Não, no processo de sentir, ou melhor dizendo, de perceber, da visão, o sensor, o aparato que realiza a ação(de perceber), não é so o olho. O olho na verdade é apenas uma das partes de um conjunto sensibilizado oticamente.
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Quanto ao olho sentir luminosidade, é uma ação relacionada com uma possível intensidade, mais do que com uma esperada percepção da luninosidade em si. Talvez a adequacao maior da palavra perceber, em vez de sentir, tenha relação com menos subjetividade assessória, desnecessaria em certos contextos. Mas absolutamente, sentir e perceber tem os mesmíssimos significados num sentido mais amplo.
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Quanto ao volteio,voce decide se ele existe ou não. A pergunta pergunta: Você compreende de uma vez por todas, que intuição não é uma percepção, mas sim uma forma como a percepção ocorre?
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Quando aventei a possibilidade de que estivéssemos falando do mesmo por vias diversas via mais concordância que discordância nas opiniões. Continuo pensando assim e esclareço o porquê...
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Eu estava preparando um arrazoado mais extenso a respeito (cuja parte inicial reproduzo a seguir), mas ao deparar suas últimas considerações achei desnecessário continuar. Faço tão somente pequenas apreciaçõe finais.
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O que é apreendido pelos sentidos é percepcionado no cérebro, responsável por interpretar a impressão sensorial. A “ação intelecto-cognitiva” se dá após o processo de percepção e diz respeito ao modo como a consciência irá tratar o que foi percebido.
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A intuição passa por outra via. Ela pode lidar com o que é percebido num dado momento, o qual funcionará como um gatilho, ou a “peça que falta”, para que uma ilação aflore à consciência.
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O raciocínio é mediado, depende de conceitos para ser elaborado; a intuição é imediata.
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O pensamento racional é cogitativo, passa por diversos volteios até chegar onde pretende; a intuição é emergente, surge num “flash”...
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O pensamento racional é atividade discursiva, depende da linguagem para ser expresso; a intuição é inexprimível e carece ser, posteriormente à sua gênese, descrita formalmente. Pode-se dizer que a intuição fornece a matéria bruta e o raciocínio a lapida.
[parei por aqui].
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Se bem compreendi seus comentários, você considera que sensação e percepção sinonimizam porque leva em conta a inteira estrutura cognitiva, que vai desde a captação do estímulo à sua interpretação, enquanto eu estou distinguindo as partes desse aparato, o que me pareceu mais adequado.
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Pelo visto, não estava preocupado em considerar as diferenças entre a intuição e o pensamento, digamos, “comum”, o qual se forma por meio de uma cadeia de raciocínios, enquanto a intuição possui outro caminho gerativo. Entendi que foca apenas o que ocorre a partir do insight, do afloramento, quando, no seu dizer, a intuição passa a ser “uma forma com a qual se percebe”.
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Lembre que a divergência começou após ter invalidado meu comentário complementar:
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Complemento meu comentário final da postagem anterior, antes que seja mal entendido...
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"A única “percepção extrassensorial” confirmada é a intuição..."
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Porém, a base das intuições é sensorial, pois ela se forma a partir de dados contidos na memória, ou seja, sensorialmente captados...
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O que na verdade não complementa, mas invalida a afirmação em questão. Além do que, intuição nem é percepção, mas sim, uma forma com a qual se percebe.
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Afirmei que a intuição era uma “percepção extrassensorial” como provocação ao Jung-F, esperando que objetasse; não que eu considere que exista esse trem (concordo, e não poderia discordar, que todas as informações captadas pelo cérebro são sensoriais). Oponho-me à realidade de conjeturas quais telepatia, clarividência, telecinesia. Por isso aspeei a expressão. Queria dizer que, dadas as características da intuição, ela poderia ser tomada por extrassensorial (alguns o fazem), e o complemento tinha por fito mostrar que não proferira a declaração a sério.
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Mas, pelo que vejo, entendeu que eu estivesse advogando haver meio de captação de informações que transcendesse os sentidos, enquanto supus que estivesse a defender que intuição e raciocínio fossem o mesmo, distintos apenas na aparência.
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Conquanto a conversa tenha sido tempo perdido, não foi perda de tempo: da discussão nasce a luz...
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E sim, claro que a intuição é um dos vários modos de percepção...