a entendi! voce acredita que o óvulo sozinho seja um ser assexuado, por isso tenta argumentar que a natureza comete um crime de lesa óvulo na menstruação.
mas me explique por que considera o óvulo sagrado e o esperma não?
a principio achei que voce estava apenas querendo se divertir trolando,mas agora começo a preocupar que realmente esteja falando sério!
Eu não considero nem o óvulo nem o espermatozóide sagrados.
O meu ponto é que moralmente falando o zigoto e óvulo deveriam ser vistos como idênticos, pois o último é mais que 99% do primeiro, seu estágio antecessor inescapável.
E portanto a "lógica" de que, uma vez que adentrado o gameta masculino, a mulher deve então perder qualquer poder de escolha, é na melhor das hipóteses, equivocada na forma como tenta zelar pela vida humana, e na pior, simplesmente misógina.
Isso não é "proposta" minha, decorre logicamente de se considerar o óvulo como pessoa, que é algo lógico a partir de se considerar o óvulo fecundado como pessoa.
disseste bem " é algo lógico a partir de se considerar o óvulo fecundado como pessoa"
ANTES NÃO!
então mais uma vez só pode estar de brincadeira!
que mais irá propor, depois de querer incriminar a natureza por descartar óvulos na menstruação, que eles sejam velados e enterrados ?
Não seria a natureza a culpada, mas aqueles que, contra a natureza, praticassem celibato ou contracepção, deixando as pessoa-células morrerem por conveniência e hedonismo.
Se as pessoas realmente vissem o óvulo já como criança, talvez considerassem eventuais menstruações "acidentais" não dignas de indiciação criminal ou de enterro cerimonial, tal como as pessoas que alegadamente consideram qualquer estágio pós-fecundação moralmente equivalente a uma criança tipicamente não realizam enterro para abortos espontâneos (se não me engano, talvez até a maioria das concepções), e tampouco a mulher ou o casal são acusados de homicídio culposo.
Se uma posição não precisa dessa coerência também, a outra logicamente também não, é apenas justo.
Pode haver eventual necessidade de sacrificar inocentes, mas de modo geral não é considerado como parte regular dos processos de uma sociedade funcional, mas algo que deu errado, que escapou do alcance do poder de evitar.
Não é o caso quanto a execução de crianças concebidas em atos de estupro.
se afirma não ser necessário sacrificar embriões frutos de estupros assuma paternidade deles provando que sua generosidade não limita-se apenas a hipocrisia politicamente correta!
lembre-se que "o verdadeiro pai é aquele que cria" e genitor é apenas um irresponsável sexual
Isso é, ou deveria ser, opção individual de cada mulher, assim como para qualquer outra gestação, incluindo aquelas que você e julga dono do direito de decidir arbitrariamente, sem no entanto se responsabilizar em cuidar de qualquer filho indesejado de terceiros em troca disso.
se não houvesse espaço o esperma do seu pai não tinha entrado no óvulo, se estava incompleto não pode ser considerado um ser, esta sua filosofia panteista
A fictícia noção de "pessoalidade" atribuída já ao óvulo antes da fecundação em vez de apenas segundo mais tarde, não tem absolutamente nada de "panteísta".
um momento arbitrário um óva, ovo ou óvulo , sei la! São voces abortistas
Você também é abortista, não faz sentido usar isso como insulto.
seu discurso é do tipo ser politicamente correto, fala de proteção a vida mais acha legal permitir que milhões delas sejam interrompida precocemente!
Você também! Você não liga para a vida dos óvulos, e não liga para a vida dos filhos de estupradores, e despreza as conseqüências sociais de proibir o aborto. E isso tudo é o "seu" corretismo político, também não faz sentido como tentativa de desqualificação ad hominem aqui.
E para isso se apegam a crença de que um embrião humano não é gente apenas um conjunto de células indesejadas que podem ser descartadas sem nenhuma responsabilidade.
Você prega a crença que o óvulo não é gente, apenas uma célula não agraciada pelo sagrado espermatozóide que vem do glorioso testículo masculino, e pode ser então descartada; mas se a mesma célula for agraciada pelo espermatozóide, a mulher não deve mais ter poder de decisão, pois supostamente seria matar uma criança. A menos é claro que ela seja filha de estuprador, aí tudo bem, porque talvez a mulher seja até casada com outro cara, que vai então sustentar o filho de outro, feito um corno.
não sei se foi erro de digitação: " pessoas fazendo sexo, ato pelo qual devem ser punidas com crianças."
espero que não tenha dito isso, que evitar aborto é querer punir pais irresponsáveis obrigando assumir seus filhos crianças indesejadas??????????????????????????
É só o que pode parecer, se a pessoa não acredita que não são todos estágios de desenvolvimento igualmente importantes como "humanos", não sendo dotados de consciência ou capacidade de sofrimento -- diferentemente daquelas crianças a que se obriga as mulheres a gerar contra sua vontade.
depende ao sofrimento a que se refere ao da criança , ou dos pais que vão ter tolerar uma criança indesejada?
se de fato fosse um defensor da vida ca não estaria a defender abortos
Isso faz tanto sentido quanto dizer, "se de fato fosse um defensor da vida, não estaria defendendo contracepção/menstruação".
O óvulo é tão vivo antes quanto depois da fecundação.
Se não é a vida em si apenas que importa, se é necessária uma diferença qualitativa, e essa é a "vida cerebral", então é perfeitamente compatível ser um defensor da vida e ser a favor do direito ao aborto antes do início da atividade cerebral.
