofia. :lol: :lol: :lol:
« Última modificação: 19 de Abril de 2016, 22:46:07 por Spencer »

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #386 Online: 19 de Abril de 2016, 22:43:09 »
[...]
Não há como negar; vanity fair ou mentes super-excitadas destes que vc citou acima.
Você, que me parece ser da área científica, deve se lembrar de uma citação de Carl Sagan - talvez em O Mundo Assombrado pelos Demônios - quando ele afirma que a Ciência, a Religião e a Imprensa não têm sincero compromisso com a verdade.
[...]

Se por "verdade" você estiver se referindo à realidade objetiva do mundo natural, a religião certamente não tem compromisso algum com ela. A Ciência é o que estaria mais próximo disto, com a imprensa ocupando uma posição intermediária.
São palavras dele e num contexto em que certos interesses se sobrepõem aos princípios que devem nortear aquelas atividades, fundamentais para a organização da sociedade.
E o seu texto subsequente indica que você está confundindo Ciência (ramo do conhecimento que busca a descrição e o entendimento da realidade objetiva, isto é, o mundo natural), com as pessoas que praticam a ciência, fazendo-a por muitas motivações diferentes.
Sim, provavelmente.
Mas veja que hoje em dia não se pratica mais ciência. Exceto a física teórica, particularmente a física das partículas, a qual tem pouca ou quase nenhuma serventia, todos os avanços que se vê e dos quais o homem tira proveito real são resultado de aperfeiçoamentos das técnicas envolvidas, com o conhecimento acumulado, independente da ação do cientista.
A Indust. farmacêutica cria um novo antibiótico... não há ciência nisto, pois não se agrega recursos e conhecimentos gerais, mas apenas se desenvolveu ou aprimorou uma técnica anterior.
Aquela ciência que vc descreveu com boas palavras, acima, está desativada.
Em seu lugar surgiram os wormholes, a teoria das cordas, as distorções do espaço/tempo...
Sei que exagero um pouco, mas em boa medida. :lol:

Offline El Elyon

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #387 Online: 19 de Abril de 2016, 22:46:46 »
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A expressão, fé raciocinada, não se aplica como justificativa ante argumentos cientificistas. Ela significa que não aceita dogmas e imposições teológicas. É a versão do livre pensador aplicada aos preceitos religiosos de sempre.

O nome moderno para isso é "Religião Pessoal" ou "Religião Self-Service".

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Você diz, Crenças Religiosas, com um certo horror, como se isso fosse uma doença. :x
Não existe nada de negativo em se ter uma crença religiosa, desde que sincera e dentro de padrões cultos e civilizados.
Nos dias de hoje os sofrimentos do homem provém de criaturas sem qualquer noção de religião, com ambição desmedida, sede de poder, ou então fanáticos perversos.
Veja, os estupradores, os terroristas, trombadinhas, não são pessoas que ao fim de um dia de trabalho erguem suas preces a Deus e a Ele confiam seu justo descanso.
Sequer sabem o que seja uma oração a Deus.

Sei que vc deve estar pensando: mas e os sacerdotes pedófilos, os pastores que assaltam a bolsa do homem simples, o homem que logo após sair de um culto religioso chega em casa e espanca seu filho ou a esposa... etc.
Exatamente esta a diferença entre se ser um crente religioso ou se ter um fé religiosa.
O crente religioso é qualquer indivíduo que admite a existência de um Deus, mas jamais colocou este Deus efetivamente em sua vida.
Apenas a fé raciocinada é capaz de transformar um crente religioso em um homem com uma fé religiosa.

O Deus de um e de outro são diferentes.
Um permanece nos altares e nas imagens ou nos sermões prolixos ou exaltados, o outro está permanentemente em sua vida; inspirando-o para o Bem e afastando seu temores infundados.,

Você precisa admitir que é incrivelmente conveniente que seu critério de demarcação desse tipo de crente seja justamente aquele que você usa em sua defesa, não? E que mais convenientemente ainda, tal critério excusa todos religiosos de seus atos questionáveis em nome da fé, já que eles não eram "religiosos de verdade", mas sim falsários (o que é conhecido popularmente como "Falácia do Espantalho"). :)

Citar
Embora isso não seja demérito algum, pois todo o progresso, conforto e segurança da civilização moderna vem de seus esforçados cientistas, todavia deveria servir para mostrar aos cientólatras que existem mais coisas entre a Dilma e o Moro que supõe sua vã filosofia.

