Tenho a seguinte opinião: é possível que a Aids, o câncer e outras sejam mecanismos biológicos de evolução.Note que ambas as doenças estão comumente associadas a comportamentos biológicamente impróprios.Seria, então, técnicamente uma "punição", no sentido de que a natureza resolveu que esse comportamento não é adequado à espécie, utilizando-se, assim como na seleção natural, de mecanismos apropriados.
As doenças não são comumente associadas a comportamentos biologicamente impróprios. A AIDS, por exemplo, não está associada a nenhum comportamento biologicamente impróprio.
Esse "esquema" lógico para seleção natural também não dá certo. Seleção natural é, essencialmente, uns indivíduos tem características que os permitem que se reproduzam mais, e portanto essas características se popularizam. Há interações ecológicas, evolução de simbiose e até endossimbiose, cooperação entre indivíduos, quando a característica de colaboração favorece a reprodução de ambos.
Agora, o que está sugerindo é algo como que humanos (ou outros animais) se reproduziriam mais quando, ao se comportar "inadequadamente"*, se reproduzissem menos; isso ocorreria em conjunto com vírus ou outros patógenos que, tivessem vantagem (isso é, se reproduzissem mais) ao parasitar que estivesse espécie se "comportando de maneira inadequada", ao mesmo tempo em que reduz a sua população e logo seu nicho enquanto o faz (mas seria ao mesmo tempo vantajoso ainda assim).
Isso é exatamente ao contrário do que acho que foi mencionado no início do tópico. As "pestes" tendem a evoluir em direção à menor pestilência, não porque o "comportamento inadequado" diminui, mas simplesmente porque o agente infeccioso mais virulento se extingue junto com o portador.
Isso não seria seleção natural, é "vício" de teleologia, achar que tudo é adaptativo.
O patógeno só precisa ser adaptativo para ele mesmo para existir, não precisa existir para punir a população, não leva vantagem alguma nisso, é indiferente. Ou melhor, é até contraproducente "punir" demasiadamente a espécie parasitada porque levaria à própria extinção (não que isso deixe de ocorrer por isso; ocorre, e as linhagens mais virulentas desaparecem).
* - do ponto de vista de seleção natural, isso seria de modo geral apenas algo que não gerasse tanta prole quanto "ideal", nada mais.