Veja os princípios fundamentais do Espiritismo, tipo, pluralidade dos mundos habitados, causa e efeito, reencarnação, transmigração, mediunidade, evolução e progresso, etc
Vamos analisar...
Se são “princípios fundamentais” fazem parte dos alicerces...
Vamos analisar:
- pluralidade dos mundos habitados – alegação que já nasceu carcomida. Kardec foi buscar num discurso de Jesus que, nem de leve, toca em questões astronômicas, fundamento para a assertiva de que “todos os orbes agasalham vida”. Admiravelmente, mesmo tal concepção estar exaustivamente demonstrada insustentável, espíritas não se acanham de divulgá-la...
Os conceitos básicos da DE não provém de textos evangélicos. Fazem parte, como que, da revelação. Ou seja, as instruções espirituais via mediunidade, e aqui é preciso lembrar, as médiuns que participaram do arcabouço da DE eram três adolescentes, nas quais respinga a mancha acusadora da fraude. Incrível.
Sim, é fato que o espiritismo debita aos imaginados espíritos a gênese da doutrina, mas que Kardec a engordou com citações bíblicas, que apregoava serem corroboradoras do pensamento dos desencarnados não há dúvida.
No cap. III do ESE se lê:
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1. Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. ( S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.)
Diferentes estados da alma na erraticidade
2. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
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- causa e efeito – nesta Kardec foi inovador: misturou ensino de Jesus (“o que o homem semear isso ceifará”), ensino este desatrelado da ideia de reencarnação e o juntou com a concepção oriental do karma, resultado: sopa indigesta...
Desculpe nobre Montalvão, mas neste caso o inovador está sendo você.
Tudo bem, dê, então, sua versão para que a conheçamos...
- transmigração - ou reencarnação? As múltiplas existências constitui hipótese de natureza religiosa, carecente de comprovação objetiva:
O cientista pesquisador Ian Stevenson não concorda com você.
Well, um reencarnacionista discordar de ponderações contrarreencarnacionistas não é de surpreender...
Agora diga lá: o que foi que Stevenson descobriu ou revelou favorável à reencarnação?
Os estudos de Ian Stevenson, no máximo, permitem afirmar uma coisa com segurança: há pessoas que alegam lembrar terem vivido outras vidas. Agora, daí afiançar que tal seja prova de reencarnação é
exagerrado!
concorre com a ideia de céu e inferno.
Na verdade se opõe por negar sua existência.
E qual seria a diferença? Mesmo assim, a reencarnação não negaria necessariamente o céu e o inferno, apenas modificaria as configurações desses.
O grande óbice contra tal suposição é a ausência de lembranças das imaginadas outras vidas. Esta aporia existe desde o primórdio do espiritismo e Rivail a enfrentou, e pensou tê-la solucionado: coitado...
Não me refiro a você, mas observo aqueles que pretensamente religiosos ditam cátedra e fazem pregações eloquentes nos púlpitos mas nada explicam e envergonhados pela ignorância fazem como, supostamente, o avestruz, enterram a cabeça no chão.
Caro Montalvão, admito o ateu e o cético negarem a reencarnação, admito, pois não concebem a existência de um Deus que seja a um tempo justo e misericordioso, mas um religioso que ensina esses atributos divinos negarem a reencarnação é um absurdo. Sempre soa suspeito.
Meu caro, tão imbuído está da certeza de que as multividas propiciam harmoniosa distribuição da justiça divina que sequer avalia as contradições que a proposta possui internamente. Parece acreditar que não lembrar de outras vivências, caso houvesse reencarnação, seja coisinha de nada, que não conspurca o processo.
Provavelmente aceita como satisfatório o que Kardec ponderou: “se Deus quis pôr o véu do esquecimento fazer o quê?...”. Deus deve ser muito sacana: joga o infeliz numa nova existência, com a missão de cumprir um projeto evolutivo, mas apaga de sua memória a lembrança de que projeto seja.
Nem mesmo um “tá quente, tá frio” ele concede...
mediunidade – já sobejamente demonstrada sustentada apenas por evidências subjetivas, ou seja, depende da simpatia do crente pela conjetura, pois os “espíritos” são incapazes de darem mostras concretas de suas presenças entre os vivos, o que nos leva irrefreavelmente à conclusão de que mortos não comunicam.
Lembre-se companheiro, sempre que mencionar ou ouvir falar em inspiração, intuição, extra-percepção... é mediunidade.
Não é nenhum exemplo clássico, mas veja a biografia de E. Swedemborg, particularmente a narrativa do incêndio em Estocolmo.
Assim sim: classificando arbitrariamente de mediunidade qualquer cousa que lhe venha à mente, vai conseguir defender a existência da coisa, embora na base da forçação de barra.
Inspiração e intuição são explicáveis e explicadas pela psicologia e pela filosofia melhormente que pela nebulosa hipótese de espíritos.
Percepção extrassensorial é conjetura que não produziu frutos saudáveis: os parapsicólogos lutam para mostrar que a PES seja realidade mas tá difícil! De qualquer modo, a parapsicologia veio justamente para afastar a hipótese de espíritos e explicar os fenômenos que a eles eram atribuídos por outras vias. Pelo menos essa era a pretensão inicial, depois bagunçou tudo.
A visão de Swedenborg do incêndio de Estocolmo provavelmente está “enriquecida” com boa dose de folclore. Mesmo que seja verdadeira conforme é contada espíritos não foram requeridos pelo místico para que a revelação se desse.
O curioso é que Swedenborg é reputado “precursor do espiritismo”, apesar de ter posição ostensivamente contrária à mediunidade: ele afirmava contatar a espiritualidade, porém por autorização especial de Jesus Cristo.
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evolução e progresso - apenas uma inovação dada por Kardec na velha crença da transmigração das almas: agora elas voltam, mas não podem regredir, por isso a metempsicose é excluída do espiritismo.
As vidas seguem em contínuo e indefinido progresso rumo à perfeição. Entretanto, como em cada existência acumulam novos débitos aos de outras vidas, a presente experiência existencial é um grão de areia num edifício que nunca termina.
Não se acumulam novos débitos, pois o aprendizado também é contínuo. Olhemos para trás e veremos que já não cometemos certos erros. Por que seria diferente nas reencarnações?
Ora, sua questão tem resposta muito simples, não sei como ainda não chegou a ela: quem tenta, cegamente, cumprir uma missão fatalmente vai cometer muitos erros e a conjetura reencarnacionista não passaria disso: obra realizada às cegas...
Certo que existe a reincidência em determinado erro, mas tende a desaparecer com a evolução da mente e da moral.
Se a reencarnação existisse haveria a reincidência em muitos erros, pensando bem, a proposta reencarnacionista kardecista é de todo insensata: como é que alguém saberia estar no rumo certo se não tem a menor ideia de qual seja o rumo?
A saída explicativa de que há intuições, percepções e a DE, que seriam lampejos de para onde se deve seguir é muito frouxa para que seja acatada.
Não esqueça: YOLO! You only live once...