Huh, curioso como aquele que acusa outrém de "cientolatria" (sendo que isso deveria ser virtuoso para você que é um devoto religioso - afinal, seria apenas outra forma de devoção religiosa) é justamente aquele que precisa mencionar constantemente os esparsos cientistas que defendem o tipo de ideia sua, como se fosse necessário o juízo deles para validar sua crença.
"As long as the Colossus stands, Rome will stand, when the Colossus falls, Rome will also fall, when Rome falls, so falls the world."

São Beda.

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #388 Online: 19 de Abril de 2016, 23:16:37 »
São as grandezas que de um modo geral podem ser encontradas na Teoria do Ajuste Fino. Sem considerar aspectos cosmológicos, apenas aqueles que se referem ao nosso sistema solar, todas as grandezas, no caso, argumentos científicos que são aceitos unanimemente, tais como a massa do planeta, sua distancia ao sol, sua inclinação de eixo, sua órbita e gravidade não são casuais e sim exclusivas, pois alterações nelas implicaria na inexistência da vida.
Sim, são casuais até prova em contrário. Até alguém provar que existe um criador por trás desses fenômenos.

Um bosta de um criador, aliás, que levou 9 bilhões de anos para criar a Terra, por um processo altamente ineficiente, e mais 4,7 bilhões de anos para chegar ao ser humano. Isto depois de sucessivas extinções em massa que destruíram 99% das espécies que já existiram.
Primeiramente façamos uma correção nos números que vc citou. A Terra, que se formou a partir da nebulosa solar, tem 4,5 bilhões de anos aproximadamente e a vida, que surge após o resfriamento da sua crosta, ocorreu a aproximadamente 2,0 bilhões de anos.
Quanto às extinções em massa, exceto os Dinossauros, todas as outras ocorreram em períodos geológicos antigos e com espécies monocelulares, ou pouco mais que isso.
E por acaso vc já contou o número de espécies surgidas depois dos dinossauros?
Talvez a "b...a" daquele Criador soubesse de fato o que estava fazendo.
O resultado? Um ser cheio de defeitos que, se sobreviver ao nascimento e à infância, produzirá descendentes com grande sacrifício, enfrentará doenças, fome, violência e calamidades para, pouco depois, entrar em decadência física e mental e morrer. 

Existem três tipos de pessoas: as otimistas, as pessimistas e aquelas que conseguem enxergar o exagero de um e outro.
Você, meu caro amigo, para pessimista inda tem que marinar muito o seu fígado. :lol:
Sob uma perspectiva diferente, digamos que este homem seja mais velho na criação que vc supõe, pois a evolução, desde dois bilhões de anos simplesmente culmina nele. Todos os elos foram aprimoramentos sucessivos para chegar ao ser com pensamento abstrato, senso moral e razão.
Estes são atributos da nossa espécie e não se pode atribuir a ela as degradações de alguns de seus representantes, dentro de uma amostra insignificante ante o cenário universal.
Agora, observe que um Teísta afirma que a vida prossegue se aperfeiçoando no Universo afora, e um cético prega sua auto-extinção, mergulhada nos próprios desvarios. Qual será o mais sensato?

Sendo bem possível que a próxima extinção em massa acabe conosco e o vasto universo siga em frente sem nunca ter percebido nossa breve passagem por este insignificante grão de areia que um dia também será destruído.

O antropocentrismo é apenas o resultado de nossa arrogância em nos acharmos o centro do universo e a razão de sua existência.
Prefiro crer que esta seja a vontade de seu projetista e não conheço ninguém que não enxergue tudo a sua volta como elemento para sua própria preservação. Um consórcio de grande significado: o homem e a natureza.

