Autor Tópico: Que Deus abençoe o Ceticismo  (Lida 44063 vezes)

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Offline AlienígenA

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #675 Online: 19 de Julho de 2017, 10:47:25 »
A pessoa que completa sua motinho + TV 24" c/INTERNET + ar nos quartos e na sala zera isso e a necessidade essencial passa a ser um automóvel pra poder transportar toda família e carregar as compras no Super.
Então, a "loi du propgrès" do utopismo oitocentista acabou gerando a aniquilação biológica.
E a aniquilação biológica vai gerar o "desprogresso" "moral", porque a natureza humana não muda em 500 or so anos.   
Sem dúvidas!
A propósito, creio que anteontem, assisti a uma reportagem no Jornal Nacional onde "vendedores vendem coisas roubadas" de caminhões de carga proporcionando aos compradores descontos impraticáveis honestamente falando. Também já vi várias "pessoas de bem" comprando celular roubado, aparelhos de TV a cabo que trazer "os canais gratuitamente" (tal de "gato NET") ETC ETC.

Eu particularmente conheço uma pessoa, que prega moral "ilibada" , vive destilando "ensinamentos cristãos" ao próximo e tem um destes aparelhos GATO NET .

Então o que vale é: a MINHA SOBREVIVÊNCIA e de meus familiares.

E mais, se religião resolvesse isso de fato estaríamos em condições melhores afinal de contas, segundo as estatísticas o BRASIL é super religioso ....


A natureza humana é dependente. Somos uma espécie social. A sobrevivência e perpetuação dependem da cooperação, sobretudo, na escassez, tanto quanto da competição. Eu tenho visto exemplos disso e também de gente sem emprego há três anos, vivendo de bico, dividindo o pouco que tem com outros na mesma situação. Como vocês acham que os milhões de brasileiros sem emprego estão vivendo? De roubo, saques, predação? Não! Em muitos casos, da ajuda de familiares, amigos, vizinhos, desconhecidos. Vão visitar uma comunidade pobre, uma favela, onde a escassez é a realidade quotidiana, laboratório a céu aberto, para entender melhor a natureza humana. Ali costuma estar o pior e o melhor dela. Se surpreenderão de saber que a maioria das pessoas ali, às vezes, carentes do básico, não se comportam nem próximo do que vocês imaginam.

Offline Gorducho

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #676 Online: 19 de Julho de 2017, 11:25:46 »
 :o
Mas essa "cooperação" claro que sempre existiu dentro dum certo entorno de indivíduos que percebem que é necessário cooperarem entre sis pra melhor sobreviverem.
Mesmo quando o "progresso moral" era zero cooperação existia!
Acha que as comunidades "pré-históricas" (say < -8000 AC...) ou hunos ou os astecas ou &c. não cooperavam entre sis :?:
Acha que aqueles sacerdotes de Xipe Totec não "colaboravam" entre sis e com o restante dos circunstantes deles :?:

E as tribos daquela Sr.ᵃ (Μασσαγέται) que dizem que derrotaram o Grande Ciro...
Acha que conseguiriam vencer o exército Persa sem que tivessem cooperação entre sis :?:
No entanto, cozer e comer idosos duvido que fosse considerada prova de "progresso moral" entre esses que postulam isso acerca da espécie humana...
« Última modificação: 19 de Julho de 2017, 12:04:09 por Gorducho »

Offline AlienígenA

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #677 Online: 19 de Julho de 2017, 12:17:37 »
:o
Mas essa "cooperação" claro que sempre existiu dentro dum certo entorno de indivíduos que percebem que é necessário cooperarem entre sis pra melhor sobreviverem.
Mesmo quando o "progresso moral" era zero cooperação existia!
Acha que as comunidades "pré-históricas" (say < -8000 AC...) ou hunos ou os astecas ou &c. não cooperavam entre sis :?:
Acha que aqueles sacerdotes de Xipe Totec não "colaboravam" entre sis e com o restante dos circunstantes deles :?:

Sempre existiu e progrediu, como tudo mais, sofrendo revezes, se sofisticando. A minha impressão é contrária a sua, que na abundância a competição se acirra, consequentemente, promovendo o progresso, os saltos, revoluções, e na escassez, a cooperação. Essa me parece ser a natureza humana. É o que observo. Muito mais individualismo, distanciamento, competição na abundância, muito mais comunidade, proximidade, cooperação na escassez. É impressão minha ou travamos mais guerras por causas secundárias, das quais não dependem a sobrevivência, do que primárias, básicas?

