Tópico: O aborto deve ser permitido no país?

[Geotecton]

Aí no Brasil nunca houve qualquer referendo sobre essa questão?

Não me recordo e nem encontro nada na Internet sobre um referendo sobre o aborto aqui no Brasil, mas em Portugal houve, correto?

De qualquer maneira, um referendo sobre a questão seria interessante, apesar de eu mais ou menos já pressupor o resultado disto.

Acho que um referendo agora seria uma forma de encerrar o assunto de vez a favor da crença religiosa, não devemos incentivar um referendo a meu ver. O caminho é pela defesa descriminalização contra a hipocrisia social-religiosa.

Então somente devemos aplicar um instrumento democrático quando ele favorece a nossa posição?

É isto?

[Barata Tenno]

Como eu não me importo com os direitos de seres que ainda não têm vida, nem sentimentos, nem emoções, nem sensações, etc, eu pergunto: existe alguma desvantagem para nós, vivos, em se permitir o aborto livremente, desde que o feto seja novo o bastante para não sofrer? 

Abortar livremente pode mudar radicalmente uma sociedade.

Estamos em um país impregnado de religião e gente que acredita em todo tipo de amigo imaginário. Então imagino que a curto prazo, o aborto livre poderia causar mais polêmica ou prejuízo do que algum benefício prático.

Pense nos interiores do Brasil, da gente de pobre a paupérrima, da ignorância ululante... Não sei como isto poderia ser encarado por essa gente ou até mesmo praticado.
Se já temos problemas demais de higiene em povoados pobres, imagine um aborto?

É capaz de promover mais um problema de saúde pública e ações mais inconsequentes de pessoas demasiadamente ignorantes.
(Não estou entrando no mérito de elas serem ignorantes por que querem ser ou não, mas o contexto atual de serem efetivamente ignorantes).

A questão Mustard, é que as pessoas paupérrimas e ignorantes já fazem aborto sem higiene e sem suporte, o SUS poderia evitar muitas mortes se o aborto for regulamentado.

[Mr. Mustard]

Como eu não me importo com os direitos de seres que ainda não têm vida, nem sentimentos, nem emoções, nem sensações, etc, eu pergunto: existe alguma desvantagem para nós, vivos, em se permitir o aborto livremente, desde que o feto seja novo o bastante para não sofrer? 

Abortar livremente pode mudar radicalmente uma sociedade.

Estamos em um país impregnado de religião e gente que acredita em todo tipo de amigo imaginário. Então imagino que a curto prazo, o aborto livre poderia causar mais polêmica ou prejuízo do que algum benefício prático.

Pense nos interiores do Brasil, da gente de pobre a paupérrima, da ignorância ululante... Não sei como isto poderia ser encarado por essa gente ou até mesmo praticado.
Se já temos problemas demais de higiene em povoados pobres, imagine um aborto?

É capaz de promover mais um problema de saúde pública e ações mais inconsequentes de pessoas demasiadamente ignorantes.
(Não estou entrando no mérito de elas serem ignorantes por que querem ser ou não, mas o contexto atual de serem efetivamente ignorantes).

A questão Mustard, é que as pessoas paupérrimas e ignorantes já fazem aborto sem higiene e sem suporte, o SUS poderia evitar muitas mortes se o aborto for regulamentado.

Sim, concordo, mas fico imaginando como seria num cenário de aborto livre, como sugeriu o Amaraticando... Uma fila de dobrar a esquina, de adolescentes a adultas, aguardando para realização de seu aborto... E meses seguintes, quem sabe, um nova fila com as mesmas adolescentes a adultas, aguardando para a realização de outro aborto...

Não dá a impressão de banalização da vida? Não sei, sou pró aborto, mas é um tema delicado quando envolve a responsabilidade do Estado ante a ignorância dessas pessoas.

[Barata Tenno]

E quem disse que se o aborto fosse livre as pessoas iam formar filas para fazer? O procedimento ainda é traumatico para as pessoas, ainda mais numa população religiosa como o Brasil.

[Mr. Mustard]

E quem disse que se o aborto fosse livre as pessoas iam formar filas para fazer? O procedimento ainda é traumatico para as pessoas, ainda mais numa população religiosa como o Brasil.

