Sem o conhecimento a respeito da origem, formação e evolução do espírito, todas as especulações convergem para uma descrença sobre o tema construída em bases que destacam a falta de lógica e o descompasso em relação ao conhecimento científico.
Justifica-se a descrença, pelo ceticismo, mas a adjetivação que a acompanha desestimula argumentação mais elaborada.
Belo Spencer, você profere afirmações profundas, só que não informa onde se acha o conhecimento “a respeito da origem, formação e evolução do espírito”. Se sua sapiente pessoa detém esse saber, não seja mau: divida-o conosco. Quem sabe assim não conversamos em bases melhores e, se Deus permitir, talvez até nos aproximemos do nível de iluminação que você atingiu? Então, please, do verbo por favor, seja célere nessa distribuição de sabedoria e, se não for pedir muito, cite as fontes privilegiados de onde extraiu tal tesouro.
Desculpe, sinceramente pensava que você e Gorducho soubessem a respeito.
O livro Evolução em Dois Mundos trata exclusivamente deste tema. Ele conceitua o Perispírito, (vocábulo criado por Akardec,) e analisa suas propriedades, para então explicar a evolução do Espírito a partir de um PI - Princípio Inteligente - que na filosofia de Leibniz é denominado Mõnada.
ALuiz traça um paralelo comparando aquela Mônada com o PI, o qual em processo contínuo agrega complexidades dando origem ao Espírito.
Este PI estagia nos elementos mais rudimentares da natureza e se o ser vivo evolui está na verdade refletindo a evolução deste PI. É um estudo interessante porque explica certas lacunas na teoria de Darwin e esclarece a respeito dos elos perdidos.
E não se zangue com as adjetivações: cada qual tem seu estilo. Venda seu peixe: se ele for de boa qualidade todos o quererão.
Boas palavras.
Nos artigos sobre a identidade pessoal, por sinal muito bons, pressupõe-se a evidente intenção de concluir por algo abstrato mas real que permitiria a identificação pessoal no espaço-tempo.
Tenho a impressão de que não seja exaaaaaatamente essa a intenção, ou seja: permitir a identificação pessoal no espaço-tempo. Conquanto não se possa dizer que esteja errado, parece-me (do verbo tenho a impressão) de que o melhor seria conceber que o artigo pretende definir o conceito de identidade, de forma clara e precisa.
O que talvez nem você nem o Giga tenham percebido é que falta a conclusão. Eles demonstram por inúmeras comparações a dificuldade em se definir a identidade pessoal e fazem uma analogia no espaço tempo, quando o Senhor promete ao leitor revivê-lo 500 anos depois. Se as partículas não são as mesmas embora a forma física fosse idêntica, não teria a mesma identidade a menos que houvesse alguma coisa da psicologia (psiquê) do ser anterior preservado no ser seguinte.
Bom, não precisa dizer muito mais sobre tal suposição.
Então, falam sobre o pensamento como o elo de ligação entre um e outro... mas, outra vez se deparam com a dificuldade, pois como se transmitiria tal coisa de um ser para o outro: Supõem os AA, já que se pode criar um corpo igual, seus neurônios seriam o elo de ligação, sendo a origem do pensamento... Damn!
Lembro agora de uma discussão que, há alguns anos, travei com o combativo Paulo da Silva Neto, a respeito da reencarnação, no qual apontei o problema da identidade como uma aporia na proposta reencarnacionista. Repriso aqui o dito, por ilustração:...
A concepção reencarnacionista kardecista, para se manter coerente, precisaria admitir ou a inexistência de identidade, ou identidade desconhecida para os espíritos. Mesmo que, por cortesia, acatássemos que Elias reencarnara em João Batista, aquele não poderia ser a identidade espiritual deste. Na ideologia espírita, os corpos são meramente invólucros que servem de uso para uma existência qualquer. A verdadeira identidade do espírito seria desconhecida.
Pensando reencarnacionista, e kardecistamente, um espírito poderia animar dezenas, ou mesmo centenas de corpos. Nenhum desses corpos seria “identidade”, sim personalidade.
Mas é assim mesmo que se ensina na DE: o João que desencarna é o mesmo João do lado de lá. Em princípio exatamente o mesmo ao qual, pouco a pouco se incorporam lembranças das vidas mais recentes. Reencarna e recebe o nome de José, tem novas experiências assimila conhecimentos, hábitos, comete erros e acertos... é o acervo agregado. Desencarna e chega do outro lado o José, casado com a Maria e filho de Don'ana. Mas, e o João? Depois de umas poucas reencarnações nem aqueles que se relacionaram com o João se lembrarão dele. No entanto nos arquivos da colonia que o patrocina está toda a história de João, José e todos os que foram e virão.