Offline Fernando Silva

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #389 Online: 20 de Abril de 2016, 08:02:00 »
Primeiramente façamos uma correção nos números que vc citou. A Terra, que se formou a partir da nebulosa solar, tem 4,5 bilhões de anos aproximadamente e a vida, que surge após o resfriamento da sua crosta, ocorreu a aproximadamente 2,0 bilhões de anos.
Errado. A vida surgiu há, pelo menos, 3,5 bilhões de anos. O que surgiu há 2 bilhões de anos foi a vida que respira oxigênio.
Quanto às extinções em massa, exceto os Dinossauros, todas as outras ocorreram em períodos geológicos antigos e com espécies monocelulares, ou pouco mais que isso.
Errado de novo.

http://diariodebiologia.com/2014/02/conheca-quais-foram-as-extincoes-em-massa-que-ja-atingiram-nosso-planeta/

E por acaso vc já contou o número de espécies surgidas depois dos dinossauros?
Não, mas ... e daí?
Talvez a "b...a" daquele Criador soubesse de fato o que estava fazendo.
Lembrei de um crente que disse que "os dinossauros se extinguiram harmoniosamente para que o ser humano pudesse existir".
Destruir 99% das espécies que já existiram para só então criar o homem continua me parecendo imbecilidade.
Supor que "o Criador deve ter tido suas razões" não é argumento, é declaração de fé.
O resultado? Um ser cheio de defeitos que, se sobreviver ao nascimento e à infância, produzirá descendentes com grande sacrifício, enfrentará doenças, fome, violência e calamidades para, pouco depois, entrar em decadência física e mental e morrer. 
Sob uma perspectiva diferente, digamos que este homem seja mais velho na criação que vc supõe, pois a evolução, desde dois bilhões de anos simplesmente culmina nele. Todos os elos foram aprimoramentos sucessivos para chegar ao ser com pensamento abstrato, senso moral e razão.
Estes são atributos da nossa espécie e não se pode atribuir a ela as degradações de alguns de seus representantes, dentro de uma amostra insignificante ante o cenário universal.
O ser humano continua sendo limitado e defeituoso, com uma vida curta e sofrida que termina com sua decadência física e mental.
Agora, observe que um Teísta afirma que a vida prossegue se aperfeiçoando no Universo afora, e um cético prega sua auto-extinçã
o, mergulhada nos próprios desvarios. Qual será o mais sensato?
O mais sensato é que aquele que tira suas conclusões baseado em fatos, não um sujeito que tenta se iludir com entidades invisíveis.
O antropocentrismo é apenas o resultado de nossa arrogância em nos acharmos o centro do universo e a razão de sua existência.
Prefiro crer que esta seja a vontade de seu projetista e não conheço ninguém que não enxergue tudo a sua volta como elemento para sua própria preservação. Um consórcio de grande significado: o homem e a natureza.
Ah, você "prefere"?! Prefere crer?

Offline Fernando Silva

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #390 Online: 20 de Abril de 2016, 08:13:55 »
Acontece que você se baseia em crenças religiosas. Num suposto criador cuja existência você não pode provar e aceita pela fé.
Você diz, Crenças Religiosas, com um certo horror, como se isso fosse uma doença. :x
Não existe nada de negativo em se ter uma crença religiosa, desde que sincera e dentro de padrões cultos e civilizados.
Quem acredita sem provas, ainda que em coisas inofensivas, desligou a razão e abriu as portas para todo tipo de crença absurda e nociva.
A civilização avança à medida em que o bom senso e a ética humanista se sobrepõem à crença cega em entidades invisíveis e indetectáveis.

Se você não precisa de justificativas racionais, o que vai lhe impedir de praticar sacrifícios humanos se a sua superstição assim o determinar?

O que garante que toda crença irracional será limitada por padrões "cultos e civilizados"?

Você se acha capaz de determinar o que o seu deus considera "culto e civilizado"?

Nos dias de hoje os sofrimentos do homem provém de criaturas sem qualquer noção de religião, com ambição desmedida, sede de poder, ou então fanáticos perversos.
São apenas religiões diferentes da sua. São pessoas que não vêem o que praticam como atrocidades, mas como obediência à vontade de algum deus.
Veja, os estupradores, os terroristas, trombadinhas, não são pessoas que ao fim de um dia de trabalho erguem suas preces a Deus e a Ele confiam seu justo descanso.
Pode provar?