Até agora creio que ninguém disse nada, mas segundo sua afirmação, muitas mortes poderiam ser evitas pelos SUS, então o atributo de quantidade foi sugerido por você. Eu só imaginei um cenário e questionei como isso poderia ser encarado e praticado por esta mesma população que entendemos ser religiosa e ignorante, visto o quão traumático o procedimento é para as pessoas, também afirmado por você.

Então um procedimento traumático, praticado clandestinamente por muitas pessoas ignorantes -- que certamente poderiam ser atendidas pelo SUS --  na sua visão, não procurariam ajuda médica em massa pela crença religiosa?

[DDV]

A impressão que alguns passam aqui com o que escrevem é que apenas religiosos são contra o aborto.

É necessário ter uma crença religiosa para achar que não se deve matar fetos?

[_Juca_]

Aí no Brasil nunca houve qualquer referendo sobre essa questão?

Não me recordo e nem encontro nada na Internet sobre um referendo sobre o aborto aqui no Brasil, mas em Portugal houve, correto?

De qualquer maneira, um referendo sobre a questão seria interessante, apesar de eu mais ou menos já pressupor o resultado disto.

Acho que um referendo agora seria uma forma de encerrar o assunto de vez a favor da crença religiosa, não devemos incentivar um referendo a meu ver. O caminho é pela defesa descriminalização contra a hipocrisia social-religiosa.

Que seja. Um referendo é uma ferramenta democrática. Se por trás de tudo isso mora a hipocrisia, então todas as ferramentas democráticas são duvidosas?

Não querer um referendo não é antidemocrático, ou é? 

Democraticamente um referendo iria corrobar a visão religiosa sobre o aborto, e pra quem democraticamente defende o aborto não seria uma vantagem o referendo. É preciso avançar muito no debate e na consciência das pessoas, para estarem livres da visões sectárias da igreja, e não abrir caminhos para o encerramento do debate, que para mim um referendo traria.

[_Juca_]

A impressão que alguns passam aqui com o que escrevem é que apenas religiosos são contra o aborto.

É necessário ter uma crença religiosa para achar que não se deve matar fetos?

Não, mas estar livre do sectarismo religioso é bastante importante para o debate. E nada mais democrático do que as pessoas poderem escolher se querem fazer o aborto. Claro, existem condicionalidades que já discutimos bastante, mas as pessoas deveriam ter o direito da livre escolha de acordo com suas convicções, religiosas ou não.

[_Juca_]

Como eu não me importo com os direitos de seres que ainda não têm vida, nem sentimentos, nem emoções, nem sensações, etc, eu pergunto: existe alguma desvantagem para nós, vivos, em se permitir o aborto livremente, desde que o feto seja novo o bastante para não sofrer? 

Abortar livremente pode mudar radicalmente uma sociedade.

Estamos em um país impregnado de religião e gente que acredita em todo tipo de amigo imaginário. Então imagino que a curto prazo, o aborto livre poderia causar mais polêmica ou prejuízo do que algum benefício prático.

Pense nos interiores do Brasil, da gente de pobre a paupérrima, da ignorância ululante... Não sei como isto poderia ser encarado por essa gente ou até mesmo praticado.
Se já temos problemas demais de higiene em povoados pobres, imagine um aborto?

É capaz de promover mais um problema de saúde pública e ações mais inconsequentes de pessoas demasiadamente ignorantes.
(Não estou entrando no mérito de elas serem ignorantes por que querem ser ou não, mas o contexto atual de serem efetivamente ignorantes).

Mustard, hoje o aborto é feito indiscriminadamente pela pessoas mais pobres, de forma ilegal, em "clínicas" clandestinas, e com métodos duvidosos. Não mudaria nada, somente que essas mulheres passariam a não mais correr risco de vida, de terem a saúde abalada pro resto da vida risco ou de serem presas, além de poderem estar cobertas por um plano de saúde estatal ou privado.

[_Juca_]

Aí no Brasil nunca houve qualquer referendo sobre essa questão?

Não me recordo e nem encontro nada na Internet sobre um referendo sobre o aborto aqui no Brasil, mas em Portugal houve, correto?

De qualquer maneira, um referendo sobre a questão seria interessante, apesar de eu mais ou menos já pressupor o resultado disto.

Acho que um referendo agora seria uma forma de encerrar o assunto de vez a favor da crença religiosa, não devemos incentivar um referendo a meu ver. O caminho é pela defesa descriminalização contra a hipocrisia social-religiosa.

