Neste final, ele só manifesta o que *seria* (se todo o texto for expressão de intenções genuínas e sinceras) um preconceito de um religioso para com outro. O problema da humanidade não são religiões específicas com suas características específicas mas toda e qualquer religião. Quem realmente não é religioso não vê diferença entre religiões; são todas iguais mesmo que seus integrantes as/se achem diferentes.
Discordo de você nesses pontos.
Por mim, está muito bem que discorde do que quiser. Na verdade, você está me confirmando, foi exatamente isso mesmo que eu disse: eu não vejo diferença alguma entre religiões, são todas fundamentalmente iguais; você vê diferenças.
Ponto de vista subjetivo esse.
Eu o prefiro (não em alternativa ao que você caracteriza aqui, que não exprime qualquer sentido para mim) chamar de ponto de vista invariante, universal ou, mais simples e popularmente, livre. Olho de fora também; você só olha de dentro, de modo a até mesmo considerar de importância "estudar teologia" para um entendimento. Teologia não é um estudo objetivo, é um estudo de ideias arbitrárias e até espúrias criadas em mentes. Não se pode obter mais que algum "ponto de vista" extra com isso, mas as possibilidades (variedades) desses "pontos de vista" são, em princípio, infinitas (e, ao mesmo tempo, todas equivalentes) e não podem ser todas adquiridas de tal estudo. O que é necessário é a transformação de referencial cognitivo e ver a realidade sem ponto de vista, o que é equivalente a vê-la por todos os pontos de vista. Sei que isso deve parecer esdrúxulo, mas é a realidade (da qual todos os pensadores mágicos fogem).
Talvez seja inútil tentar-lo mudar de ideia,porque eu nunca estudei(e nunca estudarei) teologia .
Não que seja inútil, de modo absoluto, tentar qualquer coisa, mas que se tenha fundamentos para a empresa, porque, assim como para mudar de ideia (que entendo que só se faz por meio da mudança das perguntas), também para se empreender uma tentativa é necessário ter razões e não objetivos desejosos, para que não se fuja da realidade. Mudar de ideia não é uma brincadeira bonitinha para se brincar todo fim de tarde, é algo muito sério, não se pode fazer a torto e a direito. E vejo muita gente transformando isso em religião também.
Talvez possa perceber que não vejo o que estudar teologia teria de relação com isso aqui...
Como sabe que nunca estudará teologia? É vidente? Ou só não pretende?
No meu ponto de vista,é possivel dividir as religiões em 2 tipos : Aquelas que pregam pela existência de verdades absolutas e inquestionáveis (dogmáticas) e aquelas que apenas servem para responder questões triviais(como a origem da vida,do universo e o que acontece após a morte,por exemplo),mas que é flexível nas respostas dada(cético).
Eu arriscaria apostar que você é capaz de dividi-las em mais categorias até. Eu não classifico nenhuma delas em outra categoria que não essa: movimento de fuga da realidade.
Também não sei o que seria "responder questões triviais" respondendo nada. E a "flexibilidade na aceitação de respostas" parece-me uma piada. Espero que não espere que eu acredite nisso.
Nesse caso,estou me situando no tempo aonde a religião surgiu e que de certa forma,permite que a religião persista ainda hoje .
Não sei de que forma isso se direciona ao que eu disse. De quando estamos falando aqui?
Talvez, nas origens do pensamento mágico-religioso, não houvesse a mesma fuga no sentido que pode ser definido hoje, mas, atualmente, o sentido que tal fuga tem é definidamente muito claro e independente de qualquer segmento, cujas diferenciações são puramente arbitrárias. De onde eu olho (de toda parte) são todos iguais achando-se diferentes. Chega a ser cômico de ver.
Religião não persiste por outra razão que não o ressurgimento em cada um de tendências naturais religiosas. Indivíduos religiosos são delineados por suas naturezas. Irreligiosidade é um tipo de mutação genético-memética-x que ocorre com baixíssima incidência e não tem qualquer relação com qualquer corrente filosófica de "descrença" ou "ceticismo". Não se "abraça" irreligiosidade, ou se é irreligioso ou não. Filosofia é a própria essência da religiosidade; apenas quando esse processo degenerado da linguagem desaparece não se é religioso.
Devido à essa enorme rigidez,o primeiro tipo é muito popular.
Interessante isso, não? A humanidade aprecia "rigidez".
De fato . O Ceticismo exige que a pessoa recuse a existência de "verdades universais",porque admite que tudo é passível de questionamento.