Offline Gorducho

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #678 Online: 19 de Julho de 2017, 13:33:26 »
É impressão minha ou travamos mais guerras por causas secundárias, das quais não dependem a sobrevivência, do que primárias, básicas?
O Ciro atacou ela "por sobrevivência" :?:
O Crassus cruzou o Eufrates "por sobrevivência" :?:

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #679 Online: 19 de Julho de 2017, 15:22:30 »
Desde os antepassados mais antigos do gênero humano havia considerável cooperação dentro de um grupo:

Citar
http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/4418363.stm



Early hominid 'cared for elderly'

Mas níveis maiores de abundância devem tender a estender o nível de cooperação para bandos/tribos incomparavelmente maiores de animais, ou, reduzir o conflito.

Isso deve ser bem estabelecido em eco e antropologia, e até história.

https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Homer-Dixon#Environmental_stress_and_violent_conflict


Ao mesmo tempo você tem o efeito de que a sensação de riqueza é subjetiva e os padrões mínimos se elevam de acordo com a riqueza, e estados também estendendo o comportamento tribal* em defesa territorial/de recursos, e então se ter conflitos que se possa argumentar serem mais triviais, mesquinhos.

Acho que algo nessas linhas compatibiliza essas perspectivas superficialmente diferentes.





* É um mito que caçadores-coletores são "comunistas" e dividem tudo igualitariamente; é argumentado por alguns coisas nas linhas de que, quanto mais se "simplifica" o nível de organização social, mais tende a haver conflito violento (ou, vice-versa; a humanidade foi tendendo a ser menos violenta com o passar do tempo). Possivelmente alguns também traçam conexões desse comportamento bélico à competição por recursos.

Apresentação "pop" disso recente é de Steven Pinker, resenhado aqui por Michael Shermer:

Citar
https://www.scientificamerican.com/article/the-decline-of-violence/
...
Take homicide. Using old court and county records in England, scholars calculate that rates have plummeted by a factor of 10, 50 and, in some cases, 100—for example, from 110 homicides per 100,000 people per year in 14th-century Oxford to fewer than one homicide per 100,000 in mid-20th-century London. Similar patterns have been documented in Italy, Germany, Switzerland, the Netherlands and Scandinavia. The longer-term trend is even more dramatic, Pinker told me in an interview: “Violent deaths of all kinds have declined, from around 500 per 100,000 people per year in prestate societies to around 50 in the Middle Ages, to around six to eight today worldwide, and fewer than one in most of Europe.” What about gun-toting Americans and our inordinate rate of homicides (currently around five per 100,000 per year) compared with other Western democracies? In 2005, Pinker computes, just eight tenths of 1 percent of all Americans died of domestic homicides and in two foreign wars combined.

As for wars, prehistoric peoples were far more murderous than states in percentages of the population killed in combat, Pinker told me: “On average, nonstate societies kill around 15 percent of their people in wars, whereas today’s states kill a few hundredths of a percent.” Pinker calculates that even in the murderous 20th century, about 40 million people died in war out of the approximately six billion people who lived, or 0.7 percent. Even if we include war-related deaths of citizens from disease, famine and genocide, that brings the death toll up to 180 million deaths, or about 3 percent.

...

Cŕitica às contas de Pinker, por Nassim Taleb:

http://www.fooledbyrandomness.com/pinker.pdf



Citar
How murder fell out of fashion with the rich
Murder has become largely confined to the poor and disadvantaged whereas historical records show that in times gone past it was used equally by all levels of society.

This is taken from a 1997 study called ‘The Decline of Elite Homocide’, published in the journal Criminology, which attempts to explain how homicide has become less democratic over time.

