Ambientalistas do Irã estão em alerta com o aparente suicídio em massa praticado por 152 golfinhos nos dois últimos meses. Mas, de acordo com autoridades ouvidas pela agência AFP nesta segunda, a pesca na costa do Irã seria a culpada pela morte dos animais.
No fim de setembro, 79 golfinhos foram encontrados ao longo da costa do país. Em outubro, as carcaças de outros 73 animais foram achadas nos mesmos pontos.
De acordo com o jornal do governo, os golfinhos "deliberadamente encalharam na areia". "Moradores da região tentaram levar os animais de volta à água, mas eles recusaram-se a retornar", escreveu o diário citando ambientalistas.
Já Mohammad Baqer Nabavi, chefe da Organização de Proteção Ambiental do Irã diz acreditar que os gofinhos se afogaram por ficarem presos em redes de pesca. Ele descarta a hipótese de que as águas estejam poluídas. "Não encontramos
traços de poluentes em seu sistema digestivo."
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Os 26 golfinhos que morreram encalhados em rio próximo a Cornwall, no sudoeste da Inglaterra, haviam ingerido ruínas e lama. O líder dos cientistas que examinaram os corpos, Vic Simpson, afirma que as mortes são comparáveis a um suicídio em massa. Os corpos foram encontrados na segunda-feira.
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"A situação parece uma espécie de suicídio em massa - mas a pergunta é por quê? Os golfinhos engoliram e inalaram grande quantidade de lama do estuário. Seus pulmões e estômagos estavam repletos disso. Isso é muito bizarro, de fato", disse Simpson, um patologista que examinou cerca de 26 dos mamíferos mortos ao jornal britânico Guardian.
Segundo Simpson, fundador do Centro de Investigação de Veterinária de Vida Selvagem em Truro, que estuda o caso em nome da Sociedade Zoológica de Londres, afirmou que geralmente, se vê entre cinco e sete golfinhos mortos normalmente, nunca numa escala como se viu em Cornwall.
De acordo com a Guarda Costeira, nunca tantos animais marinhos encalharam na costa britânica em 30 anos. Além dos golfinhos mortos, cerca de 80 correram risco de morte, mas foram salvos pelas equipes de resgate. Os chamados de agonia dos primeiros golfinhos atraíram os outros ao local onde estavam encalhados.
Várias teorias tentam justificar o ocorrido. Uma delas é que os golfinhos tenham sido perturbados por algum distúrbio subaquático, que os levou a se encalharem.
O Ministério da Defesa coonfirmou ontem que a Marinha Real fez exercícios próximo à Cornwall antes dos golfinhos encalharem. Suspeita-se que como parte das atividades, um barco tenha deixado cair cargas sobre um submarino próximo a Falmouth, que fica no Estado de Cornwall.
A Guarda Costeira e a população local afirmaram que eles têm visto intensa atividade militar na área nos dias anteriores à morte dos golfinhos.
O Ministério da Defesa, entretanto, afirmou que não houve nenhum disparo entre a tarde de domingo e a de segunda-feira.
Redação Terra.
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Em Cornwall, na segunda-feira, dia 09 de junho [2008], 26 golfinhos foram achados mortos nas praias do rio Percuil. Alguns animais, ainda com vida, foram devolvidos ao mar. O caso está intrigando os cientistas. Análises mostraram que os golfinhos, além de perderem a rota, comeram entulho e lama. Os biólogos estão considerando o fenômeno como suicídio em massa.
Esta é a opinião de Vic Simpson, patologista que examinou alguns dos 26 animais mortos, que ingeriram e inalaram grandes massas de detritos do estuário [desembocadura do rio, onde as águas doces se encontram com o mar] do rio Percuil. "Os pulmões e estômago estavam cheios desse lixo o que é, de fato, muito bizarro. Temos visto casos de cetáceos encalhados nas praias, em geral, cinco ou sete, mas nunca nessa escala." - comentou Simpson. Vic Simpson é fundador do Wildlife Veterinary Investigation Center, em Truro, e estuda o comportamento de golfinhos na Zoological Society, em Londres.