Não vejo como o ceticismo exigiria qualquer coisa. Primeiro porque é só uma abstração, só um nome para um comportamento; segundo, porque, se fosse um ente real a exigir isso, seria contraditório. Se tudo é passível de questionamento, recusar verdades universais também deve ser e não se pode exigir nada, inclusive que tudo seja passível de questionamento. Em ciência, realidade se angaria dela própria, sempre num crescente numérico de evidências a corroborar contra o que contraria a realidade.
Também já foi dito que o positivo no cético é crer que tudo é possível. Não vejo relevância em nada disso para a apreensão da realidade. Tudo parte da pressuposição primária absoluta do "eu", o "erro" fundamental.
Eu poderia apenas dizer que não sei se tudo é passível de questionamento, mas vejo como muito mais fundamental verificar que o questionador deve ser passível de tudo, assim, não existindo. No universo, não devem haver questionamentos. Não há, de fato!
Se fosse possível medir o grau de ceticismo das pessoas,a maioria preferiria permaneçer com o minimo de ceticismo.
Não é possível?
Não vejo que isso seja uma preferência no sentido de escolha. Sem dúvida a esmagadora maioria dos humanos é de comportamento crente.
Talvez você saiba porquê .
Não sei se sei... Porque a humanidade aprecia rigidez?
São todas baseadas em mentiras e em senso total de irrealidade. E todo e qualquer conjunto de normas que se baseie nesses vazios, mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, revelar-se-á brutal e inaceitável.
Me parece uma falácia da generalização .
Por mim está ótimo que te pareça como for de seu entendimento. Eu não tenho problema algum com generalizações. Se/quando a generalização se mostrar errada, corrige-se, mas ciência se faz de generalizações ou não tem utilidade, ou seja, não é ciência. Não percebo falácias por métodos ou listagens. Listar falácias já é um ato falacioso.
Eu não sou budista tibetano, não adoto o "caminho do meio", nem de uma extremidade ou de outra, ou da periferia... Não adoto caminho nenhum. Liberdade total.
Também sou assim de certa forma .
... ... ...
Se você está dizendo...
...Bom pra você.
Hummmmmmmmm... Aqui vou me alongar um bocadinho porque tem coisas de grande importância a esclarecer, espero que definitivamente para quem aqui chegar, porque, com grande franqueza, já estou de saco estourado de uma mesma eterna ladainha de sempre. Tente observar porque/como listar falácias é falacioso, assim como toda e qualquer sistematização filosofista.
Por que não entende, logo, que o grande risco é a religiosidade pura e simplesmente? Por que não faz sua parte logo e corta o mal pela raiz?
Em resumo, pode-se concluir que a religião dele (ou a maneira d'ele seguí-la) é a boa; a dos outros é ruim. Muito louvável...
Pelo que entendi nessa citação que você colocou,ele está defendendo o laicismo.
Foi o que me pareceria à primeira vista também (se eu não já estivesse calejado pela realidade), mas, como eu disse lá no início, ocorreu-me algo: um pastor dizendo uma coisa dessas... não pode ser real. Não sei se você sabe algo de mim aqui mas, para informar o básico, sou descrente. É necessário dizer que isto significa que não creio?
Devo alertar que seu argumento tem uma falha chamado "ad hominem".
Falha??? Ah, sim, mais uma "falha (não é falácia?) da lista". Eu devo dizer (e quero mesmo aproveitar para expor um esclarecimento específico aqui sobre isso) algumas coisas a respeito. Primeiro que... sei (não disso mas que vocês "entendem" assim), sei que é assim que, lamentavelmente, muitos entendem e, pior, creem que tem importância, função ou utilidade. Além disso, tal "falácia" listada e *deturpada* não tem qualquer significância especial para mim; tem algum peso com seu *sentido original*. Mas o mais importante é algo que ocorreu já há algum tempo aqui e que, só depois, observando vocês nessa "gaiola virtual", verifiquei o porquê da falta conceitual do forista (e algo mais que isso - administrador) Angelo Melo. O link inicial para a sequência do ocorrido, para quem quiser acompanhar (que não acompanhou) é este:
../forum/topic=22839.200.html#msg526290Naquele momento, eu supus que o referido forista deveria conhecer o significado não deturpado da expressão e não conhecia. Mais tarde, verifiquei que eu é que não conhecia o novo significado (bastante difuso --e difundido --, por sinal) atribuído a essa expressão pela deriva extraviante das comunicações não rigorosas como ocorre a olhos vistos nessa imensa desenfreada rede. Já percebi a tradução da expressão como pura e simples ofensa pessoal, até. Mas nos registros mais antigos onde adquiri o conceito, sua definição é "argumento com que se opõe a um indivíduo seus próprios atos e conceitos". Também há a contraparte da expressão, ad rem, que seria à coisa e não ao homem, de onde, possivelmente, pode ter se originado a confusão que se faz. Desta forma, tal expressão não indica mais que uma espécie de método socrático. "Você diz isso, faz isso, assuma a responsabilidade por isso". "Pega-se" o indivíduo por ele mesmo, ou, do contrario, como mais se poderia "pegá-lo"? Pelo que ele não é, não faz e não diz?