O crente religioso é qualquer indivíduo que admite a existência de um Deus, mas jamais colocou este Deus efetivamente em sua vida.
Apenas a fé raciocinada é capaz de transformar um crente religioso em um homem com uma fé religiosa.
Que definição conveniente...
Quer dizer que o cara que dá a própria vida por sua fé, como os homens-bomba, não "colocou Deus em sua vida"?
A ciência não sabe como surgiu o universo. Ela só explica o que aconteceu depois que ele surgiu.
"Deus" não é uma hipótese científica.
Nem precisa ser; a ciência, ante os grandes enigmas da natureza se vê obrigada a calar-se ou criar teorias e mais teorias.
Embora nisto não haja demérito algum, pois todo o progresso, conforto e segurança da civilização moderna vem de seus esforçados cientistas, todavia deveria servir para mostrar aos cientólatras que existem mais coisas entre a Dilma e o Moro que supõe sua vã filosofia. :lol: :lol: :lol:
A ciência não "se vê obrigada a calar", ela apenas se limita àquilo que pode demonstrar com fatos e evidências.
E, sim, ela se ajusta à medida em que surgem novos fatos e evidências.

Admitir a própria ignorância não implica em admitir que há um criador, um "deus das lacunas" que explique o que não sabemos.

Ao contrário dos religiosos, que acham virtude acreditar sem ter visto.
Que acham que independem dos fatos e evidências. Que continuam acreditando até mesmo diante de evidência em contrário.
« Última modificação: 20 de Abril de 2016, 08:21:40 por Fernando Silva »

Offline JJ

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #391 Online: 20 de Abril de 2016, 08:25:59 »
Citar
A expressão, fé raciocinada, não se aplica como justificativa ante argumentos cientificistas. Ela significa que não aceita dogmas e imposições teológicas. É a versão do livre pensador aplicada aos preceitos religiosos de sempre.

O nome moderno para isso é "Religião Pessoal" ou "Religião Self-Service".

Citar
Você diz, Crenças Religiosas, com um certo horror, como se isso fosse uma doença. :x
Não existe nada de negativo em se ter uma crença religiosa, desde que sincera e dentro de padrões cultos e civilizados.
Nos dias de hoje os sofrimentos do homem provém de criaturas sem qualquer noção de religião, com ambição desmedida, sede de poder, ou então fanáticos perversos.
Veja, os estupradores, os terroristas, trombadinhas, não são pessoas que ao fim de um dia de trabalho erguem suas preces a Deus e a Ele confiam seu justo descanso.
Sequer sabem o que seja uma oração a Deus.

Sei que vc deve estar pensando: mas e os sacerdotes pedófilos, os pastores que assaltam a bolsa do homem simples, o homem que logo após sair de um culto religioso chega em casa e espanca seu filho ou a esposa... etc.
Exatamente esta a diferença entre se ser um crente religioso ou se ter um fé religiosa.
O crente religioso é qualquer indivíduo que admite a existência de um Deus, mas jamais colocou este Deus efetivamente em sua vida.
Apenas a fé raciocinada é capaz de transformar um crente religioso em um homem com uma fé religiosa.

O Deus de um e de outro são diferentes.
Um permanece nos altares e nas imagens ou nos sermões prolixos ou exaltados, o outro está permanentemente em sua vida; inspirando-o para o Bem e afastando seu temores infundados.,

Você precisa admitir que é incrivelmente conveniente que seu critério de demarcação desse tipo de crente seja justamente aquele que você usa em sua defesa, não? E que mais convenientemente ainda, tal critério excusa todos religiosos de seus atos questionáveis em nome da fé, já que eles não eram "religiosos de verdade", mas sim falsários (o que é conhecido popularmente como "Falácia do Espantalho"). :)



Acho que a classificação correta neste caso é a falácia do verdadeiro escocês.


Expulsão do Grupo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A falácia da expulsão do grupo ou falácia do verdadeiro escocês é uma falácia que consiste em tentar excluir de um grupo um membro que serve como exemplo para invalidar uma característica atribuída a esse grupo. Esta falácia acontece quando uma das partes faz uma afirmação a respeito de um grupo, a outra parte apresenta um exemplo onde essa afirmação não se aplica e, em seguida, a primeira parte retruca tentando desqualificar o exemplo citado como membro do grupo.[1]


Exemplos

A: “Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau.”
B: “Ora, eu tenho um amigo escocês que faz isso.”
A: “Ah, sim, mas nenhum escocês de verdade coloca.”
A: “Nenhum homem tem medo de baratas.”
B: “Eu conheço vários amigos que têm medo de baratas.”
A: “Ah, estes certamente não são homens de verdade.”


