Meu caro, provar que algo não existe não é fácil nem simples. E sua frase está um tanto desconexa: se a ciência "não pode provar" então ela também "não pode tentar". A ciência lida com o que é detectável e mensurável. Espíritos estão fora dessas condições, portanto ela não pode dizer a respeito de espíritos. E a culpa não é dela, da ciência, são os próprios "espíritos" quem complicam as coisas! Se eles existissem e comunicassem certamente teriam interesse em serem aceitos por todos. Por que só crentes teriam a ventura de contatá-los?
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Jogo de palavras? Tentar, no caso, é sair a campo para o trabalho que lhe caberia. Eu digo, ela nunca fez isto... não é sua área.
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Creio não me entendeu. Falei o seguinte, tomando por base o que você mesmo pontificou, “se a ciência NÃO PODE INVESTIGAR”, (não por limitação técnica, mas pela ausência do objeto de estudo), então ela não vai tentar, por que tentaria fazer o que “não pode”? A ciência não tem meios de estudar nada da espiritualidade, a não ser que a espiritualidade se oferecesse para tal, coisa que ainda não aconteceu. Imagine um grupo de cientistas queimando a bufa para descobrir como levar espíritos ao laboratório, considerando que nessas horas “eles” não aparecem nem com mandiga braba?
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Aí entra o que o Gorducho bem lembrou: Kardec veio para suprir essa deficiência, apresentando ao mundo um “mix” de religião, filosofia e CIÊNCIA! Quase que dava para dizer “todo problema acabou, o Kardec chegou!”, quase... Infelizmente, nem com Kardec a espiritualidade se deixa perscrutar... Essa timidez denota muito mais ausência (inexistência) que fobia espiritossocial...
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Provar que espíritos não existem não digo que seja impossível, mas muitíssimo difícil, pelo fato de que espíritos não são investigáveis (o que você já reconheceu). Entretanto, é possível provar que, mesmo que existissem, não comunicam, considerando a total ausência de demonstração, em âmbito científico, dessa alegação! E não é que a ciência fuja da investigação, por medo de enfrentar a “verdade” (você próprio admite que homens de ciência sairam à campo), são os “espíritos” que escafedem-se de verificações técnicas mais que o capeta foge de Jesus!
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Na verdade, nos idos do século XIX digníssimos representantes da Ciência, pela curiosidade natural própria do cientista, vários deles, de fato saíram a campo, veja:
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Oh, mio amigo, você está contradizendo sua própria afirmação: “A ciência não pode”, mas se cientistas saíram em em campo a estudar o misterioso, conforme lembrou, então a ciência “pode”! Afinal, pode ou não?
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Para mais complicar o que complicado está revejo a afirmação: “Eu digo, ELA NUNCA FEZ ISTO... não é sua área”. Começo pelo fim “não é sua área”, qualquer coisa mensurável é área da ciência, o que ela não pode é trabalhar com imaginações...
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Afirma que “A CIÊNCIA NUNCA FEZ ISTO” [investigar espíritos] entretanto, adiante, diz:
“digníssimos representantes da Ciência, pela curiosidade natural própria do cientista, VÁRIOS DELES, DE FATO SAÍRAM A CAMPO”.
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E aí, a ciência fez ou não fez?
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Eusápia Palladino - verbete na Wikipedia
Por volta do ano de 1888 tornou-se conhecida no mundo científico em virtude de uma carta do Prof. Ércole Chiaia enviada ao criminalista César Lombroso, relatando detalhadamente as experiências já realizadas por ele com a médium, carta essa publicada no jornal "Il Fanfulla dela Domênica". Entre outras, o missivista informava:
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"A doente é uma mulherzinha de modestíssima condição social, com cerca de trinta anos, robusta, iletrada e cujo passado, porque vulgaríssimo, não merece ser esquadrinhado; que nada apresenta de notável, a não ser as pupilas de fascinante brilho e essa potencialidade, que os criminalistas diriam irresistível."
Em outro trecho da mesma missiva, afirmava:
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"Quando quiserdes, essa mulherzinha será capaz de, encerrada numa sala, divertir durante horas, por meio de surpreendentes fenômenos, todo um grupo de curiosos mais ou menos céticos, ou mais ou menos acomodatícios."
Encerrava a missiva convidando o célebre alienista, a investigar, diretamente, os fenômenos por ele constatados na médium.
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Três anos mais tarde, em 1891, Lombroso aceitou o convite, realizando, uma série de sessões com a médium. Esses trabalhos foram acompanhados por uma comissão em Milão, integrada pelos professores Schiaparelli, diretor do Observatório de Milão; Gerosa, Catedrático de Física; Ermacora, Doutor em Filosofia, de Munique, e o Prof. Charles Richet, da Universidade de Paris.
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Além dessas sessões, muitas outras foram realizadas, com a presença de homens de ciência, não só da Europa, como também da América.
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LOMBROSO, DIANTE DA EVIDÊNCIA DOS FATOS, CONVERTEU-SE AO ESPIRITISMO, tendo declarado: "Estou cheio de confusão e lamento haver combatido, com tanta persistência, a possibilidade dos fatos chamados espíritas.
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Dou destaque ao seu destaque da conversão de Lombroso... em termos de comprovação científica do fenômeno em estudo isso nada diz! Já lhe falei a respeito: vários homens de ciência ao se interessarem pelo espiritismo acabaram aderindo à doutrina; outros continuaram tão ou mais céticos; alguns acreditaram na realidade dos eventos mas lhe deram explicações diversas divergentes das espiritistas, e parte dos convertidos mais adiante se desconverteu...
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E você continua a cometer o equívoco denunciado: recorre a relatos antigos, não confirmados no presente, para fundamentar a crença, como se tal fosse suficiente!
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E, ainda escolheu ilustração bem furrequinha: Palladino que encantou vários desatentos foi flagrada simulando em variadas ocasiões. A partir dela criou-se o jargão “às vezes é fraudadora, às vezes é legítima”, uma forma de salvar a reputação de pesquisadores renomados que atestaram com muita veemência a legitimidade da médium enquanto outros só encontraram safadezas...
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As razões pelas quais, nos dias de hoje, a ciência não se ocupa com religiões são obvias e o Espiritismo, pelos conceitos que são emanados aqui mesmo neste FCC, não seria exceção.
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Não obstante ter declarado inúmeras vezes, não tenho a pretensão de provar que Espíritos existem. Debato no âmbito da qualificação, como bizarrice, de uma doutrina que é séria e prega excelentes valores morais. Se sua revelação veio por meio de espíritos e através de médiuns, crianças ainda, o que é notável, ainda assim isto pode ser ignorado e o respeito aos espíritas torna-se questão de bom-senso.
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Tosquice, bizarrice, alucinações não parece condizer com o mencionado equilíbrio de seus praticantes. Espíritos? Deixe os em paz, a princípio, e o tempo aclarará muita coisa.
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Belo discurso, muito enternecedor, pouco elucidativo. O espiritismo prega “excelentes valores morais” mas quase todas as religiões também o fazem... Isso não é suficiente para legitimar as alegações místicas que prolatam! Este é o ponto! Se espíritos comunicassem com vivos seria por aí o caminho para confirmar-lhes a real presença e prosseguir em investigações cada vez mais aprofundadas e profícuas. Qual nada, tanto espíritos comunicantes quanto várias postulações da "ciência espírita" continuam as mesmas dos primórdios, com erronias claramente reveladas e ainda mantidas, mesmo sob a recomendação patriarcal de que quando a ciência apontasse erros na doutrina que se fizesse a devida correção...