Eu vou mais além e, entendendo que a diferença entre "homem" e "coisa" é uma arbitrariedade da ilusão humana, penso que o homem nada mais é que, objetivamente, suas palavras e conceitos, seu comportamento. Querer criar uma separação redentora do homem de seus atos e ditos é de ridículo e vazio filosofismo. Se alguma coisa se transforma pode ser outra coisa e, no caso de um homem (que nunca observei se transformar do que é, diga-se de passagem, e não creio no que não observo), já seria outros atos e ditos, que o definiriam em sua nova versão. Mas, enquanto não muda, é o que é.
Dito isto...
É de uma infantilidade filosofista não reconhecer a necessidade pragmática irrecorrível que temos de fazer escolhas e de que, para fazê-las, precisamos adotar critérios, precisamos generalizar. E é neste ponto em que a natureza mental do indivíduo, e nada mais, faz a diferença, porque aqueles (que tendem a ser o que chamo de pensadores mágicos) arraigam-se tendenciosamente às generalizações que adotam e, ao perceberem isso como algo problemático, ruim, tentam criar uma generalização de não generalização. Mas isso não tem utilidade para nada, não muda nada além de, possivelmente, produzir uma certa protelação dos resultados finais, porque continua sendo generalização à qual arraiga-se.
Não podemos realizar todas as exegeses, não podemos ler todos os livros, apreciar todas as ideias, todas as obras. São impossibilidades físicas. Portanto, isso que vocês chamam, deturpadamente aqui, de ad hominem, é um ótimo critério inicial de seleção. Dispensar isso é pura estupidez. Celeridade na percepção das apresentações pode ser ainda melhor, dando-se uma chance rápida a quem já demonstrou não merecer, mas essa é uma competência muito rara.
Eu sempre digo, por exemplo, que, mesmo o chamado método indutivo, é religioso se adotado por sistematismo. Pensadores científicos não adotam método algum. Ocorre que há mais benefício na adoção de certas generalizações que de outras (porque até mesmo a generalização de que adotar generalizações é sempre ruim de uma mesma forma é falsa) e muitos humanos da contemporaneidade têm se beneficiado disso adotando as chamáveis "generalizações científico-filosóficas de não-generalização" (que chamam de "metodologia científica", quando, de fato, trata-se de método filosófico porque não existe metodização possível em ciência; ciência é, exatamente, tudo o que for o avesso, o aquém disso) que apresentam mais e melhores "resultados" que as outras religiões. Isso gera a ilusão pseudocientificista de se "estar no caminho certo".
Do que você, muito acertadamente, ali mais acima observou, verifica-se que há uma religião cientificóide em vigor no mundo hodierno. Está se instalando mais e mais nos meios "cético-acadêmicos". Aqui mesmo vemos, quando algum crente convencional se mostra intransponível, o mesmo ser encaminhado à leitura do "método"(regimento sagrado da "ciência"). O argumento a favor, que não é desprezável, é de que os milagres dessa religião são melhores, mais efetivos, que os das outras. É assim que o crente entende, como eles próprios sempre declaram e protestam; e os crentes filosofistas do "método" não conseguem entender -- como eu digo, um crente não consegue ver-se em sua própria religião como ele/ela realmente são.
Com tudo isso em perspectiva, podemos observar de fato que, sob a égide de religioso falso cientificismo, surgem elementos como Sam Harris a levantar a bandeira da brutalidade aceitável, necessária. Toda máquina animal sabe instintivamente quando a brutalidade é necessária; não é necessário ciência para isso. A brutalidade só se torna criminosa justamente quando se sente a necessidade de justificá-la.