Citar
The criminological literature consistently reports a negative relationship between social status and interpersonal homicide. Regardless of the setting studied, homicide tends, with just a few exceptions, to be concentrated among low-status groups, such as the poor, the unemployed, the young, and cultural minorities. Yet robust as it is, this relationship is confined to modern societies. In the premodern era, homicide was found at all levels of the social hierarchy, including its higher echelons.

What explains these facts? Why is homicide largely confined to low status people today but was not in the societies studied by anthropologists and historians? Why has elite homicide declined? The answer developed here builds on a theory advanced by Donald Black (1983), which argues that violent conflict is a function of the unavailability of law. In modern societies, low social status and law are antagonistic, and the result is that legal means of resolving conflict are effectively unavailable to those at the bottom of the social pyramid. In earlier societies, law tended to be unavailable to everybody, irrespective of their social standing.

Link to DOI entry and summary for study.

http://mindhacks.com/2010/07/24/how-murder-fell-out-of-fashion-with-the-rich/





Ainda relacionado:

Citar
http://en.wikipedia.org/wiki/Correlates_of_crime

[...] Socioeconomic factors

Higher total socioeconomic status (usually measured using the three variables income (or wealth), occupational level, and years of education) correlate with less crime. Longer education is associated with less crime. Higher income/wealth have a somewhat inconsistent correlation with less crime with the exception of self-report illegal drug use for which there is no relation. Higher parental socioeconomic status probably have an inverse relationship with crime.[1]

High frequency of changing jobs and high frequency of unemployment for a person correlate with criminality.[1]

Somewhat inconsistent evidence indicates that there is a relationship between low income, percentage under the poverty line, few years of education, and high income inequality in an area and more crime in the area.[1]

The relationship between the state of the economy and crime rates is inconsistent among the studies. The same for differences in unemployment between different regions and crime rates. There is a slight tendency in the majority of the studies for higher unemployment rate to be positively associated with crime rates.[1]

[...]





Offline AlienígenA

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #680 Online: 20 de Julho de 2017, 10:59:58 »
Desde os antepassados mais antigos do gênero humano havia considerável cooperação dentro de um grupo:

Mas níveis maiores de abundância devem tender a estender o nível de cooperação para bandos/tribos incomparavelmente maiores de animais, ou, reduzir o conflito.

Isso deve ser bem estabelecido em eco e antropologia, e até história.

Ao mesmo tempo você tem o efeito de que a sensação de riqueza é subjetiva e os padrões mínimos se elevam de acordo com a riqueza, e estados também estendendo o comportamento tribal* em defesa territorial/de recursos, e então se ter conflitos que se possa argumentar serem mais triviais, mesquinhos.

Acho que algo nessas linhas compatibiliza essas perspectivas superficialmente diferentes.

Está certo. No post anterior onde escrevi cooperação, pensei/quis dizer colaboração. Maior abundância tende a aumentar os níveis de cooperação, reduzir os conflitos, exceto onde há desigualdade acentuada, mas também individualismo, distanciamento entre os indivíduos, competição, enquanto a escassez tende a promover maior comunidade, aproximação entre os indivíduos, colaboração, mas também a acentuar os conflitos - digo, intuitiva e não cientificamente falando. É o que observo.

Citar
* É um mito que caçadores-coletores são "comunistas" e dividem tudo igualitariamente; é argumentado por alguns coisas nas linhas de que, quanto mais se "simplifica" o nível de organização social, mais tende a haver conflito violento (ou, vice-versa; a humanidade foi tendendo a ser menos violenta com o passar do tempo). Possivelmente alguns também traçam conexões desse comportamento bélico à competição por recursos.

Maior comunidade não quer dizer "comunismo", "igualitarismo", nem perto disso, só para deixar claro, apenas maior colaboração entre um maior número de indivíduos.

