E isso pode ser um problema pois na mente de pessoas de senso-comum se alguém dá uma melhorada na situação social e econômica (mais empregos, maio poder aquisitivo, etc) pode servir de justificativa falaciosa pra se aplicar resto da ideologia dele, com coisas como políticas anti legalização do aborto, casamento gay, estado laico (esse aqui seria mais ameaçado já que elemento religião tem peso grande nesse governo), etc.
Vice-versa também.
Deve haver aqueles que, por interesse político-privado, mesmo acreditando que as reformas previdenciária e tributária são positivas e necessárias para a economia, farão tudo para prejudicá-las a fim de não dar a esse governo a posição favorável de ter tirado o país do buraco, ou, começado a escalar para fora dele.
Eu particularmente tinha a "esperança" de que as coisas andassem nesse sentido ao menos, com a esquerda se concentrando mais em frear as boçalidades sócio-culturais, o que até tem ocorrido em algum grau (Velez), embora com o país apenas atolado mesmo nesse sentido. Mas o próprio governo é oposição, é uma situação meio bizarra. É um pouco como se nos anos 90 e 2000 PT e PSDB fossem um só partido no governo, em vez de terem alternado governo e oposição.
Eles querem um impeachment de Mourão. Também nunca foram verdadeiramente economicamente liberais, mas mais alinhados a Ciro Gomes, etc.
Tirando Mourão e Guedes, o Brasil acaba.
Se Mourão, o autogolpista e Guedes, o golpista financeiro, são a salvação, o Peter tem razão o Brasil já acabou.
Guedes não foi condenado por nenhum golpe financeiro. Não estou suficientemente por dentro, mas ele argumentou até algo nas linhas de que a acusação nem entende do assunto o suficiente para ter apontado algo irregular, enxergando problema em algo que é prática comum.
Independentemente disso, a realidade é que uma pessoa pode ser mesmo criminosa, e, ainda assim calhar de ser bem capacitada para algo positivo para toda a sociedade. O Chile tem um IDH superior ao Brasileiro, e isso em parte se deva à influência de políticas consonantes com as que Guedes propõe, mantidas mesmo por governos socialistas.
Me adiantando, o "argumento" dos "idosos suicidas com a aposentadoria do mal" tem no mínimo dois problemas: desconsiderar a degradação gradual do sistema até como parte do seu sucesso inicial, permitindo um aumento da longevidade maior que o brasileiro, e o fato dela poder ser em tese complementada ou ajustada em algum grau, o que os governos não fizeram (nem mesmo o socialista), tendo portanto aqueles que se sucederam teriam maior "responsabilidade" por suicídios de idosos, se vamos considerar esse tipo de coisa como realmente algo especificamente atribuível a isso.
[...] A despeito da ditadura, esse modelo econômico chileno é mantido em grande parte até hoje, quase 40 anos depois. O país foi governado 20 anos seguidos pela coalizão de centro-esquerda chamada Concertação. Nem ela e nem os governos seguintes - como os dois mandatos da ex-presidente socialista Michelle Bachelet ou os do atual presidente, de direita, Sebastián Piñera - mudaram o sistema econômico.
[...]
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46092156