Há muitas teorias sobre as mortes mas a opinião geral é de que alguma coisa, na água, perturbou os animais. Foi lembrado que a Marinha Real tem feito exercícios de tiro nas proximidades e que utiliza um sonar de curto alcance para sondar o leito do mar. Mas o porta-voz da instituição já se pronunciou alegando que as manobras da marinha são feitas com a devida observância dos perímetros "responsáveis" com o meio ambiente...
Outros, pensam que os golfinhos entraram em pânico sob ameaça de uma baleia assassina. Cogita-se, ainda, que o grupo poderia estar sofrendo de algum tipo de infecção. Os resultados das necrópsias completas vão demorar algumas semanas.
No Iran, em 2007, 152 golfinhos também morreram na costa. A hipótese de suicídio foi levantada mas logo desmentida. Porém, o caso foi esquecido e não se soube da resposta à questão: o quê aconteceu com os golfinhos? Talvez, com o planeta estremecendo, fumegando, derretendo e rugindo do jeito que anda, seja o caso de investigar urgentemente: qual é o significado ecológico do que ESTÁ acontecendo com os golfinhos? Meditemos...
FONTE: Dolphin deaths: Expert suggests 'mass suicide' por Steven Morris
IN GUARDIAN UK publicado em 11/06/2008
às 19:43 Postado por Sofä da Sala Notícias
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11/06/08 - 09h28 - Atualizado em 11/06/08 - 09h34
Misteriosa morte em massa de golfinhos pode ter sido suicídio
Grupo com 70 animais ficou preso em um pequeno riacho e 26 morreram.
Pesquisadores não conseguem explicar o que aconteceu.
A misteriosa morte de 26 golfinhos no sudoeste Inglaterra está intrigando o país. Ao todo, cerca de 70 animais chegaram a ficar presos. Em grupos menores, eles nadaram até um pequeno rio perto da cidade de Falmouth. Moradores locais tentaram ajudar a guiá-los de volta ao mar, mas conseguiram salvar apenas sete dos 33 que ficaram presos nas águas rasas.
Animais mortos foram encontrados ao longo do rio (Foto: AP)
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Até agora, não se sabe o que levou tantos animais a terem o bizarro comportamento. Não há qualquer pista, biológica ou geográfica, que possa explicar o que aconteceu. Um pesquisador britânico está até considerando a possibilidade de "suicídio em massa", por motivos não explicados.
Uma das hipóteses é que um grupo inicial com 15 animais tenha errado o caminho e ficado preso. Os outros grupos teriam ouvido seus gritos de ajuda e tentado resgatá-los, mas acabaram presos também.
Outra possibilidade é que os animais estariam fugindo de uma baleia orca próxima. Outra, que eles ficaram desorientados pelo sonar de um navio britânico próximo. O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou, no entanto, que os navios na região não estavam usando o equipamento.
Segundo as autópsias, os animais estavam bem alimentados, saudáveis e sem qualquer sinal de doença ou envenenamento. Os que morreram engoliram grandes quantidades de lama -- os cientistas não sabem por quê.
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Depois do podcast de ontem, da capa da CH das Crianças de março e do filme a que assistimos, chegamos a uma conclusão: na redação, este é o mês dos cetáceos – grupo de mamíferos marinhos que inclui baleias e golfinhos.
Por isso, resolvemos não deixar passar a oportunidade de falar do The cove aqui no blogue: o longa-metragem vencedor do Oscar de melhor documentário em 2010 [cove, em inglês, significa tanto 'enseada' quanto 'esconderijo'].
O filme é sobre a matança e exploração de golfinhos no Japão, sobretudo em Taiji, pequena cidade costeira do país. A história começa com o diretor norte-americano Louie Psihoyos indo ao encontro do ativista ambiental Ric O'Barry, em Taiji. Louie, que por muito tempo mergulhou e filmou o fundo do mar para canais de TV como a National Geographic, fica impressionado com a história que Ric lhe conta. Segundo o ativista, a pequena cidade é responsável pelo maior massacre de golfinhos do mundo. Anualmente, segundo os números fornecidos por Ric, morrem 23 mil golfinhos no Japão. A maioria, assassinada em Taiji.