Citar
Apresentação "pop" disso recente é de Steven Pinker, resenhado aqui por Michael Shermer:

Já conhecia. Eu costumo ler a respeito, me interessa o tema. Eu participo da elaboração de alguns projetos de colaboração, nada muito expressivo, infelizmente, bem menos efetivo do que eu gostaria, e estou sempre procurando tirar algum proveito dessas pesquisas/estudos para tentar aprimorar, ter novas ideias. Se lembrar de algo que pareça útil.  :ok:
« Última modificação: 20 de Julho de 2017, 11:03:21 por AlienígenA »

Offline Gorducho

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #681 Online: 20 de Julho de 2017, 12:36:28 »
Me parece que S/Pessoa está a confundir cooperação - que sempre houve - com axioma do "progresso moral".
A cooperação intra grupos sempre existiu e ela pode se expandir - i.e.: se expandir o grupo que é incluso no esquema cooperativo - conforme as condições materiais propiciem a conveniência de...
Entenda por favor: essas pessoas daqui de baixo cooperavam entre sis:
Vai pois agora e investe contra Amalec condena-o ao anátema com tudo o que lhe pertence, não tenhas piedade dele, mata homens, mulheres, crianças e recém-nascidos, bois e ovelhas, camelos e jumentos.

Offline Spencer

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #682 Online: 20 de Julho de 2017, 15:33:59 »
Questionava-se o esforço cooperativo em um mundo Mad Max... solidariedade, ajuda no apelo à sobrevivência, etc.
Ou seja, não se visa vitórias nem ganhos materiais, que caracterizam os esforços de guerra ou de corporações e empreendimentos como quer o Gorducho.


Citação de: Buckaroo
Desde os antepassados mais antigos do gênero humano havia considerável cooperação dentro de um grupo:

Exato.
Num mundo Mad Max não se pode afirmar que haveria um retrocesso nas conquistas que caracterizam as sociedades colaborativas, talvez até se intensificasse a percepção de que a colaboração em nível jamais experimentado anteriormente pudesse ser a solução.
O autor de Sapiens - Uma breve História da Humanidade, atribui ao esforço cooperativo o sucesso evolutivo de certas espécies em detrimento de outras que sucumbiram, especificando a prevalência do H.Sapiens sobre os Neandertalensis. Estes, mais fortes, cérebro mais desenvolvido e mais adaptados ao clima frio foram aniquilados pelos recém chegados, os quais, unidos pelas dificuldades enfrentadas em comum na grande travessia desenvolveram laços fortes de união e sinergia no esforço de sobrevivência.
Mesmo reconhecendo o esboço teórico, a ideia faz todo o sentido.

Offline AlienígenA

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #683 Online: 20 de Julho de 2017, 15:51:26 »
Me parece que S/Pessoa está a confundir cooperação - que sempre houve - com axioma do "progresso moral".
A cooperação intra grupos sempre existiu e ela pode se expandir - i.e.: se expandir o grupo que é incluso no esquema cooperativo - conforme as condições materiais propiciem a conveniência de...
Entenda por favor: essas pessoas daqui de baixo cooperavam entre sis:
Vai pois agora e investe contra Amalec condena-o ao anátema com tudo o que lhe pertence, não tenhas piedade dele, mata homens, mulheres, crianças e recém-nascidos, bois e ovelhas, camelos e jumentos.

Não estou confundindo, apenas relacionando, questionando postulados sobre o futuro da espécie. Lembrando que tanto ISIS quanto organizações não governamentais de ajuda humanitária são de natureza humana, ambas atuando em condições adversas. Você está adotando um viés quando trás para o debate apenas aquilo que confirma sua tese, ignorando os contrapontos.

Completando: e aqui não importa o que acreditamos. Também me parece óbvia sua conclusão. Se me perguntar no que aposto, vou concordar com você. Só defendo que o futuro está em aberto. Podemos regredir, nos aniquilar ou fazer uma nova revolução. :ok: 
« Última modificação: 20 de Julho de 2017, 16:00:11 por AlienígenA »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #684 Online: 20 de Julho de 2017, 17:28:11 »
Questionava-se o esforço cooperativo em um mundo Mad Max... solidariedade, ajuda no apelo à sobrevivência, etc.
Ou seja, não se visa vitórias nem ganhos materiais, que caracterizam os esforços de guerra ou de corporações e empreendimentos como quer o Gorducho.