Referências
Ir para cima ↑ No True Scotsman, Internet Encyclopedia of Philosophy


https://pt.wikipedia.org/wiki/Expuls%C3%A3o_do_Grupo


« Última modificação: 20 de Abril de 2016, 08:33:34 por JJ »

Offline Johnny Cash

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #392 Online: 20 de Abril de 2016, 15:09:20 »
Você acha que falar que "as refutações são fracas" é uma argumentação forte?  :lol:
Olá Johnny; não é tanto uma argumentação forte, de fato. Mas quando eu trouxe a idéia do ID à moda da casa, todos disseram que aquilo já estava cansativo e fora "devidamente refutado". Andei pesquisando no FCC e as refutações consistem em pedir dados e provas sobre este ou aquele ponto específico, mas provar que este ou aquele ponto específico trazido, estava errado, nem uma vez.
Mesmo a teoria do Ajuste Fino tem, até hoje, confrontações homéricas na net... nada se prova.

As refutações existem em larga escala aqui nesse fórum e pela internet, e muitas vezes nem chegam a ser grandes dicussões realmente, porque os pontos são muito básicos. Basta apontar os enormes saltos lógicos, conclusões que não derivam das premissas e outros clássicos.

Mas é meio óbvio e natural que você não "acredita" nas refutações, já que você aceita os buracos lógicos e lida bem com a falta de evidências para sedimentar o que você deseja que seja verdade e já gastou tanto tempo "estudando".

Se todos nós, céticos e teístas chegássemos à conclusão de que se o Projetista existisse, seria impossível comprová-lo cientificamente, então, começaríamos a dar mais força e sustentação a argumentos que sugerissem ou intuíssem àquela possibilidade.

Não.

Você não tem como demonstrar isso também. É apenas o que você acha que aconteceria.


O Gigaview costuma dizer que a aceitarmos a "fantasia" de um Deus, abriremos espaço para as demais... bicho papão, papai noel, mula sem cabeça, etc.
Isto porque confunde possibilidades racionais, com fantasias e delírios "da carochinha". No primeiro caso, um adulto saudável e inteligente pode admitir a existência de um Projetista, já no segundo caso, "as carochinhas", ninguém em sã consciência admite tal possibilidade.

 :lol:

O meu colega forista está certo. Para refutar esses que você chama de fantasia e delírios, normalmente são as mesmas coisas que refutam a bizarrice em que você acredita.

Você pode não querer que seja assim, mas a refutação é demonstrável.

O tal do monstro do espaguete voador existe, inclusive, pra esse mesmo propósito. Ele é bizarramente falso, não é? Tente refutá-lo.

Offline El Elyon

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #393 Online: 20 de Abril de 2016, 16:07:02 »
Citar
Acho que a classificação correta neste caso é a falácia do verdadeiro escocês.

Sim, está correto. My bad.
"As long as the Colossus stands, Rome will stand, when the Colossus falls, Rome will also fall, when Rome falls, so falls the world."

São Beda.

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #394 Online: 20 de Abril de 2016, 17:03:49 »
Acontece que você se baseia em crenças religiosas. Num suposto criador cuja existência você não pode provar e aceita pela fé.
Você diz, Crenças Religiosas, com um certo horror, como se isso fosse uma doença. :x
Não existe nada de negativo em se ter uma crença religiosa, desde que sincera e dentro de padrões cultos e civilizados.
Quem acredita sem provas, ainda que em coisas inofensivas, desligou a razão e abriu as portas para todo tipo de crença absurda e nociva.
A civilização avança à medida em que o bom senso e a ética humanista se sobrepõem à crença cega em entidades invisíveis e indetectáveis.
O maior equívoco do cético é quando ele diz que os crentes não necessitam provas e então aceitam aqueles valores cegamente.[/quote]
Está ai o cerne deste tipo de debate.
O que o cético chama de prova seriam aqueles dados que pudessem caber em equações, microscópios, espectrógrafos, etc.
Caramba! Isto é bom para vermes, partículas, coníferas e asteroides.
As provas para o crente está na percepção que se desenvolve a partir do momento em que ele admite a possibilidade!. Isto é fundamental e por incrível que pareça é componente importante na metodologia científica, pois se não se pode provar que algo não existe, admite-se que possa existir; não se nega ou recusa, a priori.
Então os fatos que para o crente se tornam concretos, são desprezados ou invisíveis aos céticos. Isto não pode ser compreendido pelo cético, daí ele fala em "crença cega".
Mas, como já disse, existem crentes que pautam sua fé numa razão que transcende à mera análise intelectual, e outros que sequer sabem o que seja isto e creem, por tradição, osmose ou conveniência.
Alegar falácia do escocês é não estar à altura do debate.