A identidade? Não existe, será sempre a última, que é um somatório encriptado de todas as outras.
Os espíritos mais elevados e também aqueles que não mais reencarnarão podem assumir o nome e a aparência daquela identidade que preferirem, geralmente por terem contribuído de forma significativa para a sociedade humana. É como são conhecidos e tratados por lá.
Resumindo, não há identidade, embora como você bem o disse, há a personalidade.
Identidade é aquilo que caracteriza um ente de modo a torná-lo distinto de qualquer outro.
Sim; e esta é importante para o espírito apenas naquela presente passagem no mundo espiritual, pois logo após, reencarnará em outra família, outra profissão... é
quase um novo homem.
Considerando que o espiritismo (erroneamente, a meu ver) postula que os corpos pouco ou nada significam, e que um mesmo espírito pode residir, ao longo de incontáveis existências, em incontáveis corpos, então, a característica identificativa estaria no espírito. Elias, João Batista e quaisquer outros seriam meras referências terrenas, não tendo valor em termos espirituais. Talvez, no além, descobrir-se-ia que o espírito de Elias e de João Batista se denominasse, digamos, A117PX876&.
Não, mesmo porque A117PX876& terá tido outras existências com outros codinomes, então não haveria razão para ser A117PX876&. Por isto disse que ao encerrar a série de encarnações o espírito pode escolher a aparência e o nome pelo o qual prefere ser reconhecido por lá.
E aqui há algo importante. Após sua última encarnação o espírito prosseguirá, agora apenas na condição de espírito, em constante evolução até alcançar a perfeição relativa às criaturas de Deus.
Em realidade, o problema da identidade efetiva do espírito sequer é cogitado no kardecismo, porém deveria, pois se for esmiuçado revelará dificuldades para a doutrina multividas.
Percebeu agora que não é bem assim, certo?
Mas isto iria de encontro ao des-conhecimento científico e então lança-se mão da teoria de que os neurônios são capazes de produzir o pensamento.
Certamente fala do “conhecimento a respeito da origem, formação e evolução do espírito”, o qual estaria além do saber científico, o que é verdade, pois a ciência nada tem a dizer a respeito do espírito: nem mesmo se ele existe ela sabe...
Sua fala pode ser assim traduzida: “visto a ciência não ter outra saída, inventa uma teoria para substituir o verdadeiro conhecimento.”
Neste caso, retorna-se à petição inicial: oriente-nos para que fiquemos norteados!
É importante se reconhecer a falácia da petição de princípio, neste caso, e por isto eu não faria tal afirmativa, mas insistiria no ponto de que a explicação dada pela ciência é insatisfatória, no que até os autores do artigo concordam.
Esta concepção é lógica ante o fato de que a alternativa seria a existência da alma (espírito) que por não ser estruturada em unidades básicas, tipo células ou mesmo os tais neurônios não seria capaz de responder a multiformes demandas do cérebro, com precisão e rapidez. Correto, mas...
A ontologia do espírito explicaria e justificaria tal lapso, mas esta certamente é desconhecida dos autores.
Agora enroscou um tanto: por que a alternativa aos neurônios seria a alma?
E o que tem a dizer da ontologia do espírito? Seja mais claro, por favor de please
Vamos lembrar que estamos falando daquele artigo sobre identidade, certo?
Ali, depois das mil dificuldades para se certificar sobre a identidade pessoal, resta a conjectura da transmissão no tempo e no espaço de algo como o pensamento, a personalidade. Problema este que não existiria se vamos supor a identidade no aqui e agora... basta um Green-card.
Obvio que na hipótese de uma outra vida, como foi suposto ser concedida após 500 anos, o que poderia ser considerado como caráter identificador? Eles falam naquela parte do artigo em que mencionam a psicologia, não me recordo o título, em algo abstrato... pensamentos, personalidade...
Mas não sendo materiais, como seriam transportados ao ser seguinte após 500 anos e ainda assim ser considerado como elemento identificador correto?
Fez-se a suposição de que os neurônios poderiam desincumbir-se desta tarefa por serem capazes de produzir o pensamento, em tese.
Supondo-se que esta tese fosse consistentemente refutada, o que sobraria? qual a outra possibilidade?
Ontologia, em boa sinonímia é o “estudo do ser” e consiste em uma parte da filosofia que estuda a natureza, a existência e a realidade do ser, e que no caso tal ser ou entidade é o espírito.
Na filosofia Aristotélica este significado é ainda mais abrangente.