Então somente devemos aplicar um instrumento democrático quando ele favorece a nossa posição?

É isto?

Mas como eu disse é um instrumento que da a última palavra e praticamente encerra o assunto por gerações. O aborto é uma questão grave de saúde pública que deve ser enfrentado sem a hipocrisia religiosa. Um referendo, iria referendar a hipocrisia social e fecharia as portas para um debate que merece ser levado a fundo. Por gerações continuaríamos a fazer abortos ilegais em clínicas clandestinas, com jovens mulheres correndo sério risco de vida e de saúde.

[Mr. Mustard]

Aí no Brasil nunca houve qualquer referendo sobre essa questão?

Não me recordo e nem encontro nada na Internet sobre um referendo sobre o aborto aqui no Brasil, mas em Portugal houve, correto?

De qualquer maneira, um referendo sobre a questão seria interessante, apesar de eu mais ou menos já pressupor o resultado disto.

Acho que um referendo agora seria uma forma de encerrar o assunto de vez a favor da crença religiosa, não devemos incentivar um referendo a meu ver. O caminho é pela defesa descriminalização contra a hipocrisia social-religiosa.

Que seja. Um referendo é uma ferramenta democrática. Se por trás de tudo isso mora a hipocrisia, então todas as ferramentas democráticas são duvidosas?

Não querer um referendo não é antidemocrático, ou é? 

Democraticamente um referendo iria corrobar a visão religiosa sobre o aborto, e pra quem democraticamente defende o aborto não seria uma vantagem o referendo. É preciso avançar muito no debate e na consciência das pessoas, para estarem livres da visões sectárias da igreja, e não abrir caminhos para o encerramento do debate, que para mim um referendo traria.

Não é isto. O resultado de um referendo pode corrobar a visão politica, religiosa e social de qualquer grupo que acredite em suas crenças, ideologias ou o que for. O resultado de uma eleição também é assim: o candidato "A" vence o candidato "B" e daí para frente, cada grupo defende o que quiser.

Um dispositivo democrático, como um referendo, está aí justamente para estar "acima" de tudo isto. Se uma sociedade é carola ao ponto de dizer "não" ao aborto, seja por religião ou por qualquer outro motivo, então a democracia foi feita.

Pior seria se esta influência religiosa -- entranhada nas esferas do poder -- unilateralmente dissesse: "Não, não haverá referendo porque isto viola as leis de Deus e blá blá blá e ponto final..."

[Mr. Mustard]

Como eu não me importo com os direitos de seres que ainda não têm vida, nem sentimentos, nem emoções, nem sensações, etc, eu pergunto: existe alguma desvantagem para nós, vivos, em se permitir o aborto livremente, desde que o feto seja novo o bastante para não sofrer? 

Abortar livremente pode mudar radicalmente uma sociedade.

Estamos em um país impregnado de religião e gente que acredita em todo tipo de amigo imaginário. Então imagino que a curto prazo, o aborto livre poderia causar mais polêmica ou prejuízo do que algum benefício prático.

Pense nos interiores do Brasil, da gente de pobre a paupérrima, da ignorância ululante... Não sei como isto poderia ser encarado por essa gente ou até mesmo praticado.
Se já temos problemas demais de higiene em povoados pobres, imagine um aborto?

É capaz de promover mais um problema de saúde pública e ações mais inconsequentes de pessoas demasiadamente ignorantes.
(Não estou entrando no mérito de elas serem ignorantes por que querem ser ou não, mas o contexto atual de serem efetivamente ignorantes).

Mustard, hoje o aborto é feito indiscriminadamente pela pessoas mais pobres, de forma ilegal, em "clínicas" clandestinas, e com métodos duvidosos. Não mudaria nada, somente que essas mulheres passariam a não mais correr risco de vida, de terem a saúde abalada pro resto da vida risco ou de serem presas, além de poderem estar cobertas por um plano de saúde estatal ou privado.

Eu não teria como afirmar que o aborto livre seria tratado como um resfriado no sistema de saúde pública. Devemos lembrar que certos procedimentos e até exames de rotina no sistema público podem demorar muito tempo para serem realizados.

Então eu não acredito que uma mulher aos seus 6 meses de gestação teria condições de se submeter a um aborto livremente.
Assim como eu também não acredito que o SUS fará um procedimento desses para todas as mulheres que querem abortar antes do 1 mês de gestação.