Citação de: Buckaroo
Desde os antepassados mais antigos do gênero humano havia considerável cooperação dentro de um grupo:

Exato.
Num mundo Mad Max não se pode afirmar que haveria um retrocesso nas conquistas que caracterizam as sociedades colaborativas, talvez até se intensificasse a percepção de que a colaboração em nível jamais experimentado anteriormente pudesse ser a solução.
O autor de Sapiens - Uma breve História da Humanidade, atribui ao esforço cooperativo o sucesso evolutivo de certas espécies em detrimento de outras que sucumbiram, especificando a prevalência do H.Sapiens sobre os Neandertalensis. Estes, mais fortes, cérebro mais desenvolvido e mais adaptados ao clima frio foram aniquilados pelos recém chegados, os quais, unidos pelas dificuldades enfrentadas em comum na grande travessia desenvolveram laços fortes de união e sinergia no esforço de sobrevivência.
Mesmo reconhecendo o esboço teórico, a ideia faz todo o sentido.

Um detalhe crítico que ficou meio de fora é que esse altruísmo mais básico, natural, é bastante restrito a grupos pequenos, de parentesco mais próximo, e em relativa igualdade social. Não é algo com o que se pode sempre contar, e é a própria empatia também a origem de conflitos. Isso tem até algum embasamento num nível hormonal, a oxitocina sendo o "hormônio da empatia", do "amor familiar", mas também tendo como efeito colateral aumentar a discriminação contra outros grupos.

"Homo sapiens" provavelmente nunca chegou a colaborar muito significativamente "como espécie" contra neandertais, como se fossem duas "nações". Seja a feita analogia com tribos indígenas ou com espécies aparentadas em estado selvagem, a coisa será sempre mais turva que isso. Tribos indígenas podem fazer laços com invasores contra inimigos locais, e mesmo os invasores não serão sempre unificados. E espécies geralmente têm maior competição interna do que contra outra espécie.

Neandertais também não deveriam ser menos socialmente coesos, ao menos em seus grupos, e possivelmente mais, ironicamente pelo mesmo motivo imaginado para essa superioriedade sapiens postulada.



A "aniquilação" dos neandertais pode ter se dado mais por fatores simplesmente demográficos, tecnológicos, e até patogênicos ("genes, povos, e línguas", de Jared Diamond), do que por algo mais significativo na organização social dessas espécies/raças. Um pouco análogo também a extinção por espécies invasoras, o que incidentalmente deve poder incluir a extinção de abelhas européias nas américas por miscigenação com as africanas. O que provavelmente se deve quase só a estas se reproduzirem mais aceleradamente, o que tende a ser típico de espécies e variedades tropicais.

Offline Gorducho

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #685 Online: 20 de Julho de 2017, 19:10:46 »
Questionava-se o esforço cooperativo em um mundo Mad Max... solidariedade, ajuda no apelo à sobrevivência, etc.
O que eu estou dizendo é que esse esforço cooperativo sempre existiu. Claro que em condições extremamente adversas alguns grupos vão se reunir dentro do limite de suprimentos alimentícios que possam dispor e vão se tocar que cooperando entre sis enfrentam melhor outros grupos e sobrevivem melhor. Colaboram na coleta, plantio, defesa de território, construção de abrigos...
Isso nada tem a ver com "progresso moral" porque quando aparecer algum indivíduo desconhecido não relacionado ao grupo eles vão esmigalhar o cranio dele.
Repito: está havendo confusão entre colaboração que SEMPRE HOUVE e o dogma da "loi du progrès" "moral" - da "perfectibilidade" "moral" dos humanos.
O cristianismo clássico é mais coerente: ele não postula isso. O indivíduo nasce, e ou segue a cartilha ou vai pro inferno FIM
Nasce outro e recomeça o processo, ciclicamente.
Eu digo que é assim, sem o inferno, claro :!:

Offline Spencer

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #686 Online: 22 de Julho de 2017, 23:50:42 »
Questionava-se o esforço cooperativo em um mundo Mad Max... solidariedade, ajuda no apelo à sobrevivência, etc.
O que eu estou dizendo é que esse esforço cooperativo sempre existiu. Claro que em condições extremamente adversas alguns grupos vão se reunir dentro do limite de suprimentos alimentícios que possam dispor e vão se tocar que cooperando entre sis enfrentam melhor outros grupos e sobrevivem melhor. Colaboram na coleta, plantio, defesa de território, construção de abrigos...
Isso nada tem a ver com "progresso moral" porque quando aparecer algum indivíduo desconhecido não relacionado ao grupo eles vão esmigalhar o cranio dele.
Repito: está havendo confusão entre colaboração que SEMPRE HOUVE e o dogma da "loi du progrès" "moral" - da "perfectibilidade" "moral" dos humanos.
O cristianismo clássico é mais coerente: ele não postula isso. O indivíduo nasce, e ou segue a cartilha ou vai pro inferno FIM
Nasce outro e recomeça o processo, ciclicamente.
Eu digo que é assim, sem o inferno, claro :!:
Parece então que precisamos definir o que seja "progresso moral":
é a síntese das modificações havidas no decorrer do tempo que resultaram no aperfeiçoamento da relação entre o Homem, suas Instituições, seu Bem-estar (welfare), seu Ambiente e sua Leis (Justiça).
Nota-se desnecessária a vinculação com Templos e Religiões.
Segundo meu entendimento, estas, as Religiões, serão enormemente beneficiadas, ante o conceito geral, quando alcançarem o definitivo progresso moral.

Citação de: Buckaroo Banzai
Um detalhe crítico que ficou meio de fora é que esse altruísmo mais básico, natural, é bastante restrito a grupos pequenos, de parentesco mais próximo, e em relativa igualdade social. Não é algo com o que se pode sempre contar, e é a própria empatia também a origem de conflitos. Isso tem até algum embasamento num nível hormonal, a oxitocina sendo o "hormônio da empatia", do "amor familiar", mas também tendo como efeito colateral aumentar a discriminação contra outros grupos. 
A restrição a grupos pequenos, segundo a Antropologia , alcança um número aproximado de 150 indivíduos. O crescimento, a partir daí, desestabiliza o grupo e se perde o sentido da hierarquia, dai a tendência a formação de novos sub conjuntos.

Offline Gorducho

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #687 Online: 23 de Julho de 2017, 10:10:54 »
Parece então que precisamos definir o que seja "progresso moral":
é a síntese das modificações havidas no decorrer do tempo que resultaram no aperfeiçoamento da relação entre o Homem, suas Instituições, seu Bem-estar (welfare), seu Ambiente e sua Leis (Justiça).
Note então que o cerne é justo o que se entenda por "aperfeiçoamento" das...
Não se trata de discutir uma "evolução" da "moral" num senso, say, "termodinâmico": as modificações pelas quais passem os conceitos morais ao longo do tempo dentro das sociedades.
Mas sim que os idealistas desse dogma - claro: não precisa pôr religião nisso! - consideram como um "sentido" determinado pra "melhor".
Veja: quando resultar de novo conveniente pro welfare do grupo saquearem as aldeias d'outros grupos e escravizarem os mais aptos e ao mesmo tempo não os mais fortes ou ameaçadores (*), os humanos o farão de novo.
E pra esses idealistas - incluídos os kardecistas + xaverianistas (2057) nisso...- essa opção não existe. Seria "um retrocesso" "moral" contradizendo o dogma da "loi du progrès".
Es decir: sua observação é correta mas ignora que esse dogmatismo - certes... certes: não necessariamente religioso - tem um "sentido" teleológico, digamos. E um sentido uno, definido.
Percebe :?:

(*) Ou quiçá cegarem esses e pô-los pra tarefas como ordenhar cabras, abrir buracos &c.:
Os Citas têm por hábito furar os olhos dos seus escravos, para utilizá-los na ordenha de animais, cujo leite consomem diariamente.
[História, livro IV (Melpômene) - II]
« Última modificação: 23 de Julho de 2017, 10:42:38 por Gorducho »

Offline Gigaview

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #688 Online: 23 de Julho de 2017, 11:07:36 »
O Spencer (+ todos os espíritas e alguns "ceticos") ficam filosofando bobagens sobre "progresso moral" e outros nhenhenhens que só fazem sentido a partir da confirmação da existência dos espíritos e posterior certificação do cabedal kardecista.