Citei o livro Ev2Mundos, como uma fonte para se estudar ontologicamente o Espírito com seu Perispírito, vez que a análise ali feita envolve o surgimento, a razão, a causa e a evolução da entidade objeto.
Não se entra em detalhes quanto à "origem neural do pensamento", mas há de se louvar a honestidade na sua concepção quando admite que é precária mas é apenas a melhor teoria, antes de admitir a existência da alma, pois esta sim, inadmissível, pela forma como se entende este conceito.
E qual seria a “origem neural” do pensamento?
Os autores mencionam que a complexa organização das sinapses poderia em cada configuração ser a memória do conhecimento, lembranças, emoções e finalmente o pensamento propriamente dito.
Outra razão para não se admitir a existência da alma naquela teoria da identidade pessoal é que paralelamente haveria de se admitir a existência de um Deus, criador das almas, discussão que foge do escopo daquele trabalho.
Por que admitir a existência da alma coobriga a admitir a existência de Deus? Conheço pessoa que acredita em almas, em espíritos comunicantes e não acredita em Deus, e aí?
Dissonância cognitiva.
Ao se admitir a existência da alma, com todas as complexas funcionalidades a ela atribuída pelos religiosos ou espiritualistas, e que sobrevive à morte do corpo, estar-se-ia adentrando um campo de conjecturas filosóficas e teológicas que fatalmente teria de considerar sua origem, causa e finalidade; tipo da especulação que acaba por colocar Deus como resposta.
Alguém aqui saberia responder, antes de consultar, como surge a alma, como evolui e qual sua destinação segundo a tese espírita?
Eu não sei se sei, mas gostaria que mo informasse...
Respondido mais acima, citando o livro Evdoismundos, como fonte.
Mais tarde vou tentar produzir um texto simplificado sobre o assunto.
Christian Heinrich Heineken (February 6, 1721 – June 27, 1725), also known as "the infant scholar of Lübeck", was a mythical German child prodigy. It is said that when he was eight weeks old, he could speak German. He read the Pentateuch at age one, and between the ages of two and three, he read the Old and New Testament in Latin. When he was three years old, he was said to have authored A History of Denmark and recited it when visiting the King of Denmark later the same year. He died at age four of celiac disease.[1]
While his exploits certainly seem hard to believe from a current perspective, they are relatively well documented for the standards of the time, e.g. Immanuel Kant wrote an essay about the child (calling him an "ingenium praecox").[2] He was breastfed until close to his death, which was very likely caused by the ingestion of grain products
Mesmo que a história desse enorme prodígio-mirim seja verdadeira: por que a genialidade do menino seria indicativo de reencarnação? Qual a ligação entre um gênio precoce e as múltiplas existências?
Talvez responda, conforme os “espíritos explicaram” a Kardec, que são almas antigas, que trazem a experiência de muitas vidas passadas... e talvez diga isso sem se avexar...
Sabe, caro Montalvão, quando falo que existem evidências sobre a tese reencarnacionista e isto porque não existem explicações da ciência para aqueles fatos, e no entanto, existindo a reencarnação, esta seria a primeira opção para solucionar essa problemática de genialidade precoce.
Ou seja, para quem acredita a resposta está clara; e para quem não acredita, simplesmente não há resposta.
Não se espera que a ciência venha a endossar tal teoria, de jeito nenhum, mas, o cientista, enquanto homem, curioso, certamente já deve ter pensado nisto.
Ora, se esse garoto teve sua sabedoria acumulada exposta ao mundo por que nós não? Não deveria a humanidade estar recheada de gênios? Ou todos somos almas novas, fresquinhas na caminhada reencarnatória? E, mais, por que esses gênios conseguem expressar a experiência acumulada mas não lembram suas existências pregressas?
Tudo vai ao encontro da ideia de que se existe um Deus, ele quer que o conheçamos, mas isto através de nosso esforço e inteligência, então certamente terá assinado várias de suas obras, com sua extraordinária caligrafia, cabendo ao homem, com humildade reconhecer tal assinatura. Veja a beleza da natureza que até no que tem de assustador revela propósitos enigmáticos, mas certamente justos.
O próprio silêncio da Ciência ante as questões fundamentais será outro indício.
Os fatos patentes mas inexplicáveis, como por ex. os Gênios precoces, também revelam aquela assinatura.
Não haveria possibilidade de uma genialidade comum a todos os homens pois claramente deixaria de ser genialidade.
Então em determinados momentos e ambientes, com determinado propósito, tais fenômenos ocorrem, como se quisessem dizer: veja aí, seu orgulhoso de meia pataca, explica isto...