Seriam eficientes demais e nós estamos falando do interior do Brasil, gente pobre, sistema de saúde pequeno, com poucos recursos e etc. e taz...

[_tiago]

A idéia não é apenas dizer que pode?
Se vc quiser se utilizar do plano de saúde ou do SUS, que diferença faz? A grande diferença é que agora é permitido sem ter que correr o risco de deparar-se com a justiça.

Seria apenas mais um procedimento do repertório médico, Mustard.

[_Juca_]

Aí no Brasil nunca houve qualquer referendo sobre essa questão?

Não me recordo e nem encontro nada na Internet sobre um referendo sobre o aborto aqui no Brasil, mas em Portugal houve, correto?

De qualquer maneira, um referendo sobre a questão seria interessante, apesar de eu mais ou menos já pressupor o resultado disto.

Acho que um referendo agora seria uma forma de encerrar o assunto de vez a favor da crença religiosa, não devemos incentivar um referendo a meu ver. O caminho é pela defesa descriminalização contra a hipocrisia social-religiosa.

Que seja. Um referendo é uma ferramenta democrática. Se por trás de tudo isso mora a hipocrisia, então todas as ferramentas democráticas são duvidosas?

Não querer um referendo não é antidemocrático, ou é? 

Democraticamente um referendo iria corrobar a visão religiosa sobre o aborto, e pra quem democraticamente defende o aborto não seria uma vantagem o referendo. É preciso avançar muito no debate e na consciência das pessoas, para estarem livres da visões sectárias da igreja, e não abrir caminhos para o encerramento do debate, que para mim um referendo traria.

Não é isto. O resultado de um referendo pode corrobar a visão politica, religiosa e social de qualquer grupo que acredite em suas crenças, ideologias ou o que for. O resultado de uma eleição também é assim: o candidato "A" vence o candidato "B" e daí para frente, cada grupo defende o que quiser.

Um dispositivo democrático, como um referendo, está aí justamente para estar "acima" de tudo isto. Se uma sociedade é carola ao ponto de dizer "não" ao aborto, seja por religião ou por qualquer outro motivo, então a democracia foi feita.

Pior seria se esta influência religiosa -- entranhada nas esferas do poder -- unilateralmente dissesse: "Não, não haverá referendo porque isto viola as leis de Deus e blá blá blá e ponto final..."

Mas não há um referendo a cada quatro anos, como um eleição em que podemos mudar o rumo político ou não, periodicamente. Uma vez feito... fim, e não poderíamos tentar mudar uma visão sectária religiosa entranhada nas políticas públicas, talvez por décadas. O ponto é que, do jeito que está, pelo menos podemos nos mobilizar, debater democraticamente e colocar os argumentos do porque o aborto deve ser permitido, sem que um contrato democrático imobilize quem tem essa opinião.

[Osterman]

Quanto tento pensar em possíveis hipóteses a favor do aborto, me recorro ao caso de Gianna Jessen.

[Mr. Mustard]

A idéia não é apenas dizer que pode?
Se vc quiser se utilizar do plano de saúde ou do SUS, que diferença faz? A grande diferença é que agora é permitido sem ter que correr o risco de deparar-se com a justiça.

Seria apenas mais um procedimento do repertório médico, Mustard.

A minha ideia na verdade não é simplificar a discussão entre pode ou não pode. Longe disso. Aí perderia a graça.

Peguei o gancho do forista que comentou sobre o "Aborto Livre" e acredito que no curto prazo ele poderia não ser viável por uma série de fatores.

Se no futuro ele será mais uma opção, não sei. Eu estou tentando levantar os impactos disso no presente e o quanto isto poderia mudar a nossa sociedade.

[_Juca_]

Quanto tento pensar em possíveis hipóteses a favor do aborto, me recorro ao caso de Gianna Jessen.

Também é possível dizer que a mulher tem direito prioritário sobre seu corpo, ou que apesar da proibição os abortos continuam aos milhares...

[_Juca_]

A idéia não é apenas dizer que pode?
Se vc quiser se utilizar do plano de saúde ou do SUS, que diferença faz? A grande diferença é que agora é permitido sem ter que correr o risco de deparar-se com a justiça.