Se você não precisa de justificativas racionais, o que vai lhe impedir de praticar sacrifícios humanos se a sua superstição assim o determinar?
O que garante que toda crença irracional será limitada por padrões "cultos e civilizados"?
Você se acha capaz de determinar o que o seu deus considera "culto e civilizado"?
A cultura intelectual e os padrões da civilização são critérios que se combinam em perfeita harmonia, mas não garantem de forma absoluta o comportamento ético/moral. A Grécia e a Roma antigas são exemplos de cultura e civilização decantados pelos historiadores, mas os vícios e depravações se incumbiram de levá-las ao declínio total.
Então, os valores da civilização e da cultura se não se fizerem acompanhar por iguais princípios de respeito à ética e moralidade, não serão suficientes para obstar comportamentos irracionais, elencados nos manuais da psicopatologia.


Nos dias de hoje os sofrimentos do homem provém de criaturas sem qualquer noção de religião, com ambição desmedida, sede de poder, ou então fanáticos perversos.
Veja, os estupradores, os terroristas, trombadinhas, não são pessoas que ao fim de um dia de trabalho erguem suas preces a Deus e a Ele confiam seu justo descanso.
Pode provar?
Precisa?

O crente religioso é qualquer indivíduo que admite a existência de um Deus, mas jamais colocou este Deus efetivamente em sua vida.
Apenas a fé raciocinada é capaz de transformar um crente religioso em um homem com uma fé religiosa.
Que definição conveniente...
Quer dizer que o cara que dá a própria vida por sua fé, como os homens-bomba, não "colocou Deus em sua vida"?
Bom exemplo, este. O fanatismo do EI não promete o paraíso, sim um paraíso com 72 virgens e todo o tipo de gozo terreno. Veja que os milionários do petróleo, mesmo sendo muçulmanos não querem este paraíso; já o possuem na terra.
O Islamismo não prega o terrorismo; mas infelizmente não o combate como devia.
 
A ciência não sabe como surgiu o universo. Ela só explica o que aconteceu depois que ele surgiu.
"Deus" não é uma hipótese científica.
Nem precisa ser; a ciência, ante os grandes enigmas da natureza se vê obrigada a calar-se ou criar teorias e mais teorias.
Embora nisto não haja demérito algum, pois todo o progresso, conforto e segurança da civilização moderna vem de seus esforçados cientistas, todavia deveria servir para mostrar aos cientólatras que existem mais coisas entre a Dilma e o Moro que supõe sua vã filosofia. :lol: :lol: :lol:[/quote]
A ciência não "se vê obrigada a calar", ela apenas se limita àquilo que pode demonstrar com fatos e evidências.
E, sim, ela se ajusta à medida em que surgem novos fatos e evidências.
Admitir a própria ignorância não implica em admitir que há um criador, um "deus das lacunas" que explique o que não sabemos.
Por isto eu disse: os grandes enigmas da vida e da natureza são impenetráveis à ciência. E são estes enigmas que produzem os céticos.
Ao contrário dos religiosos, que acham virtude acreditar sem ter visto.
Que acham que independem dos fatos e evidências. Que continuam acreditando até mesmo diante de evidência em contrário.
Quais seriam essas evidências em contrário?

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #395 Online: 20 de Abril de 2016, 17:34:01 »
Você acha que falar que "as refutações são fracas" é uma argumentação forte?  :lol:
Olá Johnny; não é tanto uma argumentação forte, de fato. Mas quando eu trouxe a idéia do ID à moda da casa, todos disseram que aquilo já estava cansativo e fora "devidamente refutado". Andei pesquisando no FCC e as refutações consistem em pedir dados e provas sobre este ou aquele ponto específico, mas provar que este ou aquele ponto específico trazido, estava errado, nem uma vez.
Mesmo a teoria do Ajuste Fino tem, até hoje, confrontações homéricas na net... nada se prova.