The cove divide-se em três módulos claros: o primeiro é a apresentação. O convencimento do espectador de que a causa é importante. Uma enxurrada de números, imagens; histórias que mostram como existe uma indústria milionária de parques e cativeiros que se valem dos golfinhos. O principal inimigo, claro, é o Sea World.
O outro momento – e talvez seja esta a parte mais interessante do documentário –é a apresentação do personagem-estopim de toda aventura em Taiji. Ric O'Barry, além de aparentemente um ativista quase obsessivo, é também o treinador que ensinou ao famoso golfinho do seriado Flipper todos os truques que aparecem na TV. Ou seja, por conta de Ric, os golfinhos viraram febre em todo o mundo e passaram a incluir a chamada 'fauna carismática' (que tem no panda o seu baluarte).
"Passei 10 anos erguendo a indústria [de golfinhos]. E estou há 35 tentando derrubá-la"Ric discorre também sobre o momento em que se deu conta de que o que fazia não era lá muito agradável para os golfinhos. Mantê-los em cativeiro significa induzi-los a uma condição depressiva, que muitas vezes os leva à morte. Segundo o ativista, Cathy, golfinho que fazia o papel de Flipper, morreu em seus braços, no que ele chama de suicídio. Suicídio porque os golfinhos, diferentemente dos humanos, têm um sistema respiratório menos intuitivo e mais racional – ou seja, cada respiração é 'pensada' de modo voluntário. Assim, o golfinho teria a opção de parar de respirar quando sentisse que a vida não valia mais a pena. Foi, segundo Ric, o que Cathy fez.
Desde esse episódio, Ric tomou para si a missão de proteger a vida dos golfinhos e libertar do cativeiro qualquer animal que estivesse em perigo. Foi assim que chegou a Taiji. E chegou na cidade guiado pelo seguinte lema: "Passei 10 anos erguendo a indústria [de golfinhos]. E estou há 35 tentando derrubá-la".
Assista ao trailer (em inglês) de The cove
O último momento do documentário é construído quase aos moldes de filme de ação. Junta-se uma superequipe de cientistas, mergulhadores, câmeras etc. para criar uma estratégia que possibilite instalar câmeras escondidas no local da matança. Isso porque, como a fita mostra, só é possível assistir ao aprisionamento dos golfinhos que são selecionados para os parques. O local da matança dos demais – a tal 'enseada secreta' – é de quase impossível acesso. Daí a ação à Onze homens e um segredo que o diretor tenta operar. E consegue.
A matança dos golfinhos é rudimentar e fria. A água fica vermelha-sangue. E não tem como contestar as imagens. O governo do Japão, que alega ter desenvolvido técnicas para que os golfinhos não sofram durante o abatimento, fica sem argumento diante do que se vê. O filme ainda apresenta dados de que a carne de golfinho é vendida em supermercados como se fosse de baleia. Assim como mostra números sobre os níveis de mercúrio na carne dos golfinhos, com previsões catastróficas para quem se alimenta dela. E continua, com dezenas de argumentos, sobre a vilania dos japoneses – em especial, os que vivem em Taiji.
Será que os maus são tão maus e os bons são tão bons?O pecado de The cove está justamente nessa bipolarização. Uma guerra fria (ou nem tão fria assim) onde os bons são ótimos e os maus, terríveis. Maniqueísmo que, para um olhar um pouco mais atento, assusta. E sugere a pergunta óbvia: será que os maus são tão maus e os bons são tão bons? Vira panfleto, vira filme panfletário. Como é a maioria dos filmes pró-natureza.
Não precisava ser assim. Golfinhos são simpáticos demais, 'sorridentes' demais, as imagens do massacre são fortes demais; é o caso realmente de pensar na força da imagem em detrimento das palavras. Não é necessário ridicularizar entrevistados com a falta de classe de um Michael Moore. Não é necessário estetizar a desgraça como um Al Gore. Falta ao filme justamente o que sobra aos golfinhos (ao menos, quando eles estão nadando em liberdade): delicadeza.
Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line