Seria apenas mais um procedimento do repertório médico, Mustard.

A minha ideia na verdade não é simplificar a discussão entre pode ou não pode. Longe disso. Aí perderia a graça.

Peguei o gancho do forista que comentou sobre o "Aborto Livre" e acredito que no curto prazo ele poderia não ser viável por uma série de fatores.

Se no futuro ele será mais uma opção, não sei. Eu estou tentando levantar os impactos disso no presente e o quanto isto poderia mudar a nossa sociedade.

Numa sociedade em que o aborto é um método recorrente, como a nossa, não afetaria nada. A não ser a histeria dos "pró-vida".

[_tiago]

Também acho, seria só mais um procedimento.
Nos países onde foi implantado nada mudou...

[Barata Tenno]

Se fizessem um referendo hoje sobre se ateus deveriam ir presos é bem capaz de mandarem a ateuzada pra cadeia. Certos assuntos não podem ser resolvidos por voto popular, principalmente casos de saude publica.

[DDV]

Aí no Brasil nunca houve qualquer referendo sobre essa questão?

Não me recordo e nem encontro nada na Internet sobre um referendo sobre o aborto aqui no Brasil, mas em Portugal houve, correto?

De qualquer maneira, um referendo sobre a questão seria interessante, apesar de eu mais ou menos já pressupor o resultado disto.

Acho que um referendo agora seria uma forma de encerrar o assunto de vez a favor da crença religiosa, não devemos incentivar um referendo a meu ver. O caminho é pela defesa descriminalização contra a hipocrisia social-religiosa.

Que seja. Um referendo é uma ferramenta democrática. Se por trás de tudo isso mora a hipocrisia, então todas as ferramentas democráticas são duvidosas?

Não querer um referendo não é antidemocrático, ou é? 

Democraticamente um referendo iria corrobar a visão religiosa sobre o aborto, e pra quem democraticamente defende o aborto não seria uma vantagem o referendo. É preciso avançar muito no debate e na consciência das pessoas, para estarem livres da visões sectárias da igreja, e não abrir caminhos para o encerramento do debate, que para mim um referendo traria.

Só é contra o aborto quem é religioso?

[DDV]

A impressão que alguns passam aqui com o que escrevem é que apenas religiosos são contra o aborto.

É necessário ter uma crença religiosa para achar que não se deve matar fetos?

Não, mas estar livre do sectarismo religioso é bastante importante para o debate. E nada mais democrático do que as pessoas poderem escolher se querem fazer o aborto. Claro, existem condicionalidades que já discutimos bastante, mas as pessoas deveriam ter o direito da livre escolha de acordo com suas convicções, religiosas ou não.

Você parte do pressuposto de que o feto não é "humano" e não tem nenhum direito.

Toda a discussão gira em torno de se considerar os não nascidos como tendo direito à vida (no caso, o de não serem propositalmente mortos a troco de nada) ou não.

[DDV]

Aborto não é uma "questão de saúde pública", pois gravidez não é algo inevitável e não é uma "doença".

[_Juca_]

Aí no Brasil nunca houve qualquer referendo sobre essa questão?

Não me recordo e nem encontro nada na Internet sobre um referendo sobre o aborto aqui no Brasil, mas em Portugal houve, correto?

De qualquer maneira, um referendo sobre a questão seria interessante, apesar de eu mais ou menos já pressupor o resultado disto.

Acho que um referendo agora seria uma forma de encerrar o assunto de vez a favor da crença religiosa, não devemos incentivar um referendo a meu ver. O caminho é pela defesa descriminalização contra a hipocrisia social-religiosa.

Que seja. Um referendo é uma ferramenta democrática. Se por trás de tudo isso mora a hipocrisia, então todas as ferramentas democráticas são duvidosas?

Não querer um referendo não é antidemocrático, ou é? 

Democraticamente um referendo iria corrobar a visão religiosa sobre o aborto, e pra quem democraticamente defende o aborto não seria uma vantagem o referendo. É preciso avançar muito no debate e na consciência das pessoas, para estarem livres da visões sectárias da igreja, e não abrir caminhos para o encerramento do debate, que para mim um referendo traria.

Só é contra o aborto quem é religioso?

Não, mas majoritariamente e comparativamente são, e o são por motivos religiosos.

[Barata Tenno]

Qual a sua linha DDV? Fecundação?