As refutações existem em larga escala aqui nesse fórum e pela internet, e muitas vezes nem chegam a ser grandes dicussões realmente, porque os pontos são muito básicos. Basta apontar os enormes saltos lógicos, conclusões que não derivam das premissas e outros clássicos.
Mas é meio óbvio e natural que você não "acredita" nas refutações, já que você aceita os buracos lógicos e lida bem com a falta de evidências para sedimentar o que você deseja que seja verdade e já gastou tanto tempo "estudando".

Veja, meu caro; se eu refuto um argumento, o faço convencido de que apresentei minha refutação de modo incontestável.
Essa a razão pela qual eu vejo as tais refutações e nelas nada existe de convincente. Não imaginava que os céticos se vissem levados ao full wish  :histeria:

Se todos nós, céticos e teístas chegássemos à conclusão de que se o Projetista existisse, e que seria impossível comprová-lo cientificamente, então, começaríamos a dar mais força e sustentação a argumentos que sugerissem ou intuíssem àquela possibilidade.
Não.
Você não tem como demonstrar isso também. É apenas o que você acha que aconteceria.

Pense um pouco mais no que eu disse. Sei que me dará razão.


O Gigaview costuma dizer que a aceitarmos a "fantasia" de um Deus, abriremos espaço para as demais... bicho papão, papai noel, mula sem cabeça, etc.
Isto porque confunde possibilidades racionais, com fantasias e delírios "da carochinha". No primeiro caso, um adulto saudável e inteligente pode admitir a existência de um Projetista, já no segundo caso, "as carochinhas", ninguém em sã consciência admite tal possibilidade.

 :lol:

O meu colega forista está certo. Para refutar esses que você chama de fantasia e delírios, normalmente são as mesmas coisas que refutam a bizarrice em que você acredita.

Você pode não querer que seja assim, mas a refutação é demonstrável.

O tal do monstro do espaguete voador existe, inclusive, pra esse mesmo propósito. Ele é bizarramente falso, não é? Tente refutá-lo.
Você não imagina do que eu sou capaz. :)

Offline Pagão

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #396 Online: 20 de Abril de 2016, 17:35:30 »
Vou dar um exemplo: Toda a vida e toda a matéria organizada demonstra perfeição e inteligência...

O que leva a pensar que a inteligência apenas existe na "vida e matéria organizada"... e não fora dela...
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #397 Online: 21 de Abril de 2016, 02:40:47 »
Vou dar um exemplo: Toda a vida e toda a matéria organizada demonstra perfeição e inteligência...

O que leva a pensar que a inteligência apenas existe na "vida e matéria organizada"... e não fora dela...
Isto tem um acentuado sabor de B. Espinoza; estou certo?

Offline Spencer

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #398 Online: 21 de Abril de 2016, 03:38:57 »
A natureza parece pregar peças, com um estranho senso de humor, em alguns homens.
Fá-los sentir e perceber, ainda que de modo vago, o que os outros homens sequer imaginam.
Estes homens, especiais, sofrem pois não conseguem explicar a origem destas percepções.
Alguns se tornaram herméticos filósofos, outros, no campo da ciência, criam teorias bizarras que buscam explicar o Universo como função do que sentem, mas não conseguem explicitar de qualquer outro modo que não seja através daquelas ininteligíveis equações.
Mas existem aqueles que descreveriam suas percepções como sendo uma incrível sensação de desconforto íntimo que os leva a buscar o alívio na fuga de si mesmos. Renegam a autenticidade de suas personalidades travestindo-as sob forma de agressividade, contida pela cortesia ou, extrema indiferença quanto a se darem a conhecer, de forma mais íntima ou pessoal.

São verdadeiros enigmas para eles próprios.
Para os outros, são simplesmente excêntricos.

Resumem e trazem em si mesmos o que se poderia classificar como "extrema angústia existencial"

Mas todos eles, em seu modo estranho ou peculiar de ser, estão clamando por socorro.
Querem conhecer a origem de suas percepções; destrinchá-las a golpes de lógica e racionalidade.
Mas sabem que é inútil. Gastam incontável tempo nestas tentativas. Entrechocam-se com o mundo e às vezes se sentem escorraçados por ele.
Finalmente, quando se sentem exaustos e inermes, abatidos e desesperançados, tentarão a última porta. Aquela que sempre se recusaram a abrir por si mesmos.