É na verdade uma defesa maior da vida, da dignidade da vida humana. Não são meras células humanas feitas sagradas com um esporro que contam, mas a vida humana capaz de sofrer. As conseqüências dessa diferença de posições estão longe de ser triviais.
http://terracoeconomico.com.br/crime-e-aborto-e-magica-solucao-da-criminalidade-americanahttps://maustratosnainfancia.wordpress.com/2012/12/17/negligencia-causa-mau-desenvolvimento-no-cerebro/https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2017/11/04/imagens-de-dois-cerebros-infantis-mostram-a-diferenca-que-o-amor-dos-pais-faz.htmme desculpe mas ser irracional, ser irresponsável é fazer um filho e querer mata-lo
Esssa posição é dependente de se considerar um óvulo em que acabou de entrar um espermatozóide algo já da mesma importância humana que uma criança.
Sem esta assunção, talvez baseada em crenças primitivas, não faz sentido a colocação tal como foi feita.
Irresponsabilidade existirá, em menor grau, em trazer ao mundo uma criança capaz de sofrer sem ter condições e/ou disposição em fazer o melhor possível para evitá-lo, ainda que, em alguns casos, a pessoa possa ela mesma ser vítima de ignorância, de uma mentalidade atrasada, que lhe restringe conhecimento e direitos. Irresponsabilidade em um grau incomensuravelmente maior, está em fazer com que isso se repita indefinidamente, impondo leis que tiram a liberdade de mulher.
Apesar de, nos EUA, serem praticados mais abortos justamente onde é proibido, eles ainda deixarão de ocorrer em algum grau, devido a essa proibição, bem como demais práticas associadas à mesma ideologia retrógrada, que também tenta limitar a contracepção e educação sexual.
mas mais irracional é uma sociedade que tenta aprovar tais inversões de valores onde o prazer egoísta esta acima do direito a vida,
Simplesmente não há tal "inversão".
O problema é apenas que
óvulo + espermatozóide ≠ criança; que criança sim, pode sofrer, requer condições adequadas de criação, a começar por pais que desejem criá-la.
O prazer dos irresponsáveis é essencialmente irrelevante, ele não pode ser usado como justificativa para o sofrimento das crianças, que não podem ser instrumento de punição dos mesmos.
Outra forma de frasear a segunda e maior irresponsabilidade, está em se
tornar obrigatório que crianças sejam criadas por pais irresponsáveis que não as querem. Mas, fazer o quê, se a mulher abriu as pernas, e o espermatozóide sagrado adentrou a célula anteriormente irrelevante, agora tornada também sagrada (ao menos na hipótese de não ser um estupro).
quer dizer que matar o filho é estar querendo ser responsável por ele, se seus pais tivesse essa sua visão "responsável e bondosa" você não estaria aqui para poder defender tal coisa!
Novamente,
óvulo + espermatozóide ≠ criança.
Mais uma vez deixo o link para o texto de Sagan e Druyan, e encerro assim minha participação.
https://medium.com/@MariliaMoscou/aborto-%C3%A9-poss%C3%ADvel-ser-pr%C3%B3-vida-e-pr%C3%B3-escolha-ao-mesmo-tempo-tradu%C3%A7%C3%A3o-60f4f6cbd9ce
Aborto: é possível ser pró-vida e pró-escolha ao mesmo tempo?
Carl Sagan e Ann Druyan*
Artigo publicado pela primeira vez na revista Parade com o título de “A questão do aborto: uma busca por respostas” em 22 de Abril de 1990.
"A humanidade gosta de pensar em termos de opostos extremos. Tende a formular suas crenças em termos de “ou isso ou aquilo”, polos entre os quais não reconhece possibilidades intermediárias. Quando forçada a reconhecer que os extremos não são praticáveis, ainda sustenta que são possíveis na teoria mas que em assuntos práticos as circunstâncias nos compelem a abrir mão de algumas posições." - John Dewey, Experience and Education, I (1938)
A questão fora resolvida havia anos. Os tribunais decidiram o caminho do meio. Pensava-se que a luta havia acabado. Ao invés disso o que temos são ataques, bombas e intimidação, assassinato de trabalhadores em clínicas que fazem abortos, prisões, lobby intenso, drama legislativo, audiências públicas, decisões dos supremos tribunais, grandes partidos políticos quase se definindo inteiramente através desta questão, e religiosos ameaçando políticos à perdição. Militantes disparam acusações de hipocrisia e assassinato. A defesa da Constituição e a vontade de Deus são igualmente invocadas. Argumentos duvidosos são repetidos como certezas. As facções em disputa reivindicam a ciência para sustentar suas posições. Famílias se dividem, maridos e esposas decidem não discutir sobre o tema, amigos de longa data não mais se falam. Políticos consultam as pesquisas de opinião para saber o que dizem suas consciências. No meio de tanta gritaria fica difícil para os adversários se escutarem. As opiniões se polarizam. As mentes de fecham.
É errado abortar uma gravidez? Sempre? Às vezes? Nunca? Como decidir? Escrevemos este artigo para melhor compreender que visões disputam tais questões e para ver se nós mesmos encontramos uma posição que nos satisfaça. Não haveria um caminho do meio? Foi preciso pesar os argumentos de ambos os lados em relação a sua consistência e propor exemplos-teste, alguns destes puramente hipotéticos. Se em alguns destes testes parecemos ir muito longe, pedimos aos leitores e leitoras que sejam pacientes conosco — estamos tentando forçar as várias posições até seu limite para ver sua fragilidade e onde falham.
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