Mesmo que ele seja pastor,isso não impede ele de defender o laicismo
Sendo pastor ou religioso? Você acha que é a mesma coisa? Sendo pastor, ele, bem provavelmente, supõe que nada no mundo o impede de nada (vejo o comportamento de pastores que conheço: um no hortifruti, --Quantas maçãs o senhor vai levar? --E eu lá levo unidades? Eu quero a caixa inteira!; outro, no cartório, inacreditavelmente, --Eu sou pastor, não posso ser atendido mais rápido?!; muitos mais casos, muitos públicos e notórios). Sendo religioso, que até é possível a um pastor também, movido por "lindos sentimentos humanísticos", poderia até defender laicismo mas não poderia ser laicista, que são duas coisas completamente diferentes. O homem é o que diz E faz, não uma coisa ou outra.
Mas, vou a outras considerações.
Se, acaso, não impede (não caio nessa), deveria, porque, quando se adota uma religião, adotam-se fundamentos de uma "realidade" objetivada da subjetividade. A fantasia torna-se a coisa mais importante que há, acima da realidade. Não é possível passar incólume a isso. Em algum momento, o indivíduo terá a necessidade de defender sua fantasia contra a realidade. Nesse ponto, ou ele abandona a fantasia ou... já todos sabem o resultado. Essa estória de "crentes brandos" lembra-me um episódio do pica-pau com o zeca urubu em que os dois eram grandes amigos enquanto havia bastante comida para ambos e, quando a comida acabou, queriam comer um ao outro.
O terrível problema é que indivíduos lutam pelas suas fantasias como por realidades pois, para esses, não há diferença (de fato, vejo que ameaças a fantasias desencadeiam ímpetos ainda mais viscerais que à realidade, bem provavelmente porque a "realidade" do crente é aquela idealizada perfeita que ele deseja e a *realidade* que o descrente aceita É A realidade, independente dos desejos fantasiosos), nem é preciso que falte alimento ou suprimento de qualquer outra necessidade real.
e ele fez questão de dar várias razões para sustentar tal posição .
É claro, vemos "razões" o tempo todo para tudo, desde panetones a sei lá mais o que. As "razões" dele (que ele apresenta, ao menos) não despertam meu interesse pois tenho muito maior simplicidade para o "problema": que não haja religião alguma e não haverá (nem mesmo necessidade de falar em) laicismo; mas há os crentes, isto é parte da realidade, não se pode fugir, convivo com o fato e o resto é conversa fiada. Como para alguém que não bebe e que não tem interesse algum em considerar circunstâncias de e de como deveria haver inspeções etílicas no trânsito. Para quem não bebe, a solução é muito simples: ninguém beba e está tudo resolvido. Mas como há os que bebem, não há solução para o problema, só, além do combate enérgico, articulações diversivas da mesma natureza das que esse pastor faz, que não mudam realidade alguma, como nada pode, nem a própria realidade, mas cujo discurso engambela um bocado de gente fascinada em ouvir coisas bonitinhas e engandoras.
E pode haver várias razões pela qual ele prefira permaneçer nessa profissão de pastor .
Ah! E eu po$$o apontar uma!
Profi$$ão??? E eu que pensava em definições mais sublimes, como "missão divina"...
Se apenas $$ fosse uma justificativa para ele permaneçer no cargo,então quer dizer que ele é totalmente imoral e que a profissão de sacerdote religioso deveria ser extinta?
Não?
Quando eu citei outras razões,pode abranger um espectro de várias coisas,como por exemplo,o de querer levar esperança e otimismo aos pobres,o de dar um significado à vida para pessoas que buscam algum significado nessa vida e para confortar as pessoas com convicções(quer sejam elas originárias de um livro sagrado ou não),etc .
Levar esperança e otimismo para os pobres poderia começar por não extirpar-lhes os poucos trocados que ainda têm. Mas eu não sou favorável a esse tipo de esperança e otimismo po(pat)éticos. É tudo muito idílico e é exatamente esse o problema. Os pobres se reproduzem como coelhos e formigas aniquilando suas (e as de outros) possibilidades reais e nenhum pastor faz nada a respeito disso. Nem ao menos ensinar que não se deve contrair problemas posteriores antes de ter resolvido os anteriores. É culto pilantróide destrutivo incessante.
Isso tudo é muito útil para o pastor garantir mais do $$$$$$$$$$. Não tem escapatória, nem por tentativas de apelo emocional como esse.