 

Offline Fernando Silva

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Re:Crer ou não crer, eis a questão
« Resposta #399 Online: 21 de Abril de 2016, 09:06:43 »
O maior equívoco do cético é quando ele diz que os crentes não necessitam provas e então aceitam aqueles valores cegamente.
Não é cegamente, é com base em fatos e evidências. E não é uma crença religiosa, é uma informação provisoriamente aceita, já que parece funcionar, mas que será abandonada ou modificada assim que surgirem novos fatos que não se encaixem.

Ao contrário de crenças religiosas, que o crente não abandona mesmo que tudo indique que ele está errado.

O cientista não participa de cruzadas militares contra os que não aceitam os fatos científicos nem prefere morrer a renegá-las.
Eu acho que a Terra gira em torno do Sol e houve um Big Bang. Se provarem o contrário, minha vida não mudará em nada.
Se provarem que Jesus foi apenas mais um maluco fedorento que teve discípulos e morreu, vai ser um trauma para bilhões de pessoas.
O que o cético chama de prova seriam aqueles dados que pudessem caber em equações, microscópios, espectrógrafos, etc.
Caramba! Isto é bom para vermes, partículas, coníferas e asteroides.
A ciência não se ocupa de entidades espirituais invisíveis e indetectáveis.
As provas para o crente está na percepção que se desenvolve a partir do momento em que ele admite a possibilidade!. Isto é fundamental e por incrível que pareça é componente importante na metodologia científica, pois se não se pode provar que algo não existe, admite-se que possa existir; não se nega ou recusa, a priori.
Eu não afirmo a inexistência dos deuses, apenas ignoro a possibilidade por absoluta falta de evidências.
Então os fatos que para o crente se tornam concretos, são desprezados ou invisíveis aos céticos. Isto não pode ser compreendido pelo cético, daí ele fala em "crença cega".
Se o crente não pode provar a ninguém que ele viu ou sentiu alguma coisa ou teve alguma experiência mística, ele deve se abster de criticar quem não acredita nele. Para ser honesto, ele deveria inclusive considerar a hipótese de que tenha sido uma alucinação.
Mas, como já disse, existem crentes que pautam sua fé numa razão que transcende à mera análise intelectual
Razão não racional?!
Veja, os estupradores, os terroristas, trombadinhas, não são pessoas que ao fim de um dia de trabalho erguem suas preces a Deus e a Ele confiam seu justo descanso.
Pode provar?
Precisa?
Sim.

O Islamismo não prega o terrorismo; mas infelizmente não o combate como devia.
O islamismo prega a morte dos infiéis. Você nega isto?
O fanatismo do EI não promete o paraíso, sim um paraíso com 72 virgens e todo o tipo de gozo terreno.
Sim, promete um paraíso. E não é apenas o EI que promete, são todas as seitas islâmicas.

Aliás, todas as religiões prometem alguma recompensa, nem que seja a inexistência e o fim do sofrimento, como no budismo.
Ninguém adota uma religião "porque é a coisa certa a se fazer" e sim porque espera receber algo em troca.
A ciência não "se vê obrigada a calar", ela apenas se limita àquilo que pode demonstrar com fatos e evidências.
E, sim, ela se ajusta à medida em que surgem novos fatos e evidências.
Admitir a própria ignorância não implica em admitir que há um criador, um "deus das lacunas" que explique o que não sabemos.
Por isto eu disse: os grandes enigmas da vida e da natureza são impenetráveis à ciência. E são estes enigmas que produzem os céticos.
É provável que, quando a espécie humana se extinguir, quase nada tenha sido explicado. Isto não prova que são impenetráveis.
Ao contrário dos religiosos, que acham virtude acreditar sem ter visto.
Que acham que independem dos fatos e evidências. Que continuam acreditando até mesmo diante de evidência em contrário.
Quais seriam essas evidências em contrário?
Exemplo: todas as evidências a favor da evolução que os criacionistas insistem em ignorar.
Os absurdos e atrocidades da Bíblia que os crentes fingem que não vêem ou dizem que "Deus sabe o que faz".
« Última modificação: 21 de Abril de 2016, 11:12:16 por Fernando Silva »

 

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