Eu não sou contra o aborto, principalmente casos especiais, mas sou contra sua banalização. Isso, porque sou a favor da qualidade de vida. A grande questão do aborto, na minha opinião, é que ela traz à mulher uma grande carga emcional, para a qual ela também não está preparada. E esse, na minha opinião, não é um problema menor nem menos importante. É um ponto crucial.
É uma constante, principalmente da opinião masculina, a idéia de que a mulher é um ser emocionalmente inconstante. Porque se acredita que essa mesma mulher, que se culpa verdadeiramente, não raro, por uma barrinha de chocolate a mais que come, está preparada psicologicamente para um aborto é coisa que não compreendo.
A cultura que leva ao aborto é o que mais me incomoda e é contra ela, principalmente, que me disponho. Os métodos contraceptivos não são bem vistos porque engordam e aumentam a celulite. Isso é fato. São raras, raíssimas as mulheres que se adaptam com o primeiro contraceptivo. Até encontrar um que seja perfeito ao seu organismo, lá se vão meses e alguns quilos a mais, o que faz com que muitas desistam do método.
Para contribuir com o quadro, temos ainda a cultura contra o preservativo, principalmente masculina, não sem razão. Tira a sensibilidade, diminui o prazer, constrange e tal. Mas é amplamente conhecido que não raro o contaceptivo diminui a libido feminina - o que não costuma ter muita importância.
Numa sociedade em que a beleza feminina é valorizada acima do intelectual e o prazer do homem prevalesce sobre o da mulher, digo, genericamente, esses são motivos suficientes para que milheres de mulheres fiquem grávidas acidentalmente, recorrendo a um aborto que poderia ter sido evitado.
É fato que prevenir uma gravidez é psicoligicamente mais saudável que interrompê-la. Não é demais lembrar como o emocional feminino é incrivelmente suceptível a coisas muito menores. A solução do problema, na minha opinião não é dar as mulheres, principalmente meninas, o direito de interromper uma gravidez, mas conscientizá-las da inimaginável vantagem de prevení-la. Ensiná-las a adquirir esse dever consigo mesmas, trocando um bumbum perfeito por uma mente saudável.
Essa, para mim é a grande questão. O aborto não é apenas ética e culturamente condenável pela interrupção de uma vida em processo, mas pelo comprometimento da qualidade de vida, da responsabilidade pessoal com essa qualidade. Mulheres não estão psicolgicamente mais preparadas para um aborto que para ter um filho que não foi programado, mas também não estão para evitá-lo. É essa cultura burra que precisa ser mudada.
Se a gravidez indesejada é um problema e podemos revolvê-lo, evitando-o, por que propor contorná-lo? Por isso é que sou amplamente a favor da SUPERVALORIZAÇÃO CULTURAL da prevenção sobre o aborto. O ideal, não é remediar, é prevenir. Temos os meios e é mais fácil, mais saudável e acredito também que mais barato.
Os casos especiais nem discuto, porque acho que ninguém além da própria mulher pode decidir melhor sua vida.
Agora, acho imprescindível dar a essa mulher os meios de melhor decidir.