Enquanto isso não acontecer, como já disse, é discutir se Papai Noel tem problemas de próstata.

Portanto, Sr Spencer & Cia, por favor provem que os espíritos existem. Gostaria discutir esses temas depois da minha conversão ao espiritualismo, já certo que os espíritos existem de fato, e quem sabe, até me torne espírita. Até lá, a área mais apropriada para esse papo-cabeça non-sense é a de papo-furado.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Spencer

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #689 Online: 23 de Julho de 2017, 11:57:17 »
O Spencer (+ todos os espíritas e alguns "ceticos") ficam filosofando bobagens sobre "progresso moral" e outros nhenhenhens que só fazem sentido a partir da confirmação da existência dos espíritos e posterior certificação do cabedal kardecista.

Enquanto isso não acontecer, como já disse, é discutir se Papai Noel tem problemas de próstata.

Portanto, Sr Spencer & Cia, por favor provem que os espíritos existem. Gostaria discutir esses temas depois da minha conversão ao espiritualismo, já certo que os espíritos existem de fato, e quem sabe, até me torne espírita. Até lá, a área mais apropriada para esse papo-cabeça non-sense é a de papo-furado.
Por um lado você tem razão... se não se prova a premissa, faltará sustentação ao que virá em seguida.

Por outro lado a questão do progresso moral, penso, independe da existência de espíritos.
Se você aceita que a inteligência e todas as suas conquistas se aperfeiçoam no tempo e que a ética se aprimora sempre, como uma consequência, há de concluir que o progresso moral é resultado do tempo e não provém de ensinamentos espiritistas.
Estes, apenas apontam um fato que está diante de nós despertando maior confiança no futuro.
A Terra será um paraíso quando os homens forem bons; enquanto isso...

Offline Gigaview

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #690 Online: 23 de Julho de 2017, 12:30:56 »
O problema é misturar as duas coisas e os espíritas são especialistas nisso para dar sentido às suas bobagens. É só ler os posts para ver como o espiritismo fluiu leve e solto nas entrelinhas de alguns posts. Até os céticos desatentos acabam admitindo sem querer a existência de espíritos enquanto discutem aspectos que poderiam ser relevantes mas que independem da existência deles.
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Offline Gigaview

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #691 Online: 23 de Julho de 2017, 12:33:09 »
Citar
Por um lado você tem razão... se não se prova a premissa, faltará sustentação ao que virá em seguida.

Então por que você não prova a premissa? Onde está a sustentação da sua crença?
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Offline Spencer

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #692 Online: 23 de Julho de 2017, 14:33:08 »
Parece então que precisamos definir o que seja "progresso moral":
é a síntese das modificações havidas no decorrer do tempo que resultaram no aperfeiçoamento da relação entre o Homem, suas Instituições, seu Bem-estar (welfare), seu Ambiente e sua Leis (Justiça).
Note então que o cerne é justo o que se entenda por "aperfeiçoamento" das...
Não se trata de discutir uma "evolução" da "moral" num senso, say, "termodinâmico": as modificações pelas quais passem os conceitos morais ao longo do tempo dentro das sociedades.
Mas sim que os idealistas desse dogma - claro: não precisa pôr religião nisso! - consideram como um "sentido" determinado pra "melhor".
Veja: quando resultar de novo conveniente pro welfare do grupo saquearem as aldeias d'outros grupos e escravizarem os mais aptos e ao mesmo tempo não os mais fortes ou ameaçadores (*), os humanos o farão de novo.
E pra esses idealistas - incluídos os kardecistas + xaverianistas (2057) nisso...- essa opção não existe. Seria "um retrocesso" "moral" contradizendo o dogma da "loi du progrès".
Es decir: sua observação é correta mas ignora que esse dogmatismo - certes... certes: não necessariamente religioso - tem um "sentido" teleológico, digamos. E um sentido uno, definido.
Percebe :?:

(*) Ou quiçá cegarem esses e pô-los pra tarefas como ordenhar cabras, abrir buracos &c.:
Os Citas têm por hábito furar os olhos dos seus escravos, para utilizá-los na ordenha de animais, cujo leite consomem diariamente.
[História, livro IV (Melpômene) - II]
Muito caro Gorducho; não se deixe dominar pelo negativismo ante as possibilidades do ser humano. Os fatos que aponta destacando a crueldade, particularmente dos mais fortes enquanto grupo, acabam por se perderem no passado; senão, em terras distantes e isoladas da civilização.
 
Aqui entre nós, quando acontecem, violam as leis e são punidos severamente.
Não há dogmatismo, é fato observável desde que se retire dos olhos a venda do pessimismo.
Pessoas há - nem todas - que vitimadas por acontecimentos infelizes, temerosas em arrostar o futuro tornam-se compreensivelmente amargurosas.

Este é o caso típico em que uma espiritualizada faz grande diferença.
Infelizmente, acredito eu, esta fé não seja artigo de fácil aquisição, pois demanda tempo, humildade e esforço de compreensão.
Nesta receita o ingrediente da dor costuma abreviar o processo, mas também corre-se o risco de gerar a revolta, o que nos distanciará da nobre aquisição.
Isto não é pregação religiosa, é fato diariamente observável.
A agiografia nos fornece inumeráveis exemplos como Ignácio de Loiola, Agostinho de Hipona e outros que depois de vida mundana se converteram até à santificação, na narrativa católica. 
 

Offline Spencer

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #693 Online: 23 de Julho de 2017, 14:35:40 »
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Por um lado você tem razão... se não se prova a premissa, faltará sustentação ao que virá em seguida.

Então por que você não prova a premissa? Onde está a sustentação da sua crença?
Em algo que você ainda não possui. :hihi:
Falando sério, na verdade pretendo me estender um pouco sobre isto. Aguarde um instante por favor.

Offline Gorducho

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #694 Online: 23 de Julho de 2017, 19:44:36 »
A agiografia nos fornece inumeráveis exemplos como Ignácio de Loiola, Agostinho de Hipona e outros que depois de vida mundana se converteram até à santificação, na narrativa católica.
By the way... já que é versado em agiografias, saberia me dizer onde St° Agostinho diz eu estou persuadido de que minha mãe voltará a me visitar e me dar conselhos, revelando-me o que nos espera a vida futura :?:

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #695 Online: 23 de Julho de 2017, 20:28:26 »
Até os céticos desatentos acabam admitindo sem querer a existência de espíritos enquanto discutem aspectos que poderiam ser relevantes mas que independem da existência deles.

Como quando? :hein:

Offline Gigaview

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #696 Online: 23 de Julho de 2017, 21:21:15 »
Até os céticos desatentos acabam admitindo sem querer a existência de espíritos enquanto discutem aspectos que poderiam ser relevantes mas que independem da existência deles.

Como quando? :hein:

Não vou revelar para não colocar o "clube" em risco.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.


Offline Rafael_SG

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #698 Online: 24 de Julho de 2017, 11:56:16 »
Até os céticos desatentos acabam admitindo sem querer a existência de espíritos enquanto discutem aspectos que poderiam ser relevantes mas que independem da existência deles.

Como quando? :hein:

Não vou revelar para não colocar o "clube" em risco.

 :histeria:

Offline homemcinza

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Re:Que Deus abençoe o Ceticismo
« Resposta #699 Online: 24 de Julho de 2017, 13:18:39 »


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Então por que você não prova a premissa? Onde está a sustentação da sua crença?
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Em algo que você ainda não possui. :hihi:
 

Imaginação fértil  :P
Ceticismo é para poucos!

 

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